Unbroken

Bônus. Darkness


PoV - Percy

O conflito estava instalado em minha casa, o que seria bem normal em outros casos, mas agora que envolvia pessoas do trabalho de meu pai as coisas estavam ficando insuportáveis.

– Eu não quero o seu filho perto da minha filha, Poseidon – disse Atena, severamente, a porta da minha casa, ás 11 da manhã do dia que a bendita Annabeth caiu da escada. Eu estava na cozinha, fingindo comer uma tigela de cereal.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Entenda, Atena, meu filho é rebelde e não cumpre ordens, ao contrário de sua filha. Percy não costuma influenciar ninguém, as merdas que ele faz ele faz sozinho...

– Está querendo dizer que a culpa é da minha filha de ela ter parado na tal festa?!

– Não, quer dizer, mais ou menos – nem mesmo nessas horas Poseidon conseguia se manter firme diante de uma mulher. Ele era meu pai mesmo, cara? – Ele não a obrigou a entrar no carro, ela foi com as próprias pernas. Atena, deixaremos esses conflitos familiares fora de nossos negócios, entretanto você terá o direito de manter Percy afastado de Annabeth, exceto em eventos empresariais. Tudo que não tem relação a nossa empresa não irei argumentar contra ti.

Atena fez uma pausa, talvez digerindo a sugestão levantada.

– Tudo bem, Poseidon. Irei limitar Annabeth de seu filho. E se quer um conselho, talvez você não esteja limitando o seu filho dele mesmo, deve ser por isso que ele está desse jeito. Passar bem – ela terminou de falar e eu ouvir a portar bater.

Rapidamente eu me virei para a geladeira, fingindo estar guardando o leite. Os passos de Poseidon vieram até a cozinha e quando me virei eu vi o quão zangado ele estava. Raramente o via assim, mas pouco me importava.

– Você ouviu a conversa. Não estrague meus negócios, Percy. Não preciso fazer ameaças, não é?

– Eu não tenho nada a ver com isso – digo, entediado, pegando a tigela de cereal.

– Sim, você tem – ele disse, ríspido, os braços cruzados sobre o peito – Por mim que você morra com as coisas que você faz escondido, mas não quero que você leve essa garota com você, ela tem um futuro brilhante e objetivos na vida.

– Está dizendo que eu não tenho objetivos? – deixei a tigela com violência na pia e fechei a mão em punho, olhando desafiadoramente para Poseidon.

– Por acaso tem? – ele respondeu com desdém.

– Quer saber, fale oque quiser. Eu não arrastei Annabeth para o meu carro, ela foi porque ela quis e se Atena bater aqui novamente eu mesmo vou mandar ela para puta que pariu.

Sai de casa estressado, batendo a porta da frente com força. Entrei no meu carro já sabendo para aonde ir, para o lugar que eu sempre ia quando queria me livrar da raiva: para a praia, surfar.

***

Eu não estava preocupado com Annabeth, sabia que ela estava bem pelo oque Jason me contara. Duas vezes que fui ao hospital Annabeth estava dormindo, e o outro dia Atena estava lá, então desisti de tentar mostrar bondade, uma vez que já não era bom nisso. Não pude ir na sua casa por conta de Atena, Annabeth não atenda minhas ligações, então ficava difícil, oque era bem irônico, já que a loira dissera que nunca iria ser nada fácil para mim em relação ela.

Sem falar que Thalia não conseguia me dar um tempo. Ela era boa de cama e sabia como me deixar feliz, se é que me entende, mas ela não colocava na cabeça que eu não queria nada sério. Ela inexplicavelmente já tinha ficado furiosa por eu ter levado Annabeth na festa, se ela soubesse que eu me sentia na obrigação de ver como ela estava...

Realmente as mulheres são confusas.

Ainda mais depois de eu ter sido expulso da casa de Annabeth de forma inexplicavelmente abaladora. Eu, após uma semana, consegui me livrar de Thalia e ter tempo suficiente para invadir o quarto de Annabeth e bater um papo, quem saber perguntar oque achara da festa e sobre aquele cara que ela havia ficado. Ainda estava indignado com a rejeição, algo que eu não estava acostumado. Ela parecia fazer tudo de proposito, como se aquilo fizesse parte da jogada da conquista. A conversa foi se dirigindo a certo ponto até que já estávamos discutindo, e ela acabou falando mais do que aparentemente deveria. A forma que ela havia falado que seu ex namorado morrera, o tal de Luke, foi visivelmente desequilibrada, oque me fez pensar que ela tinha vários problemas que não conseguia lidar sozinha. Mas isso não importava tão pouco, tinha também meus problemas e conseguia lidar muito bem com eles. Por que mulheres aumentam tudo?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Minha mãe havia morrido de câncer e nada foi pior do que a ver morrer lentamente, com um sorriso de dor todas as manhãs, aos meus treze anos de idade. Pior ainda foi descobrir que meu pai traiu minha mãe três vezes nessa época e que tinha um filho três anos mais velho que eu. Dois meses depois a minha mãe faleceu e eu vi as falsas lágrimas de meu pai em seu enterro. Não só de meu pai, assim como de gente que nem gostava dela, que nunca tinha ido a visitar quando estava doente. Aquilo me deixou com uma profunda raiva, uma raiva incurável que se estende nesses quatro anos. Claro que meu pai aprontara nesse tempo. Havia arranjado uma namorada que não durara muito e chamara meu meio-irmão desconhecido e a mãe para morarem conosco; felizmente tal coisa não durou mais que dois meses.

O ponto auge de minha mudança foi a morte de um dos meus amigos chegados, quando eu tinha quinze anos, ele tinha a mesma idade que eu e morreu atropelado por um caminhão. Não adianta, ninguém poderia mesmo entender o motivo pelo qual eu agia assim, não sem passar pela a mesma coisa. Eu fazia oque eu queria, pois a vida era curta demais para ter que se preocupar com tantos problemas, nada garantia que eu estaria vivo no dia seguinte.

Eu apenas sei como deixar a vida mais divertida.

Ou pelo menos tento.