Me despeço dos agentes com um pedido de desculpas, mas não consigo evitar ter um pouco de raiva deles. Nenhum deles fez nada para impedir isso, e antes eu era idolatrada até, por todos eles! Rainha da mentira, membro dos vingadores... Eu não conseguiria mais prestígio, e hoje percebo que nenhum deles tinha mais que um pouco de admiração forçada.
Clint coloca o braço ao redor dos meus ombros para me conduzir ao carro, e a última pessoa que vejo é Steve. Nossos olhares se encontram, e eu sinto meu coração disparar. Desvio rapidamente, triste e envergonhada.
Acho que CLint percebeu a situação, porque ele diminui a distância entre nossos corpos, praticamente me encoxando em público. Eu o censuro, e ele ri. Entro no carro e bato a porta com força.
A clínica é ainda pior do que eu pensava. Não parece um hospital, mas sim uma casa abandonada e medieval. Um dia muito distante deste, a pintura já foi azul clara, o telhado já teve menos folhas e a varanda já foi menos empoeirada.
— Uau, que paraíso ein? — Barton ironiza.
Sem muita vontade, eu entro na casa. O estranho é que parece estar vazia. De repente, quando me viro, vejo que há um homem de casaco preto parado ao pé da escada. Eu repreendo um grito.
— Você deve ser a famosa Viúva Negra. — eu assinto. — Seu quarto é por aqui.
— Pode me dizer como funcionará esse tratamento?
— Precisarei fazer alguns testes com você pela manhã, que podem durar alguns dias... Depois verei se você está pronta para a cirurgia de extração do dispositivo, e então aguardaremos resultados.
Eu assinto novamente. Não gosto da ideia da cirurgia, mas o resto me parece razoável.
— O senhor pode ficar com ela, será o acompanhante?
— Sim, senhor.
O quarto está empoeirado, as cortinas são de veludo e pesadas, a cama parece suja e gasta, mas eu digo a mim mesma que será por pouco tempo. Não me sinto desconfortável tendo que dividir a cama com Clint, afinal, temos intimidade, mas as coisas não acontecem tão bem.
Logo que me deito ele coloca uma mão na minha cintura, e a desliza por baixo da minha blusa até meus seios, e depois se aproxima, me encoxando e beijando meu pescoço.
— Clint, pare!
— O que houve com você ein?!
— Só não quero fazer isso!
— Eu estava enganado. O Capitão mudou mais em você do que eu pensava. Você nunca hesitou em dormir comigo, Tasha...
— Eu... É que... — não acho a resposta certa. Realmente, eu e Clint já fizemos amor muitas vezes, e eu nunca hesitei. Mas eu gostava de Steve. Por outro lado, quem estava ali era Clint, não Steve; Steve me largou, Clint ficou. — Tem razão. Não tenho problema com isso, desde que não seja nada sério.
Ao ouvir essas palavras, Clint me jogou na cama e deitou por cima de mim, me beijando, e pedindo passagem com a língua. Acabei aceitando. Ele já está excitado, e começa a descer sua mão por todo meu corpo, parando na minha intimidade e tirando minha calcinha.
O resto, bem, aconteceu. Foi bom, mesmo que eu ainda quisesse ter esse momento com outra certa pessoa....
Tire essa ideia da cabeça! Eu me repreendo. Ele não vai voltar, e você deve seguir em frente como sempre fez.
...
Fico nervosa para os exames, mesmo que o médico tenha garantido que seriam tranquilos. Clint ficou na cama, então meu único apoio é a mim mesma.
— Está pronta, senhorita?
— Estou. — minto.
— Pode se deitar.
Eu me deito tensa na cama cheia de fios, que logo são presos no meu corpo. Eles estão ligados a uma máquina antiquada, e o velho pressiona a alavanca. Eu sinto um choque percorrer minha espinha, mas depois, tudo fica mais tranquilo.

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Pov Steve
Agora que Natasha se foi a mansão parece ainda mais intimidadora e desconfortável. Pelo menos as piadas de Tony cessaram. Mas eu não fico tão feliz com isso, porque se até Tony Stark calou a boca, o assunto é sério.
Ele sabe o que houve com ela e sabe que é minha culpa. Ele com certeza prefere Natasha a mim, e deve estar contando os dias para eu me mandar.
Pepper, que é a mais gentil, nunca está disponível. Anda sempre com um telefone no ouvido e fazendo anotações. Estamos todos ajudando na reconstrução da S.H.I.E.L.D, e ela fica com grande parte desse trabalho.
Alguns dias tenho que ir a conferências e reuniões, e sempre imagino que Natasha estará lá, em seu uniforme preto e justo, com a cara amarrada e os braços cruzados, mas ela nunca está.
Hoje nós fomos levados a uma outra base, menos conhecida e bem menor. Eles me contam que é aqui que Bucky está se recuperando.
— E como está progredindo?
— Não muito bem. Setenta anos não podem ser apagados com facilidade.
— Tem razão.
— Acho que seria bom se você o visitasse, um rosto amigo pode ajudá-lo a se lembrar.
Eu fico tenso com a sugestão. Das últimas vezes que nos vimos, não foi como amigo que ele me viu. Mas eu concordo, porque quero o melhor para ele. Um agente alto me acompanha até uma sala vasta, porém há somente Bucky lá.
— Pode ir, ele está bem preso. — como um animal, eu penso.
Dou passos curtos afim de encurtar o tempo, mas logo estou cara a cara com ele. Ele está suando e está pálido, mas está lá, e não tenta me matar.
— Quem é você? Mais um médico?
— Não. Sou eu, Bucky, não se lembra? Steve. Steve Rogers.
— Steve Rogers... — ele repete, na tentativa falha de se lembrar. — Desculpe, não lembro. Talvez um dia. Você é algum parente? Claro que não. Todos morreram.
— Sou um amigo, um velho amigo.
— Você não devia estar morto então?
— Bem... É uma longa história.
— Gostaria de lembrar... — ele sussurra. — Olhe, sinto muito.
— Não é problema. Quando se lembrar, quero ser o primeiro a saber.
— Está bem.
— Hum... Se lembra da Natasha Romanoff?
— O nome me é familiar... Como ela é?
Pego uma foto de Natasha no bolso, nem sei porque guardo isso, mas ao olhá-la, sinto uma pontada terrível no peito. Ela era linda, mesmo não estando sorrindo, e sim muito séria, com uma mecha de cabelo caindo de lado no rosto.
— Não me lembro... Mas ela é linda. Sua namorada?
— Si-não. — me corrijo. — Não mais.
— Deve ter sido duro perder uma garota assim.
— E como. — eu sorrio. É bom conversar com ele assim, sem medo de morrer. Mas dura pouco.
— Capitão, hora de ir. — uma voz me chama do fundo. É uma voz feminina.
Chego a porta e encontro a agente Hand. Nunca a tinha visto pessoalmente, mas ouvi boastos que estava morta. Decido não comentar, mas meu olhar entrega tudo.
— Deve estar se perguntando como não estou morta. Já me perguntaram isso várias vezes.
— Não quero ser grosseiro.
— Também não entendo, mas Ward só atirou na minha perna. Consegui rastejar até fora da geladeira e depois fazer contato com os outros. Foi difícil, mas eu consegui.
— Eu... Sinto muito. — eu sabia que Ward era do time de Coulson, mas descobriram que ele era HIDRA.
— Tem uma pessoa te procurando. Me acompanhe por favor.
Eu a sigo pelos corredores estreitos até um escritório vazio. Mas então olho mais atentamente, e das sombras, surge uma figura conhecida.
— Temos assuntos a tratar.
— Fury.
— Onde está ela?
— Não sei do que está falando.
— Romanoff. Onde ela está?! — Nick parece zangado. Victoria suspira atrás de mim.
— Coulson a enviou a uma clínica.
— Droga!
— Por que está tão bravo? — eu sabia que Natasha era uma de suas agentes favoritas, mas não imaginei que criticaria a decisão de Coulson, afinal, ele mesmo o nomeou diretor.
— Não existe clínica nenhuma!
— O quê?!
— Senhor Fury, devo contatar o agente Coulson? — Hand pergunta.
— Ele já foi avisado, está a localizando.
— Por que ele mandaria sua melhor agente para uma clínica que não existe?
— Ele foi enganado. Todos nós fomos.
— Então, se ela não está em uma clínica... Onde ela está?

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Pov Natasha
Estou ficando tonta, pensei que os exames durariam pouco, mas parece que já foram uma hora. Clint não desceu, o que é estranho, porque ele prometeu me acompanhar.
Agora só há fios ligados nas minhas veias, puxando meu sangue. Pensei que fosse para uma amostra, mas há sangue demais sendo sugado.
— Não é o suficiente? — gaguejo. Minha voz soa mais fraca do que eu pensei que estava. — Você está tentando me matar?!
— Fique quieta, Romanoff, você perdeu.
— O que?! Do que está falando? Me largue!
Junto minhas forças para me debater, e consigo arrebentar os fios nas minhas veias, e meu sangue jorrou para todos os lados. O velho não pareceu se importar, começou a esfregar um pano branco no sangue nas paredes, de modo tão tranquilo que parecia um psicopata.
Procurei pelas saídas, e acabei tropeçando em algo. Não. Alguém.
— Clint! — me debruço sobre o corpo dele e checo seu pulso. Está vivo, pelo menos. — Vai ficar tudo bem, vou tirar a gente daqui.
Ouço a porta se abrir e me preparo para uma fuga imediata. Mas vários homens armados entram e cercam a mim e a Clint.
— O que está havendo aqui?! — eu questiono. Não acho que isso seja uma clínica.
— Precisamos do seu sangue. Estamos construindo um exército. Não seria fácil pegar o Capitão América, e você é o experimento mais próximo do super soldado depois dele.
Agora, a questão é: por que Coulson me mandaria para uma armadilha?
Será que ele não queria me demitir e decidiu mandar me matar?! Não. Coulson era meu amigo.
Não tenho escolha senão deixar os homens me algemarem, e começar a traçar um plano imediatamente.