Unapologetic

Positive


Hana puxa assunto com Donald durante o jantar.

– Será que nós não poderíamos ficar em Frömming? - ela questiona. - Eu gostaria de ficar mais tempo perto da minha irmã. Nós vivemos tanto tempo sob o mesmo teto, mas sempre estávamos longe uma da outra. Ela em reuniões, eu viajando pelo mundo.

– Talvez por um tempo. Meus negócios vão de vento em popa e não há nada a se fazer em Ahnmach. Direi ao meu pai que estamos em lua-de-mel.

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Ela sorri, agradecida, e o beija. Ela precisava de alguns meses para fazer sua irmã e Francis se acertarem, então poderia ir embora.

Depois do jantar, enquanto as pessoas se serviam de doces, Hana viu Katerina sozinha na enorme sacada, apoiada com os cotovelos, como no dia anterior no Pequeno Salão.

– O que está acontecendo? - Hana pergunta.

– Me desculpe, Han, mas eu não estou bem. O cheiro da comida me dá repulsa e eu já coloquei tudo para fora duas vezes hoje.

– Talvez seja algo que você tenha comido - ela sugere. - Você fez uns provadores comerem primeiro.

A rainha e o rei de todos os países tem que ter no mínimo dois provadores, pessoas contratadas para provarem da sua comida e do seu vinho antes das autoridades comerem. Caso algo aconteça, acontecerá com pessoas simples e não com pessoas importantes.

Para Katerina, isso era a maior prova de que o seu país era muito desigual socialmente, mas como era uma lei implantada pelo seu avô, Caine Archiberz, ela não podia fazer muita coisa, porque lá no fundo ela sabia que é assim que as coisas deveriam ser.

– Sim. Três deles, mas todos estão bem.

– Isso é estranho.

– Então, o que você faz aqui fora no dia do seu casamento? - a irmã mais velha pergunta.

– Precisamos conversar - ela puxa a irmã pela mão até uma pequena saleta ali perto, onde havia um sofá para elas se sentarem. - Kate, eu sei que você pode não concordar, mas precisa me ouvir até o fim.

– Tudo bem - ela concorda, sem saber o que está por vir.

– Eu fui falar com Francis ontem.

Katerina poderia ter tido várias reações. Ela poderia ter levantado, berrado um o quê? bem exagerado, poderia dizer que a irmã havia a traído ou poderia até lhe dar um tapa na cara, Hana esperava qualquer uma dessas reações. O que ela não esperava era a irmã respirar fundo e simplesmente ficar em silêncio, a encarando. O olhar leve e calmo, como se ela tivesse revelado que tinha comprado um esmalte novo.

– Eu fui pedir para ele ir embora, mas eu mudei de ideia.

– E por quê?

– Porque eu vi que ele a ama mais do que qualquer homem algum dia poderia amar uma mulher - Hana diz. - Ele me convenceu de que faria de tudo por você, inclusive enfrentar Joffrey. No começo era tudo um plano, mas ele se apaixonou e você também, Kate.

– Não era você que me disse que eu deveria ficar com o meu marido?

– Pensando no seu país, sim - Hana fala. - Kate, eu sei que uma rainha tem que ser uma pessoa abnegada e pensar primeiramente no melhor para o seu povo, mas você não pode deixar de pensar na sua felicidade. Você vai ser infeliz o resto da sua vida para ficar com um homem que não ama só para manter um acordo de paz? Todos os países tem suas desavenças, mas nós nunca estivemos em guerra com Ahnmach.

Kate não diz nada e Hana se sente mal.

– Deveríamos ter feito o acordo com Altulle.

– Você não entende... - a ruiva mais velha fala com a voz tão baixa quanto um sussurro. - Eu amei Fabrizio, o guarda-costas. Tudo o que eu sinto por Francis, o herdeiro do trono de Altulle, é asco.

– Fabrizio faz parte de Francis. Fabrizio vive dentro dele. É uma parte não revelada para o mundo, apenas para você. Ele sofreu tanto pela morte da mãe, Kate, e ele só queria vingá-la. Nós sabemos que a lista de assassinatos de Joffrey é longa.

– Sim - ela diz. - Ele me contou.

– E ele te contou também que Joffrey a matou na frente de Jean-Pierre e dele?

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Isso faz o coração dela ficar em chamas. Katerina sabia que o pai havia sido assassinado na frente da mãe, mas imagina que seja mais doloroso ainda mais para um primogênito ver a sua matriarca morrer. Ela não consegue nem imaginar a dor que sentiria se visse o seu pai morrer como ela costumava ver em pesadelos.

Ela fica com pena, mas Francis não precisa da sua pena. Ele precisa do seu apoio político e isso ela não iria lhe conceder.

– Eu tenho um compromisso com o meu marido e com o meu país. Eu não vou quebrar o meu voto.

Hana pega as mãos da irmã.

– Pense em si mesma, Kate. Pense apenas em você uma vez na vida.

+++

Quando Erik vê Katerina, ele corre abraçá-la. A ideia de que Fleur poderia fazer algo contra ela o assustava. Antes disso, ele pediu para os guarda-costas reforçarem a segurança da rainha.

– Hum, o que aconteceu?

– Vai dar tudo certo - ele lhe beija a testa. - Nada de ruim vai nos acontecer.

Katerina não entendeu, mas aceitou o abraço de marido. De repente, ela sentiu uma vontade imensa de chorar e as lágrimas saíram instantaneamente.

– Por que você está chorando? - o marido pergunta.

– Eu não sei - ela admite e volta a abraçá-lo. - Só fique aqui, ok? Não deixa sozinha.

– Nunca - ele beija o topo da cabeça da esposa. Erik pede a um dos seguranças para trazer os doces deles na mesa e rapidamente o seu pedido foi atendido. - Você está com fome?

Ela tenta colocar um doce de coloração vermelha na boca, mas logo sente o enjoo inundá-la desde a sua barriga até a sua garganta em questão de segundos. Ela corre para o banheiro para vomitar mais uma vez. Ela pega a escova de dentes e o pequeno creme dental que decidiu carregar consigo desde que sentiu a sua barriga incomodá-la. Katerina escova os dentes duas vezes antes de pensar em sair do banheiro.

Ao voltar para o Grande Salão, ela vê Francis sentado na mesa de seu pai com seus irmãos e o Primeiro Conselheiro de Altulle. A questão é que ele estava de Francis, não de Fabrizio: cabelos loiros e olhos azuis. Ele ainda é bonito, mas para Katerina é tão estranho vê-lo assim. O homem que ela amou um dia...

O homem que ela ainda ama.

Alguém toca o seu ombro. Michael. Ai. Meu. Deus.

Ela havia se esquecido completamente do que descobriu ontem. Quando os lábios dele tocam o seu rosto, ela sente uma sensação totalmente diferente e se retrai. Michael parece não perceber.

– Soube que você tinha passado mal.

– Estou melhor agora.

Ela tenta encurtar a conversa e quando Mike a deixa ir embora, ela procura pela sua mãe.

– Você tem que contar a ele - ela diz. - Caso contrário, eu conto.

Antes que Harriet possa responder, Katerina se retira e avisa a Erik que vai para o quarto. Ele a pede para ficar para a valsa e ela cede.

Quando as pessoas começam a se juntar aos noivos na valsa, Erik a convida para dançar. Katerina aceita. As mãos deles se enlaçam e os dedos do loiro tocam uma parte nua das costas da ruiva, fazendo-a tremer.

– Talvez um dia nós conseguiremos fazer esse casamento dar certo - ela diz, olhando no fundo dos olhos dele.

– Já estamos conseguindo - Erik fala com um sorriso.

+++

Hana entrega uma caixa para Katerina.

– O que é isso?

Então ela lê e começa a rir.

– Você está maluca, Han. Eu não posso...

– Você está tendo enjoos e então você me conta que está atrasada...

– Sim. A minha menstruação é sempre regular, deveria ter vindo logo depois do casamento - Katerina fala. - Mas essas coisas se desregulam com facilidade...

– Vai logo fazer esse teste.

Katerina levanta da cama e caminha até o banheiro, receosa. Depois de fazer os procedimentos, ela esperou cinco minutos até estabilizar. Quando isso acontece, ela volta para o quarto.

– Duas faixas - ela diz para Hana. - O que isso quer dizer?

Hana pega a caixa e começa a ler, então ela deixa a caixa cair.

– Não - Katerina balbucia, certa do que a irmã vai dizer. - Esses testes dão errado, não é mesmo?

– É bom fazermos um exame de sangue - Hana diz, sorrindo. - Positivo.

– Não - ela repete. - Não pode ser. Eu não posso...

– Você está grávida, Kate. Você deveria estar feliz.

Ela olha para a irmã.

– Eu fiquei com Fabrizio na noite anterior do meu casamento, então depois teve a consumação... - ela respira fundo. - A diferença é de um dia. Eu não sei quem é o pai, Han.