Unapologetic

The Right Choice


Os dias passaram rápido demais. Katerina abriu mão de uma parte do seu estoque de Kalxifor, a pomada milagrosa, para Fabrizio. Joffrey havia feito um grande estrago. Mais tarde, na mesma noite, Fabrizio havia cuspido sangue.

O Regente tentou abafar o caso e o assunto não saiu para fora do palácio. Os seguranças e criadas foram silenciadas com dinheiro. Joffrey queria fazer de outro jeito, mas a ruiva insistiu para que ele os silenciasse apenas com dinheiro, afinal eles não tinham culpa da confusão familiar que acontecia naquele local.

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Neste momento Katerina está em uma reunião com Heinz e Erik Le Lëuken, Conselheiros de Ahnmach e Frömming. Gente demais discutindo sobre a sua vida.

– O casamento é amanhã - Heinz falou. - Não podemos nos dar ao luxo de nos preocupar com revoltas daqueles rebeldes malucos. Os rebeldes pertencem a Frömming, Regente, é melhor você resolver isso.

– Eles estão ameaçando o casamento dos nossos sucessores, Heinz. O que não podemos nos dar ao luxo é de ignorar isso.

– Os Apátridas querem atenção - Katerina fala pela milésima vez. - Depois do casamento vou dar a assistência que eles merecem.

– Eles precisam é de uma lição - Heinz insiste. - Ontem houve um ataque em Ahnmach, na capital. Eu não posso permitir isso. Se atacaram o casamento de Michael que é apenas um nobre, o que farão no casamento de dois herdeiros de tamanha grandeza?

Katerina achava exagero da parte dele engrandecer ela e Erik daquela maneira, ainda mais tentar dramatizar tudo. Agora que ela sabe que Joffrey está por trás de tudo não será muito difícil convencê-lo a parar com os ataques. Ele quer ser rei, sim, mas ela apostava que a sede dele por liberdade era maior que a sede de poder.

– Será que podemos encerrar logo? - Katerina perguntou. - Se não vamos chegar em uma conclusão é melhor pararmos de perder o nosso tempo. Eu tenho uma solução, então é melhor vocês confiarem em mim.

– Você é só uma garota - Heinz murmurou. - Ainda não sabe o que é melhor.

– Eu sou obrigado a discordar com você - Katerina fala. - Eu fui preparada para assumir o trono a vida toda. Esse é o meu destino - ela garante. - Eu serei a rainha de todas as rainhas e mesmo você sendo o rei de um país grande como Ahnmach terá que se curvar diante de mim - a ruiva se levanta. - Como futura rainha de Frömming eu declaro essa reunião encerrada.

Todos se movem rapidamente. Katerina aponta para Joffrey, que congela.

– Nós precisamos conversar.

– Tenho um julgamento para ir neste momento - Joffrey fala. - Ficará para mais tarde.

Ela respira fundo e Erik se senta ao lado dela.

– Está tudo certo?

– Não - ela fala -, mas vai ficar depois de amanhã.

Ele sorri de canto e ela vê o furinho no queixo dele se aprofundar ainda mais.

– Não leve em consideração as coisas que o meu pai fala. Ele gosta de bancar a autoridade, mas ele não entende que aqui não é Ahnmach e que você não é qualquer pessoa.

Ela o olha.

– E o que você acha?

– Eu acho que foi incrível a forma como você o enfrentou e impôs a sua autoridade. Você é o tipo de garota que nasceu para reinar.

Katerina não consegue deixar de sorrir. Era tudo o que ela precisava.

– Obrigada.

Ele a puxa para um abraço e isso a surpreende.

– Preciso ser rápido por causa das câmeras - ele sussurra quase inaudivelmente. - Amanhã vai ser estranho depois do casamento, mas relaxa.

– Eu não sou inexperiente, Erik - ela sussurra. - Sei como as coisas funcionam.

Ele sorri de volta para ela.

– É melhor assim - Erik lhe beija a bochecha e se levanta. - Eu prefiro.

+++

– Eu quero que você pare com os ataques - Katerina pede novamente. - É tão difícil entender? Não estrague o meu casamento, é tudo o que eu peço.

– Eu já disse que não tenho nada a ver com os ataques - Joffrey garante. - Eu fiz muitas coisas erradas e eu assumo os meus erros, mas eu nunca tentaria matar você e nem acabar com o casamento de Michael.

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– Então quem é que está por trás disso? - ela questiona com as mãos na cintura.

– Eu quero que o diabo carrega esses rebeldes! - ele grita, erguendo os braços. - Eu sou o Regente, Katerina, não Deus. Eu não sei de tudo.

Ela se aproxima dele e aponta o dedo em seu rosto.

– Eu tenho uma gravação muito comprometedora ao seu respeito e se algo acontecer durante o meu casamento cabeças irão rolar - ela sorri falsamente. - Mesmo que seja verdade o que você diz, é melhor reforçar a segurança, titio.

Joffrey ficou danado da vida. Katerina saiu da sala, triunfante, e seguiu para o seu quarto. Lavou os cabelos demoradamente e desfez os nós sozinha. Dispensou as criadas e disse para elas virem apenas no fim da manhã.

Ela ficou pensando em como as coisas seriam amanhã. O casamento, amar Fabrizio e dizer sim para Erik. Afinal, o moreno viria falar com ela hoje ou amanhã? Ele iria no casamento? Como será que ele reagiria quando soubesse do momento da consumação? Ela não sabia mais o que pensar.

A ruiva achava que havia se passado um bom tempo, afinal o seu teimoso cabelo já estava completamente seco. Ela se olhou no espelho e se viu dentro de uma camisola vermelha curta. O dia estava abafado e ela não sabia porque ainda não havia ligado o ar condicionado. Mesmo assim, Katerina preferiu abrir as janelas e ficou com os cotovelos apoiados na grade da varanda por um tempo. As coisas mudariam muito depois de amanhã. Tudo seria diferente.

Eu serei uma rainha, ela lembra a si mesma. Terei deveres a cumprir com o meu povo.

Só de pensar nas pessoas que ela poderia ajudar as coisas parecem mais animadores. Ela lembra-se de quando era pequena e seu pai dizia que queria fazer de tudo para ajudar o povo mais pobre, mas que nem sempre podia.

– O melhor jeito de se ajudar as pessoas é sendo rei ou rainha - ele sempre dizia. - Eu tenho essa oportunidade e terei tempo suficiente para aproveitá-la.

Pena que ele não teve. Morreu cedo e isso fazia o vazio tomar conta do seu peito. Seu pai não poderia levá-la até o altar.

Ela sente braços a envolvendo em sua cintura e pelo canto do olho vê fiapos de cabelos escuros. Fabrizio.

– É uma bonita noite - ela murmura, olhando para o jardim abaixo da sacada e pela enorme lua cheia no céu escuro.

– Eu não estou aqui pela vista - ele resmunga e a vira para os dois se beijarem.

Fabrizio a puxa para dentro do quarto e fecha a porta da varanda. Os dois ficaram deitados, apenas se olhando, por um tempo. Ela o viu ali, ao lado dela, todo carinhoso, passando os dedos pela sua bochecha, sorrindo para ela. Fabrizio é o homem que qualquer mulher poderia desejar.

Katerina teria a vida toda para ser fiel ao seu marido, não podia deixar essa chance para trás. A chance de ser feliz apenas por uma noite.

– O que vai acontecer amanhã? - ele pergunta. - Você vai mesmo casar com...?

Ela pousa o dedo indicador nos lábios macios dele.

– Eu não quero falar sobre amanhã. Não quero pensar - ela diz. - Eu só quero ficar ao seu lado.

Katerina o beija com mais intensidade desta vez. Quando Fabrizio começa com as safadezas típicas dele, ela não hesita. Ele retira a camisola dela com todo o cuidado do mundo enquanto ela empurra a calça jeans dele o mais longe possível.

– A noite é uma criança - ele murmura enquanto suas mãos passeiam pelo corpo dela. Seus dedos emanam calor e de repente a temperatura parece subir vários graus.

– Por mim essa noite não acabaria nunca - Katerina fala enquanto prende um gemido no fundo do seu ser.

Ela retira a camisa azul marinho de Fabrizio e seus dedos passam por todos os cantos das costas macias dele.

Apesar de toda a excitação, ela não consegue deixar de reparar no sorriso constante nos lábios dele. Fabrizio está radiante e isso é suficiente para qualquer dúvida que ainda poderia existir dentro dela sumir no mesmo instante.

Ao ver o sorriso nos lábios do seu amado, ela sabe que fez a escolha certa.