Unapologetic

Forbidden


Duas semanas passam rápido. É o dia do casamento de Michael e faz quatorze dias exatos que ele não fala com ela e nem olha em seus olhos. Joffrey parece querer fazer o mesmo, mas não pode porque os dois participam juntos de reuniões importantes para o país. Ele fala somente o necessário. Katerina não entende isso, afinal o seu depoimento não adiantou de nada. Ela podia ter mentido, defendido a sua tia, mas não. Ela pensou que dizer a verdade fosse o melhor caminho, mas algumas vezes pode não ser suficiente.

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A Polícia Federal foi buscar Branka em seu palácio e a trouxe para Frömming. Petrus teve que ficar em Las Mees, mas já visitou a mãe quatro vezes e em uma delas passou no Palácio Archiberz para conversar com a prima. Eles discutiram sobre Joffrey, mas Katerina fez questão de entregar a vitória para seu primo, afinal não estava com a menor vontade de defender o tio. Talvez porque ela não tivesse mais argumentos.

Enquanto pensamentos rodavam em sua cabeça, as criadas ajeitavam o seu vestido. Ela havia emagrecido desde a última vez que havia o provado. É um vestido azul escuro, quase roxo, que corre até os seus pés e toca o chão, impedindo que vejam seu salto alto preto. O vestido é totalmente fechado atrás, mas na frente o decote é cavado, terminando três ou quatro dedos acima do umbigo. Há também um cinto dourado que destaca o visual. Seus cabelos estão presos em um coque desfiado com alguns cachos soltos. A maquiagem dos lábios e a sombra são claras, da cor da sua pele, tendo apenas os olhos destacados por delineador e cílios postiços.

– A senhorita está deslumbrante, princesa - Fabrizio fala, entrando no quarto. Ela não havia o visto ali.

Katerina havia pedido desculpas a ele pelo mico daquela noite no dia seguinte, mas ele havia dito algo que havia a confortado.

– Todas as pessoas tem que chorar em algum momento do dia - ele sorriu na ocasião.

– Obrigada, Schwanz - ela agradece e dispensa as criadas. - Então, vai no mesmo carro que eu?

– Eu espero - seus olhos param no decote dela. - Sabe como é... Vista privilegiada e tudo o mais.

Ela dá risada e anda até o banheiro para que ele pare de olhar para ela. Isso a incomoda certas vezes. Fabrizio a olha com uma intensidade que ela sente que seu coração pode sair pela sua boca a qualquer momento. Seu olhar a queima.

– Temos que ir. Estamos atrasados.

Ela assente e quando está pronta para sair do quarto, ele segura o braço dela.

– Está faltando uma coisa.

Fabrizio pega uma caixa preta de veludo comprida. Ele a abre e ela vê uma pulseira fina em ouro branco cravejada de diamantes.

– É maravilhosa - ela o olha e sorri.

Como é que você tem dinheiro para isso? Ela quer perguntar, mas não faz isso. Considerando que trabalha para Joffrey, ela não duvida que ele não tenha feito algo ilegal.

Ele pega a pulseira da caixa e a pedra fria toca a pele pálida de Katerina. Ele a gira no pulso dela e sorri, beijando a mão da ruiva.

– Agora podemos ir, princesa.

+++

– Me deixa sair - ela pede.

– Nós precisamos conversar.

Katerina havia ido ao banheiro para o banheiro se olhar no espelho e Michael entrou em seguida, trancando a porta. Ela está pedindo para sair há provavelmente cinco minutos.

– Então fala - ela cruza os braços e senta-se no sofá bege que tem em frente ao enorme espelho. - Eu estou esperando.

Ele se senta ao lado dela e pega suas mãos.

– Eu ainda posso desistir, Kate - ele diz. - Eu quero desistir. Eu só preciso que você diga que vai embora comigo.

Katerina se lembra do que sua irmã, Hana, a disse certa vez no jardim e repete para o primo.

– Mike, não fuja porque alguém fugirá com você. Fuja por você mesmo. Desista desse casamento pela sua felicidade, porque eu não vou com você.

– Você tem certeza disso? Quando eu disser sim não há mais volta.

Ela se levanta.

– Sim, Mike, eu tenho. Eu não posso ir embora.

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– Mas eu não vou aguentar viver ao lado de alguém que eu não amo e eu sei que lá no fundo você ainda gosta de mim como antes, Kate. O que eu preciso fazer para que você se lembre disso? - ele pergunta.

– Não há nada que você possa fazer.

– Com certeza há.

Ele se levanta rapidamente e a pega de surpresa. Michael encaixa as mãos no pescoço dela e a beija, dessa vez mais urgente. É um beijo completamente desesperado, mas agora ela não resiste.

Michael tem razão, algo dentro dela ainda acende quando ele a beija, quando suas mãos estão a tocando. Ela ainda sente algo por ele, mas não pode sentir.

Ele caminha até o sofá e se senta, puxando-a para ele. Katerina não consegue parar. Por quanto tempo ela esperou para que ele a beijasse desse jeito, afinal? Ela sonhava com o dia em que ele a pegaria desse jeito.

As mãos de Michael levantam o vestido azul da ruiva, passando os dedos gelados pelas pernas dela, provocando leves arrepios. Ele começa a beijar o seu pescoço e quando ele a encara profundamente nos olhos já não tem os olhos verdes no mesmo tom e seu cabelo já não é loiro. Sua pele está mais bronzeada e não é mais Michael e sim Fabrizio.

Não, ela pensa. Eu não vou fazer isso em um banheiro.

– Para - ela pede, se levantando. A ruiva balança a cabeça e volta a ver Michael. Ela ajeita sua roupa e se olha no espelho. - Eu não vou embora com você, Mike, e essa conversa está encerrada. Isso tudo fica aqui, ok? Tudo mesmo.

Ele a beija mais uma vez e sorri, mas ela percebe que ele está triste e decepcionado.

– Tudo bem - seus dedos soltam os dela. - É melhor eu ir. Tenho que me casar.