Yui...

Capítulo 8


Enfim era férias. Todos estavam felizes que voltariam para casa. Menos eu. Não tenho casa para ir. Capí me oferecia ficar na Korkovado, mas eu senti que o atrapalhava demais. Então pulava de casa em casa que me oferecesse cama durante a noite e durante o dia girava o Brasil todo.

—Yui, já tem pra onde ir? - chegou Rose com Steph no meu 'canto', uma sala inutilizada no sétimo andar.

—Não e você sabe bem disso. Será que posso ficar sozinha?

—Agora você tem. - disse Steph. Eu nunca tivera uma conversa longa com ela, mesmo tendo todas as aulas juntas.

—O quê?!

—Eu não disse que ia conseguir? Então, a Steph disse que não tem problema você passar as férias com ela.

Eu tinha que confiar mais na minha namorada. Tinha mesmo. Tudo o que prometia ela cumpria e eu ainda não confiava nela.

—Então... Tudo bem pra você? - Steph perguntou, receosa. Talvez minha expressão estivesse horrivelmente pior que o normal.

—Sim... Sim...

—Então levanta logo e vai arrumar a mochila, Yui! - Rose reclamou, me puxando do chão.

—Ta tudo bem mesmo? - perguntou Steph enquanto saíamos pela torre do Parque Lage.

—Ta... Ta sim. - respondi simpática.

Foram pouco mais de 20 minutos até estarmos na casa dela. Steph morava em São Paulo, mas não giramos na sua casa e sim num terreno beeem afastado. Não me atrevi a perguntar, afinal ela já aceitara me aturar pelas férias inteira.

—Pai, chegamos! - ela gritou ao abrir a porta da casa.

A casa por fora era pintada por cores claras, mas por dentro tudo era escuro pois estava sem iluminação, o que fez temer um pouco.

Steph me levou até uma sala clara onde um homem estava sentado num sofá. Ela foi cumprimentá-lo enquanto eu observava a cena.

—Pai, esta é Yui, que lhe falei na carta. Yui, este é meu pai.

—Prazer, senhor. - estendi-lhe a mão, simpática, mas ele não a pegou. -Obrigada por me deixar ficar aqui. -em seus olhos havia um pouco de horror.

—É impressão minha ou seu pai não foi com a minha cara?

—Ele só um pouco fechado. Sabe, não somos de receber visitas... - respondeu-me fechando a porta do quarto.

—E por que não? A casa é grande, não? Poderia chamar toda nossa turma que ainda caberia gente aqui.

—Somos reservados. -respondeu simplesmente.

Como é de se esperar, passei quase toda a férias ali. Sai um pouco mais cedo da casa dela por causa do que acabei ouvindo semanas depois.