Já estou no último gole do meu café, quando um senhor senta-se na banqueta ao meu lado e começa a puxar conversa.

Michael: -Olá você é Patrick Jane, o vidente que ajudava a polícia?

Patrick: -Sou Patrick sim, mas não sou vidente. E você é...

Michael: -Michael, é um prazer conhece-lo senhor Jane.- disse estendendo a mão para me cumprimentar.

Patrick: -Prazer Michael.- falei respondendo ao seu gesto.

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Michael: -Sempre lhe vejo aqui pelo vilarejo sozinho, está aqui de férias também?- questionou ele.

Patrick: -Quem dera me fossem apenas férias. Deixei Sacramento para viver aqui já faz 2 anos.

Michael: -Também sou de Sacramento. Desculpe ser intrometido, mas por que veio para cá?

Patrick: -Precisava deixar o meu passado para trás e seguir em frente, apenas isso.- respondi mas acabei deixando evidente a tristeza em minha voz.

Michael: -Entendo, depois de tudo aquilo que você passou não deve ser fácil.

Patrick: -Não mesmo. Veio de férias sozinho?

Michael: -Estou com minha esposa, ela decidiu ficar no hotel enquanto eu aproveito meu último dia de férias aqui. E você senhor Jane, não é casado?

Patrick: -Não. A única mulher que amei após tudo aquilo que aconteceu com a minha família, jamais soube sobre os meus sentimentos.

Michael: -Mas por que você nunca falou deles para ela? Ela não gostava de você?

Patrick: -Ela sentia algo por mim, era um tanto quanto evidente em seus olhos, ela jamais assumiria isso sem saber o que eu sentia por ela, mas eu tinha medo, medo de me envolver com ela e perde-la, medo de eu não ser a pessoa certa para ela, não queria a ver sofrer por minha causa. E se eu me declarasse e por ser quem eu sou, acabasse colocando tudo a perder?

Michael: -Você nunca saberá a resposta para essa pergunta se não tentar. Já pensou em voltar para Sacramento e procurar por ela?

Patrick: -Penso nisso todos os dias desde que a deixei. Mas não consigo, vai que ela já me esqueceu e seguiu em frente.

Michael: -Se ela te ama, pode apostar que nunca irá te esquecer. Estou voltando para Sacramento hoje a noite, porque não vem comigo e minha esposa?

Patrick: -Não sei se devo..- ele me interrompeu.

Michael: -Vamos Patrick, quando estiver no fim de sua vida e pensar em tudo que deixou de fazer por medo, vai se arrepender e muito por estar partindo sem ao menos ter a chance de ter tentado.

Patrick: -Tudo bem, eu vou. Obrigado Michael, vejo que o senhor é um bom homem.

Assim que estávamos nos despedindo ele me passou o endereço do hotel para que eu pudesse o encontrar hoje a noite para partirmos.

A ansiedade tomou conta de mim e parece que esse dia não teria fim nunca. Minhas coisas, que eram realmente poucas, já estavam prontas em uma pequena e mala velha.

As primeiras estrelas já estavam invadindo o céu, então já me encontrava com a mala em mãos embarcando no avião com o Michael e a esposa Judith, uma senhora sorridente e simpática. Já estávamos decolando a caminho de Sacramento, seria uma viagem e tanta.

Patrick: -Estou voltando Lisbon, espero que esteja bem.- falo para mim mesmo.

~Continua..