Idiot Guy
9 - Uma noite para não se esquecer
Capítulo nove
Uma noite para não se esquecer
“Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.”
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– Essa faz muito bico nas fotos. – reclamou minha amiga.
Estávamos eu, ela e o Patrick de penetra vendo a rede social das candidatas para caso haja um momento em que estivermos em dúvida.
– E a outra só bate foto de baixo, deu até de ver o cérebro de ervilha dela pelo nariz. – debateu o gay.
– Aquilo ali é catarro. – respondi com indiferença.
Ele fez uma cara de nojo e anotou algo na ficha dela, que depois notei ser um – 30 na pontuação.
– Essa aqui serve, até já foi animadora de torcida na outra escola. – declarei.
– Realmente. – disse o garoto.
– Mas é bonita demais. – resmungou a Ally.
– Que foi? Está com inveja querida? – questionou o Pat.
– Sou mais eu. Só que parece ser vulgar também, e não quero uma dessas vadias dando em cima do meu namorado. – confessou.
– Além de invejosa é insegura. Vai matar alguém daqui a pouco se continuar com essa negatividade toda. Não se esqueça que se estressar dá rugas. – continuou ele.
– Se continuar falando assim você será o primeiro a morrer. – rebateu.
TPM, é você?
– Parem de discutir que ainda temos mais 18 para ver! – dei um basta.
E então continuamos, e isso durou até bem tarde. Minha mãe teve de trazer o jantar e colocar mais dois colchões para a dupla. E a hora de dormir foi pior do que antes.
– Eu que quero esse pijama de seda Ally! – esbravejou.
– Você é homem, não tem necessidade de usar alguma veste. – devolveu.
– Mas esse é rosa, e sabe que eu adoro essa cor. – teimou.
– Tudo bem, então eu fico com esse peludo com uma estampa de cachorro. – declarou.
Era do Pikachu!
– Não, esse é meu. Pega esse de urso. – briguei.
– Cansei de brigar. Vamos dormir? – disse depois de se vestir a minha amiga.
E então quando nós nos deitamos o outro se pronunciou. Estava mexendo nas minhas gavetas de lingerie de maneira afoita. Sorte que quando eles vinham eu colocava meus objetos do Pokémon em outro lugar.
– Ellie, que calcinhas grandes são essas? Não acredito que não largou delas quando entrou para a adolescência. Nem minha vó coloca uma dessas. – criticou.
– Estou me prevenindo, e todos sabem que elas são boas para afinar a cintura e não criar barriga. E só uso quando estou em casa. – tentei me explicar.
A verdade é que eu adoro botá-las, em qualquer hora for.
– Então eu perdoo. – declarou ao se posicionar no outro colchão.
Fomos abordados de forma extravagante ao passar pelo portão da escola por uns vinte alunos. Falavam tudo de uma vez e eu tive de pedir para que apenas um comunicasse o ocorrido.
– Você vai na minha festa mês que vem? – declarou a Pamela.
Daquela vaca que tentou me arruinar com aquela matéria no seu jornal de quinta? Não sei não. Acho que deveria pensar muito para isso, a menos que quisesse tentar mostrar que não tinha ligado para aquilo.
– Claro, não perderia por nada. – tentei ser simpática.
– Então pega o convite. – deu-me.
Quando olhei vi que só tinham quatro.
– Tem mais umas pessoas conosco. – gritei.
– Quem? – quis saber.
– O Vincent. E o amigo dele também. – respondi.
– Só tenho para o Mitchell e vocês três.
Essa presunçosa não quer convidar o outro integrante do grupo?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Sem o James nós não vamos! – exclamei.
– Não tem problema. – sussurrou.
Então entregou-me mais dois e foi saiu com rapidez pelo pátio. Desfilando sua bunda pequena, pensando que estava arrasando com esse ato.
– A gente não queria ir. – pronunciou-se o namorado da minha amiga.
E a primeira coisa que me veio a mente ao vê-lo foi a cena de ontem. Ele rindo com a Tina, fazendo cosquinha e parecendo muito intimo dela. Como se estivesse traindo a Alisson. E fiquei muito constrangida ao me lembrar do beijo que dei em seu machucado.
– Mas vai. Seria péssimo para mim se eu chegasse sem acompanhante. – rebateu.
Provavelmente querendo se exibir para os outros. E foi neste momento que percebi que o Patrick não estava conosco, apenas aquele amigo do loiro.
– Oi. – em um tom baixo e tímido.
Acho que vai ser agradável conversar com ele.
– Olá.
– Você é muito gostosa sabia? – perguntou.
Retiro o que disse.
– Tenho que pegar um livro que emprestei. – dei uma desculpa.
– Mas você nem...
Nem ouvi sua resposta e corri para a porta que dava para as salas, e ao passar por uma parte do corredor ouvi umas risadas. E ao chegar mais perto notei que era nada menos que Ben e o meu amigo gay.
– Pelo jeito estão se entendendo. – intervi.
E então sorri por vê-los sem brigar.
– Mas se ele me querer eu pego. – comentou ao dar uma piscadela.
– Você prometeu que não ia mais insistir. – devolveu.
– É porque é tão lindo e meigo que não resisto. – continuou.
– Ele tem razão. – concordei.
Percebi que neste instante ficou mais vermelho e nervoso.
– Obrigado. – sussurrou.
– Vai no aniversário da redatora? – mudei de assunto.
Voltou ao normal com essa pergunta.
– Sim, até porque somos colegas. – confirmou.
– Que bom, então te vejo lá. – declarei.
Sei que é uma idiotice terminar uma conversa assim ao saber que o veria mais vezes no colégio, porém queria deixar os dois sozinhos.
– Eu sou um idiota! – ouvi o garoto gritar.
Dei uma risada e fui esperar o sinal bater na sala.
☼
Festa da Pamela
– O que acha desse vestido? – quis saber Jane.
Era uma das nossas escolhidas para entrar no grupo das animadoras. Bem a que a Ally não tinha gostado. Todavia aquela que batia foto de baixo, para a nossa sorte, nem sabia dançar direito.
– Lindo! – respondi enquanto lixava as unhas.
– Não é muito curto não? – alfinetou a minha amiga.
– Usamos pior nos jogos. – devolveu.
E então ficaram se olhando até eu intervir ao mostrar um look. Tinha pedras e era transparente. Combinava comigo, e achei mais ainda ao coloca-la. Parecia ser feito para mim.
– Divina. – berrou a namorada do Vincent ao me ver.
– Eu sei. – disse ao dar uma rodadinha.
Ia arrasar!
E foi realmente isso o que ocorreu, porque toda a vez que eu dava um passo parecia que mais um par de olho de fitava. Alguns com desejo e outros com inveja.
Mas minha alegria se foi ao ver o Mitchell com a Valentina. Os dois muito perto um do outro enquanto ela tentava se equilibrar. Só que quando vi a sua companheira já estava o arrastando para a pista, deixando a minha vizinha sozinha e deslocada naquele canto.
Já eu não sabia o motivo de ter vindo.
– Esse aqui é quem? – questionou a nossa integrante.
– É o James. – respondi.
Sem nada dizer pegou-o e o arrastou para o centro e o obrigava a se remexer com ela. E então ficou só eu e o Patrick naquela mesa enquanto a maioria dançava antes mesmo da cantoria de parabéns. Sendo que nem a aniversariante tinha chegado.
– Vou lá encontrar um bofe. – gritou de maneira animada.
– Não me deixa... – tentei dizer, mas tinha ido antes mesmo de começar.
Senti alguém me cutucando e me virei, e ao fitar a pessoa que me incomodava notei ser o amigo do loiro. Justo aquele que me chamou de encorpada sem nem perguntar se eu estava bem.
– Qual o seu nome? – questionei sem ser simpática.
– Felix. – respondeu.
Parecia de gato, mas que nada o simbolizava.
– Tenho de ir no banheiro agora, então deixamos para conversar depois. – declarei.
– Espera! – exclamou ao me segurar pelo braço.
– O que foi?
– Não acha que fomos feitos um para o outro? Se o meu melhor amigo está com a sua, nada mais justo do que nós namorarmos também. É o nosso destino. – declarou ao se aproximar.
Só que falta.
– O que pensa que vai fazer? – dei um berro.
– Te beijar. – respondeu na cara-de-pau.
– Mas eu não quero. – rebati.
– Se eu te dar esse livro você fica comigo?
– Óbvio que não. Nem gosto. – menti.
– Mas você disse ontem que ia pegar um que tinha emprestado.
– Era o de literatura. Agora eu vou indo. – finalizei.
Pensei que tudo ia ficar bem agora que tinha dispensado um encosto, porém ao ver minha amiga chorando na parede fiquei desesperada e corri em sua direção.
– O que houve? – questionei ao abraça-la.
Apontou para um local e vi que o Mitchell e a Valentina estavam dançando de maneira colada. Já o dito cujo sorria de forma simples enquanto se olhavam. Como se fossem o mais novo casal da cidade.
Idiota, ordinário, cafajeste.
– Não vai pegá-lo? Ele é seu namorado, não dela. – briguei.
– Foi minha culpa. Um ex meu apareceu e nos beijamos, só que o Vince viu e terminou comigo. Agora estão lá se agarrando e não posso fazer nada. – choramingou.
Então peguei-a pela mão e a levei até lá a porta, justo no momento em que a Pamela chegou. E ainda com aquela cara de falta que me dava vontade de soca-la até que desfizesse esse sorriso amarelo.
– Já vão? – fingiu tristeza.
Nem respondi e a deixei lá plantada ao entrar no primeiro táxi que parou na frente do lugar.
– A rouba namorado era a Tina e não você. Deveria ter prestado mais atenção. – começou.
– Mas foi você que deu motivo para que ele se separasse de ti. – revidei.
A choradeira continuou até que chegássemos em casa, tanto que eu tive de ligar para a minha mãe e avisar que ficaria com a Alisson. Até porque parecia que ia morrer a qualquer instante por mais um namoro fracassado.
– Eu sou uma burra não é? Porque me deixei levar por aqueles olhos azuis e cabelo castanho e o seu pedido para voltar? E agora não tenho ninguém. – em um muxoxo.
– Qual era o ex?
– O Jordan. – respondeu.
– Aquele que ficou contigo quando tinha 11 anos?
– Não, esse era o Jason. O Jordan era quando tinha 10. – disse.
– Esqueci que você teve mais relacionamentos que bonecas. - comentei ao rir.
Ficou mais nervosa ainda.
– Vou lá na cozinha pegar algo. – declarou.
Vasculhei o seu guarda-roupa e peguei o pijama que colocava sempre. E enquanto olhava o celular uma mensagem chegou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!“Amiga, olha que bofe lindo que eu encontrei.” – Patrick.
E então mandou-me uma foto do Ben com roupa casual. E realmente estava muito belo, mas ainda assim continuava fofo. Com aqueles óculos que o deixava ainda mais sexy.
“Quando essa obsessão vai acabar?” – Ellie.
A resposta veio rapidamente.
“Nunca. Já que não dá bola para ele eu dou.” – Patrick.
Simplesmente dei de ombros e fui olhar o que a Alisson estava fazendo, já que estava há um tempo procurando algo para comer. E ao chegar lá notei que estava estirada no chão enquanto sangue saia de algumas partes de seu corpo. Como pulso e coxa.
Havia se cortado de novo. E, infelizmente, quebrado nossa promessa.
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