Once in the eternity

Capítulo 1


A lua brilhava no céu, como todas as noites. O vento balançava a copa das árvores e, praticamente, dançava com elas, em uma linda melodia sem notas. A noite era fria, porém, aconchegante para aqueles que andavam agasalhados com seus cônjuges.

Jack estava sentado sobre um telhado qualquer, com as pernas dobradas, e observava a lua. Ainda não entendia as razões de seu amigo, o Homem da Lua, ter lhe escolhido para ser guardião. Jack, apesar de brincalhão, travesso e semeador do caos, se tornou um rapaz maduro em seus momentos de solidão, no qual buscava respostas para todas as suas perguntas; perguntas essas que ficaram sem respostas por mais de trezentos anos, e que ainda haviam de ser respondidas.

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Ele olhava para a lua, como quem queria saber mais. Tentava encontrar no brilho da lua algo que faltava em si. Mas por quê isso? Por que ele estava mergulhando em dúvidas e questionamentos? Já não era guardião? Já não tinha aceitado seu destino, e até tinha feito amigos que acreditaram em sua existência? Então... Por quê? Por quanto tempo isso duraria, até que ele voltasse à solidão?

Ele balançava a cabeça tentando espantar as perguntas que vinham de encontro à sua mente, tentava acordar desse mar de perguntas que o engolia e mau lhe dava fôlego. Mas era difícil, era difícil aceitar que da noite para o dia ele era importante, era um guardião, e que haviam pessoas que contavam com ele.

Ele pôs a mão sobre o cajado, ainda um pouco cabisbaixo, quando que, por reflexo, ele viu a aurora boreal se formar no céu. No mesmo instante ele soube que aquilo era um chamado dos guardiões para si. Levantou-se e gritou:

- Vento! Leva-me para o polo! – e assim o vento fez, jogando Jack em uma forte corrente, que o levava ao polo.

❄❆❄

Elsa andava de um lado para o outro, resolvendo todos os assuntos do reino. A jovem rainha era realmente ocupada e quase não tinha tempo para diversõa.

Ela colocou a mão sobre o pescoço, como se quisesse aliviar uma dor, e logo voltou a preencher mais papéis e ler documentos sobre acordos e tratados comerciais. Como ela gostaria de ter a vida de Anna, sua irmã mais nova, que passava o dia todo apenas se divertindo com os aldeões, passeando e brincando na neve com Kristoff e Olaf.

Elsa se sentia angustiada com tanto sendo cobrado dela, mal acabara de volta ao reino, e todos já exigiam dela como loucos! Precisava de um tempo a sós, precisava se sentir “livre” de toda aquela papelada e de ser rainha.

A loira pegou sua capa, para que os guardas não a reconhecessem, e partiu em direção a seu refúgio congelado, seu resplandecente palácio de gelo. O único lugar onde ela podia relaxar sem Anna, Olaf e suas obrigações. Não que Anna fosse um fardo, mas sim o fato dela ficar chamando-a para sair, convidando-a para “brincar na neve”. Amava demais sua irmã, mas Anna deveria se dar conta de que Elsa era rainha, e que por conta disso ela tinha muitos deveres a fazer, e ficar convidando-a para brincar na neve era tentador demais para ela.

❄❆❄

- Jack! Finalmente você chegou. – uma linda moça, com o corpo coberto de penas coloridas e olhos brilhantes dirigiu a palavra ao garoto de cabelos brancos e pele alva que adentrava o recinto.

- O que houve? É o Pitch novamente? – o espírito do inverno já tomava uma postura mais séria.

- Jack, achamos um reino! – um homem grande de cabelos brancos e com olhos grandes e azuis respondia ao garoto. – Achamos um lugar onde talvez seja o esconderijo de Pitch.

- Com certeza esse lugar tem alguma coisa errada. – um enorme coelho dizia agora, impaciente como sempre, apenas jogando palavras ao vento.

- Não sabemos se isso é obra do Pitch ou não... E se não for? Talvez nós só tivéssemos sido um pouco desleixados. – Tooth tentava tranquilizar todos, e logo recebeu uma resposta do coelho impaciente. Logo toda aquela conversa virou uma discussão, todos estavam claramente nervosos e um tanto tensos em relação ao “lugar descoberto”. Jack aparentemente era o único que estava por fora do assunto, e logo toda aquela discussão começou a lhe encher a paciência, e ele logo bateu seu cajado com força no chão, causando um impacto e uma forte ventania que fez com que todos olhassem para ele.

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- Hey, dá para vocês me falarem o que está acontecendo? – Jack fez uma expressão um tanto nervosa para seus companheiros.

-Jack, nós descobrimos um lugar novo, esse lugar era aparentemente coberto por magia, e por isso não víamos que havia pessoas lá. É essa parte do globo que não tem luzes, está vendo? – disse North, apontando para o globo. – No começo ela me incomodou, mas com o passar dos séculos, eu pensei que esse lugar não era habitado, mas na verdade é.

- Uma forte magia protegeu esse lugar por muitos séculos, ela impedia que nós tivéssemos qualquer contato com esta terra, mas aparentemente alguma coisa ou alguém quebrou essa magia, e só agora sabemos de lá. – Tooth explicou ao Frost.

- É por isso que achamos que isso é obra de Pitch. Esse lugar apareceu pouco tempo depois que ele foi derrotado, e sua magia ficou fraca. O Pitch cobriu esse lugar de magia, e o fez ficar invisível a nossos olhos, por isso precisamos ir lá, precisamos descobrir quem é o aliado do Pitch no reino. – North andava de um lado para outro enquanto explicava toda a situação. – Achamos que ele desfez a barreira para nos atrair.

- Alguém aliado ao Pitch? Será que ele vai tentar alguma coisa? Wow wow, espera aí, se o cara desfez a barreira para nos atrair, por quê vamos lá? – o garoto estava confuso, e correto em partes.

- Para derrotá-lo antes que ele esteja forte o bastante para trazer o Pitch de volta. – disse Bunny.

Todos estavam de acordo com o plano de atacar o inimigo. Jack estava com um pé atrás na situação, mas acabou por não dizer nada e deixou as coisas como estavam. E o Sandman, bom... Ele dormiu a reunião toda, e disse um sim sonolento quando lhe foi explicado toda a situação.

Logo, todos os guardiões entraram no trenó de North, que saiu a todo vapor em direção ao céu, e voou em direção ao misterioso reino.

❄❆❄

Todos estavam em silêncio, a neve vinha junto ao vento tocando o rosto de todos no trenó. Jack estava estranhamente quieto, não havia tirado piadinhas com Bunny e nem tinha conversado com sua amiga Tooth. Todos estranhavam essa atitude vinda de Frost. Toothiana até tentou puxar assunto com ele algumas vezes, mas ele apenas respondeu o básico. Talvez ele estivesse passando por algo, que não queria contar a eles. Mas na verdade, Jack só estava entediado, um pouco pensativo talvez, mas grande parte do seu silêncio era porque ele se sentia estranho com aquela missão; algo dentro dele dizia para que ele se jogasse do trenó e voasse para longe, mas ele é Jack Frost, e não deu muita atenção ao que a voz dentro de si dizia.

De longe puderam avistar um castelo, e Jack foi o primeiro a se levantar quando viu que aquela magnífica construção era feita totalmente de gelo. Todos estavam surpresos, Jack logo soltou um “wow” e sorriu com a perfeição daquele lugar, se jogando do trenó e indo em direção ao lugar, ignorando totalmente as vozes de seus colegas, que gritavam para que ele voltasse.

Seu sorriso se encheu de alegria, e ele voou mais rápido para chegar logo ao local, e contemplar sua beleza.

Jack entrou pela porta e pousou no chão, contemplando toda a obra feita ali. Era ainda mais incrível por dentro. Ele estava feliz como uma criança que ganha doces, o sorriso largo em seu rosto era a prova disso. Ele olhava cada detalhe tão distraído que nem notou a presença de outra pessoa no grande salão.

- Quem é você?

Quando Jack virou-se para ver de quem era a voz, se deparou com uma linda garota de cabelos loiros, tão claros que eram quase brancos, olhos azuis, boca vermelha e pele tão pálida quanto a sua. Ela usava um vestido azul brilhante, decorado com pedras que pareciam ser flocos de neve e pequenos cristais de gelo. Ela observava o garoto Frost de cima da escada, com um misto de curiosidade e nervosismo.

- Você pode me ver...?

❄❆❄