The woman next door

A tempestade começa


– Me desculpe, não era minha intenção - Era Mary Margareth, quando Regina olhou para ela acabou cerrando os olhos, aquela pele que já era extremamente branca de natureza parecia estar mais branca ainda, e sua barriga estava cada vez maior, estava grávida de apenas um filho, mas as vezes parecia que carregava os sete anões em seu útero

– Da próxima vez olhe melhor por onde anda - Regina sabia que o esbarrão havia sido sua culpa, porém não estava nem um pouco interessada em pedir desculpas

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu realmente sinto muito, mas agora se me der licença eu - Regina não esperou que ela terminasse a frase e começou a falar por cima

– Você não deveria estar na escola ensinando alguma coisa para os meus filhos? - Fez uma pequena pausa - E claro, para as outras crianças?

– Hoje eu tenho que resolver alguns problemas pessoais, mas a Belle ficou como substituta em meu lugar, tenho certeza que ela dará conta do recado, as crianças são bem comportadas e - Novamente Regina começou a falar antes que Mary terminasse a sua frase, fazendo-a virar os olhos de raiva

– Falando em problemas pessoais, acho que você deve saber sobre os meus novos vizinhos, certo?

– Novos vizinhos? - Perguntou Mary fazendo uma cara de desentendida por alguns segundos, como quem tentava ligar os pontos em seu cérebro - Ah, sim, claro, minha irmã e o noivo dela, havia me esquecido por alguns instantes que você morava na casa da frente, sabe, ainda não tive tempo de ir visitá-la-la mas pretendo fazer isso hoje de - E mais uma vez Regina interrompeu a fala da mulher, que dessa vez suspirou forte

– Ok, ok, não me importo com suas visitinhas familiares, só espero que ela e aquele namorado de lápis de olho não me tragam nenhum problema

– Pelo contrário, acho que eles vieram para resolver alguns - Mary sorriu, e quando viu a cara de quem não havia entendido nada que Regina fez logo começou a se explicar - Robin não te avisou? Emma vai ajuda-lo na delegacia, ela fazia alguns trabalhos investigativos em Nova York, e eu precisava da ajuda dela, já que em alguns meses meu filho vai nascer, então falei com o seu marido e ele logo aceitou contrata-la - Pela primeira vez Mary conseguiu finalizar sua frase e deu um pequeno sorriso de satisfação

– Trabalhar na delegacia? Robin não me disse nada sobre isso, e nós mal temos casos para cuidar aqui em Storybrooke - Mary apenas balançou a cabeça e sorriu com o canto da boca - Mas ok, eu conversarei com meu marido assim que chegar em casa. E quanto ao namorado dela? Qual vai ser o emprego dele? Só não me diga que ele vai trabalhar na prefeitura e ninguém se deu ao trabalho de me avisar

– Não, Killian tem uma banda chamada The Pirates

– Uma banda? Sério? E como eles pretendem ensaiar? Todo fim de semana vou abrir a janela do meu quarto e dar de cara com meia dúzia de homens vestindo roupa de couro e usando lápis de olho? - Regina estava ficando estressada, a veia de sua testa já estava bem aparente, e ela não parava de bater os pés no chão, fazendo pequenos estalos com a ponta de seu sapato de salto

– Não sei bem, acho que vão ensaiar pela internet, skype ou coisa do tipo, não me interesso muito sobre esse assunto eu nunca - E novamente foi interrompida

– E eu muito menos, agora se me da licença eu tenho que resolver os problemas dessa cidade, aparentemente estou perdendo o respeito como prefeita, mas este ainda é meu emprego - Então Regina saiu, sem esperar Mary se despedir, apenas a deixou lá parada.

~~~~-~~~~

Estava sendo uma longa tarde de serviço para Regina, a cidade podia ser pequena mas o trabalho sempre era grande. Eram muitos papéis, muitas coisas a serem assinadas, muitos documentos para serem lidos. Mas apesar de tudo, Regina gostava de ser a prefeita, e, principalmente, gostava do respeito que essa profissão a dava. Mas mesmo quando a pessoa gosta do que faz uma pausa é necessária, a morena passou os olhos pelo relógio que ficava em sua sala e resolveu que deveria ir almoçar; pegou seu sobretudo e foi em direção ao Granny's.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Quando Regina abriu a porta do estabelecimento um vento gelado entrou e todos olharam em sua direção, quando viram que era a prefeita algumas pessoas sorriram e balançaram a cabeça, outras, apenas desviaram o olhar. Realmente, aquela profissão já havia sido mais respeitada. A morena escolheu um lugar perto da janela, e ficou olhando aqueles pequenos flocos de neve caírem, ficou refletindo em sua vida, em sua família. Apesar dos apesares ela se considerava uma pessoa feliz, principalmente quando o assunto era seus filhos, ai sim, ela se considerava a pessoa mais feliz do mundo, cada vez que ouvia o pequeno Roland ou Henry a chamando de ''mãe'' seu coração se esquentava novamente; quanto a Robin, bem, ele era um bom marido, era companheiro e sempre foi um bom pai, porém o relacionamento intímo já havia esfriado a muito tempo, e só ela sabia o quanto sentia falta dos momentos quentes que viveu com o marido, de quando eles eram mais jovens e praticamente tocavam os céus entre quatro paredes. Ficou perdida em seus pensamentos, achava o frio uma coisa extremamente nostálgica, a fazia lembrar de pequenas coisas de sua vida, e as vezes ela tinha uma pequena sensação de ter vivido outras coisas das quais não se lembrava, ou talvez seria apenas a grande vontade que ela tinha de viver coisas novas.

– Srta. Mills? Oi? A senhora está passando mal? - Perguntou Ruby, enquanto passava a mão na frente do rosto de Regina, como se tentasse tirar ela do transe. A morena ficou alguns segundos de boca aberta mas logo se recompôs e franziu a testa

– Por que? Você virou médica agora? - Deu uma pequena pausa - Agora uma mulher não pode ficar pensativa por alguns instantes? - Ruby suspirou, como se tivesse se arrependido de ter perguntando alguma coisa para aquela mulher

– Ok, me desculpe vossa excelência. Não sou médica, mas sou a garçonete, você veio comer ou ocupar a mesa pra ficar pensando na sua vida - Regina se espantou com a resposta que Ruby havia lhe dado, algumas pessoas ao redor olharam na direção das duas, a morena ficou sem reação, poucas pessoas naquela cidade tinham coragem de desafia-la a garçonete estava com um sorriso irônico no rosto, por alguns instantes estava sentindo o gostinho da vitória, até que a porta se abriu novamente, era Robin, Regina deu um sorriso de canto

– Sim, agora eu vou pedir, já que meu acompanhante chegou - Ruby abaixou a cabeça, e então Regina deu um largo sorriso, ela não esperava por Robin mas resolveu se aproveitar da situação

– Tem alguma coisa acontecendo aqui, mocinhas? - Perguntou Robin com a maior cara de desconfiado, enquanto se sentava na frente de Regina

– Não, nada, só estava me preparando pra fazer meu pedido, certo, Ruby? - Ela apenas concordou com a cabeça e colocou a caneta em cima do papel, pronta para escrever

Depois que os pedidos foram feitos Regina e Robin se calaram, ficaram apenas olhando pela janela, as vezes alguém soltava um suspiro, como se quisesse começar a falar alguma coisa, até que Regina lembrou da conversa que havia tido com Mary mais cedo

– Robin, você poderia me dizer que história é essa de nossa cidade ter uma nova ajudante na delegacia? - Perguntou, olhando profundamente nos olhos do seu marido

– Ah, sim...a Emma, esqueci de te contar - Respondeu dando um pequeno sorriso e fechando levemente os olhos

– Como assim, você ''esqueceu de me contar?'' - Regina fez o sinal das aspas no ar, como uma forma de ironizar o que Hood havia dito - Eu sou a prefeita da cidade e você simplesmente esquece de me contar que uma pessoa nova vai começar a trabalhar na única delegacia? - Deu uma pequena pausa - Ou melhor, eu sou sua esposa, uma nova mulher vai começar a trabalhar junto com você, e nem passou pela sua cabeça que eu poderia gostar de saber sobre isso? - Regina estava com uma expressão extremamente séria, não sabia se era ciúmes ou se estava se sentindo traída por seu marido não lhe atualizar sobre sua vida profissional

– Regina, não precisa de tudo isso - Antes que ele terminasse de falar a morena o interrompeu

– Não precisava? Robin, isso não é pouca coisa - E então Ruby se aproximou da mesa e os dois se calaram, deram um suspiro e se encostaram na cadeira. A garçonete deixou os pratos na mesa e saiu rebolando, o que chamou a atenção de Hood, que acompanhou cada movimento que ela fazia, deixando Regina enfurecida -E agora isso? Você acompanhando o rebolado dessa garçonetezinha vulgar de mechas vermelhas no cabelo? Você deve estar de palhaçada com minha cara né?

– Regina, para com isso - Robin disse de forma firme, deu uma pequena pausa e continuou - O que está acontecendo? Você está com os hormônios muito alterados, está acontecendo alguma coisa que você não quer me contar?

– Não Robin, não está - Puxou o fôlego - E acho que aqui não é hora nem lugar para termos uma conversa desse tipo, acho que deveríamos comer e depois falar disso

– Ok, tudo bem - Robin suspirou e deu a primeira garfada em sua comida

O almoço seguiu sem mais nenhuma frase dita pelos dois, o silêncio era agoniante, eles mal se olhavam. Regina terminou de comer primeiro, se despediu rapidamente foi direto para a prefeitura.