Vocaloid - Um tempo no... Brasil?

Conhecendo o Brasil


Shion Kaito*

Estamos no avião. Faz duas horas que estamos aqui. Já é de noite, nove horas no oriente. Para onde vamos, são nove da manhã. Eu sou
Kaito, Shion Kaito. Eu sou um dos vocaloids, tenho vinte anos e tenho cabelo azul... não é estranho no Japão, mas estou com receio sobre o que
isso vai dar no Brasil. Estou ao lado de Hatsune Miku. Ela está dormindo, com a cabeça encostada em meu ombro. E na janela, do meu lado
esquerdo, está Megurine Luka. Miku e Luka são muito amigas, tipo, muito amigas mesmo. Miku tem dezesseis anos e cabelo azul, mais claro que
o meu. E Luka tem a minha idade e cabelo rosa. As duas tem cabelo muito longo.

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Meiko*

Eu sou Meiko. Tenho vinte anos e sou ruiva. Ao contrário das outras garotas, eu não tenho um cabelo gigante. Estou sentada ao lado dos
Kagamine. Esses gêmeos assustam. Eu ouvi eles dizendo que iriam trocar de roupas e fingir ser o outro. Os dois são idênticos. São loiros, tem
cabelo no ombro, com o mesmo corte. Tem o mesmo tamanho e o mesmo rosto. Eles tem quatorze anos.

Eu e Kaito somos os unicos que estão acordados. Na verdade, Neru também está acordada, lá do Japão, enviando milhares de
mensagens. Ela vai nos acompanhar pelo celular. Mas aqui, somos os únicos acordados. Embora a situação não esteja boa, já que ele está rodeado
de duas garotas que já tiveram algo com ele... o que eu falo? Quer saber? Preciso dormir... é isso que vou fazer.

No Brasil*

_Dez da manhã e você está me acordando? _eu disse, para minha mãe.

_Temos que comprar seu fichário, esqueceu?

_Verdade... já estou indo... mais duas horas por favor...

_Filha...

Levantei e fui procurar um fichário legal. Todos cheios de frufru, rosa, lacinhos e flores. Não é o meu tipo. Mas quando eu vi um fichário,
todo azul, da Hatsune Miku, quase derrubei uma senhora para correr até ele.

_Desculpe-me. _fiz uma referência oriental para a velhinha que me olhou estranho e peguei meu fichário.

Não pude acreditar...

_Cem reais! _minha mãe pegou o fichário.

_Dá para acreditar? Um fichário tão bonito custar tão barato? _eu peguei de volta. _Quero esse.

_Tudo bem, então. _ela foi pagar.

No avião*

_São três da manhã... _eu disse para mim mesmo, olhando no relógio.

_Errado... são três da tarde. _disse Miku, acordando.

_Hai... nossos relógios já estão ajustados. Arrume o céu, baka! _disse Luka com cara de sono, me dando um tapa na cabeça, de leve.

_Então... já chegamos? _perguntei.

_Hai, veja! _disse Luka apontando para a janela.

*E apartir de agora, Miku-san narra*

São cinco da tarde aqui no Brasil. Já terminamos de arrumar nossas coisas. Estou com um pouco de sono ainda, no Japão seria cinco da
manhã e eu só acordo às oito da manhã para tomar café e acordar o restante.

_Cinco da tarde? Eu vou dormir. _disse Meiko, voltando para o quarto com um bocejo.

_Que tal, você dorme agora até de manhã? Assim já estará acordada e disperta. _eu disse.

_Boa ideia. Kaito, você vem comigo, você também estava acordado até agora. _ela puxou o Kaito e os dois foram cada um para seu
quarto.

_Ah Miku... estamos no Brasil, vamos conhecer! _disse Rin entrando na sala.

_Hai! Quer dizer, sim! Vamos. _me levantei e chamei Len também.

Fomos, cada um para seu quarto, nos trocar. Eu usava uma regata preta por baixo de uma blusa branca com manga até o cotovelo.
Estava com uma saia macacão jeans e uma leg até os joelhos, roxa. Usava um colar de coração e uma pulseira amarela (presente de Rin). Tinha
amarrado meu cabelo em duas tranças.

Rin e Len foram parecidos. Os dois usavam camisetas brancas, Rin por baixo de um vestido fofo e Len por baixo de um casaco. Rin usava
seu laço na cabeça de sempre e os dois estavam com fones de ouvido. Rin tinha colocado uma pulseira preta em cada braço e um relógio amarelo
(presente de aniversário de Len). E também usava um colar amarelo. Estava muito calor.

Pegamos as bicicletas, a minha azul e a dos dois amarela. Len e Rin foram na mesma bicicleta, Len pedalando. Eles só tinham uma para
dividir e não pareciam se importar com isso. Estamos no Estado de São Paulo, numa pequena cidade chamada Paulínia. Decidimos ir para o
centro, conhecer as lojas brasileiras. No caminho do centro, encontramos uma praça chamado Zeca Malavazzi. Decidimos entrar para conhecer,
adoro praças!

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_Aqui é bonito. _disse Rin, descendo da bicicleta.

_As pessoas estão fazendo piqueniques! _eu disse apontando para elas. Parei de apontar assim que elas começaram a me encarar.

Uma garota de cabelo azul no Brasil não parece ser normal. Do outro lado tinha um parque e na frente uma lagoa. Tinha pedalinhos, ah
como eu queria andar naquilo.

_Olhe lá! _apontei para os pedalinhos. _Se não precisar pagar, vamos?

_Tudo bem, Miku. _disse Len. _Eu trouxe um pouco de dinheiro... é... reais?

_Então vamos. _arrastou-nos Rin.

Nós fomos no pedalinho em formato de cisne todos juntos. O Len ficava no meio, enquanto eu e Rin pedalávamos. Eu estava na direção
e fiquei rodando para todos os lados. Foi divertido.

Saímos do Zeca Malavazzi e fomos para uma sorveteria perto, Frutos do Cerrado. Nós mesmos montavamos nossos sorvetes de massa.
Os picolés eram de frutas variadas. Eu peguei de massa e os gêmeos de palito. Depois fomos conhecer nossa escola.

Luka, Kaito e Meiko não precisam de estudos. Eu e os Kagamines vamos estudar em uma escola tanto fundamental, tanto médio. É a
Escola Estadual Porphyrio da Paz General. Os intervalos são separados, fundamental e médio. Rin e Len vão estudar a oitava série e eu o segundo
ano. Os mais velhos irão trabalhar para sustentar a casa. A gente foi ver a escola. Não parecia tão bonita. Ela estava tão detonada. "Os alunos não
limpam essa escola direito, não?" pensei. Mas... estamos no Brasil, não são os alunos que limpam e sim outras pessoas que são contratadas só
para limpar a bagunça que os alunos fizeram. Que injusto! Esse é o Brasil...

*Megan*

Voltamos para a casa depois de ir fazer a compra dos materiais. Também almoçamos fora. São dezoito horas. Seis, para ser mais precisa.
Eu tenho quinze anos e não consegui passar em nenhum Ensino Médio bom, então fui parar no Porphyrio. Dizem que essa escola é horrível. Tudo
bem, eu saí de uma escola pior ainda. A partir de amanhã estarei no Ensino Médio. Estou até com um frio na barriga.

*Miku*

O despertador de cinco horas me acordou meia hora atrasada. Eu estava morrendo de sono. Levantei e fui acordar os outros. A escola
não dizia para usar uniforme. Que escola não tem uniforme?

Me arrumei. Estava calor e eu tentei pegar o estilo das garotas brasileiras que eu vi na rua. Prendi meu cabelo em maria-chiquinha com
um laço preto. Coloquei uma camiseta enorme e uma saia escolar. Coloquei um tênis azul e estava pronta. Era assim que elas se vestiam?

Fui acordar a Rin e ela já estava pronta. Prendeu um pouco do cabelo e o resto deixou solto. Pintou as unhas de rosa para combinar com
as presilhas. Usou uma blusa branca listrada e um colete preto por cima. Colocou uma gravata vermelha. Estava com um short curto preto e uma
bota pequena da mesma cor.

Len estava com o cabelo preso como sempre. Estava com o fone de ouvido preto, um casaco azul por cima de uma blusa branca que
estava por cima de uma regata amarela. Uma calça jeans com um sinto amarelo e um all star preto.

Fui no quarto da Luka e avisei que estávamos saindo. Ela se ofereceu para dar carona e aceitamos.

Fomos para a cozinha e vimos Kaito tomando algo. Ele tinha pego as presilhas de Rin para prender os fios que o incomodavam. Ele
olhou assustado para gente e depois voltou calmamente a beber o que estava na caneca.

_Ohayoo... _ele terminou de beber e se virou para gente. _Digo, bom dia.

_Bom dia, Kaito. _dissemos, animadas, eu e Rin em uníssono.

_Bom dia... _disseram, com voz de sono, Luka e Len, quase em uníssono.

_Então, já que está acordado e arrumado... _Luka deu uma risadinha olhando para seu pijama super curto. _...poderia levá-los?

_Sem problemas. _ele se levantou e colocou sua caneca na lava-louças.

Entramos em seu carro azul escuro, quase preto e fomos em direção à escola. Eu na frente e os irmãos atrás, cada um com sua mochila,
cada um com seu nervosismo e ansiedade, cada um com um frio na barriga.

Chegamos na frente da escola e descemos do carro. Todo mundo observou, um carro escuro com janelas escuras, com ar de mistério.
Na verdade o único mistério por trás das janelas foscas, era um homem de vinte anos com cabelos azuis e uma presilha vermelha. Ele desejou boa
aula e foi embora.

Todo mundo nos observavam. Alguns cochichavam. Eu já não entendia bem o português do Brasil e eles cochichavam? Como eu iria
entender? Decidi ignorar. Uma garota chegou logo atrás da gente com um fichário... dos vocaloids?!

_Miku, Miku. _me chamava Rin, baixo. _Olha aquela garota com um fichário nosso! _ela gritou em japonês, o que chamou mais atenção
ainda.

_Vamos apenas entrar. _cochichei em japonês.

Entramos e a garota foi logo atrás, suspeitando de algo. Quando ficamos sozinhos, ela veio falar com a gente.

_Cosplay? _ela perguntou, apontando para o meu cabelo.

_Cosplay? _Len repetiu a pergunta confuso.

_Sim! Cosplay dos Vocaloids? Também sou super fã. _ela sorriu. _Mas não teria coragem de vir para a escola com uma peruca deles.

_Peruca? _Rin ficou com raiva. _Está dizendo que o que usamos é peruca?

_Ah, não é? _ela se sentiu culpada. _Sou Megan.

Eu não sabia o que fazer. Dizer que sou Hatsune Miku não iria cair bem.

_Sou Kagamine... quer dizer, Rin Kagamine. _Rin sorriu e ergueu a mão, formalmente.

_Erh... ta... _Megan estranhou.

_Sou Len Kagamine. Sim, somos gêmeos. _Len fez o mesmo que Rin.

Ela olhou para mim, com uma cara suspeita.

_E você é quem? Hatsune Miku? _ela riu.

_Por que ri desse jeito? E não diga alto, por favor! Ninguém pode nos reconhecer. _eu disse.

_São... vocês mesmo? Vocês existem? _ela estranhou.

_Por que não? _Rin perguntou. _Nós desenhamos os vocaloids, nós criamos eles de acordo com nossa aparência. Nós criamos as
músicas e nos shows, como temos muita vergonha, a gente coloca uma tela e projeta uma imagem nossa como um holograma, enquanto ao
mesmo tempo estamos dançando em uma sala fechada.

Ela olhou para mim e para Len que confirmamos com a cabeça.

_Ah, não tô acreditando! _ela deu pulinhos alegres.

_Tô? _perguntei.

_Sim... tô, estou... vocês são muito formais. _ela riu. _Vou ensinar algumas gírias para vocês. Só que eu não sei japonês, então vou dizer
o significado em português mesmo, ok?

_Ok! _dissemos em uníssono.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.