Inconscientemente

Família Von Strucker


Meu coração congelou. Ele prendia Skye na cela onde estava o corpo de Ward e meu sangue subiu à cabeça. “Monstros” pensava. “Prenderam-na junto com o corpo dele.” Skye estava arrasada. Coulson e os outros nem mesmo sabiam da situação toda e eu estava começando a deixar o desespero tomar conta de mim. “Por favor, não” repetia mentalmente enquanto seguia até o laboratório. “Seja forte, Melinda. Você precisa manter o foco e lutar.

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O laboratório ficava numa espécie de porão completamente camuflado e cheio de passagens secretas até ele. Era como se fosse o cérebro daquela instalação. Fui recebida por uma médica que forçava a simpatia e dois enfermeiros que não se empenharam em fazer o mesmo, junto com um homem estranho que parecia ter nascido no começo do século passado. O velho tinha a pele alva e ressequida, no entanto parecia ter vitalidade o suficiente para comandar todo aquele escritório do mal.

Adentrei devagar, observando e estudando cada milímetro daquele compartimento, avaliando o que eu poderia usar ao meu favor. Para a minha sorte, o laboratório estava em reforma, havia armas espalhadas em todos os lugares. Desde um clipe de papel até uma serra elétrica. Só precisaria de uma distração para conseguir derrubar todos eles.

– Olá, agente Melinda May.

A médica tentou parecer simpática, o que só me deu mais vontade de acertar um superkick nela. Olhei em sua direção com o meu pior olhar e ela simplesmente ignorou minha falta de cordialidade.

– Vamos iniciar hoje a segunda etapa de testes.

– O que você injetou no Ward? – fui direta.

– Ah, aquilo – ela deu um sorriso, dando alguns passos na minha direção – estávamos esperando resultados melhores...

– Por que não abre o jogo, simplesmente? Odeio quando se fazem de inocentes! – explodi. – Diga logo do que se trata e se prepare pra arcar com as consequências!

– Uau – ela olhou para mim dos pés à cabeça, me avaliando. – Bem que você disse, Brock. Ela é a Cavalaria.

Antes que ela pudesse segurar meu braço, prendi as algemas em uma das máquinas de serrar, libertando minhas mãos.

– Ah – suspirei, sorrindo triunfante – Bem melhor assim.

Usei dois canos de aço que estavam jogados pelo chão para acertar os dois capangas que estavam segurando Skye há alguns minutos atrás, acertando-os na cabeça.

– E você ganha uma dose extra. – acertei um dos canos no estômago do idiota que chutou Skye.

– Peguem-na! – a doutora gritou, enquanto corria para se esconder.

Surgiram mais cinco deles, mas não foram rápidos o bastante para escaparem dos golpes. Atirei os canos em dois deles e tomei suas armas, acertando os outros três com uma Taurus.

– Nada mal para alguém que tomou dois tiros hoje.

O barão e a médica apareceram ao meu lado e eu apontei as pistolas para os dois.

– Oh, não... Você não pode disparar – o mais velho falava com um sotaque alemão.

– Por que não? – perguntei, pronta pra atirar.

– Se nos matar, a sua enteada vai ser devorada por um lobo faminto.

– Lobo? – franzi a testa. – Agora estão dando a carne das pessoas aos animais?

– Não, minha querida. – ele aproximou-se de mim. – O seu amigo na cela...

– Ward está morto. Eu vi com meus próprios olhos.

– Tem certeza?

Ele e a doutora lacraram as portas. Estava muito óbvio que os outros capangas eram dispensáveis. Mas eles estavam acima disso. A doutora tinha uma cara de psicopata e os cabelos loiros enrolados num coque mal feito que deixava algumas mechas soltas sobre o rosto.

– O seu amigo apenas está dormindo o sono da morte.

– O que dá no mesmo pra mim. – respondi, sem desgrudar os dedos do gatilho.

– Mudará de ideia quando ele despertar.

– Eu não sou de acreditar em zumbis.

Estava cheia daquela conversa. Se não fosse pelo medo de que eles descontassem na Skye, já teria uma bala na cabeça dos dois.

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– O que Ward tem em seu corpo, é nada mais nada menos do que um vírus. O meu vírus.

– E o que faz esse vírus?

– Mata. Rápido e cruelmente.

– O que reforça a ideia de que Ward está morto. – insisti na ideia.

– Nós acreditamos que o seu amigo possua uma resistência ao vírus. Se ele acordar em até 24h nós confirmaremos isso.

– E depois?

– E depois ele será o meu sucessor.

– O quê?

– Ah, desculpe minha falta de educação... Esqueci-me de apresentar-nos adequadamente, agente May – ele estendeu a mão, esperando que eu soltasse a pistola para apertá-la – Eu sou o Barão Wolfgang von Strucker e essa é minha filha mais nova, a doutora Kristen Thompson von Strucker.

– E isso deveria significar alguma coisa pra mim?

– Isso depende.

– De?

– Você conhece os pais do Ward?

– Não!! Grant!! Pare!! Socorro!!

A voz de Skye chegou fraca e abafada percorrendo os corredores de ar, que tinham como destino o laboratório. Ward tinha acordado. E ela não estava muito feliz com isso.

– Rápido! Precisamos chegar até ela! – gritei, abaixando a pistola.

– Está acontecendo, Kris! Finalmente ele voltou para nós! Vamos!

Subi os lances de escada e os Strucker vinham devagar atrás de mim. Se Ward tocasse em um fio de cabelo dela sequer, eu com certeza não responderia por mim. Cheguei ao corredor das celas e vi um rastro de sangue para fora da cela dela.

– Não, Ward... Seu... – resmunguei enquanto corria para seguir o rastro.

– May! – ela estava pálida, escondida no canto da parede. – Graças a Deus!

– Skye! – revirei os olhos, aliviada. – Pensei que Ward tinha...

– Ele fugiu! Ele... Ele acordou, de repente... Es... es-tava sangrando muito pelo nariz e ele... Tentou me atacar, não sei... Estava fora de controle... Como ele...?

– Acalme-se. – a abracei, ainda com o coração acelerado. – O barão e a doutora foram procura-lo e eu limpei o laboratório. Venha, você precisa me ajudar com uma coisa.

– Mas o... seu ombro está...

– Eu sei, é com isso mesmo que quero que você me ajude. Está com aquele dispositivo que eu lhe entreguei quando você deixou o bus?

– Eu disse que não sairia do bolso da minha jaqueta. – ela respondeu, tirando o radio minúsculo.

– Muito bem. Tem uma fonte de energia extra no laboratório. Se você conectar isso a um dos computadores, poderemos falar com Coulson e os outros. Okay?

– Okay. – ela assentiu com a cabeça e seguimos pelo corredor. – Mas antes vamos fazer alguns curativos em você.

– E depois...

– Contactar a equipe.