Os Jogos da Fome - Interativa

Colheita do distrito 10


Boris era um rapaz muito calado, residente no distrito 10, o terceiro distrito mais pobre. Ele era muito inteligente, tinha um sonho de conhecer o distrito 3 e poder criar o seu próprio videogame. Boris não tinha pai e apenas uma amiga.

Seu pai Alex tinha sido arrancado de casa quando o seu pequeno filho tinha apenas 9 anos. Alex tinha sido transformado em Avox pelo simples facto de ele ser um pacificador e ter deixado uma menininha ter roubado leite.

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Dês de então Boris deixou de falar. Ele só falava com Faith, sua única amiga que conheceu na escola. Faith também era muito calada e tímida. A pobre ménida era excluída de tudo e sofria bullying dos colegas de escola. Boris foi o único que quis ser amigo dela. O que ela não sabia é que Boris tinha uma grande paixão por ela.

Por isso bem cedo como em todos os dias Boris levantou-se da cama, comeu um mingau de repolho como pequeno-almoço e sai correndo até casa da sua amiga. Eles iriam jogar videogame como todos os dias.

– Estás nervoso pelo colheita? – Perguntou Faith para o amigo.

– Um pouco. – Respondeu ele sem tirar os olhos da tela.

– Eu não quero ser escolhida…

– E não vais… - Disse o rapaz deixando o jogo de lado e consolando a amiga que parecia estar triste.

– E se tu fores escolhido? Eu vou ficar sozinha outra vez. – Disse a moça com lagrimas nos olhos tentando não as deixar cair.

– Se eu for escolhido, eu prometo que vou voltar. – Disse o rapaz sorrindo.

– Prometes?

– Prometo.

Faith e Boris continuaram a jogar tentando esquecer o drama da colheita. Quando chegou a hora do almoço, Boris voltou para casa. Vestiu uma camisa velha que estava no armário de pai e umas calças. Ao princípio era grandes mas depois a mãe dele fez umas dobras e uns ajustes e o fato do pai ficou-lhe muito bom. Depois de se vestir, Boris almoçou lentilhas e ovos fritos com uma sopa rala de favas. Depois os dois saíram de casa para se encontrarem com Faith.

– Boa sorte Boris. – Disse a moça quando chegaram ao local onde se iniciaria a colheita.

– Boa sorte Faith. – Ele disse abraçando-a. A moça começou a chorar no seu ombro e este tentou consola-la.

– Eu gosto muito de ti. – Disse ela se afastando e limpando as lagrimas com as palmas das mãos.

– Eu também gosto. – O rapaz queria beija-la na boca mas optou por lhe dar um beijo na testa. Depois disso cada um foi para o seu lado.

Não muito longe dali estava Laura, uma rapariga simpática de divertida. Ela morava com os avôs pois era órfã de pais. Ela tinha nascido quando a sua mãe tinha 16 anos e perdeu os pais quando eles os dois foram selecionados na colheita.

Mas mesmo assim ela se considera sortudo, por ter os seus queridos avôs e os seus melhores amigos, os irmãos Miller. Vanessa tinha 16 anos tal como a Laura e Will tinha 15.

Laura e os amigos já estavam na colheita. Laura tinha um vestido bem fofo que a própria avó levou meses a fazer. Ambas estavam muito nervosas.

– Desejem-me sorte avôs. – Disse a moça forcando um grande sorriso.

– Eu rezei durante noites inteiras para que não fosses escolhida meu amor. – Disse a avós lhe dando um beijo na testa.

– Até já meu amor, tenho a certeza que vai ficar tudo bem. – Disse o avô dando força de moral á sua neta.

Laura e Vanessa despediram-se de Will e foram embora.

No palco estava um homem, bem vestido, de cabelo escuro e olhos claros. O seu nome era Ian Santos. Iria ser o mentor e sorteador dos desgraçados que fossem escolhidos.

– Bem-vindos. – O homem arrastava a voz como que se a sua vontade de estar ali fosse nula. – Hoje será mais uma colheita da 98ª edição dos jogos da fome… já andamos a arrastar isto durante muito tempo. – Disse o homem com um pouco de sarcasmo bem baixo mas o suficiente para todos os presentes ouvirem. – Como sempre, irei mostrar o vídeo que demostra que quem manda em nós é a capital.

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Enquanto o vídeo passava, Boris tentava achar Faith, mas não a conseguia encontrar. Finalmente quando o vídeo acabou Ian dirigiu-se novamente ao microfone.

– Agora que acabou, iremos conhecer os nosso tributos. – Ian foi em direção ao recipiente da esquerda. – E o tributo feminino deste ano é… Laura Jones!

O coração da moça parou naquele mesmo instante, ela sentiu um formigueiro na barrida e uma forte dor no coração. As suas pernas estavam pesadas, como se ela não conseguisse andar. Vanessa chorava ao seu lado segurando a amiga pelo braço. Ian chamou-a novamente e então Laura foi. Sentia as pernas a tremer como se fosse cair a qualquer momento. Aproximou-se de Ian e ficou á sua esquerda observando os seus avós que choravam.

– Agora o tributo masculino. – Disse Ian fazendo o mesmo com o recipiente da direita. - Boris Chestnut.

O rapaz manteve-se forte, calado como sempre. Pode ouvir gritos, tinha a certeza que era a sua melhor amiga. Boris deu passo grande até ao palco, quando lá chegou a cima pode ver que tinha razão, era a sua melhor amiga que ali estava, chorando. Aquilo partiu-lhe o coração. Boris tinha prometido, ele iria voltar para a sua amada, ele amava-a e nado o podia parar.

– Senhoras e senhores, aqui estão os tributos do distrito 10. – Ian olhou para os dois e disse para que se cumprimentassem. Nunca se tinham visto antes.

Laura estava nervosa, ela não queria morrer nos jogos como os pais, ela tinha de voltar para a sua família e para os seus amigos. Os seus pobres avós já tinham perdido o filho, agora perder a neta seria um desgosto para eles. E os amigos, ela não os podia deixar assim. Ambos os tributos teriam de voltar, todos eles queria, mas só um poderia ganhar e voltar para a sua família.