O Beijo do Anjo.
Décimo Primeiro Capítulo.
"Caminhamos em direção ao metrô, mas - no meio do caminho - uma nuvem de fumaça negra e rasteira aparece, revelando mais de quinze demônios Raum.
Estávamos sendo atacados."
POV Clary.
O primeiro avançou, sem nem nos dar tempo de bolar alguma estratégia. Seus braços eram em forma de tentáculos, com ventosas cobertas por dentes afiados e desafiadores. Picam carne humana em menos de cinco segundos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mas não eram muito rápidos, de modo com que nós pudéssemos nos entreolhar e nos confundir.
Nossa sorte era de ali ser uma rua deserta do Brooklyn. Não haveria testemunhas ali.
Jace foi o primeiro a avançar, puxando uma Lâmina serafim do cinto. Ele tinha um raciocínio rápido e mais foco do que nós na arte de matar um demônio perigoso.
– Sanvi.– Gritou, e o pequeno galho de madeira explodiu em fulgor e brilho, transformando-se em uma espada grande. Jace a rodou pelo cabo e partiu para cima do demônio, cortando um de seus braços. Sangue de demônio, negro e empelotado, começou a espirrar. Um pouco daquela substância foi parar no casaco dele, fazendo o mesmo começar a derretes e abrindo um buraco.
Jace sibilou e rosnou, pulando no Demônio e cortando sua cabeça e o tornando pó. O Raum voltou para sua dimensão.
Ele se levantou e tirou o que sobrou do casaco, jogando-o fora. Ele estava com uma camisa preta de meia-manga e apertada por baixo. Por Raziel, por que ele tinha que usar camisas tão apertadas?
Mas mudei o foco para os Demônios, antes de dizer alguma merda envergonhante.
O resto dos demônios vinha em nossa direção, sedentos por sangue. Sedentos por nosso sangue. Agora já não haviam apenas quatorze, tinha o dobro ou mais. Nós não podíamos ficar ali, não com mais e mais demônios vindo.
Alec pegou o arco dobrado dentro do casaco e o montou, deixando-o ereto. Começou a pegar as flechas de não sei de onde e a atirar nas criaturas.
Um por um, os demônios iam sumindo - Pela flecha ser benzida em solo sagrado e blá blá blá. Mas, para um que se ia, dois chegavam.
Uma hora as flechas de Alec pararam de atacar os demônios.
– Merda. As flechas acabaram. - Ele rosnou, enquanto indicava para o lugar que devíamos correr. - Se ficarmos aqui, nós morreremos. Se corrermos, nós podemos nos dividir e lutar com pequenos grupos separadamente.
– Mas somos cinco, Alec. - Falei, apreensiva, seguindo-o por uma das vielas do Brooklyn. - Um vai ter que ficar sozinho.
– E esse alguém sou eu. - Ele falou, puxando Isabelle para que a mesma andasse mais rápido.
– Nem pense nisso, Alec. Você não vai ficar sozinho. - Disse Jace, com uma expressão severa, enquanto caminhava de costas e lançava facas nos demônios que nos seguiam.
– Nada disso. O que te faz pensar que você está no comando?
– Em primeiro lugar... - Jace começou e só fez uma pequena pausa para arremessar uma faca. - Eu sou melhor do que você no combate. - Alec chiou. - E, em segundo, sou seu Parabatai. Nós somos mais fortes juntos.
– Mas você é impulsivo demais.
– Que seja... Eu vou sozinha. - Afirmei, virando a esquina junto deles.
– Ah, não vai mesmo. - Alec e Jace falaram em uníssono e depois se entreolhara, respeitando-se por serem uns machistas protetores.
– E por que não, posso saber? - Perguntei, com raiva. - Por que eu sou uma menina?
– Porque você é minha irmã. - Alec declarou, pegando meu pulso e me fazendo parar no meio do caminho. Os outros três caçadores de sombras também pararam. - E eu não posso deixar você se arriscar.
– O que fazemos já é arriscado. - Falei, puxando meu braço. - Leia o códex, Alec. O dever e a honra vem antes da família. Se você quer ser honrado e cumprir seu dever, deve me colocar em terceiro lugar no nível de prioridade.
– Mas você nunca lutou na vida...
– Alec, os demônios. - Jace interrompeu, ainda lançando suas pequenas facas. Quantas será que ele tinha? Um milhão?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Eu nunca lutei contra demônios. - Rosnei, com seriedade. - Mas eu já lutei contra humanos.
– Não é a mesma coisa... - Ele afirmou, me olhando com uma expressão alterada.
– Alec, os demônios. - Jace falou novamente, enquanto Izzy pegava facas próprias e lançava também.
– Clary, você não vai...
– Ah, que se foda. - Falei, antes de sair correndo por um caminho, sozinha. Os demônios me farejariam e boa parte se separaria do resto do grupo. Eu podia encarar alguns demônios. Eu tinha asas. Eu tinha facas. Eu tinha determinação.
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POV Jace.
Não podia ser muito desatento, ainda mais quando se tem que afastar tantos Raum, mas pude notar Alec perder a cor ao ver Clary correr com toda sua velocidade mundo a fora.
– Jace! - Ele gritou. - Vá atras dela. Você corre mais do que eu.
– Ela vai saber se virar sozinha, Alec. Sua irmã já é crescida.
Alec me ignorou e se virou para Sebastian. Ah, não.
– Sebastian, vá atras dela. Por favor, vá atras dela...
Eu puxei Izzy pela cintura e corri com ela, deixando-a perto do Verlac.
– Deixe que eu vou. - Bufei, admitindo derrota. Eu nunca deixaria um Verlac ir no meu lugar. Nem Ferrando.
Saí correndo na mesma direção que ela, notando a aura dourada que me indicava para onde ela estava indo. Me deparei com a ruiva cercada por mais de dez demônios, com uma lâmina em cada mão, cortando-os.
Ela sabia se virar, eu não tinha dúvidas disso.
Me peguei pulando para onde ela estava, pegando minha própria lâmina e os executando.
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POV Clary.
Me surpreendi ao notar Jace ao meu lado, lutando. Esperava que Alec aceitasse, não que fosse tolo e o mandasse atrás de mim.
– Saia. - Ordenei, rodando a lâmina que estava na minha mão direita. - Você está matando meus demônios, ache alguns para você.
Ele riu, mas não desviou a atenção dos demônios.
– Tsc. Tsc. Que possessiva. - Disse, ainda rindo. - Tem problemas em dividir?
– Todos os possíveis. - Afirmei, usando as duas lâminas em movimento de tesoura e transformando mais um demônio em pó. Aquela poeira cinzenta se espalhou pelo ar, até cair suavemente no chão.
– Pulvis et umbra sumus.– Falamos ao mesmo tempo, perdidos em pensamentos, enquanto lutávamos juntos. Suspirei. - Muito bem, você me convenceu, pode matar meus demônios.
Jace riu suavemente, mas ainda assim não parou de matar.
– Vamos chutar alguns traseiros demoníacos. - Afirmou, com um sorriso endiabrado.
E por assim foi, devastamos a orla, Jace com sua lâmina e facas de vez em quando e eu com minhas duas lâminas-serafim - Invi e Uteeniel.
Mas, quando pensamos que havíamos acabado, um Raum intacto e mais veloz do que os outros veio de trás de um carro velho e pulou em Jace. Jace tinha reflexos bons, mas não conseguiu evitar que uma das ventosas do Demônio perfurasse sua barrida e lhe cravasse um dente no abdome.
Eu peguei minha lâmina e, assustada, cravei nas costas do demônio - que chiou antes de se desfazer.
Larguei a espada e caí sobre os meus joelhos ao lado de Jace. O mesmo tentava parar o sangue que jorrava da ferida profunda no abdome.
– Faça uma iratze em mim, Clary. - Pediu. Eu peguei minha estela e o fiz, mas me lembrei de que feridas demoníacas não podiam ser curadas por marcas angelicais.
O sangue continuava a espichar e o dente enorme ainda estava cravado ali. Puxá-lo só iria fazer sangrar ainda mais.
Ai, Raziel! O que eu podia fazer? Seu rosto já estava ficando pálido e suas roupas ensopadas de sangue.
– Ai meu Anjo, Jace! Aguente firme, eu vou encontrar os outros e...
Ele só sorriu e se levantou, tirando a camisa para prensar a ferida. Eu, corada, desviei o olhar para que ele não pensasse que eu estava obcecada e, vendo os músculos peitorais e o abdome definido...
Foco, Clarissa! Foco!
Foi então que eu me lembrei. Uma vez em que eu ajudei Chase, quando ele brigou contra Castiel. Eu curei Chase com o fogo celestial. Com... Um beijo.
Não era seguro, mas era a melhor opção para ajudar Jace. Ele entenderia, entenderia que eu o beijara não porque quis, mas sim por dever e honra.
Mas eu não queria beijá-lo?
Sim, queria. E seria hipocrisia dizer que não.
Quanto mais rápido eu fizesse aquilo, melhor. Empurraria meus sentimentos para bem longe e faria o que fosse preciso.
Sem me dar mais tempo para pensar, me joguei de encontro a Jace e selei meus lábios aos seus, segurando seu queixo com as duas mãos para poder beijá-lo.
Jace ficou surpreso e inquieto, mas rodeou a sua mão livre pela minha cintura, puxando-me mais para perto.
Separei meus lábios dos dele minimamente.
– Fique quieto. - Pedi, com uma leve irritação, antes de voltar a unir meus lábios com os seus.
Era uma sensação indescritível, enervante. A maciez de seus lábios ágeis era devastadora, tão devastadora que até fechei meus olhos. Já era o suficiente para curá-lo, eu sabia, mas não conseguia parar. Comecei uma briga interna.
Já chega!
Continue!
Ele já está bem!
Mas você ainda quer isso!
Pare já com isso!
Não, não pare! Você quer beijá-lo, aproveite a oportunidade única.
Pare, Clary! Agora!
E então, com tanta seriedade da minha mente, eu me afastei, confusa demais.
A ferida de Jace já estava cicatrizando, o dente expelindo.
Mas havia uma ferida no meu coração.
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