Leiam as notas iniciais. Leiam as notas iniciais.

O mês seguinte passara voando para Hermione. As férias de natal estavam chegando e os exames já tinham passado, então a garota estava completamente entregue aos amigos, que estavam muito próximos, e ao namorado. Mas Draco estava cada vez mais distante, comparado ao mês anterior.

A menina reclamava constantemente, e a desculpa era sempre a mesma: ele estava ocupado.

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– Ocupado com o que?!- exclamou ela, observando o loiro caminhar em direção a seu salão principal. Não houve resposta.

– Ih, levou um cano de novo?

– Nossa, assim você me anima, Gina. Eu não sei o que ele tanto faz!

– Ei, calma! - a ruiva sorriu, solidária. - Você sempre disse para todos nós que tínhamos que confiar no Malfoy, não? Então, você tem que confiar nele!

– Você esta certa.

– Sempre estou.

– Convencida!

– Realista. - corrigiu a amiga, fazendo a morena revirar os olhos. - Vamos lá, estamos quase de férias! Temos 2 dias e aí... Natal! Você vai para a toca esse ano, não vai? - ela alongou a voz, quase cantando a ultima palavra.

– Só depois do ano novo, para voltarmos juntas. Já disse que vou passar o feriado com meus pais. - relembrou, sorrindo. Depois de seis meses, poderia encontrar os pais! E ainda contar de seu namoro, assunto que ela julgou ser sério demais para ser tratado por simples cartas.

– Algo que eu possa fazer para mudares de ideia? - a morena negou. - Ótimo. Pelo menos a Lena vai para lá depois da noite de natal...

– É! - ela olhou no relógio e logo se levantou. - Meio-dia, vamos a Hogsmead! Preciso fazer as compras de natal.

– Eu também. - ela se virou, encontrando os amigos. - Harry, Rony, Neville... Vocês vem?

– Vamos sim, Gi.

Os cinco seguiram até a frente do castelo, onde toparam com Luna, que decidiu os acompanhar alegando ter que comprar um filtro de sonhos.

Por um minuto, Hermione se sentiu no ano anterior, indo para o Ministério com a AD. Era tão bom reviver esses momentos e pensar que, naquele momento, o destino era muito mais pacífico e prazeroso.

– Vou ali comprar o presente da mamãe. - disse Gina, puxando o irmão. - Vamos, Ronald, você vai me ajudar a pagar.

– Tenho que comprar algo para minha avó.

– Eu vou com você!- se voluntariou Luna.- Depois compramos o presente de meu pai!

– Sobramos nós. - Alegou Hermione para Harry, sorrindo. - Onde vai?

– Vou passar o natal na Toca, então somente para a família Weasley. Mas vamos, eu te acompanho para comprar os seus.

– Ok. - Os dois seguiram, conversando sobre métodos úteis que poderiam dar certo para deter Voldmort, sempre sussurrando.

Harry a contou sobre as Horcruxes de modo superficial, fazendo-a ficar bastante preocupada.

– Mas relaxe, estamos conseguindo. Dumbledore vai nos ajudar, Mione.

– Eu espero que consigamos, Harry.

– Nós vamos, certo? - ela meneou a cabeça fazendo que sim e o assunto morreu, sendo substituído pelo: o que dar de natal à Fred e George.

As compras foram relativamente rápidas e logo os amigos já estavam no Três Vassouras, esperando pelo resto. Gina chegou de cara amarrada e Rony logo atrás. Hemione anotou mentalmente para perguntar sobre o ocorrido. Neville e Luna chegaram logo depois, de mãos dadas.

– Aí, que fofos!- exclamou a ruiva, fazendo Luna tirar a mão e Neville cotar violentamente.

– Sua idiota! - ralharam os amigos, rindo um pouco.

– E aí... Como foram as compras?

– Ótimas. - todos concordaram com Luna e tomaram uma cerveja amanteigada antes de voltar à escola.

– Esperem! – gritou Hermione, voltando pela ponte. – Encontro vocês na escola, esqueci de um presente.- todos assentiram e ela seguiu para uma lojinha no final do vilarejo, procurando um presente para seu namorado.

–----

Já era noite e todos foram ao salão principal jantar. Hermione não via Draco desde aquela manhã, quando ele praticamente fugiu dela. Mas não havia mais saída, e o sonserino sabia muito bem disso.

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– Draco! – exclamou a namorada, sorrindo. Ele sorriu de volta, apesar de estar exausto. – Onde passou o dia?

– Tive que livrar Nott de uma detenção. – mentiu ele. Se sentia mal por não poder desabafar, mas não deixou nenhum resquício de culpa aparecer. Quando se vive com Lúcio Malfoy, não é difícil aprender a ser um bom mentiroso. Espantou os pensamentos da cabeça, abrindo um sorriso pequeno e abraçando a namorada. – E você?

– Fui comprar presentes de Natal em Hogsmead com a Gina e o pessoal.- respondeu, animada. – Comprei algo para você...

– O que?

– Você vai saber depois do jantar. Queria te dar no Natal, mas não vamos estar juntos. Eu até pensei que você poderia...

– Não. – ele a cortou, incomodado.

Se queria passar o Natal com ela? Mataria por isso. Mas não podia. Estava fazendo de tudo para que eles sofressem menos, não podia simplesmente ser egoísta e jogar pelos ares os problemas e perigos.

Mas a cara magoada da namorada o fez se sentir a pior pessoa do mundo.

– Desculpa. Não posso, meus pais são muito rígidos em relação a feriados. Sabe que eles não aceitariam, mesmo que eu pedisse. – se explicou e ela assentiu, para seu alivio. – Hoje vai ser nossa noite de natal, pode ser? Também tenho algo para você. – ele beijou sua testa e a garota assentiu, sorrindo feliz. – Você deixa tudo mais difícil... – murmurou, ainda com a boca colada no rosto dela.

– O que?

– Deveríamos jantar. – desviou o assunto, caminhando até a mesa da Sonserina e deixando Hermione para trás, um tanto quanto confusa sobre a mudança repentina de humor de Draco.

“Deve ser stress” concluiu, caminhando para a mesa.

– Se resolveram? – Gina sussurrou e ela só assentiu, feliz. – Que bom, agora vamos comer!

– Vocês! Seus.... – a voz de George ecoou pela mesa, fazendo todos os olharem. Lorena riu e fez um HighFive com Fred. – Você ta me trocando pela Lorena, é, Fred?

– Não, Sr.-Eu-Sou-O-Único. – respondeu Lorena sorrindo e Hermione soube que eles estavam de bem, o que a tranqüilizou. – Nós três estamos juntos nessa, mas é engraçado deixar seu cabelo roxo... – ela gargalhou e passou as mãos pelos antes ruivos fios de George, que bufou.

– É, George! Para de marra! – ele puxou o irmão para um abraço e o garoto logo cedeu as risadas, fazendo toda a mesa sorrir. É, aqueles irmãos fariam falta no ano seguinte.

–--

Draco esperava a namorada em frente a sala comunal da Grifinória, meio impaciente. Segurava um embrulho prateado nas mãos e mexia no cabelo loiro platinado. Definitivamente, não estava pronto para o que viria a seguir.

– Bu! – chegou Hermione por trás, fazendo o garoto soltar uma exclamação. Ela gargalhou. – Não acredito que se assustou com isso.

– Não me assustei! – ele se defendeu, fazendo um bico.

– Não, não... – ela revirou os olhos, dando um selinho nele. – Onde vamos?

– Só me segue. – a morena concordou, correndo atrás do namorado. O embrulho dourado fazia um barulho um tanto quanto irritante. – O que é isso daí?

– Te conto se você me falar pra onde estamos indo!

– Posso esperar.. – ele soltou um sorriso maroto, subindo as escadas rapidamente e logo Hermione reconheceu o local. Torre de Astronomia.

– O que estamos fazendo aqui, Draco?

– Eu... – ele engoliu seco, tentando encontrar as palavras certas. – Precisava estar onde tudo começou, pequena.

– O incêndio...

– O começo da nossa história, - concordou ele, se sentando no chão e observando as estrelas. – Isso é lindo, não é?

– É... – ela se sentou ao seu lado, estendendo o presente. – Feliz natal, Draco.

O loiro viu a cor da embalagem e riu abafado, pensando como até ali eles tinham essas diferenças. Tirou o laço e abriu o saco, tirando de lá um cachecol... vermelho?

– Vermelho?

– Pra você nunca esquecer da sua morena. – respondeu somente, pondo o cachecol no pescoço do namorado e o beijando em seguida. Draco se rendeu ao beijo e segurou na cintura da garota e a puxando para mais perto. – Senti sua falta nesse mês.

– Eu também. – ele respirou fundo. – Esse cachecol tem o seu cheiro. – comentou, baixo. – Eu amo esse cheiro.

Hermione soriu tímida, encostando a cabeça no ombro de Draco e sendo surpreendida por uma caixinha.

– Feliz natal, pequena. – ela sorriu fraco e segurou a caixa da cor da casa dele nas mãos. Abriu-a cuidadosamente e tirou de lá uma pequena corrente com um coração contornado por pedrinhas azuis.

– Draco, isso é...

– Gostou?

– Eu amei. Muito obrigada! – ela o abraçou e estendeu o colar para ele colocar em seu pescoço.

– Esse colar é para você sempre se lembrar que eu te amo, Hermione. Eu te amo mais do que tudo e esses dois últimos meses foram os melhores de toda a minha vida. Eu não me arrependo de nenhum momento que passei com você. Promete que sempre vai lembrar disso?

– Draco... – ela tentou questionar, mas o namorado a encarou, implorando com os olhos.

– Promete?

– Eu prometo. Mas por quê?

– Nada. – Ele balançou a cabeça, a abraçando de lado. – Eu te amo.

– Eu também. – ela concordou com a mão no pingente, ainda questionando o por quê da promessa.