That's no love without hate

Estamos vendo alguma coisa acontecer


Ao acordar de manhã, Hermione deu um suspiro, imaginando se o que havia ocorrido na noite anterior fora um sonho. Se tivesse sido, era capaz que a garota nunca mais conseguisse olhar na cara de Draco. Mas suas preocupações sumiram ao perceber surgindo na porta uma cabeça loira.

– Bom dia,Granger- sorriu o garoto. Até o tom de “Granger” estava diferente. Mais... carinhoso. A menina ainda esperava e desejava ser chamada de Hermione, mas uma discussão não vinha a par no momento.

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– Bom dia, Draco.- respondeu, já se encaminhando para o lugar em que o garoto estava. Nem notou que estava de camisola e ele, sem camisa. Quer dizer, notou, mas não se importou. Não havia malicia nenhuma naquele momento. Só afeto, carinho. E embora nenhum dos dois admitissem, havia amor.

O garoto deu uma boa olhada na grifinória, que deu um tapa nele.

– Para, seu pervertido!

– Só to olhando pro que é meu- se defendeu, segurando os braços da garota.

– E quem disse que eu sou sua, Malfoy?

– Eu disse- respondeu, calando-a com um selinho- e digo de novo, e de novo, e de novo... Afinal, não seria justo você não ser minha, uma vez que eu sou todo seu.

Hermione sorriu com a declaração e beijou Draco, sorrindo.

– O que nós somos?

– Humanos- respondeu o garoto, sorrindo maroto

– Não, seu idiota. A gente, sabe? Tipo, eu e você, juntos. Isso é loucura demais, não é?

– É- concordou, suspirando- Eu não sei o que a gente é. Só sei que gosto de estar com você, mesmo que só uma vez por dia, mesmo que só nesse quarto. Você me deixa louco, Granger. As vezes eu me pego pensando o que você vai achar das coisas, das pessoas... Eu nunca fiz isso com ninguém. Ok, talvez com a minha mãe. Eu não sei o que nós somos, mas sei que eu não quero ficar longe de você nunca mais. Eu me arrependo de ter te tratado tão mal todos esses anos, por ter te botado pra baixo. Mas quero começar de novo. Porque eu acabei de ver que a garota que eu pensava que você era não é você. Eu estou disposto agora mesmo a gritar para os sete ventos que eu estou com você. Estou disposto a te dividir com o idiota do Weasley e com o Santo Potter. Até com a Weasley fêmea, se você também estiver. Meus amigos também não são tão ruins assim... aposto que vocês se dariam bem, sabia? Mas não importa. Eu só quero estar com você.

O loiro atropelou as palavras, sem parar de olhar nos olhos de Hermione, que já estavam molhados. A morena se jogou nos braços dele, que a abraçou com força.

– Eu faço uma declaração e você chora?- disse o garoto, indignado- como é que eu faço você sorrir, em, pequena?

Ela não respondeu, só apertou o abraço. Draco passou os braços por volta dela, a acolhendo ainda mais. Apoiou a cabeça em seus cabelos castanhos e logo deu um beijo em sua testa.

– Eu também só quero estar com você, Draco. Só com você.- afirmou, levantando a cabeça e limpando as lágrimas. Logo, um sorriso radiante surgiu no rosto dela- Você me faz sorrir...

– Faço, é?

– Faz. Quando eu estou com você eu não sei o que fazer. É confuso, estranho. Mas eu sei que eu não quero estar em nenhum outro lugar senão aqui. Nunca duvide disso, ouviu?

– Acho que você vai ter que me lembrar disso... Assim- concluiu, grudando seus lábios em mais um beijo. E mais um. E outro.

O tempo parecia não passar. Mas Hermione não estava tão fora de si assim.

– Perdemos o café...

– Hoje é domingo, Granger. E eu tenho uma ideia para o nosso domingo!

– Para o nosso?- sorriu a garota.

– Sim. Nada de amigos idiotas hoje. E me refiro aos meus também- completou.- Vamos assistir filmes, sei lá. Mas eu não quero sair do quarto.

– E a comida?

– Você sente muita fome, pequena! Mas eu arranjo, peço para alguém trazer, sei lá! Só relaxa... Podemos assistir aquele lá da Linda e do Monstro...

– A Bela e a Fera!- esbravejou a garota, irritada.

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– Desculpa se eu não sou tiete da Disney! Enfim, vamos?

Ela assentiu e foi ao banheiro. Tomou banho e pos um uniforme sem a capa nem o cachecol da grifinória. Quando voltou Draco já estava deitado, com o uniforme da sonserina. A garota virou os olhos e buscou o computador, se deitando também.

Logo se arrependeu de não ter pego o cachecol. Estava frio.

– Ta com frio?- perguntou o garoto, tirando seu cachecol e colocando nela- Você fica linda de verde. Daria uma perfeita sonserina.- a garota riu e fez uma careta- Ei, não faz essa cara! Não somos tão ruins assim!

– Eu sei que não são- respondeu- Agora cala a boca e vamos assistir.

– Controladora- cantarolou, a abraçando e se calou com o olhar que ela lançou.

– Seu idiota.

– Seu idiota.

– Só meu, agora vamos assistir caramba!

– Ok.

E o filme começou. Logo, Draco percebeu que se tratava de um daqueles filmes com muitas musicas. E, novamente, Hemione sabia todas elas.

– Eu quero mais que a vida no interior- cantou a garota, baixo.

– Você canta bem, sabia?

E ela abaixou a cabeça, torcendo para não ser vista com as bochechas coradas. O filme seguiu. O castelo, a fera, o pai...

– Como ele deixou ela ficar lá?- indagou Draco- Nunca vou deixar a nossa filha num castelo desses com um monstro!

Ele se parou quando percebeu o uso do pronome “nossa”. Fora no subconciente, ele nem percebeu que tinha falado isso. Mas ficou envergonhado. E a garota ao seu lado também, mas sorriu. O filme seguiu. Uma musica chamou a atenção de Draco.

“Ele foi bom e delicado

Mas era tão mau educado

Foi tão gentil e tão Cortez

Por que será que não notei nenhuma vez?” Cantou Hermione, ainda concentrada no filme. Mas logo começou a ver com cuidado a letra e cantar a próxima estrofe, já olhando para Draco.

“Como ele está mudado

Claro que ele está longe de ser um príncipe encantado

Mas algum encanto ele tem eu posso ver”

O garoto sorriu de volta, envolvendo a pequena cantora nos braços.

“Mas vejam só, não posso crer!

Nem eu também, não pode ser!

Como é que podem se entender assim tão bem...

Que coisa estranha, o que será que pode haver?

Estamos vendo alguma coisa acontecer...”

Aquela musica parecia ter sido feita para eles dois. Ambos sentiam isso. Tudo descrito na musica os descrevia, sem mudança alguma. E agora estava mais do que claro que estavam vendo alguma coisa acontecer.

No final, a Bella e a Fera dançaram no baile com aquela musica que Hermione cantou inteirinha: sentimentos são. Outra com uma letra que se encaixaria na história dos dois.

“Sentimentos são,

Fáceis de mudar

Mesmo entre quem,

Não vê, que alguém

Pode ser seu par

(...)

Sentimento assim, é sempre uma surpresa

Quando ele vem

Nada o detém

É uma chama acesa...

(...)

Sentimentos são, como uma canção, para a Bela e a Fera.”

– Sentimentos são, como uma canção....- cantarolou a morena, em uma parte seguinte do filme.

– Para a Bella e a Fera...- completou o loiro, meio envergonhado. Ele não sabia cantar. Na verdade, raramente cantava com alguém presente. Mas com Hermione era diferente. E ele tinha uma voz linda.

– Você também canta bem...- murmurou, voltando sua atenção para o filme, que já estava na reta final. Logo a musica que os dois estavam cantando começou de novo, nos créditos. E os dois não hesitaram em cantarolar juntos, mesmo que só a parte que Draco sabia: o refrão.

– Gostou do filme?

– Se eu disser que gostei, o quão gay isso vai soar?- disse, arrancando uma gargalhada da garota ao seu lado.

– Não vai soar Gay, Draco! É só dizer se gostou...

– Gostei. Ele me lembra a gente...

Ambos sorriram, e Hermione deixou o computador no chão, sem se levantar.

– Dorme aqui hoje.- pediu o loiro- Tipo, não levanta daí. A gente conjura comida e você dorme aqui. É só dormir, prometo.

– Tudo bem- assentiu, deitando a cabeça no peito de Draco e sorrindo.

Um silencio confortante se instalou no quarto, mas o mesmo foi cortado pela voz da garota:

– Eu te amo.

Draco gelou. Não sabia o que era amor, tão pouco sabia o que era amar. Nunca amou alguém, não desse jeito. O garoto passou as mãos no cabelo, visivelmente nervoso. Pensou em o que responder.

Primeiro, pensou em ficar quieto e abraçá-la. Não queria mentir. Mas todos os momentos dos dois no último mês passaram pela cabeça de Draco. Todas as risadas juntos. Todos os beijos apaixonados. Todas as brigas. Todos os choros. Ele mesmo dissera, nunca havia se sentido assim. E, se isso não fosse o tal do amor, não sabia o que era.

– Eu também te amo, Hermione- respondeu, com a total certeza de estar falando a verdade.