That's no love without hate

Não chora, por favor


Draco demorou a sair do banheiro. Não sabia se por medo, por rancor ou por birra. O fato é que ele não queria encarar Hermione. Estava com vergonha de encará-la depois do que tinha feito. Não se pode dizer que Malfoy era nenhum santo, mas, naquele momento, ele se sentia o pior monstro do mundo por ter ficado com a corvinal. Por ter iludido a garota ( que certamente ele não queria ver de novo) mas, principalmente, por ter magoado Granger.

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Talvez, se isso acontecesse um mês antes, ele não se sentisse assim. Arrasado. Mas Aquele mês tinha sido tão bom...

E você o estragou, Draco.

A voz irritante novamente. O garoto conteve o impulso de mandar ela para o inferno, pois caiu na real. Aquela voz não podia estar mais certa.

O loiro enfim se encaminhou de volta para o quarto e se deparou com Hermione limpando os cacos do abajur. A morena estava de perfil, mas dava para perceber que chorava. Ainda sem perceber a presença dele, ela encarou o teto, com os olhos transbordando em lágrimas e murmurou, mais para si mesma do que para alguém.

– Por que você fez isso comigo, seu idiota. Eu não acredito que pude acreditar em você.

Definitivamente, Draco poderia levar o título de idiota do século. Ele se aproximou lentamente, temendo que a menina fugisse. Tocou seu ombro, carinhosamente.

– Granger?

Os olhos, vermelhos e molhados, da garota se arregalaram e ela se afastou abruptamente.

– Eu não vou te machucar, Granger.

– É tudo o que você tem feito.- respondeu, sem coragem de encarar os olhos cinzentos. Não queria ter falado isso. Não queria admitir que o loiro a estava magoando. Mas, naquela altura do campeonato, não tinha mais nada a fazer.

Ela virou o rosto e continuou catando os cacos, tentando ao máximo conter o choro.

– Eu... - Draco começou, mas se parou. O que diria? Essa era A chance. Se estragasse tudo, seria de vez. E ele não queria isso. Por algum motivo, Draco queria Hermione sorrindo novamente, o explicando sobre Toy Story e sendo a sabe-tudo. Sendo sua sabe-tudo. - Eu não sei o que dizer, Granger. Só... Me desculpe. Eu sinto muito, mesmo. Se eu pudesse, eu voltaria no tempo e não deixaria nada acontecer. Só... me desculpa, Hermione.

Sem dúvidas, ouvir seu primeiro nome na voz sofrida e quase chorosa de Draco a afetou. Os olhos do garoto já estavam vermelhos e ele fazia de tudo para não chorar. A única vez que isso havia ocorrido fora a muitos anos.

– Não chore, Malfoy. Não chora.- suplicou a morena, se levantando e limpando a solitária lágrima que escorria pelo rosto do garoto. Ela o havia perdoado. Não por achar que ele melhoraria, mas por ter certeza que a falta dele a faria sofrer mais do que qualquer coisa.

Draco sorriu ao sentir a mão de Hermione na sua face e, quase por impulso, a puxou pela cintura a deixando colada a si. A garota se assustou, mas não saiu do abraço. Encostou sua cabeça no peito de Draco e se deixou chorar. Por ela, por ele, pelos dois.

O loiro, ao perceber a situação, a apertou mais, sussurrando inúmeros pedidos de desculpa. Não se importava mais se estava chorando ou não. Não se importava sequer se alguém entrasse. Os dois estavam ali, e era aquilo que importava.

– Não chora. Você fica mil vezes mais linda sorrindo. E, toda vez que você chora, eu tenho vontade de quebrar a cara do panaca que fez isso...- ele deu uma pausa e se permitiu molhar o ombro da garota- Sabendo que eu fiz isso, eu quero morrer. Por favor, princesa, para de chorar.

Diante da declaração, Hermione se deteve e, aos poucos, controlou as lágrimas. Se separou do abraço e encarou os olhos inchados de Draco. "Será possível que até assim esse menino seja lindo?" pensou, enquanto secava cada uma das lágrimas do garoto. Ela sorriu, docemente e Draco a acompanhou.

– Garanto que eu vou chorar muito mais se você morrer- disse, ainda o encarando.

– Então, tratarei de não fazer isso.- concordou, já sem chorar.- Me descul...

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– Shhh- ele foi interrompido- Eu desculpo. Já desculpei.- ela o abraçou novamente e, para sua surpresa, se sentiu melhor do que nunca.- Mas não faz mais isso, por favor, Malfoy.

– Não se comete o mesmo erro duas vezes.- afirmou e logo fez uma careta.- Me chama de Draco?

A menina o olhou, relutante. Pensou se aquela intimidade entre os dois não estava indo longe demais. Mas, por Merlin! Eles estavam abraçados chorando! Chamá-lo pelo nome não faria diferença. Ela fez que sim com a cabeça, a enterrando no peito do... poderia dizer amigo?

O loiro, por sua vez, riu.

– Você é tão pequena, sabia, Granger?

– Não sou não!- protestou, rindo.

– É sim. Pequenina. Minha pequenina.

E, naquele momento, o único desejo de Hermione foi ficar daquele jeito com Draco para todo o sempre.