O Gato E O Corvo
Investigação Policial
Sara e Diana não trocaram uma única palavra a viajem inteira, as duas estavam imersas em pensamentos e quase se esqueceram da companhia uma da outra, o tempo estranhamente passou num piscar de olhos, o carro rapidamente chegou ao lugar desejado, Diana e Sara saltaram do carro, Diana se aproximou do policial que as havia abordado na escola.
– Quem é o encarregado do caso? – Diana perguntou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Lewis – respondeu o policial.
Diana franziu os lábios.
– Ah, que por...
– Diana! – Sara repreendeu, não sabia se era crime falar palavrões na frente de policiais, então era melhor não deixa-la arriscar, daria muito trabalho tira-la da cadeia novamente.
– Que por... caria... – Diana tentou consertar a frase.
Naquele instante um homem com rosto mal-humorado apareceu, ele olhou para Diana de cara feia, Sara presumiu que fosse esse o Lewis. Ele se dirigiu à Diana.
– Escute bem, esse é o meu caso, eu só quero que você vá, dê uma olhada, conte o que sabe e vá embora, entendeu bem?
Diana sorriu ligeiramente, Sara percebeu que a cena realmente era um pouco engraçada, Lewis era baixo, do tamanho de Sara, e Sara era menor que Diana, então consequentemente o homem tinha que olhar para cima enquanto falava com ela, o que o tornava muito menos ameaçador.
– Okay, vou me lembrar disso – Diana disse indo embora.
Diana estava no meio da rua, que havia sido fechada para a investigação policial, em cima do asfalto estava o corpo de uma mulher, Diana se aproximou dela, a primeira coisa que ela notou foram seus olhos abertos, era como se ela estivesse preocupada antes de ter morrido, Diana voltou sua atenção para o resto do corpo, não viu nada de mais, notou que a mulher não era casada, afinal ela não tinha aliança, se o marido tivesse morrido a aliança provavelmente ainda estaria lá, a mulher usava roupas normais e estavam limpas, porém pareciam velhas, como se ela as lavasse todo dia para coloca-las de novo. Diana se abaixou perto do corpo, Sara, que conseguira driblar os policiais, apareceu ao lado dela.
– Ela tem uma marca estranha no pescoço – Sara comentou.
– Sim – Diana resmungou distraída.
Diana franziu a testa e depois fungou como se cheirasse algo.
– Cheiro estranho...
– Hum, Diana... – Sara disse – Ela está morta, sabe...
– Não, não é isso.
Diana ficou para da um momento analisando um cheiro que a intrigava, depois sua expressão iluminou, e ela disse:
– Consegue perceber esse cheiro, Sara?
– Não, não estou sentindo cheiro de nada – Pior, a noite estava fria, Sara estava começando a gripar, assim ela não iria sentir cheiro de nada mesmo.
– Está muito fraco, mas consegui distinguir cheiro de enxofre.
– Enxofre? Não tem enxofre aqui perto.
Diana olhou para Sara com seus olhos de gato.
– Exatamente.
– Ela pode não ser daqui – Lewis se meteu no meio da conversa com uma cara convencida de quem poderia esclarecer toda a questão – enxofre pode ser encontrado em áreas vulcânicas, talvez ela estivesse em uma dessas áreas e então pegou um jato, voltou para cá, por que talvez tenha acontecido alguma coisa lá, talvez então deveríamos investigar...
– Ah, sim, muito obrigada por sua ajuda – Diana disse sarcástica - talvez você devesse ir ver se o coelhinho da páscoa não está em um desses vulcões também, você poderia ir cuidar do caso dele.
Lewis parecia ter ficado furioso.
– Olhe aqui, sua...
– Ah, pare com isso – Diana olhou para ele – Não foi nada disso que aconteceu, eu tenho uma explicação mais razoável. Simples, ela estava em um laboratório, você pode ver isso olhando para a sua blusa, havia um crachá pendurado ali, eu consigo reconhecer pelas marcas, e além do mais...
Diana interrompeu sua fala, ela se lembrou de algo que a intrigava.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Por que me chamaram?
Lewis olhou para ela sério,
– Ela estava indo procurar você.
Diante do olhar confuso de Diana ele continuou.
– Encontramos com ela o seu nome e o nome da sua escola anotados em um papel.
Diana e Sara olharam para a mulher simultaneamente.
– Tem certeza de que não a reconhece, Diana?
– Não. Não a conheço.
Dois médicos legistas se aproximaram e pediram licença para retirar o corpo. Diana continuou um tempo parada olhando para o espaço vazio, pensativa. O que aquela poderia querer com ela? Viktor, quando foi ao seu dormitório, havia dito que a policio a procuraria, isso teria a ver com ele? Será que ele não havia pedido aquele mulher para que a procurasse? Mas, isso não explicava uma coisa: A expressão de desespero em seu rosto.
– Diana! – Diana não percebera, mas Sara já havia chamado por seu nome três vezes.
– Hum, o que foi?
– Estão nos pedindo para ir embora.
– Ah, sim, claro.
Diana começou a andar para a beirada da estrada onde ela e Sara pegaria um taxi.
“É cheia de taxis, a minha vida” Diana pesou enquanto andava, sua expressão demonstrava uma singela preocupação.
– Se está preocupada com o fato de aquela mulher ter ido procura-la antes de morrer, não se preocupe. Tenho certeza de que vamos resolver isso – Sara disse para Diana.
– Não é nisso que eu estou pensando, eu penso na expressão de desespero no rosto daquela mulher. Se pensarmos bem, não é injusto que ela tenha que morrer em desespero? – Diana olhou para seu pulso e braço, que estavam cobertos pela manga de sua jaqueta preta favorita – Por que afinal, a morte, apesar de triste, também não deveria significar paz?
Sara olhou para Diana, a garota piscou e balançou a cabeça.
– Desculpe, de vez em quanto umas coisas assim escapam... Deixa para lá.
Um carro preto parou na rua próximo de onde as garotas se dirigiam. De dentro dele saiu Vivian.
– Será possível que você sempre aparece, assim, do nada? – Diana perguntou a irmã.
Vivian nem se importou em responder, estava com uma expressão furiosa no rosto, então ela segurou com as pontas dos dedos uma das orelhas de Diana e começou a arrasta-la enquanto dava sermão.
“Diana, você sabe que não pode mais fazer isso”. “O que você estava pensando?” “Você tinha uma proibição, faça o favor de cumpri-la”.
Enquanto Vivian falava Diana soltava uma sequência de “ai’s” um atrás do outro, as duas pareciam crianças novamente.
Vivian arrastou Diana até mais distante do lugar onde teve a investigação.
– Veio aqui só para me dar sermão? – Diana perguntou massageando a orelha.
A expressão de Vivian mudou.
– Diana... Seu amigo Zack corre sério risco de vida.
Diana e Sara olharam para ela.
– O que aconteceu? – Sara foi a primeira a perguntar.
– Foi atropelado – Vivian respondeu diretamente – porém o que mais me intriga é que os médicos me disseram que todo momento ele murmurava uma sequência de números que não pareciam fazer sentido.
Sara olhou para Diana, ele olhava para o chão intrigada, com uma das mãos mexendo na boca.
– Tem alguma ideia, Diana?
Diana olhou surpresa para Sara.
– Claro que eu tenho! Mas se ele morrer não posso fazer nada – Diana começou a andar para o carro de onde Vivian saíra, mas virou para Sara novamente – Além do quê, a culpa vai toda para mim! Tinha que ser agora que ele é atropelado, agora! Justo quando... Ah, deixa para lá, venham vamos para o hospital.
Diana entrou no carro, mesmo nem sabendo quem estava dirigindo. Sara começou a segui-la.
– Diana! O que está acontecendo “agora”? Por que a culpa é sua? Por que só eu não entendo nada nessa droga? – Sara entrou no carro.
Vivian olhou para os dois lados confusa, o carro era seu, não é? Bem, parece que agora ela iria ser obrigada a ir para o hospital.
Vivian entrou no carro.
– Deus meu – Diana já no carro em movimento levou as mãos à cabeça – que-dia-bizarro.
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