A Herdeira de Hécate

Capítulo 25 - Inside Of You


A Herdeira de Hécate

It seems so obvious
theres something up with us
I smell the feeling
from across the room

Capítulo 25 - Inside Of You (Hoobastank)

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Minutos depois, saímos do Chalé de Hécate à procura de Annabeth para uma ajuda para decifrar a profecia.

– Ainda acho que lá dentro estava mais confortável. - Nico resmungou enquanto atravessávamos o gramado em direção ao chalé 6.

Levantei os olhos do pergaminho em que estava anotada a profecia e olhei-o de soslaio, analisando sua postura sombria que já era comum, com as mãos enterradas nos bolsos da calça jeans, a cabeça baixa e o ar misterioso que emanava de si naturalmente. Mas, de algum jeito, consegui distinguir leves diferenças em seu comportamento. Como um pequenino sorriso ameaçando aparecer em seus lábios, ou o modo como ele andava mais próximo de mim, tocando seu braço no meu.

Sorri. - Também adoraria de continuar por lá, mas temos uma missão em dois dias. E não temos ideia de como começá-la.

Nico deu de ombros.

– Mas podemos deixar isso pra amanhã, não? - ele perguntou, um leve tom esperançoso em sua voz.

Neguei, mesmo que toda a minha vontade estivesse em dar meia-volta com ele.

– Você sabe que não podemos. - eu disse, parando em frente ao chalé.

O chalé tem um mármore pálido e branco, ornado com grossas colunas torcidas em tranças e vários galhos da enorme oliveira que fica a oeste. Tem um brilho fraco e uma coruja entalhada na frente, com olhos de ônix. Pode não ser uma opinião geral, mas aquele chalé, assim como o de Apolo me davam medo. Talvez por brilharem ou por eu ser chata quanto a isso mesmo. Bati à porta e quem atendeu foi exatamente quem procurávamos.

– Annie! - exclamei sorrindo, enquanto Nico apenas acenava com a cabeça.

– Nico? Cris? - Annabeth perguntou, um pouco confusa. Não era todo dia que aparecíamos por ali para bater papo.

– Annie, precisamos da sua ajuda. - Nico foi direto. - Sairemos em missão em dois dias, mas ainda nem sabemos por onde começar.

Annabeth analisou nossas expressões com seus grandes olhos acinzentados.

– Já têm a profecia?

Eu nem respondi, apenas estendi o pergaminho a ela, que rapidamente o pegou. Enquanto eu a via lendo as linhas com olhos ávidos, quase podia ver as engrenagens funcionando em sua cabeça. Chagava a ser engraçado como a mente de um filho de Atena funcionava.

– Isso é fácil. - disse ela, sorrindo satisfeita consigo mesma, após analisar a profecia uma segunda vez. Revirei os olhos, perguntando-me como uma pessoa normal pode achar uma profecia fácil de se desvendar. - Vocês devem ir atrás da fonte da juventude.

Eu e Nico nos entreolhamos. - Fonte da juventude?

– É, está escrito aqui. - ela nos mostrou no pergaminho. - "Para a fonte descobrir" e aqui "E com a juventude eterna desagua". Isso é referente à fonte da juventude.

– Eu ainda vou saber como você descobre essas coisas, Annie. - murmurou Nico, com os olhos arregalados.

Annabeth corou levemente e abriu um sorriso tímido.

– Mas a fonte da juventude não é, sei lá, um mito pirata? - perguntei, lembrando-me de uma vez que vira Pirata dos Caribes. Nem lembro bem como era a história, só sei que eu tinha babado em Johnny Depp.

Annabeth revirou os olhos, naquela pose clara de "você está insultando minha inteligência suprema". Não que eu gostasse muito daquela pose.

– A fonte da juventude é o marco da deusa Hebe, apesar de que existem histórias de buscas atrás dela e que o único que já teve sucesso foi Ponce de Leon. - narrou Annebeth, e eu me senti em uma verdadeira aula de história. - O que é uma mentira, já que a única coisa que ele fez foi ter descoberto a Flórida... Mas nenhum mortal jamais a encontrou e os deuses a mantém sob segurança, longe dos semideuses, por motivos óbvios. A fonte de Hebe, assim como todo o mundo grego, veio para os Estados Unidos com a transição de potências.

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Franzi o cenho, já prevendo todas as dificuldades que passaríamos nessa missão. Por mais que eu quisesse isso, não estava nem um pouco ansiosa pra isso.

– Mas como saberemos onde ela está? - perguntei. - Sabe, os Estados Unidos não são pequenos o suficiente para procurarmos cidade por cidade. - completei, com um tom azedo e sarcástico não intencional.

Annabeth revirou os olhos, mas abriu um sorriso levemente entusiasmado. - Eu posso pesquisar pra vocês enquanto vocês se preparam!

– Sério? - perguntou Nico, esperançoso.

Se eu tinha certeza de uma coisa, era que ele sabia ser preguiçoso.

– Claro, vai me fazer lembrar dos velhos tempos!

Arqueei a sobrancelha, deixando no ar a implícita pergunta de quem em sã consciência iria querer relembrar a época em que quase era morto a cada cinco minutos. Definitivamente semideuses não são normais.

– Tudo bem, obrigada, Annie. - agradeci.

Assim que ela fechou a porta do chalé de Atena para ingressar imediatamente em sua pesquisa sobre a fonte da juventude, eu me virei para Nico, sentindo-me tão preguiçosa quanto ele.

– O que foi? - ele perguntou, estranhando, muito provavelmente, meu sorriso.

– Só estou feliz por não precisar fazer o dever de casa.

Nico balançou a cabeça em negação, mas pude ver um sorriso no canto de seus lábios. Ele me puxou para começarmos a andar, mas manteve um braço ao redor dos meus ombros.

– É agora que precisamos falar com os outros, não é? - ele perguntou, fazendo uma careta.

– Você sabe que sim. Mas se quiser, podemos ir procurar Paige e só depois Travis. - sugeri, esforçando-me para não abraçá-lo de volta, sem saber até quanto de contato público ele queria deixar transparecer.

Nico suspirou, parando comigo próximo ao chalé 18, de Hebe.

– Não, tudo bem. - ele disse. - Quando estávamos conversando com Annabeth, eu vi Travis indo pra Arena. Eu falo com ele enquanto você fala com Paige.

– Tem certeza? - perguntei, indecisa.

– Tenho. - Nico disse, sorrindo levemente.

Ele segurou meu queixo e aproximou seu rosto do meu. Meus olhos se tornaram vermelhos à medida que eu sentia sua respiração se misturando à minha e vi seu sorriso levemente convencido antes de sua boca se chocar à minha em um beijo rápido.

– Te vejo mais tarde. - disse Nico, se afastando logo após.

E eu ainda continuei parada lá igual uma idiota com retardo mental, processando a informação de que Nico havia me beijado ao ar livre, na frente de pelo menos um quarto da população semideusa do Acampamento, que pareceu tão atordoada quanto eu. Mas então eu vi uma figura loira saindo do chalé verde claro de Hebe em minha direção, como se os deuses tivessem me mandado a salvação bem na hora que eu precisava.

– Você vai me contar tudo!

Ou não.