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Não deixar saber.


Houve grande agitação em Arendelle quando foi anunciado que no dia seguinte a princesa seria coroada no reino, afinal já a muito tempo que todos naquele lugar viviam apenas sob o comando de um regente até que uma das filhas do rei completasse a maioridade.

Todos estavam é claro muito acalorados com a novidade, pois o castelo da família real era para todos um mistério que deveria ser revelado, afinal, poucos já tinham visto as filhas do rei, e ninguém entrava, e ninguém saia de lá já a muito tempo, desde a morte do rei e rainha.

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A coroação representava muita coisa para todos, por que afinal de contas, o reino receberia a visita de importantes membros da sociedade que rodeava Arendelle. Condes e Príncipes viriam das proximidades da região para conhecer as tão elogiadas princesas Elsa e Anna, e desvendar os segredos do castelo, que deveria esconder muitas surpresas por trás de suas paredes.

Contudo, olhando da janela encontrava-se a infeliz Elsa, que, com medo olhava o sol entrar pela vidraça. Ela estava assustada e sozinha.

Ela sempre estava sozinha.

Desde que era criança vivia solitária dentro de um quarto, onde seus pais acharam prudente deixá-la até que assumisse o controle de si própria.

Naturalmente ela mal podia esperar para abrir os portões, e principalmente rever sua irmã, Anna, com quem outrora tanto se divertira. Mal se aguentava em pé somente de pensar um brincar na neve.

- Mas não dá! - repetiu para si mesma pela milésima vez.

Embora Elsa fosse uma pessoa gentil e bondosa, tinha também um segredo, e seu maior receio era que alguém o descobrisse, pois era para isso que vivia num quarto a vida inteira, para aprender a controlá-lo e esconde-lo.

Ela se aproximou lentamente da penteadeira no canto do quarto, retirou as luvas que usava constantemente, e apanhou um vidro que lá jazia. Imediatamente uma camada de gelo cristalizou por cima a partir do ponto onde sua pele o tocara.

- Encobrir, não sentir, não deixar saber. Sempre a boa menina deve ser. - Cantarolou baixinho a música que sua mãe costumava repetir.

Imediatamente largou o frasco e calçou suas luvas.

Estava com medo de que a descobrissem, com medo que a julgassem, e desse tudo errado como da última vez.

Cada vez mais forte.

Elsa sentia acima de tudo, solidão.

Pensava em Anna, a irmã que quando criança abandonara. Sentia tanta saudade. Mas não podia arriscar sua segurança novamente.

A jovem deixou-se cair na cama, sem mais forças para sustentar-se em pé, e pensou, consigo mesma, que outro mal te fará, a solidão.

Mas enquanto Elsa tentava a todo o custo conter seu dom, Anna era desperta pela criadagem, que vinha lhe informar da coroação.

- A coroação da minha irmã... - perguntou ainda sonolenta.

- Oh, meu Deus. A coroação... - repetiu, já despertada.

Vestiu-se rapidamente, e foi com animação que saudou a todos, e viu abrirem-se os portões.

(Anna)

- Se é só hoje seja então...

(Elsa)

- Se é só hoje seja então...

(Anna)

- Por uma vez na eternidade, vou estender a mão...

E foi quando saiu pelos portões que tão ansiosamente aguardara para ultrapassar. Tudo o que Anna mais desejava era encontrar alguém, dançar a noite toda, e finalmente...

“Ela abrirá aporta” suspirou infeliz, pensando na irmã que a abandonara quando criança para se trancar num quarto longe de todos.

E foi quando...