Faça-me Acreditar

Capítulo 23


Acordei uma semana depois, no hospital. Edward estava no quarto me observando, e explicou o que estava acontecendo quando ele e seus irmãos chegaram ao deserto.

Com certeza não muito tempo depois que desmaiei — não estaria ali para ouvir se eles tivessem demorado muito —, os quatro apareceram. Emmett e Jasper tiraram James de cima de mim e o incendiaram. Alice e Edward estancaram meu sangue e tiraram o veneno de dentro mim, e eu vi o quão perturbado ele estava por isso — eu podia imaginar a situação claramente; era certo para mim que ele tivera dificuldades ao tirar de minha corrente sanguínea a substância tóxica que lá estava. Depois, levaram a Jacey e a mim ao hospital, sendo que ela teve de ir para um veterinário próximo, acompanhada por Alice. Meu amado animal precisara enfaixar a pata dianteira esquerda, mas, fora isso e alguns hematomas, estava bem. Eu tinha três ou quatro costelas fraturadas, um braço — o esquerdo — quebrado e descobri que James, tentando se agarrar a mim quando o afastaram, agarrou-se a minha perna direita, quebrando um osso nela também. Para não falar da perda de sangue, é claro.

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Ao final de sua explicação, relembrei sobre a sensação de caminhar em direção à morte quase certa — lembrei-me de, depois de ter desmaiado, ter sonhado com ele durante meu apagão duradouro. Eu me recordava de pensar, mesmo em um sono profundo, que amava Edward, que o queria. E que dizer adeus ia me causar mais dor do que James fora capaz de infringir a mim. E ponderei, também, que merecia um chance de voltar para ele.

E ali estava eu, viva, e ao seu lado.

~*~

Voltar para casa foi um alívio imenso, e claramente eu não era a única com esse pensamento.

Quando cheguei em casa, apoiada em Edward e com Jacey andando em meu flanco, fui recepcionada por uma Nora chorosa e emocionada e Alicia, animada por me ter de volta. Barty só tentava amparar a mulher, que estava levemente cambaleante. Me senti muito culpada por tê-los enganado quanto à história do sequestro, e, ainda por cima, ter mentido de novo sobre meus ferimentos. Alice também precisou maquiar Edward para parecer que havia hematomas em seu rosto belo e alvo — e, se eu soubesse sobre ele apenas o que os Anderson sabiam, teria caído. Apesar de achar errado ludibriá-los daquela maneira, sabia que era o melhor, para sua segurança.

Eles cuidaram de mim e de Jacey incansavelmente, por mais que eu dissesse que os Cullen podiam ajudar, também — que, por falar nisso, se davam muito bem com meus "pais substitutos" e minha "irmãzinha". Pela primeira vez em um longo, longo tempo, eu podia sentir que minha família desgastada estava quase inteira novamente.

~*~

Meses depois, após o baile de primavera — para o qual Edward, é claro, me arrastou, mesmo que eu ainda estivesse coberta de talas —, fomos novamente à campina. Apesar de eu não odiar o frio de Forks, como minha "outra versão", dias ensolarados como aquele me deixavam feliz. Ver os raios de sol dançando através da névoa sempre presente em altitudes como aquela fazia parecer que meu interior cantava em harmonia com o burburinho do rio que passava em algum lugar próximo. Ou talvez fosse só minha companhia que me deixava alegre.

Sentamo-nos virados um para o outro, ele apoiado nas mãos com os joelhos dobrados, enquanto eu recostava em suas pernas. Ele cantarolava melodias para mim — provavelmente algumas das quais ele mesmo teria composto — e eu mexia distraidamente em seu cabelo.

Em um momento, olhei-o nos olhos e perguntei-lhe:

— Promete uma coisa para mim?

Ele encarou-me de volta com carinho, sorrindo de leve, e balançou a cabeça em um "sim" silencioso.

— Promete que, mesmo se um dia precisarmos nos separar, não vai me esquecer?

Sua expressão ficou séria de repente.

— Nunca mais precisaremos nos separar, Bella.

— Por favor. Prometa — pedi mais uma vez.

Ele pareceu perceber que eu escondia algo, mas não me pressionou. Em vez disso, puxou-me mais para perto, e nossos rostos estavam a centímetros de distância.

— Eu prometo, Isabella Swan, nunca, nem por um momento de minha eternidade, esquecê-la.

Puxando-me para si, Edward comprimiu seus lábios nos meus.

Pensei que ele não tinha a noção de que, sim, uma separação era quase inevitável, considerando nosso histórico.

Mas ele prometera jamais me esquecer. Aquilo era o suficiente para mim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.