Faça-me Acreditar

Capítulo 20


Depois disso, Edward sentou-se comigo no sofá, pondo-me em seu colo. Fechei os olhos e, enquanto as lágrimas continuavam a cair, adormeci.

Quando acordei, já não estava mais em casa. Minha cabeça estava pousada nas pernas dele. Estávamos sentados — na verdade, eu estava deitada — em um sofá de couro preto. Com um breve olhar ao redor, percebi que nos encontrávamos em seu quarto.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Assim que abri os olhos, Edward baixou os seus em minha direção.

— Bella? — chamou.

Minha respiração estava mais calma agora.

— Hum?

Ele suspirou — se pelo alívio de que eu estivesse acordada ou por outra coisa, eu não sabia.

— O que aconteceu? — perguntei a ele enquanto erguia meu tronco.

Após alguns segundos de hesitação, tive minha resposta:

— Enquanto você dormia, Alice teve uma visão confirmando o que você disse sobre Phoenix. Ela, Emmett e Jasper tentaram ir atrás do caçador, mas ele conseguiu fugir.

Edward comprimiu os lábios em uma linha fina.

Assenti.

— Nós vamos tirá-la do país, Bella. Sinto muito, mas só vai poder voltar quando tudo tiver acabado — ele disse.

Franzi as sobrancelhas. Eu sabia o que precisava ser feito. Perder tempo tentando achar outro caminho mais fácil daria uma oportunidade ainda maior a James de pegar mais alguém da minha família ou ferir Jacey. Estremeci com o pensamento.

— Não.

Meu tom de voz era categórico, sem deixar como opção uma divergência quanto ao assunto. Edward o ignorou completamente quando questionou-me:

— Como assim, não?

— Não vou sair do país. Isso não ocuparia o caçador por muito tempo, ele mataria meu cachorro e viria atrás de mim. Eu estaria vulnerável.

Seu semblante escureceu. Expliquei:

— Preciso ir para Phoenix e encontrá-lo. Se fizer isso, ele vai estar distraído demais para se concentrar em ver se alguém está por perto para me proteger. Matá-lo — engoli em seco ao dizer essa palavra — seria descomplicado.

Edward bufou.

— E você acabar se machucando durante o processo? De jeito nenhum.

Travei a mandíbula, minha expressão ficando dura.

— Pare de ser teimoso — resmunguei. Por que ele não podia entender que eu sabia muito bem o que estava fazendo e quais seriam as consequências? É, pelo menos eu esperava saber...

— Quer ir atrás da pessoa que deseja matá-la, confiando que iremos interromper esse processo? É isso? — questionou.

— Exato — confirmei.

Ele franziu o cenho e balançou a cabeça.

— Sabe que é preciso — murmurei, olhando para baixo.

O silêncio foi tudo o que havia entre nós por alguns poucos segundos. Então, Edward se ajoelhou a minha frente e ergueu meu rosto com a ponta dos dedos. Em seus olhos, eu via conflito, indecisão e sofrimento.

— Não posso arriscá-la desse modo, Bella — ele sussurra — E o motivo disso é absolutamente egoísta, sinceramente, mas eu não me importo.

Espero que ele me dê uma razão, enquanto tento respirar normalmente.

— Eu te amo. Se você se machucasse, como acha que eu conseguiria viver? — pergunta-me.

Apoio as duas mãos em seu pescoço, puxando-o levemente para mim, e minha voz treme quando digo:

— Quanto mais cedo fizermos isso, mais cedo tudo acabará. Posso ir para Phoenix assim que houver um voo. No mesmo dia, você vai para um lugar totalmente diferente, e depois para outro, e mais outro... Para despistá-lo. Fazendo isso por uns dias, acho que deixaremos James e Victoria confusos o suficiente. Você pode vir para onde estarei, que será um lugar seguro, com certeza, e aí eu me encontro com ele, e então terá acabado — dei uma curta risadinha sem muita animação — Garanto que a parte mais difícil vai ser ficar longe de você.

Mas isso era mentira.

Sem dúvida, não sairia totalmente ilesa daquilo, mas se eu dissesse isso a Edward, ele nunca concordaria. E eu não deixaria Jacey morrer nas mãos do caçador. Não enquanto pudesse fazer algo a respeito.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

"Bom", ponderei, "ficar longe dele não será a mais fácil das tarefas, também."

Depois de pensar mais um pouco, ele assentiu e se levantou, puxando-me junto.

Nos dirigimos para fora de seu quarto, passando pelo corredor e descendo as escadas. Quando chegamos no térreo, todos os rostos se viraram automaticamente para nós. Antes que alguém pudesse dizer algo, Edward supôs:

— Vocês provavelmente ouviram a conversa.

Alguns deles confirmaram.

— Então, ela precisa ir para Phoenix. É verdade que, se pensarem por esse lado, não seria provável que eu me separasse dela. Mas é exatamente o que teremos de fazer.

Ele franziu a testa no final da frase; nosso afastamento o incomodava claramente.

— É exatamente isso o que queremos que ele pense — Alice diz. Ela devia saber o que era melhor na nossa situação, assim como eu sabia. — Eu vou procurar algumas passagens com uma agência de viagens.

Ela virou-se e subiu as escadas.

Repentinamente, senti-me mal por ter sugerido tantos destinos a Edward — afinal, de certa forma, o problema não era dele, e não queria que ele gastasse assim comigo.

Mas então, uma preocupação muito maior que esta ocupou minha mente.

— O que diremos aos Anderson? — perguntei, os olhos arregalados devido ao pânico por causa da minha falta de explicação.

— Não há necessidade de se agitar com isso, querida — disse-me Esme, a voz terna — Cuidaremos para que pensem que você e Edward foram sequestrados na estrada, enquanto ele o levava de volta para sua residência.

Isso ainda não resolvia tudo.

— E quanto a Jacey? Eles têm a chave da porta de minha casa. Se entrarem lá e não a virem...

Dessa vez foi Carlisle quem respondeu:

— Já pensamos nisso. Diremos que vocês estavam indo buscá-la, para dar um passeio, e que esta foi a última vez que os vimos. Presumirão que tenham pego-a antes de sumirem.

Assenti.

— Sua bagagem está ali — Esme disse, olhando para um canto da sala atrás de mim.

Lá havia minha velha bolsa de mão preta, que sobrevivera ao incêndio por ter estado em uma guarda-roupas. Ao seu lado, estava uma mala escura e pequena, um pouco mais baixa que minha cintura, que não me pertencia.

— Enquanto estava em sua casa, Alice tomou a liberdade de separar algumas coisas para a viagem. Espero que não se importe... — ela acrescentou.

Tentei dar um sorriso, que saiu pequeno.

— Obrigada — minha voz soou fraca.

Alice aproximou-se.

— Consegui — anunciou — Nosso voo parte em uma hora e meia. Eu, Jasper e Bella iremos direto para Phoenix. Espero que o caçador se distraia com você e Emmett, Edward. Arrumei passagens para Pittsburgh. Vocês vão ficar lá por quatro dias. Aluguei um jatinho particular, que vai levá-los para onde quer que precisem ir.

Edward assentiu.

— Para onde vamos depois disso? — questionou-lhe Emmett.

— Biloxi, Mississipi — ela respondeu.

Tentei não arregalar os olhos. Eu sabia que Alice havia nascido naquela cidade. Também tinha ciência de que este fato lhe era desconhecido, pois, durante sua transformação, ela perdera a memória. Quando tudo aquilo acabasse, eu lhe contaria tudo isso.

Mas, naquele momento, ainda não tinha acabado.

Estava apenas começando.