POV Peeta

Foi mais simples do que eu pensava, em vez de correr atrás do problema, o problema veio até mim.

Tinha sido mais um dos dias em que eu passei à tarde com a Katniss na floresta, nós estávamos muito bem e apesar de não estarmos oficialmente juntos, tudo corria para que isso acontecesse rapidamente. Era tarde, e eu estava indo em direção aos fundos da padaria quando encontrei com ele, tive que juntar toda a minha força de vontade para não avançar pra cima dele e arrebentá-lo.

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– Eu esperava que você fosse procurar um de nós dois. – falei indo direto ao ponto.

– Isso mesmo garoto, só estava esperando a melhor chance. – ele disse sério. – A garota foi inteligente, se manteve calada, e se afastou do amigo esquentadinho dela.

– Nós já sabemos de tudo isso. Bem, o que você quer?

– Eu quero me encontrar com você e com a Everdeen, eu tenho umas coisas para falar. – ele falou parecendo que não havia feito nada com a Katniss.

– Você só vai pode falar comigo, ela não esta em condição nenhuma para falar com você, da ultima vez ela só te viu e desmaiou. – eu ia poupar a Katniss o máximo possível de ficar na presença dele.

– Ok, mas não hoje, amanhã próximo ao Meadow, na parte mais afastada da cerca.

– Tudo bem.

Ele foi embora como se nem tivesse me ouvido. Eu precisava falar com a Katniss, tinha que contar a ela que ele havia me procurado, mas isso ia ficar para amanhã.

POV Katniss

– O QUÊ!? – eu não acreditava no que eu ouvia.

– Ele queria falar com os dois, mas eu achei que você não aguentaria olhar pra ele novamente. – eu assenti e ele continuou. – Então eu falei que só eu iria, ele marcou pra hoje no lugar mais afastado da cerca. Eu sabia que tinha que avisar a você, já que é a principal interessada no assunto.

– Certo, eu não sei se eu confio em deixar você ir sozinho se encontrar com ele.

– Isso é a minha menor preocupação, ele precisa de mim. – isso é verdade.

– Ok, mas assim que acabar você vai vir aqui me contar tudo que aconteceu.

Nós estávamos no meu quarto, eu passei o tempo todo da conversa abraçada a ele.

– Vamos fazer assim, você vai tentar dormir, mas eu vou vim aqui e se você estiver acordada a gente conversa, se não eu vou pra casa e nos vemos amanhã. – eu estava pronta para discordar, mas ele me olhou com tanta convicção e seriedade, que eu não vi como retrucar.

O meu dia se passou mais lento do que nos dias em que eu não tinha o que comer, o Peeta passava algumas tardes na padaria para adiantar o trabalho e ter tempo livre para ficar comigo, e tinha a mãe dele, que implicava com ele toda vez que ele não fazia algo para ficar comigo. Então eu passei a minha tarde com a Prim, que tinha escolhido alguns nomes para o bebê, diferente de mim, ela queria uma menina.

– Bem, eu tenho um para menino, e alguns para menina.

– Me fale o de menino.

– Vamos ver se ele gosta, quer dizer, se for um menino. – ela falou e botou a mão na minha barriga pra ver se ele ia se mexer – Eu gosto de Travis, Travis Everdeen Mellark.

Ela falou Mellark, e me deu uma dor no coração, eu estava conseguindo esquecer que o Peeta neste momento podia estar em perigo, e ela me lembrou. Mas eu me foquei no outro detalhe.

– Prim? Ele não vai ser Mellark.

– Não, mas porque não? – ela parecia confusa – Você não esta com o Peeta?

– Bem sim, quer dizer não, eu não sei, mas você sabe que o bebê não é dele, e eu não posso simplesmente pedir ao Peeta para colocar o nome dele no bebê. – eu estava extremamente envergonhada.

Eu não sabia se ela havia entendido, porém eu me peguei pensando em como seria a reação do Peeta se ele estivesse aqui, eu sei que ele me ama, mas será que ele ama o meu bebê o suficiente para assumi-lo.

– Ok, então nada de Mellark por enquanto.

– Exatamente, agora continue.

Eu precisava saber disso pelo próprio Peeta, - mesmo correndo o risco de ofendê-lo - se ele faria ou não, eu não consegui não sentir medo dessa resposta.

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– Sim, para as meninas, eu tenho Ash, - e a mão dela continuava na minha barriga. – Rosemary e Pearl.

– Wow, - eu falei quando o bebê fez um movimento brusco na minha barriga – então você é uma menina, mas uma pra familia então.

Por um momento eu quis que o Peeta estivesse aqui, ele amava quando ela mexia, dizia que era um bom sinal, de que ele estava feliz e ansiosa para me conhecer, ele não se incluía, - o que me trazia um certo medo- mas eu sabia que mesmo eu tentando não criar falsas ideias, – como eu fiz agora com a questão do sobrenome – o Peeta já era o pai dela.

– Parece que ela gostou de Pearl.

– Sim, nós já temos um nome.

Eu estava maravilhada, com a nossa conversa o tempo havia passado e eu me permite me preparar para dormir. Depois de um banho relaxante, eu deitei na cama, e fiquei conversando com a Pearl, ela se mexia toda vez que eu falava o seu nome, dessa forma eu acabei dormindo.

“Eu estava próxima à cerca, no lugar mais afastado, minha barriga estava muito maior, eu vi alguém vindo em minha direção, quando eu vi quem era eu fiquei na defensiva tentando proteger a minha barriga.

– Vamos Katniss, você me disse que isso seria rápido. – ele falava como se esperasse por algo.

Eu tentava falar, mas não saia nada, eu queria saber a quê ele se referia. Ele tentou vir em minha direção. De repente eu senti uma dor forte e um liquido escorrendo pela minha perna, a minha bolsa estourou. Eu cai no chão de tanta dor.

– Rápido Katniss, vamos, força, ela já está saindo. – eu queria dizer que ele não encostaria na minha filha, mas a dor era tão grande que eu só consegui fazer força.

Com as minhas ultimas forças eu empurrei o máximo que consegui, e ouvi um choro. Eu fiquei fora do ar por um momento, depois eu o vi cortar o cordão umbilical e pegar a minha filha.

Eu estava meio tonta, e continuei tentando gritar, chorando muito, eu sentia tanta dor que não conseguia me mexer. Eu o vi se afastando e levando ela sem poder fazer nada, quando ele estava quase fora de alcance a minha voz voltou, eu gritava, gritava e me debatia, eu me sentia impotente, e gritava, gritava... Gritava...”.

Eu me debatia, e senti alguém me segurando, só fui me acalmar quando ouvi a sua voz.

– Calma, Kat, foi só um pesadelo. – ele me apertava cada vez mais contra os seus braços. – Já passou, você quer me contar?

Instintivamente minha mão foi para minha barriga para checar se ela continuava segura dentro de mim.

– Eu não quero mais Peeta – falei e recomecei a chorar.

– O que, meu amor? – eu estava tão desesperada que nem liguei dele me chamar de amor.

– Eu quero que ela fique aqui, na minha barriga, assim nada de mal vai acontecer com ela. – ele deu uma risada amarga.

– Infelizmente isso não é possível, mas aqui fora ela vai ter muita gente para protegê-la, eu, você, a sua mãe. – ele se ajeitou na cama me deitando em seu peito. – Mas desde quando você acha que é uma menina?

E dessa forma, ele conseguiu me distrair, e me fez dormir novamente, não tive mais sonhos.

Quando eu acordei, o Peeta estava me olhando, eu corei e desviei os olhos ele riu.

– Bom dia, eu imaginei que você estaria com fome e trouxe seu café. – ele corou um pouco. – Na verdade, sua mãe que trouxe.

Então eu me lembrei de que ele dormiu aqui, e minha curiosidade ganhou a fome.

– Como você ouviu os meus gritos?

– Bem eu vim aqui falar com você, e quando eu bati na porta sua mãe atendeu, ela ia dizer que você tinha dormido, foi ai que ouvimos o seu grito, eu vim correndo e consegui te acordar, o resto você sabe.

– Sim, mas então como foi lá? – ela pareceu entender ao que eu me referia, por que deu um longo suspiro.

– Tenso. Basicamente ele quer se assegurar de que você não falará nada, o que é meio obvio. – ele bufou, parecendo indignado com a ousadia do pacificador. – E bem ele queria saber algumas coisas sobre vocês, e se teria como alguém desconfiar. Mas ele disse que nos deixaria em paz.

Foi nessa hora que eu percebi que o Peeta já havia assumido, ele já era o pai da Pearl, mesmo sem falar nada. A forma como ele nós protegia, lembrava a forma como meu pai fazia tudo por nós.

– Sim, eu espero que seja só isso. - falei me lembrando do sonho.