Capítulo 21 - Chama Congelada

Tudo estava escuro ao redor de Draco, ele sabia que algo de ruim havia acontecido. O mundo real se voltara contra ele e a única oportunidade seria fugir, longe de tudo e de todos. Para um universo onde nunca existiu Voldemort, nem Harry Potter, nem Pansy, mas ele teria que abandonar Hermione Granger. Mas ele não seria capaz de abandonar isso, tudo menos ela. Aquela menina castanha que confiou nele quando ninguém mais quis confiar, que viu um traço de bondade onde todos só viam raiva.

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Olhava ao seu redor, a paisagem rasteira escura, o céu escuro sem luar. A lama esquia e gosmenta, um cenário tenebroso, sem animais, sem vida. Ali era o verdadeiro lugar dele, sozinho, abandonado, isolado. Como pudera imaginar uma vida normal após tudo que já houvera feito para Pansy, para o Trio de Ouro, para sua mãe, ou ainda pior para si mesmo.

Algo lhe agarrou o pé puxando-o para baixo, o loiro tentou gritar por socorro, mas sua voz não saia da sua garganta. Cada vez o aperto ficava mais forte e o puxando para mais longe. Mas a única coisa que via em sua mente era Hermione. Os cabelos de Hermione, os lábios, o perfume. Lembrou-se do dia em que ela lhe ensinou o sentimento que significava ao chorar por uma foto parada. Eles nem tiveram tempo de ter uma foto estilo trouxa.

– Draco. – Uma voz distante o chamou, ele já tinha ouvido aquele tom em algum lugar. – Draco. – A voz foi aumentando de volume como se aproximasse do mesmo. – Acorda Draco!

O loiro abriu os olhos de vez, dando de cara os olhos castanhos que o encaravam assustado.

– Hermione! – O Sonserino se jogou contra a garota a prendendo contra si. – Nunca mais suma desse jeito. – Ele beijou-lhe o rosto com os olhos marejados de lágrimas.

– Draco eu não fui para nenhum lugar, você que parecia estar delirando enquanto dormia. – Ela sorriu para o garoto, ainda não se acostumava com tal proximidade.

Enquanto Hermione se via ainda desprotegida Draco deu um pulo da cama a pegando nos braços e girando de felicidade. Havia sido apenas um pesadelo, o qual ele nunca deixaria virar realidade. Ele aprendeu a respeitá-la assim como o Sr. Granger lhe recomendou, ela não era do estilo de Pansy.

– Draco, por favor, não me roda. Não estou me sentindo bem. – Clamou Hermione fechando os olhos tentando evitar a sensação de tontura que viera do nada.

Assim que Draco a pós no chão, as pernas da garota vacilaram e a fizeram ir ao chão como se não houvessem forças suficientes para se auto sustentarem.

– Hermione! – Gritou o loiro a pegando no colo e pondo-a sobre a cama exasperado. – O que aconteceu? O que você está sentindo? Me diz o que fazer?

Porém as frases iam ficando cada vez mais distante para a menina, logo tudo apagou na sua frente e sua visão ficou totalmente negra.

*****

Tudo virou um caos. Os sons pareciam estrondos explosivos e qualquer soprar de vento parecia estourar um neurônio dentro do cérebro de Hermione Granger que ainda estava a despertar. Aos poucos os sons iam se distinguindo entre falas, batidas e outras coisas que ela não conseguia averiguar corretamente o que se tratava. Um brilho amarelado impossibilitava de enxergar corretamente, como se alguém houvesse deslocado o sol e posto este a 3 cm dos seus olhos. Sentia frio por todo o corpo, como se estivesse tomando banho dentro de um lago congelado durante o inverno no Polo Norte. Seu queixo batia e seu corpo todo tremia.

Não posso morrer assim”, aos poucos foi forçando a mente a se adaptar ao espaço em que se encontrava, começou a perceber que estava em cima de uma cama com um colchão duro diferente da que ela possuía no quarto que dividia com Draco. Draco. Onde será que ele estaria? Será que ele a deixaria congelar em cima de uma cama dura com o sol a cegá-la? “Malfoy cretino, pelo menos me arranjasse um colchão melhor”. Aos poucos a sensação de que não podia controlar o próprio corpo foi se dissipando e a audição retornando ao estágio de normalidade.

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– Você disse que ela estaria bem?! – Uma voz exaltada bem conhecida de Hermione parecia discutir ao longe, um longe que Hermione ainda não podia alcançar. – Você quer me dizer que alguém que passou um dia todo em coma é estar bem?! Você deveria ser demitida, onde Dumbledore estava com a cabeça, até mesmo Sibila Trelawney poderia atestar que ela não está nada bem.

Aquela voz, a voz que a perseguiu por tantos anos. Ela seria capaz de identifica-la a qualquer distância. Ela queria muito aproximar-se da voz, mas não tinha forças, parecia que algo a sugava para longe. Uma névoa pareceu envolver os pensamentos da castanha a transportando para um novo coma.

Draco não conseguia comer direito, nem mesmo dormir. Não enquanto Hermione não acordasse do seu coma infernal. Ter que encarar ela deitada com expressões gélidas como se estivesse congelada no tempo era uma tortura para Draco Malfoy. E ainda mais ter que ouvir Madame Pomfrey falar que não havia nada que ela pudesse fazer, pois o estado em que ela se encontrava não passava de um sono, do qual ela não acordara já havia cinco dias.

Os amigos de Hermione a visitavam durante os intervalos da aula, exigência de Madame Pomfrey para não tornar a enfermaria “uma réplica do caos do Salão Principal”, palavras dela. Harry Potter simulou um machucado para ficar acompanhando a castanha por mais um tempo, porém a criatividade do Garoto-Que-Sobreviveu não foi suficiente para passar tanto tempo. Apenas Draco possuía essa possibilidade, já que estava amarrado à garota.

Durante o tempo que passara ali o loiro teve tempo de refletir sobre diversos assuntos. Que a grande maioria se resumia em Hermione ou envolvia de algum modo a mesma. Porém, o que mais o intrigava eram as algemas, já deveriam estar livres, não que Draco estivesse reclamando, mas isso significava que Hermione não estava apaixonada por ele. Mas porque defender logo ele “o Malfoy” na frente dos seus amigos se nem ao menos gosta dele. Draco decidira que essa seria a primeira pergunta a fazer a garota assim que ela acordasse.

Já se passavam de dez horas da noite, só estavam os dois na enfermaria. Até mesmo Madame Pomfrey perdera as esperanças de que a garota fosse acordar. O sonserino decidiu a desenhá-la dormindo para que quando ela acordasse, visse a tortura que vez ele passar e claro que isso teria uma vingança. Ela terá que arrumar a cama pro resto da nossa vida. Somente a cama não, todo o quarto. Seu nariz é grande demais para ser desenhado, Granger. Por favor, acorde logo.

Draco já estava se preparando para pegar um pergaminho para responder a atividade de Feitiços quando ouviu a respiração de Hermione ficar mais acelerada, ele mal tivera tempo de assimilar a informação, pois a grifinória já estava sentada na maca olhando com ar de desprezo para Draco, como se ele possuísse uma doença contagiosa.

– Hermione?! Você está bem? – o loiro deu um pulo derrubando o pergaminho e a pena que antes usava para desenhar o gélido rosto da namorada. Ainda surpreso com o momento de recuperação repentino Draco se dirigiu para beijá-la, porém as mãos de Hermione que mais pareciam gelo o impediram segurando-o longe dela mesma.

– Quem pensa que é para me beijar Malfoy?

Mas não foi a frase, nem mesmo o uso do sobrenome para chamá-lo que o surpreendeu, mas sim ao notar no antebraço esbranquiçado e pequeno da castanha uma marca que conhecia muito bem. Uma marca que possuía no próprio braço. A marca negra.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.