Prisioneiros

Sorte minha, sua sorte


Capítulo 19 – Sorte minha, sua sorte

Draco mal conseguiu assimilar tudo o que estava acontecendo a sua volta, algo havia acontecido e ele devia ter deixado passar. Assim que levantou-se da cama Draco enxergou a carta com o selo da sua família e compreendeu o que havia acontecido sem nem precisar ler o que sua mãe escrevera.

O loiro se dirigiu rapidamente para a porta do banheiro esperando que esta estivesse trancada, porém se enganara, a porta estava escancarada e Hermione o encarava com os grandes olhos cheios de lágrimas.

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– Me diga que é mentira tudo aquilo. Que não está comigo apenas para conseguir informações que tirem seu pai de Azkaban. – As lágrimas continuavam rolando sobre o rosto da castanha.

Draco suspirou e com tranquilidade sentou-se ao lado da garota puxando-a para perto.

– Claro que é, eu teria outros meios para conseguir informações, você sabe. Eu sou um Malfoy. – Draco tentou brincar um pouco, mas ao perceber que Hermione recomeçaria a chorar novamente, parou de sorrir e aconchegou mais a menina em si mesmo. – Você não consegue ver não é? Mas você me hipnotizou totalmente. Você acende a minha parte boa Hermione e faz com que todo o meu passado não seja mais importante, você é o contrário de todos que frequentam este colégio. Eles olham para mim e só enxergam o Comensal da Morte que serviu ao Lord das Trevas, mas você não. Você me enxerga como o Draco e apenas isso. Por favor, não deixe as palavras da minha mãe te fazerem acreditar no contrário.

– Eu tenho medo. – Hermione assumiu depois de alguns momentos em silêncio, apenas com a cabeça encostada no ombro de Draco enquanto o mesmo acariciava a juba castanha.

Draco manteve-se em silêncio esperando que ela continuasse o pensamento, porém como esta não prosseguiu, ele questionou.

– Medo de quê?

– Medo de que um dia eu acorde e estejamos de volta ao ano passado onde você é apenas a pessoa que eu mais odeio no mundo. Eu ainda olho para os lados por onde eu passo com a sensação de que há sempre alguém me observando querendo a minha cabeça numa bandeja. O meu maior medo durante a guerra sempre foi que eu ficasse sozinha. – Draco prendeu a respiração sentindo a dor emitida pela fala da Grifinória. – Não me deixe sozinha, por favor.

– Nem se eu quisesse. – Draco aponta para as algemas que se mantém como lembretes constantes no pulso dos dois.

Hermione ri baixinho ainda com a voz um tanto rouca por causa das lágrimas.

– Você sabe do que eu estou falando.

Ele assente com a cabeça de maneira afirmativa e se aproxima mais da castanha apoiando o queixo sobre a cabeça dela enquanto olha para o horizonte perdido em pensamentos enquanto a responde.

– Não se preocupe, sempre estarei com você.

Hermione se manteve sem silêncio por alguns minutos tentando absorver tudo o que havia enfrentado nos últimos meses.

Depois de uma grande guerra que levou embora muito de seus amigos e conhecidos ela passou pela parte mais complicada disso tudo: a reconstrução. O cenário de batalha de Hogwarts era devastador, fazendo com que as aulas quase fossem adiadas, mas com ajuda de alunos voluntários, assim como Hermione tudo foi posto no devido local a tempo.

Enquanto Hermione passava toda as suas férias auxiliando em Hogwarts e estudando tudo o que havia perdido durante o tempo que passou em busca de Horcruxes com Harry e Ronald, Draco manteve-se totalmente isolado em casa sem querer ver nada e nem ninguém, apenas quem tinha acesso ao Sonserino era sua mãe, Narcisa. O rapaz sentia-se enojado não apenas pela guerra, mas também por ter apoiado o lado perdedor, Draco já sabia o que enfrentaria quando sua mãe decidiu que deveria permanecer em Hogwarts e não ir para Durmstrang como o seu pai quisera quando ele ainda estava para adentrar o colégio, mas sua mãe bateu o pé contrariada, pois esta se localizada muito longe de casa e ela gostaria de manter Draco sempre o mais próximo possível de casa.

Hermione queria acreditar que aquilo tudo teria alguma explicação plausível, ou simplesmente, um aprendizado esperando que ela o descobrisse. Mas tudo apenas parecia acontecimentos soltos os quais Hermione não conseguia ligá-los entre si. Primeiro, as algemas. Depois, sua mudança de humor repentino. Além disso, o sumiço do lufano do qual eles se tornaram suspeitos da maneira mais estranha possível. E agora, para finalizar, essa carta da Sra. Malfoy.

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“Céus, Merlin deve me odiar profundamente.” Hermione concluiu mentalmente virando o olhar para Draco que estava de olhos fechados e cenho franzido como se algo o preocupasse. “Talvez ele não me odeie tanto assim.” A castanha repensou lembrando-se da notícia de que teria uma irmã mais nova, além de estar ao lado de alguém que, apesar de todos os defeitos e complicações, a ame de verdade. Como ela não poderia estar contente com o próprio destino? Como ela não conseguia entregar-se a Draco totalmente e sinceramente como o loiro conseguia? Porque, apesar de tudo que já haviam passado junto, as vezes a garota sentisse um muro invisível erguido entre ela e Draco, um muro que ela não conseguia quebrar.

Ela suspirou e tranquilizou-se, algo em sua mente foi levando os problemas da garota para longe como se na verdade eles nunca estivessem estado nos seus pensamentos, pois a única coisa que Hermione podia pensar era como era sortuda, Draco sempre fora um dos garotos mais cotados de toda Hogwarts, mas ali estava ele ao seu lado buscando de todas as formas lhe convencer de que seus sentimentos eram puros. E aquilo era o que lhe importava, não queria saber do lufano, nem das algemas, muito pelo contrário, talvez devesse ir até ao Salão Comunal da Sonserina para agradecer a Pansy pelo imenso favor que ela o fizera.

– Como nunca notei qual sortuda eu sou? – Hermione deixou escapar em voz alta entre sorrisos.

– O quê? Perdi alguma coisa? – Draco questionou abrindo os olhos assustado pelo comentário inusitado da castanha.

– Sortuda por ter você.

Ela respondeu e uniu os lábios com os do loiro esquecendo-se totalmente de toda a problemática que levou ela e a Draco aonde estão hoje, pois naquele momento nada daquilo importava, apenas estarem ali, com um e o outro. O amor é a melhor anestesia para que as dores sumam.