Thanatos deu um leve sorriso enquanto o menino se aproximava dela.
–Khaos -Thanatos o abraçou - Sei que é difícil, e estranho. Mas não, não sou sua mãe.
Khaos sentiu a eletricidade passar por seu corpo quando ela terminou de falar, mas continuou abraçado à ela sem medo algum. Pela primeira vez.
–Por eu ter uma grande afinidade com a morte, é normal para quem ja esteve cara a cara com ela sentir a presença de alguém que já se foi quando estou por perto - Ela o abraçou mais forte -Mas não perca a esperança, sua mãe realmente ainda está por aqui. Te protegendo filho!
–O que estamos fazendo aqui? -Khaos finalmente saiu de seus braços -Eu ainda não entendi nada! Estamos totalmente perdidos!
Thanatos olhou para os rostos confusos dos outros garotos. E começou a rir.
–Vamos! e sigam! -Thanatos começou a subir a montanha -Contarei pra vocês o que estão fazendo aqui.
Thanatos foi seguida de perto pelos garotos que escutavam a história. Eles andavam pela neve normalmente sem sentir frio algum, e mais tarde a grande Feiticeira explicou que o frio não faria muita diferença pois existia algo dentro deles que era quente o bastante para os manterem quentes.
Também contou o verdadeiro proposito de estarem ali.
Os DeMolay's haviam cansado de simplesmente esperarem a pista de algum imortal aparecer e depois ir à caça. Agora eles haviam descoberto uma maneira de encontra-los e se reuniram para começar o ataque. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Imortais estavam sendo dizimados em segundos.
Eles trouxeram de volta a época das caça as bruxas, de uma forma muito mais sanguinária do que pode ser lembrada. Na Africa, imortais eram queimados vivos, na Asia, jogados dentro de rios amarrados em ferro puro, nas Américas eram empalados de todas as piores formas. E assim tinha começado um dos piores massacres da terra, bem debaixo do nariz dos humanos. Não existia tempo melhor para irem atrás dos imortais, do que um tempo obscuro e cheio de horrores.
As pessoas sentiam medo e repulsa ao saberem das histórias de massacres que haviam ocorridos em tempos antigos, mas se tornam cegas ao não abrirem os polhos para o massacre atual, que chega a níveis extremamente absurdos. Pais matam filhos, filhos matam irmãos, nação mata nação, religião mata religião. O mundo inteiro está em estado de óbito. E ninguém percebe.
Não existe tempo melhor que esse para começar essa guerra. Existe?
Os garotos finalmente estavam entendendo o porque de terem chegado ali. Os imortais agora precisavam contra-atacar. Ou seriam totalmente extintos dessa vez.
O que mais se perguntavam era o "Porque" de essas pessoas fazerem isso. Porque eles estavam tão certos de que deveriam matar os imortais? E isso os deixavam mais intrigados e davam um motivo verdadeiro para estarem ali, seguindo uma das feiticeiras mais poderosas do mundo.
Quando chegaram a uma altura bastante considerável eles decidiram parar de conversar sobre o assunto e apenas ficar um tempo em silencio para conseguir assimilar as informações.
Uma casa pequena estava à mais ou menos uns 100 metros de distância deles. E Thanatos estavam indo em sua direção. A porta da casa se abriu e um garoto ficou na porta à espera. O menino não deveria ser mais velho que eles e com certeza não parecia mais forte. Era um pouco alto, branco e tinha grandes olheiras.
Ele deu um grande abraço em Thanatos depois olhou para os garotos de longe. Algum tempo depois Thanatos os chamou.
Todos entraram na casa. O interior com certeza era muito mais aconchegante que o exterior. Uma lareira estava acesa e lenhas novas haviam sido colocadas no fogo.
–Os DeMolays começaram o ataque por aqui também -disse o garoto das olheiras -Minha cidade foi totalmente exterminada. Alem de mim, não sei se alguém sobreviveu. Meu pai ficou lá.
–Soube que eles haviam decretado um ataque à Florianópolis- Thanatos estava não só falando com o garoto, mas estava dirigindo a palavra a eles também, os incluindo na conversa - Uma das cidades com a maior porcentagem de imortais.
Um gralhado cortou o céu e todos se puseram de pé.
–A Fênix! -O garoto falou e correu para a porta - O vilarejo está sendo atacado!
Todos correram para a porta e saíram da casa procurando um pequeno vilarejo que ficava no pé da montanha. Ao longe se via pontos pretos, e a maioria conhecia aquela imagem, com certeza não eram macacos. Todos sabiam que os pontos pretos eram pessoas de capas com capuz.
–Meninos! -Thanatos passou a mão no ar e um cajado verde apareceu em sua mão -Acho que o treinamento de vocês acaba de começar.
Todos começaram a se preparar e três segundos depois estavam no pé da montanha, no meio do vilarejo que começara a pegar fogo por todos os lados.
"Essa é a guerra? Vamos ver o que está nos esperando" Khaos mal terminou seu pensamento e uma garota atravessou sua visão com uma espada atravessada em seu estomago.
***
Adriane estava quase chegando na casa quando viu a Fênix passar acima de sua cabeça. Um pássaro roxo grande demais para não ser visto, com suas asas em chamas. E de repente ela se lembrou que ele só fica com aquela aparência quando está tentando proteger sua morada.
Ao longe viu as conhecidas capas dos Cavaleiros e quando se deu conta estava descendo a montanha e não indo em direção a casa que viu em seus sonhos.
"Não vou deixar mais nenhum imortal ser morto e seu assassino sair impune!"
Usando magia conseguiu chegar rápido demais no vilarejo, e chegou no mesmo momento em que um grupo de garotos se teletransportou para o meio do vilarejo. Junto com uma das mais belas feiticeiras que ela ja havia visto em sua vida.
Não conseguiu mais focar em outra coisa. Pois estava vendo algo mais impressionante que aquela feiticeira. Seu irmão.
A ponta de uma espada brilhou em frente de seu peito e depois ela sentiu a dor.
"Droga! Eles já estão aqui dentro!"
***
Todos que estavam na ilha de Thanatos sentiram o perigo. Adriana e Kariny correram e chamaram todos para se concentrarem no meio da ilha.
Quando todos estavam juntos, alguém conjurou uma magia de tempo e espaço, e todos se teletransportaram para onde Thanatos havia ido.
***
O novo grupo de amigos tinham decidido ir para o vilarejo quando o grande pássaro de fogo havia aparecido. Beah conseguiu entender o que ele havia falado e por instinto todos decidiram ajudar seus amigos de alma.
Vergil saiu de seu desvaneio, pois sabia que iria se encontrar com o homem que mais odiava.
Seu melhor amigo!
"A guerra finalmente começou!"

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