Doce Ironia
As vezes a insegurança é maior
Alyss puxou Liana até o carro de Adam e pegou sua mochila e seu celular ali, então arrastou a amiga para o próprio carro.
– Vai me fazer de refém dentro do meu veículo? - brincou Liana.
– Só me tira daqui - pediu entrando no carro e Liana entrou rapidamente esquecendo a brincadeira.
– Tudo bem, se acalma - pediu e deu partida no carro. Alyss discou o número de Adam e esperou impacientemente ele atender.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Hey, sou eu - disse quando ele atendeu depois de chamar três ou quatro vezes - Eu estou indo para casa com Liana.
– O que?– perguntou confuso do outro lado da linha – Por quê? Eu posso te levar!
– Não, eu estou bem, escuta, eu tenho que desligar - disse suspirando - Te vejo mais tarde.
– Então ta, né.
– O que houve? - perguntou Liana quando ela desligou e guardou o celular.
– Louis falou uma coisa que estava certa - disse dando de ombros - Vou me meter em confusões, é a segunda briga, vai entrar no meu histórico e vai dificultar minha ida para uma faculdade descente.
– Hey! Calma, foi só uma briga e...
– Na verdade, foram duas - lembrou Alyss e Liana fez uma careta.
– Tudo bem, duas brigas, mas quem nunca brigou na escola? - perguntou tentando animar a amiga.
– Os bolsistas das faculdades que eu pretendo ir e até alguns meses atrás, eu! - disse apontando para si mesma.
– Alyss, fica calma, você vai ficar bem - disse Liana, agora mal acreditando nas próprias palavras - Vai ficar tudo bem.
– Para minha sorte, espero que seja verdade e que a diretora não fique sabendo, o que eu acho muito difícil, mas enfim... - disse jogando a cabeça para trás.
Liana não disse mais nada, consequentemente Alyss também não, e assim ficaram as duas em um silêncio perturbador até chegarem a casa da loira.
– Valeu pela carona, eu te ligo mais tarde - disse e Liana assentiu.
– Alyss - chamou e a loira se virou para ela - Não faça nada de que possa se arrepender, okay?
– Eu sei o que estou fazendo - disse dando de ombros e Liana suspirou.
– Espero que sim.
– Tudo bem, vou indo - disse e acenou antes de entrar em sua casa - Cheguei!
– Oi, quer comer alguma coisa? - perguntou sra McGrey aparecendo na sala e vendo os braços da filha arranhados e o cabelo desalinhado - Você está bem?
– Sim, só foi uma reação alérgica a... - disse e engoliu em seco, a Quinn, sentiu vontade de dizer mais se conteve - A alguma coisa.
– Ah, tudo bem, se precisar de alguma coisa, estou aqui na sala - disse sorrindo e Alyss assentiu antes de subir para o seu quarto.
*****
Adam chegou em casa com a sensação de estar carregando o mundo inteiro nos ombros, sabia que havia algo errado com Alyss, só não sabia o que era.
Talvez a vida estivesse sendo gentil demais com ele para permanecer assim, e talvez o destino estivesse entediado e quisesse brincar, mas tudo o que sabia era que algo não muito bom iria mudar todos os seus planos aquela noite.
– Chegou cedo – disse sua mãe do sofá e ele assentiu.
– Liana e Alyss queriam conversar, foram embora juntas – mentiu rapidamente, quer dizer, não era bem uma mentira mas...
– Ah, então ta bom né – disse dando de ombros e então olhou para o filho um pouco preocupada – Você está bem? Aconteceu alguma coisa entre vocês dois que queira me contar? Sabe que pode conversar comigo, não sabe?
– Sei mãe, obrigada – ele disse e forçou seu melhor sorriso.
– Tudo bem, se precisar, sabe onde me encontrar – disse e apontou para o sofá, ele riu e assentiu antes de ir em direção as escadas e entrar em seu quarto, se jogando na própria cama e pela primeira vez em alguns meses pensando seriamente.
Alyss era claramente o melhor para ele, mas será que ele era, de fato, o melhor para ela?
*****
– Alyss! Eu vou sair! – gritou sua mãe e ela correu até as escadas.
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– Margox me chamou para ir ao cinema – disse sorrindo – Se você quiser, pode ir junto, e pode chamar Liana, tenho certeza de que Margox iria adorar.
– Não, está tudo bem, eu queria assistir Gossip Girl ou Romeu e Julieta mesmo – disse dando de ombros e sua mãe assentiu.
– Tudo bem, qualquer coisa mande uma mensagem – falou e foi a vez da loira assentir.
Quando teve certeza de que sua mãe já tinha ido, subiu rapidamente para o seu quarto e pegou o celular, discando pela segunda vez naquele dia o número de Adam.
– Precisamos conversar – disseram em uníssono.
– Você primeiro – disse Alyss mordendo os lábios.
– Não, pode falar – ele disse e ela estalou os dedos de nervosismo.
– Você... ahn... a gente tem que conversar – repetiu e pigarreou – Certo, quanto tempo você demora para chegar aqui?
– Quinze minutos no máximo, só vou trocar de roupa – disse e ela mordeu os lábios com mais força.
– Ahn... ta, ta legal, até daqui a pouco.
– Até daqui a pouco – ele repetiu e ela desligou o telefone o jogando sobre a cama.
– Droga – resmungou se jogando na cama e tapando o rosto, enviou rapidamente uma mensagem para Liana e esperou por Adam em silêncio.
A verdade, era que nenhum dos dois tivera sequer um relacionamento sério até então, ainda mais Alyss. E ambos estavam assustados, enquanto o namoro era uma fachada para alcançarem seus objetivos, não parecia tão assustador, mas agora, que era oficial, ambos estavam apavorados com o que fazer ou o que pensar, e era evidente que não se sentiam preparados para isso.
Quinze minutos depois a campainha tocou, Alyss respirou tão fundo que pareceu ter sugado todo o ar ao seu redor, desceu as escadas pulando de dois em dois degraus e abriu a porta.
– Oi – resmungou e ele apenas fez um gesto com a cabeça e entrou – Ahn... pode sentar.
– Claro, obrigada – disse ele, ambos começaram a agir formal demais – E então...
– Então? – deu de ombros e arfou.
– Você queria conversar.
– Você também – disse e se sentou de frente para ele – Por que não começa?
– Porque eu não sei como começar e nem se quero fazer isso – disse a última parte num sussurro, mais para si mesmo do que para ela, que parecia muito ocupada tentando formular uma frase para perceber o que ele havia dito.
– Acha que isso está dando certo? – perguntou de uma vez, sem encará-lo, ele sentiu o corpo todo gelar, assim como ela e deu de ombros.
– Me diga você.
– Mas eu estou te perguntando – disse bufando e ele respirou fundo três ou quatro vezes antes de pigarrear e abrir a boca para falar algo.
– Eu... isso é estranho... quer dizer... é novo para mim – disse dando de ombros – Nunca namorei, não sei como é ter uma namorada e nem se...
– Se está preparado para ter uma – completou Alyss olhando para os próprios pés.
– Hum – ele disse apenas e ela deu de ombros.
– Acha que talvez tenhamos confundido tudo – falou dando de ombros e tentando encará-lo, mas logo desistiu ao ver aqueles olhos incrivelmente azuis na direção dela.
– Acho que pode ser uma opção – ele concordou mesmo sem concordar, mas ela estava facilitando as coisas na verdade, nenhum dos dois falou nada pelos próximos dez minutos, até que ele se levantou – Acho que devíamos ser amigos.
– Claro – concordou ela se levantando também – Amigos.
– Amigos – repetiu e fingiu ver a hora em seu celular – Minha mãe está me esperando para o jantar – mentiu apontando para a porta e ela assentiu.
– Ahn... claro, eu... – pigarreou e apontou para a porta – Te acompanho até a porta.
– Certo, obrigada – disse e se dirigiu até lá – Er... amigos se abraçam, certo?
– Uhum, acho que sim – disse e deu um abraço rápido nele.
– Tchau.
– Tchau – disse e ele foi até o carro e sem olhar para trás, deu partida.
Alyss piscou uma ou duas vezes, e entrou fechando a porta atrás de si, só tinha que ficar ali parada, Liana apareceria a qualquer instante para tentar matá-la ou algo do tipo.
Menos de meia hora depois alguém bateu na porta, Alyss se levantou do chão e abriu a porta, Liana estava parada ali, com um semblante entre surpreso e preocupado.
– Ah, não – sussurrou ao ver as lágrimas nos olhos de Alyss e abriu os braços para a amiga que desabou em seu colo.
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