Davi caminhava tranquilamente pelas ruas do Rio de Janeiro, fones de ouvido, música alta. Se dirigia para a faculdade, já exausto após ter dado aula o dia inteiro. Tudo que queria era que as aulas passassem depressa, para que pudesse enfim se dirigir para sua casa.

No campus da faculdade, a movimentação era intensa. Um de seus colegas veio avisá-lo que preparavam uma manifestação para dali alguns dias, na qual pretendiam reivindicar melhorias para os cursos.

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Se animou com a ideia. Sua mãe, seu pai e Herval o haviam criado para lutar pelo que queria, por seus direitos. Deixou as emoções aflorarem, enquanto encabeçava os preparativos para a organização do manifesto.

Esse era um dos poucos momentos em que deixava as pessoas perceberem sua animação. No geral, era bem turrão e introvertido, pouco interagindo com os colegas de sala.

Graças a isso, o tempo voou. Logo já era noite, e ele afinal pode pegar o ônibus e ir para casa.

_ Mãe, pai, cheguei. – gritou o rapaz, entrando em casa. Viu que Mathias estava na sala, jogando videogame – Cadê eles?

_ O pai saiu com o Herval. A mãe está na cozinha. – indicou o rapaz, sem tirar os olhos do jogo. Davi assentiu, seguindo para o cômodo ao lado.

_ Mãe? – chamou, atraindo a atenção de Rita. Ela virou-se, sorrindo – Mãe, vai ter um manifesto na faculdade.

_ Que tipo de manifesto Davi? – perguntou a mulher, suspirando. Conhecia muito bem o rapaz para saber que isso iria acabar em encrenca para ele – Eu não quero você se metendo no meio da baderna.

_ Relaxa mãe, vai ser algo totalmente pacifico. – ele a abraçou, beijando o rosto dela – Sobrou algo do jantar?

_ Tem lasanha de queijo no forno. – ela avisou – Eu to indo encontrar o Herval e o Dante. Eles estão lá no boteco do Juca, e se eu não buscá-los, seu pai convence o Herval a ficar lá até de manhã.

Davi assentiu, pegando a lasanha enquanto a mãe saia. Ele cortou uma generosa fatia, colocando no microondas e enchendo um copo de refrigerante. Logo, rumava para seu quarto e trancava a porta.

Sentou em frente ao computador, sorrindo verdadeiramente. Ligou o monitor, colocou o headset e logo estava imerso em seu mundo de tecnologia.

_ Magodainformatica17 online, quem está aí? – perguntou, enchendo a boca de lasanha.

_ Trolldainternet1985.

_ LadyCPU69.

_ DamadoHD1.

Sorriu ao ouvir o último nome, abrindo em separado uma conversa por mensagem do Skype.

Como vai Manu?

Bem Davi, e você? Como foi seu dia?

Ele intercalava as coisas entre seus três monitores. Em um, jogava. No outro, teclava com Manu e falava com seu grupo de jogo no Skype. E no terceiro, fuçava as notícias e atualidades. Tudo isso regado a lasanha e refrigerante.

Olhou o relógio e constatou já passar da uma da manhã. Mas a noite ainda estava longe de terminar...

~*~

A milhares de quilômetros dali, outra noite parecia bem longe de terminar.

Uma jovem loira acabara de cruzar a porta de uma das baladas mais chiques e frequentadas de são Francisco. Desfilou pelo corredor que se abriu para ela, batendo seus saltos altos no chão, desfilando as pernas claras com o vestido preto, curto e justo, jogando os cabelos loiros e cacheados para os lados.

Entrou na área VIP sem precisar dizer nada, e logo recebeu um drink colorido das mãos de um dos bartenders. Sentou-se em um pufe, observando tudo que se desenrolava ao redor da festa.

_ Srta. Parker? Os paparazzi estão na porta, pedindo para entrar. Deixamos? – perguntou um homem mais velho, com um crachá que indicava que era o gerente do local.

_ Por favor Fred, mas não todos. Apenas do TMZ e, como estou boazinha hoje, de um jornaleco menor. – ela sorriu, bebericando seu drink. O homem assentiu, se retirando. Ela colocou o copo de lado, se levantando.

Observou bem o local, analisando as possíveis vítimas da noite. Não estava com ânimo para sair beijando diversos caras. Queria apenas um, e de preferência terminar a noite com ele, para chegar em casa depois que o sol já estivesse alto.

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Estava sendo cobiçada por diversos homens no local, sabia disso sem sequer olhar. Afinal, era Megan Parker, e sabia muito bem o efeito que sua beleza causava nas pessoas do sexo masculino.

_ Com licença? – alguém se aproximou. Virou-se, dando com um rapaz magrelo, de cabelo estranho. Ele sorria de lado, e ela fez um cara de repulsa – Meu nome é...

_ E eu não estou interessada. – ela deu as costas, caminhando para fora da área VIP.

Logo, um rapaz loiro se aproximou. Era alto, musculoso e trajava uma roupa moderna e elegante. Ele sorriu, começando a sussurrar coisas em seu ouvido. Em poucos minutos, ela já estava envolta nas carícias dele.

Flashes começaram a estourar pelos lados, e ela sorriu internamente. Já podia ver a manchete do outro dia, com sua foto estampando a capa, e a bronca que Pamela e Jonas dariam.

_ Quer ir para um lugar mais... Reservado? – ele sussurrou, fazendo-a sorrir.

Megan o puxou pela mão. Passou pela porta, pedindo que colocassem os gastos da noite em sua conta. Assim que saíram pela porta, o mar de fotógrafos os atingiu.

A garota planejava atravessá-lo com rapidez, como sempre. Adorava os cliques dela ignorando os fotógrafos, a maneira como aquilo a fazia parecer mais e mais famosa. Porém, seu acompanhante tinha outros planos.

O rapaz a puxou, começando a beijá-la com intensidade. Ela até gostou a princípio, até o momento em que ele começou a puxar a barra do seu vestido. Ela tentou afastá-lo, mas ele era forte e começou a puxar mais o vestido.

Sentiu um momento de desespero, no qual abriu os olhos. E então viu o rapaz de dentro da boate, o esquisito, caminhar até os dois. Ele puxou o rapaz loiro com uma facilidade surpreendente, levando em conta que ele era um terço do outro. O magrelo virou um soco forte no rosto do peguete de Megan, que caiu no chão.

_ Vem comigo. – pediu o rapaz, a envolvendo com os braços e afastando os fotógrafos. Assim que se afastaram, ele perguntou – Cadê seu carro? Ou você está de táxi?

_ Meu carro está no estacionamento. – ela sussurrou.

_ Então vamos na minha moto. – ele a puxou até uma moto. Lhe entregou um capacete, subindo no veículo – Vem, eu não vou te fazer mal.

Ela hesitou, mas os fotógrafos estavam se aproximando. Não ligava para eles geralmente, mas estava bem assustada com o que havia acontecido momentos antes.

Subiu na moto, enquanto ele dava partida e eles rasgavam a avenida. Se agarrou firmemente à ele, fechando os olhos e suspirando. A noite não havia sido como ela esperava.

_ Quer comer um lanche? – ele perguntou, assim que parou em um semáforo – Ou prefere algo mais light?

_ Pode ser um lanche. – ela concordou, com a voz trêmula – Obrigada por ter me tirado de lá.

_ Não há de que. – ele sorriu – A propósito... Meu nome é Alex, Alex Smith.