A Italiana

Capítulo doze - Morangos e chocolate


Eu estava me sentindo segura e feliz. Estava abraçada com Aro há não sei quanto tempo, até que eu ouvi uma leve batida na porta, nem tinha notado que o sol já estava nascendo, desencostei meu rosto do seu peito procurando o seu olhar, quando eu encontrei uma onda de sensações passou por mim, eu estava completamente em êxtase. Eu levantei minha mão e passei levemente pelo seu rosto, acariciando com a ponta dos dedos, tentando descobrir se aquilo era real, se ele era real. Então eu sorri e ele retribuiu meu sorriso, um sorriso lindo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ouvi outra batida na porta. Mais que droga, será que não se pode ter um pouco de privacidade por aqui. Lancei um olhar mortal em direção a porta, saí do meu aconchego, sai dos braços daquele pedaço de mau caminho.

– Não mexa nem um músculo, já volto.- Eu lhe disse e fui em direção a porta resmungando. Mas antes eu dei uma olhada para varanda, para ver se ele ainda estava lá e pude notar que Aro me olhava de forma travessa. Olhei para baixo e vi que eu usava um baby doll vermelho bem curto, já disse como eu sou feliz por não poder corar mais? Volte-me para a porta e abri:

– Serena? O que foi?

– Bom dia Bella, eu só vim avisar que eles acharam quem jogou a pedra, estão todos no Salão dos Tronos agora.

– Sério?! Tudo bem, eu vou me trocar e já desço, te encontro lá, ok?

– Tudo bem, já vou indo. - Ela sorriu e se virou, mas parou e disse: - Bella por que seu quarto e você estão com um cheiro diferente? Algo muito parecido com chocolate? – então se virou e olhou maliciosamente para mim e depois para minha roupa. – Sabe eles ainda não localizaram mestre Aro para lhe contar as novidades, talvez você possa?

Que ótimo, o que eu falo? Ah, claro pode deixar que eu digo para o rei, não se preocupe, ele está ali na varanda, passou a noite aqui, mas não aconteceu nada do que você está pensando, nós só conversamos okey? E eu também não sabia se Aro queria que as pessoas soubessem que ele estava aqui. O que eu faço?

– Hm. – Foi só o que eu disse antes de fechar a porta e correr para varanda. Eu estava morrendo de vergonha, eu fechei a porta na cara da minha irmã, mas em minha defesa eu não sabia o que fazer. Aro ainda estava lá do mesmo jeito que eu o deixei.

– Por que fechou a porta na cara da sua irmã?

– Porque eu não sabia o que fazer, isso é culpa sua, com esse cheiro maravilhoso de chocolate, ela percebeu e eu não soube o que dizer.

Ele sorriu e disse:

– Você tem cheiro de morangos. Mas eu ouvi o recado da sua irmã. – Então seu sorriso desapareceu e seu semblante ficou triste.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? – eu perguntei passando minha mão por seu rosto, ele descansou a cabeça ali e fechou os olhos.

– Hora de voltar para a realidade. – ele suspirou e abriu os olhos, tirou minha mão do seu rosto e a segurou com força, olhou nos meu olhos, eles eram tão intensos, tão sábios e tão tristes. – Essa manhã foi a primeira em que me senti feliz, depois de muito tempo Isabella e você foi o motivo disso. Só queria agradecer por ter escutado o meu desabafo. Acho melhor eu ir antes que eles fiquem muito preocupados e coloquem Demetri para me rastrear. O dever me chama.

E assim ele me abraçou novamente e saiu subindo pelo teto em direção a sua varanda. Deixando-me completamente paralisada, aqueles olhos tão lindos e ao mesmo tempo tão tristes, me deixavam completamente sem palavras. Só conseguia pensar em como morangos e chocolate fazem uma combinação perfeita. Arrastei-me para o quarto e troquei de roupa, quando terminei segui em direção ao Salão dos Tronos.

Entrei e Aro já estava lá, com o rosto sério e duro, olhava diretamente para um vampiro que estava de joelhos no chão, suas roupas estavam sujas e rasgadas, ele estava tremendo, nunca vi um vampiro tremer antes, seu rosto era de puro terror. Juntei-me a Serena e Helena, apenas observando tudo que passava. O homem começou a falar:

– Me.. M... Meus mestres, eu.. eu.. juro que não fiz i- isso, eu não me lembro de nada em relação a ontem a no- noite. – O homem tremia e gaguejava.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Que conveniente não é mesmo. – Caius falou, ele ainda estava irritado, mas não tão furioso.

– E-Eu juro. Eu nunca faria uma idiotice desta, e-eu re-realmente não sei o que aconteceu. Estava caminhando pela rua e... e encontrei uma mulher, depois não me... me lembro de mais na..nada.

–CHEGA! Não queremos ouvir suas mentiras, seu cheiro estava aqui, seu rastro.

– Ma.. mas eu não f..fiz na-nada , ao menos não por vontade própria, meus Reis tem que acreditar, pó..por favor.

O vampiro estava em um estado deplorável parecia até um mendigo, ele soluçava descontroladamente, não parecia capaz de fazer nada, muito menos passar pela segurança Volturi. E aquilo estava me incomodando.

– CHEGA! TEMOS PROVAS, SEU CHEIRO E SEU RASTRO, CHEGA DE SUAS MENTIRAS. VOCÊ IRÁ PAGAR.

Agora o homem estava mais descontrolado do que nunca, soluçava e tremia, mas alguma coisa me incomodava, alguma coisa não estava certa. Procurei Kira com minha mente e a localizei colocando meu escudo sobre ela, vasculhei a mente do vampiro, ele ficava repassando a noite de ontem em sua mente:

“Ele estava na casa de uns amigos, saiu e estava voltando para casa, quando passou pelo beco tinha uma mulher parada lá, ele se aproximou com a intenção de oferecer ajuda, mas então a mulher se virou e tudo ficou escuro, ele só voltou a se lembrar de alguma coisa hoje de manhã quando os guardas o encontraram no mesmo beco.”

Kira?

–Bella?

–Sim, você está vendo isso também? É um pouco estranho não acha?

– Acho sim, mas não sei muito o que pensar, as vezes os vampiros alteram as coisas em sua mente, mas nunca vi um apagão total.

Eu assenti e dirigi meu pensamento para Aro.

Aro, tem alguma coisa errada, eu acredito que este homem esteja falando a verdade.

– Como assim? Isabella, foi ele, seu rastro deixa isso bem claro.

– Eu sei que sim, mas eu sinto que algo não está certo, qual foi o seu motivo?Eu sei que é ridículo, mas eu sinto. Olha não precisa acreditar em mim, chame Kira e veja por você mesmo, o homem não lembra de nada e está realmente desesperado. Eu mesma te mostraria, mas meu escudo impede que você leia minha mente. Apenas lhe de uma chance antes que Caius corte sua cabeça. Por favor.

– Tudo bem, mas não prometo nada.

– Obrigada.

Então tirei meu escudo de Kira.

– Caius acalme-se, antes de tudo preciso verificar uma coisa. Kira venha aqui por favor. – Aro disse, Caius olhou furiosamente para ele, mas obedeceu e Kira deu sua mão para Aro. Depois que ela se afastou eu coloquei meu escudo novamente sobre ela e farei com ele:

Então? Não é um pouco estranho?

– Realmente é, mas vou ter que pelo menos prendê-lo, ele tem uma mente muito fraca e facilmente manipulável o que pode ser perigoso, Caius não irá ficar muito feliz, mas isso é o certo a se fazer. Até descobrirmos quem era aquela mulher e o que pode ter acontecido.

Aro, Caius e Marcus fizeram um circulo e deram as mãos, pareciam que estavam debatendo. Quando terminaram Aro falou:

– Tudo bem, nós acreditamos que você não se lembra, mas também é fato que você o fez, por isso nós vamos prendê-lo até as coisas ficarem mais claras para você. Demetri pode levá-lo.

E assim o homem foi retirado do Salão e os reis se levantaram e foram até a sala privada deles.

– Isso foi estranho. – disse Helena. – Foi ele que fez isso, mas porque só mandaram prende-lo?

– Porque eu sinto que tem algo muito estranho, vocês tinham que ter visto a mente dele, era apenas escuridão, ele realmente não se lembra de nada.

–Ah, isso é ainda mais estranho, o que será que aconteceu?

– Não sei, mas nós iremos descobrir, não tenho uma sensação muito boa a respeito de tudo isso.

– Vamos dar uma volta pelos jardins? Só nós três? – Serena perguntou.

– Claro, vamos. – respondi e saímos do salão.

Caminhamos pela propriedade, encontramos uma grande árvore e nos sentamos a sua sombra.

– Ok, Bella agora você vai me explicar o que aconteceu hoje de manhã. Mestre Aro estava lá não estava?

Eu suspirei derrotada, ia falar a verdade, espero que ele não fique chateado ou algo do tipo.

– Sim Aro estava lá, mas antes que você fale alguma coisa não aconteceu nada, apenas conversamos e só.

– Então porque você fechou a porta na minha cara?

– Porque eu não sabia o que fazer, ele estava lá e eu não sabia se ele queria que soubessem disso. Desculpa S, não vai acontecer de novo.

– Ele não vai mais lá?

– Não, quer dizer não sei, espero que ele vá, eu quis dizer que não vou mais bater a porta na sua cara.

–Ah, tudo bem. Bom mesmo.

Abraçamos-nos e Helena que estava quieta até agora perguntou:

– Sobre o que vocês conversaram?

– Algumas coisas, ele meio que desabafou comigo, vocês não acreditam no peso que ele carrega, eu queria poder fazer alguma coisa, eu não gosto de vê-lo tão triste, se eu pudesse pegaria toda responsabilidade para mim, apenas para ele não ter que se sacrificar tanto.

– Eu imagino, nunca vi você falando desse jeito, realmente gosta dele não é?

– Apesar de conhecê-lo há apenas um dia eu gosto, realmente gosto muito. Ele é uma pessoa incrível e eu o admiro muito.

– Hm Bellinha, quem diria em? Fisgou logo um rei.

– Eu não fisguei ninguém Helena e o fato dele ser rei não muda nada o que ele é por dentro e o que eu sinto.

– Sabe, eu acho que ele gosta muito de você também Bella.

– Por que diz isso Serena?

– Dá para perceber pelo modo que ele te olha, além do fato de que ele foi ao seu quarto e conversou com você. Ele nunca fez isso comigo, ou com Helena e desconfio que nunca fez com ninguém. Já estive aqui três vezes e o máximo que ele me disse foi um bom dia, ele te contou a história dele.

– Pode ser que sim.

– Espero que as coisas se ajeitem, vocês dois merecem ser felizes. Sabe o que chega a ser engraçado? Você tem cheiro de morangos e ele chocolate. Até nisso combinam.

Nós rimos, realmente, como eu disse uma combinação perfeita. Passamos o dia assim apenas nós três, conversando e rindo, depois fomos caçar, quando voltamos eu fui direto pro meu quarto. Daqui a três dias seria o teste para a guarda e agora eu estava tão nervosa igual as meninas, daqui a três dias seria meu teste, minha luta, pelo menos eu gosto de lutar.

Eu fui para o banheiro pensando em tudo que aconteceu hoje de madrugada. Aro por mais incrível que pareça era tão lindo por dentro como era por fora e olha que por fora aquele homem leva qualquer mulher ao delírio, como eu sempre digo, ele é um pedaço de mau caminho, mas além de tudo isso ele é uma pessoa maravilhosa que carrega o mundo inteiro nas costas, um homem que vive há muito tempo pelos outros e eu pude notar a tristeza em sua voz e em seu olhar. E esse é um dos maiores motivos que me fazem querer entrar para guarda dos Volturi, eu quero ajudar, agora entendo o que Serena dizia, eu quero ajudá-lo, quero tirar parte do peso de suas costas. Quero poder contribuir com a sua causa. Eu quero estar ao seu lado enquanto ele luta todos os dias para manter o mundo em harmonia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Nunca tinha pensado muito no que iria fazer pelo resto da minha vida, quando eu era humana queria ir para Florença fazer faculdade de letras e simplesmente viver, quando me tornei imortal não pensei muito sobre isso. Hoje eu vivo por uma causa, eu quero poder fazer a diferença, eu quero ajudar no que eu puder para que Aro não se sacrifique tanto, pois eu quero que ele seja feliz, quero que ele sinta a felicidade que eu sinto agora. Hoje eu luto por mim, por ele, por minha família e por todos, luto por um propósito. E como eu disse, eu gosto de lutar.