Regression

Protótipos de bomba relógio


Depois da manhã no inferno, vulgo escola, todos estavam cansados de tal forma que nem o cansaço de salvar o mundo poderia competir.

–Próxima vez que eu manda-los a algum lugar, vão andar de coleira! – Pepper gritava, enquanto os pequenos vestiam roupas mais confortáveis de acordo com cada gosto.

–Próxima vez que você tentar fazer isso, vou me certificar de que estará internada num manicômio – Natasha falou, de forma sombria.

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–Aquilo foi um infelno mesmo. Senholita Potts, por favor, se a senhola tem amor no colação, nunca mais mande alguém pala aquele lugar – Steve falava, com os olhos marejados.

–Plóxima vez eu queimo tudo, até as plofessolas – Johnny estava irritado e de braços cruzados.

–Ei ei, mas o que aconteceu? – Ben que não havia ido buscar os pequenos, tentava entender a situação.

–Aconteceu que sozinhos são terríveis, no grupo que fazem parte são perigosos e com os grupos misturados parecem mais terroristas – Ororo falou, tentando manter a calma.

–Não sejam tão duros com eles, afinal, são literalmente adultos... que se comportam como crianças – Darcy tentava melhorar a situação.

Nesse momento só estavam Darcy, Ben, Pepper e Ororo na sala.

–Me demito da minha vida – Pepper sentava numa cadeira, pondo as mãos no rosto.

–Olhe pelo lado bom, eles ainda agem como adultos... – Ben começou a falar mas Darcy o interrompeu.

–Como assim “ainda” agem?

–Fury ligou assim que vocês saíram, ele falou que a medida que o tempo passa eles vão ficando cada vez mais infantis e com o tempo suficiente, se tornarão realmente crianças.

–Espera, como é que é?

–Imagina assim: caso eles passem tempo demais desse tamanho, vão acabar ficando realmente assim. Como se só estivessem vivos a 6 ou 7 anos. Entendeu? – Ben tentava explicar de forma que Pepper não desse mais um ataque.

–Isso é o fim do mundo – mas ela ficou mais desesperada.

–Onde está Sif? – Ororo indagou

–A asgardiana? – foi Darcy quem respondeu – ela estava tentando acalmá-los... e acho que deu certo, já que não estamos ouvindo gritos e nem presenciando explosões.

–Vai ver ela deu um golpe na cabeça de todos e aí eles desmaiaram... – Ben percebeu que todas olhavam para ele, incrédulas – que foi? Ela não é a deusa da guerra né? Então, não duvido nada.

–Vou lá para ver o milagre – Pepper levantou-se e se dirigiu para o andar de cima.

Na sala de estar do andar de cima estavam Sif e todos os pequenos. Eles estavam dormindo. Todos. Menos Sif.

Johnny estava agarrado ao braço da irmã, esta por sua vez estava segurando a mão de Reed. Bruce estava esparramado em cima de algumas almofadas e por cima dele, Tony estava mais esparramado ainda. Jane dormia sobre Thor, que dormia com a cabeça encostada na perna de Sif. Clint estava com a cabeça encostada na outra perna de Sif, e Natasha um pouco afastada, mas em pouco tempo ela se moveu e os dois estavam juntos, como se um fosse o urso de pelúcia do outro. Scott e Steve dividiam uma almofada e dormiam tranquilamente.

–Que milagre aconteceu aqui? – Pepper falava baixo, com medo de acorda-los.(Milagre é ela falando baixo, mas isso vamos deixar de lado por enquanto)

–Só os convenci de que discutir sobre o que aconteceu não seria bom numa hora dessas. Então como estavam cansados, dormiram. – Sif falou, calma.

–Tem jeito com crianças. Já tem filhos?

–Ah, não... não. Eu e meu marido ainda não pensamos nesse tipo de coisa...

Pepper sentou-se numa poltrona que estava próxima.

–Garanto que seus filhos iriam te adorar. Desculpe se for indiscreta mas, quem é seu marido? Algum guerreiro de Asgard?

–Bem, não exatamente um guerreiro. Mas se tornou um bom homem. É um mago de Asgard, acho que se olhar na mitologia vai perceber que ele é bem presente.

–Ele já veio a Terra? – Pepper não entendia muito bem de magos.

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–Sim... infelizmente. – Sif abaixou a cabeça.

–Há algo errado?

–Eu casei com Loki – Sif falou , confiante. Pepper ia dizendo alguma coisa mas Sif continuou – por favor, não conte isso a Thor ou a qualquer outro. Ele precisa saber disso quando Loki vier para cá. E não, ele não é mais o monstro que era quando o conheceram quando tentou dominar Midgard.

–Isso é realmente bom de saber – Pepper estava atordoada – mas prometo que não conto a ninguém.

–Obrigada.

Ororo adentrou a sala logo em seguida.

–Pepper, Sif. Nick Fury ligou. Ele quer saber a opinião de vocês sobre uma coisa.

–O que? – a guerreira e a ruiva perguntaram ao mesmo tempo.

–Como a tentativa de manda-los a uma escola normal foi... mal sucedida, ele entrou em acordo com Charles para que fossem levados para o instituto. Acham que daria certo?

–Se querem o instituto a baixo em menos de 1 semana, claro que podem ir. – Pepper estava preocupada.

–Lidamos com mutantes lá, não acho que fariam bagunça maior...

–Podem não ser mutantes, mas acho que fariam uma bela de uma bagunça por lá. Sabe do que essas pestes são capazes, ou pelo menos parte.

–Temos uma semana para discutir sobre isso – Ororo olhava para os que estavam dormindo – ainda vai querer manda-los para a escola?

–De jeito nenhum. Não quero ter que arcar com óbitos.

–--

Todos já haviam acordado, já era de noite. Alguns assistiam um filme, outros reclamavam e outros tentavam achar algo de útil para fazer.

–Natasha, me passa o plato? – Johnny pedia.

–Claro – os dois estavam fazendo a festa na cozinha.

–Você ta gostando de ficar assim? Pequena? – o loiro perguntava.

–Lógico que não, você está?

–Não, só quelo voltar ao meu tamanho oliginal. Tenho coisas a telminar que não estão telminadas... – ele comia arroz com batata palha.

–Que tipo de coisas? – ela comia uma macarronada que Darcy tinha feito mais cedo.

–Tipo pelguntar a uma galota que eu gosto se ela quer namolar comigo. No dia que eu ia fazer isso, aconteceu isso com a gente – ele fazia cara de triste.

–Hm, ela é legal? – a pequena ruiva havia terminado de comer o que tinha em seu prato e já estava colocando mais.

–Sim, pode ter celteza que sim...

–Ei foguinho, já ta dando em cima da namorada do passarinho é? – Tony chegou gritando na cozinha.

–Q-quem? Eu? Que passalinho? – Johnny levou um susto com o grito de Tony e quase caiu da cadeira.

–Já marcou seu casamento com o Jarvis, Tony? – Natasha revidou – aproveitando a oportunidade, posso ser madrinha?

Natasha fechou a cara e saiu da cozinha. Ela não gostava desses comentários de Tony, mas não podia negar que sentia algo forte por Clint. Algo que ela mesma não sabia o que era, mas sabia que existia.

–Olha o que você fez agola – Johnny tinha fechado a cara também – ela irritada não é uma coisa muito legal sabia? Develia queimar sua cabeça depois disso – e então continuou comendo sua comida.

–Não sei o que aconteceu aqui, mas quero falar contigo Tony – Clint chegou na cozinha.

–O que é?

–Vem aqui – o pequeno arqueiro puxou Tony pela camisa e quando chegaram num lugar que o primeiro achava seguro, começou a falar – preciso da sua ajuda.

–E você me trouxe até aqui para dizer isso? – Tony o olhava incrédulo – ok, comece a falar.

–Preciso fazer uma visita a Mellody.

–FICOU MALUCO?! – Tony praticamente gritou, Clint instantaneamente tapou a boca dele com a mão.

–Não, não fiquei. Só que a coitada deve estar péssima. E a culpa indiretamente foi minha. Preciso pelo menos fazer uma visita. Pelo que sei, ela está em casa e não sai nem por um decreto...

–Espera aí – Tony coçou a cabeça – quer mesmo fazer isso?

–Sim. Aí que você entra, não sei o endereço dela. E mesmo que soubesse, não poderia sair por aí sozinho.

–Você vai me meter em furada cara...

–Não vou. Só não contar pra ninguém e aí ninguém sai prejudicado. Vai ajudar ou não?

–Tudo bem, mas saiba que se depois a Natasha matar nós dois, vou te caçar até no inferno – Tony fez uma cara ameaçadora, que não deu muito certo.

–Beleza – Clint fez foi rir da forma que Tony havia falado.

–Mini-senhor, a Srta. Potts requer sua presença no salão de entrada da Torre. Há um convidado de que não conheço querendo falar com algum de vocês aqui. – Jarvis falou. Clint deu um pulo. Não tinha se acostumado com o fato de Jarvis estar em todos os lugares a todo momento.

–Mas que negocio é esse de “Mini-senhor”, Jarvis!? Olha o bullying com a minha atual altura!

–Desculpe mini-senhor. Mas fui configurado para chamá-lo assim.

–Quem configurou você assim? – Tony havia esquecido do detalhe do estranho no salão de entrada.

–Tony – o arqueiro fez um cara de decepção – quem mais nesta Torre tem inteligência suficiente para reconfigurar tudo do jeito que desejar sem deixar rastro nenhum?

–Bem, tem o Bruce, o Reed, a Natasha e você – Tony estreitou os olhos.

–Mini-senhor, o garoto ainda está esperando, e a Srta. Potts não quer abrir a porta sem antes vê-lo presente. – Jarvis insistiu.

–E não fui eu – Clint começou a empurrar o pequeno gênio em direção o salão principal – agora vamos.

Eles correram até a porta e lá viram Pepper e Ororo tentando deduzir quem seria o estranho garoto. Todos ali podiam ver o menino através de uma câmera.

–Jarvis, procure por registros de pessoas eu pareçam com esse pivete – Tony pediu

–Eu acho que já vi esse calinha antes... – Steve que estava perto também, falou.

–Alexander Bond. 10 anos. Estudante do 5° ano. Nova Iorquino. Notas medianas e dificuldade para escrever a ortografia correta... – Jarvis forneceu a todos ali algumas informações sobre o garoto.

–Olá, o que quer aqui Alexander? – Tony falou através de um microfone, fazendo o garoto Alexander escuta-lo via alto-falantes.

–M-me chame de Alex... – Clint achou estranho o nome do garoto, ainda mais porque prestou atenção no que Jarvis havia dito sobre ele – só queria saber se é aqui que a Natasha mora...

Foi a gota d’água. A sala inteira havia escutado essa parte e todos viraram para ver do que se tratava.

–É aqui sim – Pepper deu continuidade a conversa – Jarvis, deixe o garoto entrar.

Todos os pequenos que já tinham se tocado de quem se tratava estavam pasmos, sem pronunciar nenhuma palavra. Os outros 4 que não sabiam, ficaram desnorteados.

–Por que vocês estão assim com cala de quem viu fantasma? – Johnny perguntava – Susan, me fale logo. Culiosidade não é legal gente.

–Isso vai ser legal de ver – Tony estava com uma cara sapeca.

–Quem é esse menino? – Bruce perguntou.

–Pelo que tudo indica... o admirador secreto da Tashinha – Tony falou. Clint já estava de cara amarrada e Johnny ficou da mesma forma – ele até mandou um bilhetinho pra ela. Cada erro mais catastrófico que o outro.

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–Meus pecados já devem estar todos pagos – a ruiva estava com cara de “Odin me ajude”.

Então o menino adentrou a sala onde estavam.

Era do tamanho de Natasha, mas menor que alguns dali. Tinha cabelos lisos e bagunçados, olhos castanhos e pele clara. Usava um casaco de frio, jeans, tênis e um boné de algum time de futebol.

–O-oi gente – ele começou a falar – não pensei eu haveria tanta gente por aqui...

–Desembucha logo rapaz – Ben apareceu por trás do menino. Alex quase morreu de ataque cardíaco.

–E-eu só queria falar com a Natasha... a prima de vocês está aí?

Dito isso, todas as “crianças” começaram a rir. Menos Natasha. “prima? Como assim?” era o pensamento de todos.

–Qual a graça? – Alex estava ficando com medo de todos ali.

–A glaça é que ela não é plima de ninguém aqui – Johnny ria alto – ainda bem né.

–N-não? Mas disseram que...

–Não importa o que falaram. Aqui está ela – Tony a puxava pelo braço. Ela teria resistido, mas estava atônita demais para reagir.

–Ah – os olhos de Alex brilharam – aí está você!

–É... eu acho – a ruiva não sabia o que falar – o que queria falar?

–Me desculpe... era só isso – ele meio que correu até ela e beijou-lhe a boca.

Ao mesmo tempo todos ali ficaram com um “o” na boca, Clint pegou seu arco e apontou uma flecha na cabeça do menino, Johnny cerrou os punhos e ficou em chamas pronto para tacar fogo no garoto e Natasha o empurrou forte o bastante para faze-lo ficar longe.

–Ei ei gente, sem mortes aqui, ok? Ok. Foguinho e Passarinho por favor, acalmem-se. – Tony tentava manter a ordem.

–Eu não estou com medo de vocês. Fisicamente falando você é muito pequeno para usar um arco desse tamanho e força, e você morreria assim que o fogo tocasse em você, então suponho que seja só uma ilusão – Tony, Bruce e Reed tacaram a mão na testa.

–Quero ver aqui quem é pequeno demais – Clint puxou a flecha e qualquer movimento em falso do garoto, ele a soltava e Alex passaria de pessoa viva para pessoa morta.

–Passa pla fola – as chamas de Johnny haviam ficado maiores e mais quentes – agola!

Alex viu que eles dois não estavam brincando e então saiu correndo. No meio da pequena corrida, Clint acertou um dos tênis do menino e Johnny o outro tênis.

–Lembrancinha praquele panaca – o passarinho guardou o arco.

–Um tênis fulado e outlo queimado... tomala que silva de lemblança mesmo – Johnny “apagou”.

Os dois foram até Natasha e perguntaram ao mesmo tempo:

–Você ta bem? – ela ficou muda por alguns minutos, tentando entender a situação.

–Hm... – Ben estava com uma cara de pedra saliente – a ruiva baixinha arrasando 3 corações.

–Johnny... é verdade? – Susan estava espantada.

–Coitado do menino, vai ficar com trauma de fogo e de flechas para o resto da vida – falava Bruce.

–Se for assim a loira lá que gostou do passarinho, vai ter traumas eternos com ruivas – Thor havia aderido a ideia de chamar alguns dali do jeito que Tony chamava. Jane tacou o cotovelo na barriga do asgardiano.

–Thor, calado – a astrofísica falou com tom de autoridade.

Todos ouviram uma explosão vinda da parte de fora da torre.

–O que foi isso?! – Pepper perguntou espantada.

–Ah – Clint estava com cara de culpado – a flecha que joguei nele era uma explosiva...

–Meus Deus – Pepper estava de olhos arregalados – tomara que o menino não tenha morrido.

–Se tiver morrido, beleza. Depois vou deixar flores no tumulo. – o pequeno agente falou, num tom de normalidade.

–Natasha, colega, fale alguma coisa – Reed percebia o estado de choque em que ela estava.

–E tem o que falar? – Tony a olhou feio depois disso.

–Sim, Tashinha, tem sim. Você acaba de ter a prova concreta que dois indivíduos que já salvaram o mundo te amam, e, que um garotinho de 10 anos não conseguiu resistir aos encantos de uma bela criança russa. – e depois disso, foi Pepper quem olhou feio para Tony.

–Tia Pepper, por favor, tranca essa miniatura de lata de sardinha dentro de uma caixa forte? – Natasha falou, com um tom de raiva na voz.

–Realmente, a tia Pepper develia fazer isso mesmo – Steve falou – ele ta muito inquieto.

–Agora é complô contra mim, é?! – Tony começava a aumentar o tom da voz – até você picolé?

–Sabe, acho que deveria arranjar uma caixa forte para cada um – Sif deu a ideia para Pepper que acabou concordando.

–Ororo... ainda acha que o instituto aguenta esses protótipos de bomba relógio? – Bruce perguntou.

–Vai ter que aguentar...