A menina de olhos castanhos está sentada no balanço. Seus pés não alcançam o chão, por isso não consegue dar impulso para balançar. Ela só queria alguém para empurrá-la. Um amigo, talvez. Forte, mas não tão forte assim, só o suficiente para fazer o balanço subir e ir mais rápido. E talvez se ele fosse mais velho, poderia ensinar algumas coisas pra ela; mas não tão velho, o cheiro de gente idosa era insuportável para as suas narinas. Gostaria que ele fosse bonito, embora essa qualidade não lhe trouxesse muitos benefícios.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

A menina de olhos castanhos — é claro que ela tem um nome, mas a primeira coisa que você nota são os olhos, olhos amendoados e sonhadores herdados do pai — olha ao redor, mas não vê nada.

Enquanto ela encara os seus sapatinhos polidos, a luz do sol ilumina a grama falsa do playground. E num passe de mágica, ele está ali, com os olhos verdes esbugalhados. De onde veio? Onde está? O que está fazendo?

— Oi. — Parece confuso com aquele mundo novo e cruel.

— Oi. — diz a menina de olhos castanhos

Fica assustado, a princípio. Mas quando vê aquela garotinha — que está tão surpresa quanto ele — e nota uma estranha familiaridade no seu rostinho juvenil, se apaixona por ela.

Assim como se apaixonou perdidamente pela sua mãe, que agora é uma mulher importante e uma esposa muito dedicada, e como se apaixonou pela sua avó. E como se apaixonará pela sua futura filha, e também pela filha da filha da menina, e pela filha da filha da filha dela. E assim continuará sendo, enquanto as crianças forem alegres, inocentes e desalmadas.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.