Games Of Love

Casados


Observando seu reflexo no espelho, Sakura sentiu seus olhos marejarem. Os dias transcorreram mais rápido do que ela esperava, e o “grande dia” havia chegado. Estava extremamente nervosa, e se perguntou, por um momento, se Sasuke estaria dessa forma também.

Seus olhos se fixaram de imediato, no celular que permanecia intacto em cima da mesinha de cabeceira. Deveria tentar falar com eles novamente. Provavelmente, os Haruno não estariam tão ocupados naqueles dias, e dariam um jeito de a visitarem.

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Mebuki e Kisashi eram donos de uma empresa de advocacia de Hiroshima, e viviam para o trabalho. Embora tivessem grande afeto por sua filha, consideravam mais importante uma reunião do que o dia das profissões na escola da rosada.

Quem diria que não considerariam mais importante do que o casamento dela também?

Espantou os pensamentos e olhou para o relógio, desviando a atenção de seu celular. Já estava mais de meia hora atrasada, e não gostaria de prolongar mais isto. A ansiedade lhe apertou, e ela se pegou sorrindo sem saber por quê.

Desceu as escadas da mansão dos Uzumaki. Sua tia e suas amigas fizeram questão de lhe ajudar, além da sogra, e o resultado fora ótimo. Sakura se sentia muito bonita.

Por algum motivo pouco explicado, Ino saiu as pressas, e com isso as garotas iriam no carro de Tenten, enquanto a Haruno seguiria com os tios, de limousine. Lançou olhares discretos aos tios. Eles trocavam poucas palavras, mais do que nas outras vezes, porém ainda não pareciam prontos para voltarem.

– Está nervosa? – Minato perguntou, chamando sua atenção.

– Hm? – virou-se para olhá-lo, que mantinha um sorriso no rosto. Encolheu os ombros. – Sim. Muito. Estou com... Medo.

Ele gargalhou e Sakura se tocou de como estava parecendo uma garotinha assustada.

– Sei que pensa que isto é apenas pelas empresas, mas não é verdade. Há muito mais. Tenho certeza de que você e Sasuke ainda serão muito felizes.

– Duvido muito. – Sakura grunhiu ao se lembrar da desastrosa despedida de solteiro. – Sasuke é um ogro maldito e convencido. – Seu tio riu ainda mais, deixando-a com raiva. – Para com isso! Não era para ser assim.

– E como era para ser? – Minato arqueou a sobrancelha, olhando-a com curiosidade. Sakura encolheu os ombros, sem saber o que responder. – Viu só? Nem ao menos você sabe. Encare as coisas como elas devem ser Sakura. Sei que será feliz.

A rosada concordou com a cabeça, não querendo prolongar a conversa.

(...)

A garota segurou a bolsa junto ao corpo, e respirou fundo, antes de adentrar o restaurante. Mesmo sendo um horário em que o Mexican Spress geralmente lotava, poucas pessoas se encontravam no local, ocupando algumas mesas.

Não precisou procurar muito; logo, avistou o ruivo que buscava, servindo uma mesa, com um sorriso gentil adornando seus lábios. Esperou que se virasse para retornar até o balcão.

Seu semblante ganhou uma sombra de confusão, enquanto se aproximava dela.

– Ino?

Ela acenou minimamente com a mão, se sentindo nervosa apenas por estar ali.

– Olá. – conseguiu dizer, sorrindo. – Ahn... Tudo bem?

O ruivo franziu o cenho.

– Sim... Eu acho. – Ele olhou ao redor, em seguida observando a jovem melhor. Ino trajava um vestido azul-marinho até a altura dos joelhos, comportado, com um laço pendendo de lado. – A Sakura te mandou aqui? – Pareceu lembrar que aquele era o dia do casamento de sua ex-namorada com Sasuke.

Ino se apressou em negar, com um manear de cabeça.

– Não. Eu quem resolvi vir. – explicou, apertando a bolsa de contas. – Estou sem alguém que possa me acompanhar, e bom... – deu de ombros. – Você está sozinho hoje...

Gaara riu.

– Estou trabalhando, Ino. – tratou de argumentar, veemente.

– Mas sei que seu chefe não se importaria em deixar você sair por apenas algumas horas, principalmente sendo o casamento de uma pessoa tão gentil e amável quanto Sakura – Arqueou uma das sobrancelhas, pronta para usar de todos os meios possíveis para convencer o amigo. – Vamos lá, ruivo. Sei que Sakura ficará feliz em vê-lo, e essa é uma grande oportunidade para você provar a si mesmo que nada disso realmente o afeta como antes. É hora de seguir em frente, não é mesmo?

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O ruivo a analisava atentamente. Cruzou os braços.

– Não tenho roupa para ir, Ino. – Ele falou, como uma última cartada. – Além do mais, não daria tempo para que eu me arrumasse, já que o casamento provavelmente está tendo início...

Ino levou um dos dedos aos próprios lábios, em um gesto para que ele se calasse.

– Pensei em tudo – falou repentinamente confiante. – As roupas estão no carro e você pode se arrumar enquanto dirijo. Sakura está um pouco atrasada e temos tempo suficiente. – Antes que ele pudesse contestá-la, Ino já lhe dava as costas. – Estou te esperando no meu carro.

Saiu do restaurante, deixando um Gaara indignado para trás.

(...)

– O que será que aconteceu? – Sasuke andava para lá e para cá, desesperado. Estava nervoso e preocupado; alegre e assustado, tudo ao mesmo tempo.

– Calma aí, Teme! – Naruto falou, esbanjando seu típico sorriso.

– Me peça tudo, menos calma! – o moreno se virou abruptamente para o melhor amigo, o assustando.

Itachi riu, e Sasuke ficou furioso. Aproximou-se dele o suficiente para sussurrar:

– E se ela for sequestrada, ou algo assim? Ai meu Deus... Ai meu Deus... – falava, pausadamente.

O irmão pousou uma mão em seu ombro, tentando confortá-lo.

– Calma Sasuke, nada demais vai acontecer.

– É. Não é como se ela fosse desistir ou algo do tipo – Neji comentou, deixando-o ainda mais nervoso. – Hinatinha me ligou e disse que elas estavam chegando.

Sasuke continuou esperando, ansioso. Longos e torturantes minutos depois, Hinata passou pela igreja correndo, indo para perto de Itachi. Os dois seriam os padrinhos de Sasuke.

As outras garotas se juntaram aos outros convidados. A igreja estava cheia. Sasuke estava soando frio, sentindo as mãos pegajosas de suor.

Limpou-as na calça. Não podia pegar a mão de sua noiva assim.

A marcha nupcial soou e o coração de Sasuke acelerou junto com a canção. Sakura estava ali, a metros de distância, pendurada no braço do tio e avançando vagarosamente pelo tapete vermelho.

Minato entregou o braço da sobrinha a Sasuke, murmurando com um sorriso.

– Cuide bem dela.

Sasuke assentiu nervoso. Segurou a mão da rosada e os dois se posicionaram no altar, à frente do Padre, que iniciou o casamento. O moreno tentava prestar atenção no que ele dizia, mas estava cada vez mais difícil. Passaram-se minutos até que ele fora para a parte interessante, que haviam ensaiado semanas antes.

– Eu, Sasuke Uchiha, recebo-te por minha esposa a ti, Sakura Haruno, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossa vida.

Sakura encarou-o por um tempo. Depois tomou fôlego e respondeu:

– Eu, Sakura Haruno, recebo-te por meu esposo a ti, Sasuke Uchiha, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossa vida.

– ... Não separe o homem o que Deus uniu.

Depois disso, Sasuke ficou mais tranquilo. O padre abençoou as alianças. O moreno pegou a mão de Sakura e disse:

– Sakura recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

E do mesmo modo que ele o fez, Sakura pegou outra aliança e a mão do noivo. Ou, agora, marido:

– Sasuke, recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O padre continuou a falar, até que, com um sorriso, finalizou:

– Então, eu vos declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva.

Sasuke riu da cara que Sakura fez, e lhe deu um selinho. Deixaria o melhor para depois.

(...)

A decoração da festa era impecável. Sakura estava maravilhada com a riqueza e delicadeza dos detalhes.

Vários amigos, parentes e colegas de classe haviam cumprimentado os noivos, desejando-lhes felicidades. Quando chegou a vez de Ino, está não se encontrava só; Gaara mantinha seu braço enganchado ao da loira, sendo seu acompanhante.

– Parabéns, amiga! – A loira deu pulinhos, envolvendo a rosada em um forte abraço.

– Controle-se, Ino. – pediu, tentando não revirar os olhos. – Não é meu aniversário...

– Mas você se deu – cochichou a Yamanaka, ao ouvido da amiga. Logo a soltou, e se dirigiu a Sasuke.

Nisso, Gaara veio até ela, exibindo um mínimo sorriso.

– Espero

que seja muito feliz – disse, com sinceridade.

A garota tentou não chorar em emoção, e apenas assentiu com um manear de cabeça, exibindo um sorriso. Ele a abraçou, como um grande amigo que sempre estaria ali, para ajudá-la no que fosse preciso.

Pois Gaara continuaria presente, mesmo que não fosse da mesma forma que antes, e isto simplesmente a confortava.

Separou-se dele, enquanto o ruivo se dirigia até o Uchiha, que tentava não rir das recomendações exageradas feitas pela Yamanaka quanto a Sakura.

A rosada se voltou para o restante da fila, tornando a exibir um lindo sorriso, e continuar a abraçar os convidados que lhe cumprimentavam.

Gaara deu um aperto de mão em Sasuke.

– É bom que cuide bem dela – O ruivo falou, com um sorriso mínimo.

O Uchiha maneou a cabeça em concordância.

– Fico feliz que tenha aceitado tudo isso. – Sasuke enfiou as mãos nos bolsos, encarando Sakura de soslaio. Ela continuava a abraçar os parentes, e naquele momento falava com Hinata e Tenten, rindo de algum comentário de ambas. – Não por mim, mas por Sakura. Sei que ela gostava de você, e que tudo isso... Estragou o que vocês tinham. – Ele tornou a encarar Gaara, que o fitava com típica tranquilidade. - Mas você é um bom amigo. Espero que continue assim.

O outro assentiu.

– Só... Cuide bem dela. – reforçou seu pedido, encarando a Haruno. – Sei que não a ama, mas tente protegê-la... E fazê-la feliz. Acima de tudo... – Um suspiro frustrado escapou de sua garganta, e Sasuke franziu o cenho para o nervoso de Gaara. – Caso conheça os pais dela... Saiba lidar com eles.

Sasuke franziu o cenho em confusão, mas o ruivo já havia se distanciado, misturando-se aos convidados.

Aquelas palavras permaneceram em sua mente. Ele nem ao menos tinha se importado em saber sobre os pais de Sakura. De acordo com sua mãe, os Haruno eram extremamente ocupados, e não mantinham laços com a filha. No entanto, Sasuke não havia prolongado a questão, e ninguém pareceu disposto a tocar no assunto.

Com o aviso repentino de Gaara, certa curiosidade preencheu seu íntimo. Qual seria o problema de Sakura com os pais?

(...)

– Espero que sejam muito felizes – Kushina abraçou a sobrinha, e em seguida, Sasuke.

– Obrigada, tia. – A rosada sorriu, tentando parecer a mulher mais feliz do mundo (coisa que definitivamente ela não era).

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– Sorria melhor, querida. – murmurou Sasuke, mantendo a mão em sua cintura, virando-a de frente para ele. Aproximou sua boca do ouvido da rosada. – Pense na noite que teremos. Aposto que vai ficar feliz.

Sakura revirou os olhos, enquanto o moreno sorria de canto, apenas para irritá-la ainda mais.

A festa seguia perfeitamente bem. Nenhum sinal de Karin e suas “guarda costas”, e a Haruno agradeceu aos céus por tudo estar saindo melhor do que o planejado.

Já eram altas horas da noite e Kushina ralhava com Naruto por beber tanto. Sakura riu ao ver como seu primo parecia mais bobo alegre do que o normal.

Sasuke (infelizmente) não bebera quase nada. Sakura ficou imaginando o que seu “nada querido marido” estava planejando, e se arrepiou com as possibilidades que surgiram em sua mente.

Ino apertou seu braço, tirando-a de seus devaneios com um solavanco.

Oh-oh – Foi tudo que murmurou, indicando um ponto especial da festa, discretamente. – Olha quem chegou.

Sakura seguiu o ponto para o qual sua amiga apontava. Madara Uchiha tinha acabado de entrar no salão.

– Droga – murmurou a rosada, percebendo o olhar frio de Sasuke sobre o tio.

Nenhum convidado pareceu perceber a tensão que se instalara no ar, acabando com o clima tranquilo e despejando um balde de água fria nos noivos. E eles ainda tiveram esperança de que o homem não daria as caras por lá.

– Sasuke e Sakura – Madara sorriu cinicamente para ambos, quando esteve próximo o suficiente.

– O que faz aqui? – perguntou Sasuke, tentando parecer (ou continuar) calmo.

– Ora, querido sobrinho, vim desejar-lhes felicidades – O moreno permanecia com um largo sorriso no rosto, o que fez Sakura imaginar uma possível tramóia que ele planejava.

– Se já desejou, pode ir embora – Sasuke foi ríspido, dispensando falsidades.

– Fique calmo – Sakura segurou a mão do moreno, fazendo com que Sasuke a encarasse, um tanto surpreso. A rosada o ignorou, voltando seu olhar para Madara com um sorriso tão falso quanto o dele.

– Pode ficar tranquilo, que seremos muito, muito felizes, Madara. – Mantendo sua postura, prosseguiu com uma maldade quase totalmente oculta em meio às suas palavras doces. - Espero que toda a felicidade que deseja para nós volte para você em dobro.

E dizendo isso, arrastou Sasuke para longe do Uchiha, que sustentava uma expressão nada contente em sua face.

– O que foi aquilo? – Sasuke perguntou, assim que alcançaram um canto do salão.

Sakura suspirou, largando a mão do marido que até então manteve entrelaçada à sua. Afastou-se um pouco.

– Eu não suporto seu tio tanto quanto você – E pegou uma taça de champanhe e esvaziou em dois goles, fazendo uma careta engraçada ao fim.

– Percebe-se. – seu marido tirou a taça de suas mãos, e a colocou na bandeja de um garçom que passou próximo a eles. Quando a fitou, os olhos esmeraldinos continham uma aura de confusão com sua ação. – Não quero que fique bêbada antes da nossa noite.

– Se pensa que vai acontecer alguma coisa, está muito enganado – Sakura o encarou com firmeza. – E se continuar com suas gracinhas, vai dormir no chão!

Deu um selinho no Uchiha, certamente encenando para os demais convidados, e se afastou graciosamente, como se nada tivesse acontecido. Sasuke sorriu de canto, observando-a.

Sakura estava ficando melhor do que ele em encenações.