Das duas opções, uma é certa. Ou os soldados da Hellsing estão com o treinamento perfeito, ou os últimos casos das últimas semanas são deveras simples e tediosos. A Senhora Hellsing não acredita em perfeição.

Integra não se deu ao trabalho de passar nenhum dos recentes casos para a Arma Secreta da Hellsing, afinal, não seria tão secreta assim se Alucard saísse do QG para caçar um vampirinho que decidiu se alimentar do sangue de alguma prostituta. Resumo do mês: casos pequenos + Alucard entediado = Integra sofrendo com insolências.

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Na primeira semana do segundo mês, Integra já cogitava o aniquilamento total de vampiros em Londres, balela. Sabia que era algo quase impossível, mas já que estavam numa temporada tranquila, decidiu colocar em prática m projeto já antigo: Patrulha internacional.

O tal projeto se resume em checar a “limpeza” de países aliados. Claro que a organização já resolveu muitos casos de vampiros ao redor do globo, mas eram casos grandes, dessa vez a ideia era tirar a sujeira de baixo do tapete. Outro ponto positivo: no mínimo, uma semana de férias do Conde.

“Pela lista prioritária da Rainha, o primeiro destino para caçada é a Índia” Walter a comunicava pelo telefone “Devo preparar os soldados da primeira divisão ou da terceira?” Ele segurava o telefone com o ombro para anotar algo em uma prancheta.

“Mande Alucard e dois homens da segunda divisão, alguém tem que levar o cachorro para passear.” Ela sorriu.

“Contatarei o Senhor Alucard o mais breve possível, senhorita” o mordomo respondeu desligando o interfone.

Como os casos eram frios de mais a Senhora Hellsing preferiu tomar conta de casos externos. Passou a tarde toda revisando relatórios das cidades indianas. Mumbai¹ era suspeitamente populosa para ter tão poucos casos sérios de vampirismo. Parece ser um bom lugar para iniciar a faxina. Mas e o faxineiro?

“Walter, onde está Alucard?” Integra pego o interfone estranhando o não aparecimento do servo.

“Não consigo contata-lo, senhorita, desde tarde.” Ele respondeu ao telefone. “Ainda deve estar dormindo”

“Acorde-o” Integra levantou uma sobrancelha, não parece óbvio a procedência nesses casos?

“Não posso, seu lugar nas masmorras parece trancado”

Não era possível que tenha chegado a esse ponto. A líder da Hellsing teve que descer até o porão para tirar o cachorro da casinha. Estava irritada por ter de faze-lo, afinal ela é a mestra, bastava uma frase e ele deveria surgir perante seus olhos.

“Se o desgraçado estiver de brincadeira, vai ter bons motivos para ser chamado de cãozinho!” rangeu os dentes enquanto descia uma das escadas do porão. Parou de fronte à porta de madeira pesada de aspecto medieval. Limitou-se a chamar.

“Bela adormecida?” Ironizou antes de esperar alguns segundos “Filho de uma...” bravejou sem a resposta “se eu tiver que ir ai...” Ameaçou, como se faz com uma criança birrenta.

A porta destravou com um clic, abrindo uma pequena fresta que Integra tratou de afastar abrindo-a por completo, ninguém por detrás da porta.

Ela entrou no cômodo relutando no primeiro passo. A atmosfera parecia dez vezes mais pesada a de quando ele estava por perto. A sala não tinha luz, como ela pode notar ao tocar o interruptor.

“Só pode ser brincadeira” procurou o isqueiro.

Usou a luz da chama para ver o caminho, encontrou uma vela velha em um castiçal solitário de iguais condições temporais. Acendeu-a para ter maior campo de luz. A sala era grande, porem vazia, com exceção da mesa de onde tinha tirado o castiçal. Viu uma taça de cristal fino com o restante de um líquido vermelho, suco de tomate que não é. Ao andar um pouco mais encontrou um féretro de madeira negra, posto em uma espécie de desnível de uns 40cm de altura em relação ao piso de pedra que a mulher estava.

“Alucard!” Parou a frente ao caixão, com o rosto frio.

Outra vez sem resposta. Revirou os olhos, com a mão livre decidiu abria a tampa. Mais uma vez, hesitou por um momento voltando o braço para perto do corpo. Chacoalhou a cabeça. Dessa vez abriu, firmemente, a tampa que rangeu até alcançar os 90º. Deu de cara com o corpo de Alucard só com a camisa branca e as calças pretas, com os dedos das mãos entrelaçados próximo ao estômago, parecia que estava... dormindo? Morto! Dã!

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“Alucard!” tentou outra vez.

Não entendia muito bem de vampiros biologicamente falando, quer dizer, como funcionava seu organismo? Darwin não fez nenhuma anotação sobre isso. Já notara que o servo ‘respirava’, uma respiração fria, mas ainda dava para chamar de respiração. Mas agora ele parecia não faze-la. Aproximou seu rosto do dele, só para confirmar se saia ar de seu nariz ou boca. Será que ele não precisava ‘respirar’ enquanto dormia ou tinha morrido de vez? Fechou os olhos para concentrar-se em sentir algo que se assemelhasse a uma aspiração que fosse. Foi quando sentiu algo frio e macio tocar seus lábios por menos de um segundo, se assustou voltando o corpo à posição ereta. Ouviu aquela risada maldita.

“A Bela Adormecida só acorda com um beijo do príncipe” Falou com os olhos ainda fechados, fingindo dormir, mas fazendo biquinho só para provocar ainda mais a mestra.

Nesse ponto Integra já estava vermelha de raiva e de vergonha por ter caído em um truque tão baixo. O desgraçado não parava de rir, o que não ajudava. Ela abaixou a tampa do caixão com toda a força e violência que podia.

“Durma eternamente, maldito!”