Lyra Evans - E o sangue de Fénix!

Pela primeira vez em Hogwarts


Nessa mesma manhã, Harry e os seus dois melhores amigos, Ron e Hermione, estavam a caminho do Salão principal de Hogwarts. Este ano, o moreno já não recebia tantos olhares como no primeiro ou como no segundo e, sinceramente, o rapaz agradecia por isso. Os alunos curiosos e questionadores desta vez, estavam mais ocupados em imaginar todo o tipo de histórias acerca de Sirius Black e sempre que descobriam algo sobre o fugitivo de Azkaban nas páginas pálidas do Profeta Diário, o mais rápido jornal da Grã-Bretanha, diziam as suas próprias versões da história.

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Eles não têm mais nada que fazer! – Comentou Hermione indignada, quando passou por uma menina que dizia ter um parente que por pouco não fora atacado por Sirius Black quando se recusara a dar todo o dinheiro que possuía no momento ao fugitivo.

Harry preferiu não comentar e Ronald já estava tão ocupado em encher a boca com ovos estrelados e bacon nem ouvira o que a amiga dissera.

— É com cada ideia mais maluca que por vezes me questiono sobre onde eles vão buscar tanta imaginação. Serão capazes de escrever uns quantos livros se continuarem assim.

O moreno de óculos riu sentando-se ao lado de Ron com Hermione sentada á sua frente. Pegou em duas panquecas com recheio de chocolate e começou a comer.

Não demorara muito e várias corujas entravam pelas janelas, pousando perto dos alunos que tinham correspondência de casa.

Vénus, a coruja negra da sua tia, parou á sua frente com um envelope no bico. Ele acariciou-lhe as penas e deu-lhe um pedaço do resto da sua panqueca como forma de agradecimento.

A carta tinha o perfume suave e atraente de Lyra, e a letra delicada e bonita tinha escrito o nome de Harry logo no envelope.

Abriu-o e á medida que lia, o rapaz ia ficando sem cor no rosto, e Hermione ficando preocupada arrancou-lhe a carta das mãos enquanto lia baixo para somente ela e Ron ouvirem.

“Querido Harry,

Espero que esteja tudo bem contigo, com Ron e Hermione. Eu também estou bem apesar de um pouco preocupada.

Estou a escrever-te para te avisar que talvez hoje, ou amanhã irei aí. Sim, irei pela primeira vez a Hogwarts. Dumbledore deu-me autorização para entrar nos terrenos da escola e para ser sincera estava mesmo a precisar de conversar com ele.

Á cerca de quinze minutos, vi uma reportagem na televisão sobre um criminoso que anda á solta. Fiquei com a sensação de que conhecia aquele nome de algum lugar e quando me recordei de quem se tratava a fénix de Dumbledore apareceu.

Ele disse que sabia que eu precisava falar com ele e que um professor iria acompanhar-me amanhã ou ainda hoje. Homem sábio esse Dumbledore. Ele é pouco maluco, mas ainda assim muito sábio.

Espero que te comportes, meu querido.

Com amor,

Lyra. R. Evans.

P.S: Se eu descobrir que tu, Harry James Potter, sabias de algo que não me contaste, estarás metido num grande sarilho! Além de ficares sem vassoura durante um ano!”

Os três entreolharam-se e Harry estava com dificuldades em respirar.

Por um momento sentiu-se observado. Um olhar queimava-lhe a nuca e curioso olhou ao redor. Na mesa dos professores Remus John Lupin sorriu divertido para Harry. No início deste ano assumiu o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e na opinião de praticamente todos os alunos, ele era um dos melhores professores de Hogwarts. Claro que estranhavam as suas roupas velhas, gastas e com vários remendos, e chegavam a comentar uns com os outros a sua expressão cansada e um pouco doentia.

Certa vez, o terrível Draco Malfoy com toda a sua frieza dissera:

— Olhem bem para o estado das roupas dele. Veste-se exactamente como um elfo doméstico. Que patético!

A aparência de Remus tornava-o mais velho do que realmente era. Tinha cabelos castanho-claro com alguns fios já a ficarem grisalhos e bonitos olhos claros. Era inteligente e um pouco sério, mas mesmo assim sabia se divertir e divertir os alunos.

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Mesmo confuso, Harry esforçou um sorriso.

— O meu pai tinha razão… Ela iria descobrir. – Comentou o ruivo.

Hermione assentiu confirmando a frase do amigo.

— O que vais fazer agora?

Harry olhou para ela de uma forma estranha e fez uma expressão de pesar.

— Bem… Acho que ficarei sem andar de vassoura durante um tempo.

[…]

Lyra Evans realmente tinha apanhado um susto quando julgou ter visto aquelas olhos escuros observando-a. Ela havia gaguejado assustada com os olhos azuis arregalados e por pouco não caiu. A sua coruja piou alto mais uma vez chamando a sua atenção e quando Lyra voltou rapidamente o olhar para os grandes arbustos, os fortes e inexpressivos olhos pretos já não estavam lá.

— Estou a ficar maluca! – Ela ouviu as palavras saírem das suas cordas vocais sem realmente se dar conta. O olhar escuro já não estava lá mas o medo e preocupação ainda não a havia deixado.

Passado pouco tempo a bonita ave de penas encarnadas apareceu á sua frente rodeada de chamas quentes com uma carta de Dumbledore. Ele dizia que precisavam urgentemente de conversar e que estava autorizada a entrar em Hogwarts – o que foi algo extremamente maravilhoso para Lyra que sempre havia sonhado com isso.

Enviou por Vénus uma carta ao sobrinho explicando que iria fazer uma visita e depois de tomar o pequeno-almoço, tomou um relaxante banho com os pensamentos a mil.

Sirius Black estava á solta e ela conhecera-o um dia. Ele era simpático, divertido e bastante atrevido. Era um dos melhores amigos do seu cunhado e até onde sabia, fora o Devorador da Morte que entregara a sua irmã e James para os braços da morte. Ele era o fiel do segredo e traiu James e Lily que confiavam nele com a própria vida. Ambos erraram ao confiar naquele maldito homem! Ele destruiu parte da sua família, e tirou a Harry a possibilidade de ter uma vida feliz e normal com os seus pais.

Depois que saiu do banho e se enxugou na toalha amarela e felpuda, e arranjou-se.

Com um suspiro desceu as escadas e quando se preparava para sair, alguém bateu três vezes á porta. Por um momento o seu coração perdeu uma batida e depois acelerou bastante.

“ — O criminoso Sirius Black fugiu da prisão e está a ser procurado por toda a Inglaterra!” Relembrou e a voz aguda da loira da televisão pareceu ter-lhe chegado aos ouvidos.

O que estava a pensar? Sirius Black não seria estupido em aparecer ali e além disso porque haveria ele de bater á porta? Por vezes Lyra surpreendia-se com as ideias que ela tinha. Regularizando a respiração, abriu a porta com calma e o choque no seu rosto foi perceptível para o homem á sua frente.

Ele não era muito alto. Apenas uns centímetros a mais do que Lyra. Possuía olhos escuros, e um nariz anormalmente grande e em forma de gancho. Os cabelos eram negros na altura dos ombros e oleosos. Usava roupas longas e pretas e tinha uma expressão fria no rosto pálido.

Com uma voz seca e sem vida ele disse:

— O professor Dumbledore enviou-me para vir buscar a srta… – Fez uma pausa para ela completar.

Ela piscou durante um tempo.

— Severus? Severus Snape?

O homem substituiu a expressão fria por uma confusa.

— Conhece-me?

— Severus, sou eu! Lyra. Lyra Evans! A irmã da Lily.

Snape por um segundo não acreditou. Fazia quanto tempo que não a via?

— Lyra?

Ela sorriu. Um sorriso extremamente perfeito e feliz antes de abraçá-lo e por mais estranho que pudesse parecer ele também retribuiu ao abraço, envolvendo os braços longos á sua volta.

— Oh meu Deus! Olha só para ti! O que tens feito? Como…?

— Lyra… Lyra Evans… – Ele sussurrou de forma lenta como se apreciasse cada silaba e o sorriso de Lyra aqueceu-lhe o coração gelado. Era o mesmo sorriso de Lily. Era o mesmo sorriso da mulher que amou durante toda a sua vida.

Foi visível para ambos, durante apenas alguns míseros segundos, imagens de uma infância partilhada a três.

Eram apenas um rapaz de cabelos negros, uma rapariga de cabelos avermelhados e uma pequena menininha de cabelo castanho claro brincando perto de uma grande árvore.

Lyra sorriu. Ela podia ser Muggle e não ter um pingo de sangue mágico mas sempre adorou todo o tipo de magia que Lily fazia, apoiando-a sempre que possível e das formas que podia. Ela, mesmo sendo mais nova, acompanhava Lily e Severus para todo o lado – mesmo o rapaz não gostando muito dela no início, mas acabou por mudar de opinião um tempo depois.

Os três eram inseparáveis e quando os mais velhos partiram para Hogwarts, os dias pareceram-se arrastar e um ano pareceu se tornar dez. Lyra já não tinha ninguém com quem brincar mas animava-se sempre que recebia uma carta de Lily e surpreendentemente também recebia umas quantas de Severus.

Uns anos depois, as irmãs perderam o contacto com o rapaz de cabelos negros e nariz comprido e nunca mais se voltaram a falar.

— Tornei-me professor de Poções em Hogwarts. E tu? Porque é que Dumbledore me enviou para te vir buscar?

— Oh bem… Como já deves saber eu sou a guardiã legal de Harry, o filho de James e Lily, e eu acabo de descobrir algumas coisas que, infelizmente, fazem-me temer a segurança do meu sobrinho.

Severus rapidamente voltou ao seu olhar sério e ácido. Falar de Harry e James acabava sempre com o pouco bom humor que tinha.

— Entendo… – Ele disse apenas.

Lyra com uma expressão de orgulho perguntou:

— Mas e tu… És professor do Harry não és?

— Sim, sou sim.

— Oh! Diz-me, como se comporta ele nas tuas aulas? Com toda a certeza, é bem-educado e um rapaz atento não é? Tão parecido com os pais.

Snape já estava com uma resposta negativa e bem irónica na ponta da língua, mas decidiu não dizer nada e apenas acenar – apesar de continuar a ofender o pai e filho em sua mente.

— Eu sabia! E a amiguinha dele… Hermione? Ela não é a rapariga mais inteligente que já tiveste o prazer de conhecer? Nunca conheci ninguém tão novo com uma mente daquelas… Bem, Lily também era, mas acho que ela nem se ofenderia de eu dizer que a Mione é mais. Ronald também é um garoto impecável, inteligente á sua forma, mas ainda assim inteligente. Não concordas comigo, Severus?

Eles olharam-se e Lyra estava com uma dificuldade enorme de não gargalhar da cara do homem. Ela adorava-o, apesar de saber de toda a sua implicância com Harry. O sobrinho já lhe tinha contado o quanto o seu professor de Poções era injusto e antipático – além de sentir um enorme prazer de o ver nas piores condições –, e Lyra agora, estava realmente divertida ao observar Severus “engolir um sapo” e concordar com ela sobre os três amigos.

— Sim. Acho que tens razão. – Ele disse.

Sorrindo ainda mais Lyra fechou a porta de casa:

— Bem… Vamos?

E quando ela menos esperava, tudo á sua volta rodou, o seu umbigo foi puxado e …

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CRACK!

Ela tinha acabado de Materializar-se com Snape no gabinete de Dumbledore que com um sorriso, já os esperava.

[...]

— Não acham estranho o professor Snape não ter aparecido para nos dar aula hoje? – Perguntou Hermione quando mais uma vez naquele dia se sentavam na mesa de Gryffindor do Salão Principal.

— Não sabes o quanto eu agradeço por isso. – Disse-lhe Harry.

Ronald muito eufórico olhou para eles e comentou animadamente:

— Pode ter percebido que ninguém o quer aqui, ou talvez ele tenha sido atacado por um troll ou algo parecido e tenha finalmente morrido. Era um favor que nos fazia.

Hermione soltou um risinho pelo nariz quando observou ao seu redor.

— Então desculpa desiludir-te mas ele está neste momento na mesa dos professores a olhar-te de cara feia. – Informou divertida ao ver a expressão desiludida dos seus dois amigos. – E não devias dizer isso! Ele pode ser absurdamente mal-humorado, injusto e um completo idiota mas ainda assim é um bom professor.

Ron preferiu não responder.

Um som de metal a tilintar num copo de vidro soou por todo o recinto e quando olharam, Dumbledore com o seu sorriso calmo, disse:

— Alunos, é com um grande prazer que vos informo que hoje teremos uma visitante no castelo. A Srta. Evans está aqui para tratar de alguns assuntos comigo, mas como ela mesma, disse não poderia vir cá sem provar de uma das nossas refeições. Espero que ela seja bem recebida por todos, e ah! Entre Srta.!

O som das pesadas portas e do salto-alto contra o piso de pedra ficou na memória de todas as pessoas ali presentes.

Ela usava umas calças brancas justas um pouco “rasgadas” nas coxas e no joelho esquerdo. Uma camisa cinza bem claro de alças e umas botas e casaco pretas com correntes em determinados sítios. Nos lábios usava apenas um batom de um vermelho intenso, os olhos safira estavam marcados com rímel, lápis preto e uma sombra escura, e o longo cabelo castanho estava agora encaracolado e propositadamente selvagem tornando-a sexy e emoldurando o rosto de curvas suaves e harmoniosas.

Rapazes e raparigas de todas as idades olhavam-na intensamente, e quando Lyra se sentou numa determinada mesa depois de ter sorrido para os professores e despenteado o cabelo de Hermione, de Ron e de Harry que ao seu lado a olhava chocado, os murmúrios de todos os alunos preencheu o grande Salão Principal.