Lyra Evans - E o sangue de Fénix!

É apenas o Destino.


Tanto Harry como a Lyra sabiam que tudo seria diferente se James e Lily não tivessem falecido naquela noite. Tudo seria diferente se Voldemort não tivesse ido a Godric's Hollow com o objetivo de acabar com os Potter.
Seriam eles a trazerem o filho á Diagon Alley pela primeira vez e não Lyra. Ou talvez viesse a família inteira: os pais; o filho; a tia/madrinha e talvez um futuro filho ou filha do casal. Tudo iria ser diferente e a felicidade de Harry seria duas vezes maior. Mas agora, para Lyra, parecia extremamente errado e desconfortável ser ela ali no lugar da amada irmã - apesar de ser um enorme orgulho ver Harry com toda a sua imensa animação. Ele tinha um sorriso radiante praticamente de orelha a orelha e os olhos brilhavam intensamente como quando Lily dava mais uma resposta certa em qualquer disciplina; ou quando James praticava alguma marotice. Ele estava feliz á sua maneira. Estava feliz por ter a tia ali com ele, apesar de não ter os pais.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

[…]


Gringotts - como era chamado o banco dos bruxos - era um local enorme, e muito bem decorado. O chão e os pilares eram de mármore, haviam grandes castiçais pregados ao teto e bancadas de madeira escura onde homenzinhos de pele enrugada e orelhas longas e pontiagudas trabalhavam incansavelmente.

— São goblins. - Disse-lhe Lyra disfarçadamente.

A certa altura Harry chegara a sentir um arrepio a subir-lhe pela coluna ao reparar na placa, também de mármore, com os dizeres:

“Entrem, estranhos, mas prestem atenção,
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão,
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, foste avisado,
Cuidado, pois vais encontrar mais do que procuraste.”


Harry e Lyra depois de já terem trocado as libras por dinheiro bruxo - onde as moedas de ouro são galeões, dezassete sicles de prata fazem um galeão e vinte e nove nuques fazem um sicle - foram comprar as vestes á loja da Madame Malkin e todos os livros que estavam na lista de materiais necessários para o primeiro ano de Harry em Hogwarts.
Os cinquenta pergaminhos também já estavam comprados, assim como as três penas, o telescópio, a balança, o kit de frascos e o caldeirão e o peso já era tanto que ambos tiveram que ir guardar as coisas no carro.

— Não Harry, não tocaremos nele por enquanto. Não há necessidade de mexeres no dinheiro que os teus pais te deixaram enquanto eu estiver encarregada de ti. O teu dinheiro ficará guardado até tu teres idade para decidires o que queres fazer com ele e a melhor forma de o usares. – Explicava Lyra para um Harry muito indignado, enquanto faziam o caminho de volta para a Diagon Alley.

— Mas tia…

— Não discutas querido, eu tomo conta de ti e tudo o que precisares eu dar-te-ei se puder.

Quando Harry iria abrir a boca para retrucar, mas a morena olhou para ele com um olhar de que não haveria possibilidade de a fazer mudar de ideias.

— Está bem. – Harry acenou com a cabeça apesar de estar contrariado. Não queria dar ainda mais despesas á madrinha mas ela era teimosa e não queria aceitar que tudo fosse comprado com o dinheiro da pequena fortuna dos Potter’s. ­ — O que nos falta comprar ainda?

A mais velha sorriu radiante. O seu coração a encher-se de divertimento e orgulho com o conhecimento de que Harry iria ficar embasbacado com o que estava por vir.
Saltitante abraçou o sobrinho de lado:

— Primeiro iremos comprar um animal de estimação mas tenho a sensação que Hagrid já se encarregou disso. E depois … – fez uma pausa dramática e olhou para os lados atenta. Harry só faltava ter um ataque cardíaco devido á ansiedade. Lyra olhou-o nos olhos bem-humorada e baixou o tom de voz e colocou o indicador nos lábios carnudos e vermelhos em sinal de segredo – Depois iremos comprar a tua varinha!

Os olhos verdes esmeralda iguais ao de Lily arregalaram-se. A boca abriu-se completamente e Lyra pensou na probabilidade do queixo do rapaz puder cair no chão.
O moreno estava surpreso. Surpreso era pouco. Ele iria ter a sua própria varinha? E ele poderia fazer magia? Poderia levitar objectos e transformar coisas? Oh! Será que se ele aprendesse conseguiria transformar Dudley num porco? Com certeza ninguém notaria a diferença, ambos são bem parecidos. Com esse pensamento Harry riu.

— Vou ter uma varinha?

— Yeah! Todos os bruxos têm a sua própria varinha. Lily teve, James teve, e Dumbledore também. E agora tu também terás.

De repente Harry começou a puxar Lyra pela mão direita. Puxava-a tendo o cuidado de não baterem nas pessoas que olhavam curiosas para aquela cena. Não que não fosse normal de se ver sempre uma criança puxar o adulto que a acompanha com entusiasmo por entre as ruas apertadas do Diagon Alley, mas ainda assim achavam graça mas eram poucas as que chegavam a interromper por breves momentos as suas compras diárias, para ficarem paradas a olhar com um sorriso no rosto a animação das crianças que vinham ali pela primeira vez. Costumavam ser apenas as velhinhas simpáticas que sentiam saudades dos filhos que á muito saíram de debaixo das suas saias.
Lyra parou e pegou Harry gentilmente pelos ombros.

— Calma companheiro. Para quê a pressa? – perguntou confusa.
Harry olhou para ela quase sem acreditar no que acabara de ouvir. Por favor, seria assim tão difícil entender que ele queria pegar na sua varinha e começar já a praticar os feitiços? Deveria ser fácil... apenas um gesto e ele teria o que desejasse, como por exemplo, a barra de chocolate com caramelo que lhe estava a apetecer naquele momento.

— Tia! Não pares! Não pares! – tentou empurra-la agora pelas costas mas sempre com o cuidado de não a magoar. – Eu mal posso esperar para agarrar na varinha… – ele dizia em tom sonhador.

Lyra finalmente entendeu e olhou para Harry com pena de ter que acabar com todo o seu entusiasmo. Era tão bom ver o seu sobrinho alegre daquela maneira.

— Querido sabes que não poderás praticar magia agora não sabes? – Perguntou suavemente.

Harry olhou para ela atento.

— Porque não?

— Bem… Porque é proibido menores de idade fazerem magia fora da escola, a menos que seja magia acidental, como quando fizeste o vidro que prendia a cobra no zoo desaparecer mesmo sem saberes como ou quando o teu cabelo cresceu repentinamente depois da Petúnia te ter feito aquele corte horrível – Lyra riu por um momento mas depois a sua voz tornou-se doce e sorriu compreensiva para Harry – E quando fores para Hogwarts é que irás aprender a utilizar a tua magia de forma correta. No primeiro ano irás apenas aprender os feitiços básicos, nada muito elaborado. Mas depois aprenderás feitiços mais complicados e melhorarás com o tempo.

Harry acenou com cabeça em compreensão por mais que tivesse ficado desiludido ele compreendia.
Ambos voltaram a andar e Lyra por um momento ficara com o olhar desfocado, como se o seu pensamento estivesse num lugar mais longe. Bem… e estava.

— Quando vim pela primeira vez aqui com a Lily eu podia jurar que estava ainda mais animada do que ela. Ela ria da minha emoção do que propriamente de estar frente-a-frente com todo o tipo de magia. Claro que a Petúnia também veio connosco mesmo contrariada, e também ficou fascinada mas não deu muita importância. Mas eu… Eu estava agarrada a Lily a cada momento apenas a apontar em todas as direcções e ela confundia-se quando tentava acompanhar os meus passos rápidos e eufóricos. Quando comprámos a sua varinha eu estava saltitante, não conseguia parar quieta no lugar, os meus pais e a Lily riam de mim, mas a Petúnia já estava irritada com toda a atenção que a tua mãe tinha recebido por ser a única bruxa da família e então começou a me ofender para sentir-se melhor. Chamou-me de pirralha irritante e estúpida, e eu comecei a chorar. – Ela sorriu triste enquanto falava – E então a tua mãe mesmo sem saber como moveu a mão que tinha a varinha e os cabelos loiros-dourados da Petúnia foram tornando-se escuros lentamente. Eles nunca mais voltaram á cor original desde esse dia. E… Essa foi uma das muitas razões para Petúnia odiar a Lily.

Tanto Harry como Lyra sorriram um para o outro emocionados com toda aquela história.

[...]

— Bom… já temos a tua coruja. – Lyra falou levantando a gaiola com a bela coruja de olhos amarelos, e penas brancas com manchas castanhas que Harry havia dado o nome de Edwiges. Vamos á varinha?

Harry disse que sim antes de soprar as mãos para as aquecer do frio.

— A tua mãe também teve uma coruja, ela tinha as penas de um castanho-alaranjado com pequenas manchas mais escuras e outras brancas. A Lily deu-lhe o nome de Atena. – Ela olhou para a loja onde se podia ler Ollivanders em letras douradas. – É aqui. Entra.

Harry entrou com receio na loja escura com prateleiras cheias de caixas, sendo logo seguido por uma Lyra animada.

— Sr. Ollivander? Está aqui?

Por um segundo não se ouviu um único ruído mas depois por detrás de uma das estantes saiu um homem de idade, com olhos claros e cabelos grisalhos trazendo no rosto um ar sereno.

— Lyra Evans á quanto tempo não te vejo! – Disse ele com certa animação na voz – E… Oh! Harry Potter, aguardava a tua visita.

Harry olhou-o.

— Boa tarde senhor.

O homem sorriu-lhe simpaticamente e começou a pegar em várias caixas enquanto dizia:

— Ainda me lembro das varinhas que os teus pais levaram: mogno, vinte e oito centímetros, flexível boa varinha a do teu pai, já a da tua mãe era… – Olhou para Lyra que sorriu e completou-lhe a frase.

— Vinte e seis centímetros de comprimento, farfalhante e feita de salgueiro. Uma boa varinha para encantamentos foi o que você que lhe disse.

— E era. E era. Mas bem, qual é o braço?

— Sou destro. ­ – Harry respondeu ainda um pouco receoso.

Depois de esticar o braço, o mais velho mediu-lhe e deu-lhe umas quantas varinhas para experimentar. Nenhuma delas era a varinha certa, com um simples gesto Harry chegara a partir vasos e tirar várias caixas do lugar.

— Curioso… Muito curioso… – Sr. Ollivander disse quando finalmente acertaram na varinha que como um fogo de artifício soltou faíscas de várias cores. – É curioso o facto da fénix cuja pena a tua varinha contêm ter produzido apenas mais uma pena, e essa pena ter ido parar na mesma varinha que te deixou marcado para o resto da vida com essa cicatriz em forma de raio na testa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Tanto Lyra como Harry congelaram. A respiração tornou-se irregular. Lyra e o senhor de cabelo grisalho trocaram um olhar de sabedoria, antes de Lyra voltar a sorrir animada e pagar a varinha que Harry guardara com cuidado na caixa.

— Bem Sr. Ollivander nós já vamos... - Abriu a porta da loja com calma.

— Adeus bela Lyra é sempre um prazer revela. E lembre-se Harry Potter é a varinha que escolhe o bruxo e não ao contrário.

Quando Harry ia perguntar o que aquilo queria dizer o mais velho já não se encontrava presente. Ainda com um olhar confuso Harry seguiu a madrinha para as ruas ainda muito movimentadas do Diagon Alley
Por trás de uma das várias estantes Sr. Ollivander voltou a espreitar madrinha e afilhado caminhando lado a lado.

— É o destino. - Ele disse.

Lyra que olhava o sobrinho enquanto ele falava, sussurrou tristemente:

— É apenas o cruel e sujo destino.