Ladra

Albina


Triiin, triiin, triiin! – Um som irritante estava tocando e me acordou. Puta que pariu, ninguém dorme em paz aqui.

— Porra! Dá pra desligar essa droga? – Falei e depois abri meus olhos quase os fechando de tanto sono, nem consegui dormir noite passada só pensando no que aconteceu. Observei à hora no meu celular e tomei um susto. — Caralho! Sabe que horas são? Desliga isso!

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Em plenas 07h00 da matina, esse cretino coloca o alarme pra soar. Eu quero e preciso dormir!

— Já vou, já vou. Que saco!

— Porque diabos você deixou seu celular perto da cama? Você é irritante sabia? – Depois de tudo aquilo, ele ainda vem me irritar mais? Ta merecendo apanhar.

— E você não cala a matraca, sabia? – Disse pra mim com um tom de ironia na voz após falar o “sabia”. — Que boca suja hein garota. – Continuou.

— Não lhe perguntei coisa alguma, apenas me deixe dormir.

— Ai que patada. Devo me cortar agora? – Sorriu.

— Não faria falta. – Retruquei.

— É mesmo? – Aproximou-se de mim com uma cara pervertida.

— Sai daqui desgraçado! – O empurrei e joguei o meu travesseiro nesse projeto de gente. Ainda bem que ele saiu do quarto e logo depois fechou a porta. Graças a Deus!

Consegui dormir em paz.

[...]

Eu estava sentada, sentada na ponta de um penhasco. – O que diabos faço aqui? – Olhei pro céu.

Minutos depois escorreguei. – Ou será que pulei? Mas porque eu iria pular?

Gritei com o susto.

Alguém me segurou. Segurou a minha mão com força.

— Não me solta, por favor! – Gritei e comecei a chorar.

Mas por quê? Eu não sou de chorar, principalmente agora.

— Não se preocupe. – Disse com uma voz suave e segura. Era ele e estava sorrindo pra mim.

Acalmei-me com aquele sorriso, me transmitia segurança. Fui burra.

Minha mão começou a soar e escorregou. Nossas mãos se separaram.

— Não... Natsu! – Gritei.

Eu me vi caindo daquele penhasco e ele cada vez mais longe de mim...

— Ei! Ei dorminhoca! Acorda!

— Natsu me salva! – Gritei de novo. Como sempre.

— O que foi? – Mudou o semblante, parecia preocupado.

— Nada... – Olhei pro chão. Seria melhor deixar prá lá.

Foi só um sonho...

— Você teve um pesadelo? Foi comigo? – E então olhou nos fundos dos meus olhos.

— Claro que foi. Você só sabe infernizar minha vida e olha que te conheci ontem. – Brinquei.

Ele sorriu.O mesmo sorriso que me transmitiu segurança.

— Então... O que quer pro café da manhã?

Sorri. — Que horas são?

— Três e vinte... Da tarde.

— Eu dormi isso tudo? Ai meu Deus! – Pulei da cama.

— Não. – Me parou. — Você vai ficar bem aí que euzinho aqui vou preparar seu café da manhã. – Virou-se. — Ou seria lanche da tarde? – Sussurrou, porém deu pra ouvir muito bem o que ele disse.

Deitei na cama e pensei sobre o sonho.

Porque sonhei com aquilo? Nossa Lucy, mal se mudou e já teve um pesadelo... Ou sonho? – Sorri.

Eu estou louca né? Se bem que...

— Loirinha! Vem cá me ajudar. – Era ele gritando.

— Já estou indo. – Gritei ainda mais alto.

Fui lá ajudar ele, afinal, eu estava com fome. Nós preparamos – ou tentamos – uma pizza bem grande de calabresa com bastante – bastante mesmo – queijo.

Mas... Em plena tarde? Não seria mais fácil ligar e pedir uma? Até que seria, porem eu nunca tinha preparado uma pizza e ele me ensinou. Pelo menos eu acho.

Esperamos a pizza ficar pronta enquanto limpávamos a cozinha. Depois sentamos-nos à mesa e fomos comer.

— Será que está boa mesmo? – Perguntei-o.

— Só vai saber se provar...

Até parece que eu ia provar aquilo, vai que ele quer me matar. Deus me livre.

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— Vai que tenha veneno... Você não seria capaz, seria? – Soltei a colher que estava na minha mão. Imagina só.

— Claro que não, que maldade. Você mesma que fez a pizza comigo e viu tudo que eu coloquei aí. – Cruzou os braços e olhou para o lado com um pouco de raiva.

— Quanto a Levy te pagou? – O encarei.

— Hã? Mas do que você está falan..

— Vamos, diga... Quanto ela te pagou? – Me aproximei dele e o pressionei.

— Quem?

— A azulada... Quanto ela te pagou pra me bajular? Pago o dobro pra ser normal comigo.

— 72.

— QUE? Eu não sou rica ta garoto?

Sorriu. — Ela não me pagou nada, na verdade nem a conheço.

— Serio mesmo? Você deve estar mentindo. Sabe... Eu pago o dobro hein, não quer aceitar? – Sorri.

— Eu não conheço essa menina, desculpe.

— Jura juradinho?

— Mas... Tá, claro. – olhei pra ele lembrando-o do “jura juradinho”. — Eu Juro. – Levantou a mão e cruzou os dedos em forma de juramento.

— Isso mesmo, bom garoto. – Bati palmas.

— Shiiu! – Olhou pro lado.

Minutos se passaram e ficamos conversando muito. Eu ate que estranhei, mas deixei rolar. Tenho que dar uma chance pro garoto né? Ele deve ter tido pressa no dia e por isso não me pediu desculpas, mas mesmo se ele for mal educado, ele é legal. Pelo menos eu acho.

— Ei, perai... – Olhou pra mim. — Tem um pouco de massa aqui. – Levou sua mão até minha bochecha e passou para poder limpar.

— Obrigada. – Dei um sorriso de leve e acabei corando.

— Sabe... Você é bonita. – Olhou pro meu corpo.

— P-Pervertido! – Levantei-me e sai da cozinha, deixando aquela pizza deliciosa solitária. Fiquei até triste, queria terminá-la.

Deixei-o conversar comigo um pouco e ele apronta uma dessas. Quê? Dei a ele uma nova chance e isso acontece? Não. Claro que não. Não darei outra chance à aquele pervertido, nunca mais.

Fui ao banheiro, tomei um banho bem quente e demorado e logo depois eu me arrumei, vou ir lá ao quarto da azulada. Sai do apartamento em direção ao dela, o cabelo de fogo nem percebeu quando eu saí.

Bati na porta e esperei ela atender. Minutos depois ela abriu a porta e fomos conversar, ela perguntou o que tinha ocorrido ontem e daí eu me lembrei da conversa que eu e ele tivemos.

[FLASH BACK ON]

Eu moro aqui. – Respondeu de uma forma tão simples, se sentando na cama em seguida.

Oi? Repete que eu não to crendo.

— Quem mora aqui sou eu, o que faz aqui? Não adianta mentir.

— Eu moro aqui caramba, será que não entendeu?

Que isso garoto, quanta simpatia.

— Pra sua informação, eu comprei esse apartamento hoje de tarde então POR FAVOR, saia daqui. – O respondi.

— E para a sua informação, eu também comprei.

Tive um troço, mas tentei me acalmar.

Coloquei uma mão na testa e franzi a sobrancelha. — Presta bem atenção no que eu vou falar ta bom? O apartamento é meu. – Disse, por fim.

— Quer saber? Liga pro dono e pergunta, o apartamento é meu.

— É isso que eu vou fazer mesmo! – E então fui em direção ao telefone do apartamento, eu tinha que tirá-lo de perto de mim o mais rápido possível.

Disquei o numero do deque do apartamento e esperei. Alguém atendeu, era o dono.

Alô? Por favor pode vir aqui e resolver uma coisa para mim? – Falei no telefone. O Dono disse que iria imediatamente então eu disse qual quarto era. O que resta é esperar.

Desliguei o telefone e esperei ele subir e resolver isso, só que quando ele subiu, tratou o Natsu super bem e o pior, disse que teríamos que morar juntos. Pensem bem. JUNTOS.

É que o dono quis fazer uma super promoção de um apartamento para duas pessoas e com isso o preço iria diminuir já que os dois teriam que pagar – o dono ganharia o mesmo valor, então não acho que é um tipo de “promoção” –, mas a questão não é essa.

Vou ter que conviver com ele o dia todo. Todo dia.

[FLASH BACK OFF]

Contei para a Levy sobre tudo e ela riu, como pôde? Eu também ri na hora, mas mesmo assim, é um caso sério. Muito sério.

Depois de conversar tanto com a azulada – já que estava tarde – eu voltei para o apartamento. Quando abri a porta, tinha uma garota sentada no colo do cabelo de fogo, o cabelo dela era loiro – eu acho –, mas um loiro tão claro que parecia branco. Eles estavam se beijando, mas para mim pareciam mais que iam comer um ao outro.

Pervertido.