Ressurgente

Capítulo 2


P.O.V JACOB

— Esse lugar estava anotado na ficha dela no hospital. Não sei se ela realmente era daqui, mas temos que começar por algum lugar, não é? Esse lugar é o único que temos.

—Você acha que ela gostará de saber, quando conseguirmos encontrá-la, de que estamos revirando o passado dela? - Meg roía as unhas parecendo preocupada e nervosa com aquilo tudo. Jacob não sabia exatamente o quão profundamente as duas se conheciam, mas desde o sumiço de Beatrice, Meg parecia estar desmoronando. Isto o exasperava. Ele imaginava ser a pessoa mais próxima de Beatrice, seu amigo mais antigo, aquele que a conhecia melhor. E ele nem sabia dessa relação delas. Meu Deus, eu não sei nada sobre ela, ele pensou. Mas ele achava que se tinha alguém que deveria sofrer mais que todos com o sumiço dela, este deveria ser ele.

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— Provavelmente ela odiaria isso. Mas afinal o que mais podemos fazer! Temos que encontrá-la rápido. Se o Doutor a achar antes ele vai mexer na cabeça dela. Você não entende o que é isso. Ou quem sabe ela mesma vai acabar se matando antes, se continuar com aquela ideia de tirar aquela maldita coisa da cabeça dela. - Jacob dizia parecendo cada vez mais desesperado com as possibilidades que surgiam em sua cabeça. - A memória de todos que foram para o Hospital foi apagada. Deve ter havido um motivo para que fizessem isso. Talvez se descobrimos quem ela foi, antes de ser quem ela é agora, talvez... Eu não sei, talvez conseguiremos entendê-la melhor e descobrir para onde ela foi. Antes que seja tarde - ele sabia que não era um bom plano, mas era o melhor que ele tinha.

— É, você tem razão- bufou Meg - Às vezes acho que não sei nada sobre ela.

— Acredite, eu sei como você se sente- ele admitiu taciturno.

●●●

P.O.V MEG

— Jacob, pare! Eu acho que estamos chegando. É melhor procurarmos alguém que vive aqui.

O rapaz parou o carro, e Meg rapidamente pulou para fora. Estava cansada da viagem até ali, havia sido longa e constrangedora. Ela não sabia como se comportar perto de Jacob. Ele parecia irritado. Ela não o culpava por isso, mas mesmo assim tudo aquilo a constrangia, parecia errado. Ela conhecia Beatrice há menos tempo, mas tinha certeza que ela ficaria furiosa com aquilo. E, bem, uma Beatrice furiosa não era nada bom.

Andou um pouco e avistou um homem ainda jovem sentado em um banco. Ele lia um livro e parecia compenetrado. De um forma meio estranha ele lembrava Beatrice. Meg assoviou para chamar a atenção dele e sorriu. Ele sorriu de volta meio consternado e parecendo meio bobo. Ela sabia que causava essa reação nos homens. Tinha a pele bem clara e cabelos que lembravam o fogo, estava acostumada com cantadas tímidas e outras nada educadas sobre ruivas dos homens. Não que ela tivesse interessada em caras.

— Oi. Meu nome é Meg. Estou procurando uma amiga.

— Prazer, sou Caleb. - o rapaz respondeu sorrindo parecendo recuperar a compostura. - Uma amiga? Vocês estão perdidos? Não são daqui. Como chegaram aqui?

— Esta é uma longa estória. - Jacob disse e pareceu a Meg que era a primeira vez que Caleb percebeu a presença do outro. - Mas o importante é que estamos procurando nossa amiga, ou hum, alguém que a conheça. Ela está desaparecida há alguns dias e estamos preocupados com ela. Qualquer informação pode nos ajudar.

Caleb assentiu parecendo desconfiado e respondeu cauteloso:

— Bem me digam o nome dela. Posso perguntar por aí.

— Beatrice, mas não sabemos se esse sempre foi o nome dela...- Meg parou de falar quando percebeu que o rapaz havia ficado pálido e rígido.

Continua...