–Toma Vargas! Uhu!-Marco jogou seu controle no chão e se levantou fazendo uma dança da vitória ridícula.

–A que se dane!-me levantei irritado.

–Ui, tá nervoso só porque eu arrebento com você no CrossFire?

–Vai ter revanche viu?

–Cara, mas onde você tava com a cabeça? Fez um rushe usando um snipe! Erro de principiante!

–Não enche Marco!-fui até a cozinha irritado.

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–Ei, sou seu amigo calma, tô tentando te ajudar e você fica aí todo irritadinho.

–Foi mal cara, é só que eu...

–Já sei, isso se chama dor de cotovelo.

–Ahn?

–Você tá todo chateadinho porque terminou com a Violetta.

–Ah Marco! Me poupe né?-disse abrindo a geladeira e pegando uma lata de refrigerante.

–Ainda não sei o que deu em você sabia?

–Só não estava dando certo sacou?

–Não sei, mas tem alguma coisa que você não tá querendo me contar.

–Claro que não cara. Por que eu esconderia alguma coisa de você?

–Ah, sei lá, vamos parar de falar nisso e jogar?

–Só se for agora!

Corremos pra sala. Pulamos em cima do carpete e rapidamente iniciamos o jogo, ou melhor escolhemos os nossos personagens e as armas. Eu escolhi aquele cara com a roupa camuflada e o chamei de ''Dark Angel'' e selecionei uma Colt.

Começamos a jogar, mas minha atenção não estava fixa lá, por isso comecei a voltar a mente pro que o Marco falou. Voltei a memória a ontem a tarde, quando tinha acabado de chegar na pista e vi várias chamadas perdidas da Violetta, retornei e foi a pior sensação de todas dizer aquelas coisas horríveis pra ela. Nunca me senti desse jeito. Tinha tantas emoções misturadas que não conseguia identificar ao certo o que estava sentindo. Mas vou tentar contar. Depois de ouvi-la chorando daquele jeito no telefone e pedindo desculpas por coisas que nem fez, foi como se tivessem me dado um soco na boca do estômago. Partiu meu coração ouvi-la soluçar desesperadamente, e além de querer mas não poder consolá-la e dizer que estava tudo bem, o que intensificava essa culpa era saber que foi em eu quem causei todo esse mal a ela.

Eu só queria pegar a minha moto e ir até o Campus, implorar seu perdão de joelhos e normalizar as coisas, mas além de saber que eu havia a magoado demais pra ser perdoado, eu tinha ''responsabilidades'' agora que me impediam de seguir o meu extinto.

Desliguei a chamada e bufei cansado fechando os olhos desejando que tudo fosse um pesadelo. Mas infelizmente ao abrir os olhos me deparei com a figura do Pablo parado na minha frente sem conseguir disfarçar um sorrisinho de contentamento.

–Satisfeito?-perguntei num tom alterado o encarando.

–León você tem que entender que isso era o melhor pra você-se aproximou e colocou a mão no meu ombro fingindo me consolar.

–O melhor pra mim era magoar e terminar com a garota que eu amo, cujo nosso namoro foi a única coisa que realmente estava me fazendo feliz nesses últimos tempos?

–Não é pra tanto...

–Como não é pra tanto?-me levantei furioso tirando a sua mão do meu ombro-Você sabe o quanto eu gosto dela Pablo?

–Você está exagerando, pode até gostar dela, mas não tanto. Vai ver que logo vai esquecê-la. Agora tem que que se focar mais que nunca na sua carreira e na Lara. Você foi longe demais, pode ir ainda mais longe.

–Eu tô pouco me lixando pra essa droga de carreira, por causa dela eu perdi tudo, minha liberdade, minha privacidade, a Violetta!

–Esquece a Violetta! Ela era só uma namoradinha boba! Você tinha que me agradecer por te livrar dessa vadia interesseira!-dessa vez não deu pra aguentar, e um segundo depois ele estava prensado contra os armários do vestiário por mim que o segurava pelo colarinho da camisa.

–Escuta aqui Pablo, eu fiz tudo que você pediu, aceitei participar desse namoro midiático ridículo com a Lara, terminei com a Violetta, mas se tem uma coisa que eu não admito é que você fale desse jeito dela entendeu?-seus olhos brilhavam de tanto ódio, eu com certeza estava na mesma situação. Ele engoliu o seco e me respondeu com a voz meio assustada pela minha drástica atitude.

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–Sim, eu nunca mais vou tocar no nome dela-o soltei.

–Ótimo-peguei a droga de capacete que estava no banco e o joguei contra os armários com força. Fez um estrondo muito grande-Agora vou tomar um banho e ir pra casa, não estou com cabeça pra porcaria de treino nenhum. Será que sobre a hora que eu vou ou não pra casa eu ainda tenho controle?-ele fez que não com a cabeça.

–Mas sábado a noite você e a Lara tem reservas no Steakhouse. Precisam ser vistos em públicos.

–Ok-murmurei me virando, mas ainda andando e de costas dei um sorrisinho e disse irônico-Não se esqueça de mandar muitos paparazzi pra lá, afinal, não adianta ter show sem uma plateia.

Ignorei qualquer coisa que ele disse e fui até os chuveiros. Tomei um banho rápido mas sem parar de pensar um minuto em como ela devia estar. Me vesti com uma roupa qualquer, calça jeans, camisa polo preta e coloquei um tênis cinza da Nike.

Assim que fui até meu armário e peguei meu celular vi que tinham dez chamadas perdidas da minha mãe, ela devia ter surtado quando descobriu que eu terminei o namoro com a Violetta. E cinco chamadas da Lara. Não pude deixar de fazer uma careta de nojo, desliguei meu celular e o coloquei no bolso saindo com uma expressão meio carrancuda do vestiário.

Fui trazido de volta a realidade do meu devaneio pelo barulho da campainha:

–Ah que droga! Eu atendo-o Marco disse pausando o jogo e se levantando indo até a porta. Ouvi a porta se abrir e logo uma voz feminina começou a tagarelar.

–Eu ainda não consigo acreditar Marco! Eu acabei de ir ver a Violetta e...-parou ao me vir sentado no chão-O que ele tá fazendo aqui?-perguntou apontando pra mim furiosa.

–Eu convidei ele pra jogar vir Fran-ela veio pra cima de mim e começou a estapear meu braço.

–Seu idiota, miserável, cretino!

–O que eu fiz?-perguntei confuso.

–O que você fez????-tinha um tom de voz indignado, parou de me bater pra me encarar-Você simplesmente magoou a minha amiga seu ridículo! Você tem noção do quanto ela tá mal por sua causa?

–A Violetta tá mal?

–Ah, claro que não, imagina! Você simplesmente disse que ela nunca teve importância pra você, será que ela ficou mal?

–Fran para com isso!-o Marco segurou seus braços.

–Eu vou ensinar pra esse cretino como magoar os sentimentos das pessoas!

–Fran!!!!!

–Marco eu não quero ele aqui, se o seu amigo continuar aqui você vai ficar sem namorada!-ele olhou pra mim meio sem saber o que fazer. Eu só me levantei e fui até a porta.

–Não Marco tudo bem, é melhor eu ir, depois a gente se fala.

Me aproximei e fizemos nosso cumprimento como se estivéssemos socando o punho um do outro.

–Falou cara, até mais.

Fui até a porta em silêncio.

–E Fran, se você vir a Violetta diga que eu sinto muito.

Ela me fuzilou com o olhar, como se dissesse ''você não presta!''. Ela estava certa. Eu tinha magoado a Violetta que não merecia nada daquilo. Como eu queria poder estar junto com ela agora. Como eu queria voltar no tempo e consertar a burrada que fiz.

Eu daria qualquer coisa pra vê-la, abraçá-la, e dizer que a amava, mas ela nunca mais me perdoaria, a saída é fazer como o Pablo disse e esquecer.

Como deixem que me manipulassem desse jeito? Bom, não adianta me lamentar, agora já é tarde demais.