My Dream

Vingativa e apaixonada


Seu coração martelava no ritmo do tique taque do relógio e a espera parecia interminável. Mas, mesmo estando sob tensão, não conseguiu conter o sorriso quando pensou no que fizera essa manhã.

Ao entrar na delegacia, rapidamente dois policiais abordaram-na e, quando disse quem ela ia visitar, tentaram impedi-la.

– Ordens de Klaus – disseram eles.

– Tenho três coisas para vocês. Uma: é contra a lei proibir visitas. Duas: meu marido já me disse que posso fazer o que bem entender na cidade dele. Três: tentem me impedir e Klaus vai adorar saber os maus tratos que sofri aqui.

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Dizendo isso, saiu trombando nos policiais, que nada fizeram a não ser olhar com ódio para ela. Tudo bem, tinha de admitir, Klaus lhe trazia alguns benefícios. Depois do “incidente”, ela nunca mais falara com ele. Três semanas... O que Klaus podia fazer em três semanas?

– Você tem quinze minutos – disse a voz grave do policial.

Finalmente. Depois de todo esse tempo ela iria ver Elijah. Seu peito doía de saudade e teve de lutar muito para segurar as lágrimas que ardiam-lhe os olhos. Podia até ser coisa da sua cabeça, mas jurava que o bebê havia chutado sua barriga. Sorriu. Todos amam Elijah.

Quando o policial abriu a porta de uma sala segura e totalmente sem graça, seu coração se partiu. Elijah sempre seria atraente para ela... Mas ele estava horrível. Tinha barba por fazer e olheiras escuras lhe davam uma aparência sombria. O lábio tinha um ferimento típico de briga. O cabelo, tão lindo e sedoso, parecia sem vida.

– Meu Deus, o que aconteceu com você? – disse ela, imediatamente abraçando-o.

Ele não retribuiu.

– Ora, a que devo a honra? – disse ele, com amargura na voz. Seu tom de voz foi como um tapa na cara dela. Hayley esperava abraços, lágrimas, promessas de amor... Espera tudo, menos uma recepção ruim.

– O que há com você?

– Eu estou a mais de um mês na prisão... E minha “namorada” nem ao menos ligou. Nem uma única vez. Então, acho que tenho razões para estar puto.

– Elijah... Eu só não vim antes porque Klaus fez de tudo para impedir qualquer um de te visitar.

– Típico dele. E isso te impediu? Nada típico de você.

O olhar que ele lhe lançava era extremamente furioso. Mas a verdade é que Elijah estava muito magoado. Ele podia suportar tudo desde que fosse com ela. Hayley era sua força... Aquele sorriso o faria enfrentar tudo. E vê-la abandonando-o... Fora bastante doloroso.

– E você acha que não tentei? Eu fiz de tudo!

– De tudo!

– Eu até dei uma pequena surra nele – disse ela, com um sorriso – Nada ia me manter longe de você por muito tempo.

– Você deu uma surra nele? Queria ter visto isso.

– Ele tentou me beijar e eu quebrei o nariz dele.

– Minha garota – disse ele, sem conter o sorriso. Cinco minutos – era o tempo que Hayley precisava para fazê-lo sorrir.

– Elijah...

E então pulou nele. Sem prudências, sem cautela, ela se jogou em seus braços. Então as lágrimas finalmente se libertaram. O amor que ela sentia era exatamente como sua personalidade: livre, selvagem e forte. Uma vez que ela amasse... Seria para sempre.

– Queria tanto poder te abraçar – disse ele, mostrando que uma algema prendia um de seus pulsos à mesa.

– Eu resolvo isso – respondeu, passando as pernas por ele e sentando em seu colo. E o beijou apaixonadamente. Com a mão livre, ele segurou seus cabelos firmemente, entregando-se naquele beijo. Arrepios de prazer percorreram os dois, numa complexa conexão. Era fácil esquecer que estavam numa prisão. E seria mais fácil ainda arrancar a roupa um do outro. Na verdade, ele já estava providenciando isso, quando, rindo, Hayley o impediu. Não que ela estivesse muito convicta de estar certa. É impossível resistir a ele.

Numa pausa para respirar, Elijah pousou a mão sobre a barriga dela e sentiu uma pequena pressão.

– Ela...

– Sim, ela chutou – disse Hayley – Está fazendo muito isso hoje.

– Pelo menos alguém sentiu minha falta.

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Como resposta, ela mordeu seu lábio. Com carinho... Um pouco. Elijah sorria. Era muito reconfortante pensar que, em breve, elas seriam sua família. Se tudo desse certo, eles provavelmente iriam ser mais um clichê e viver felizes até a velhice. O amor de Hayley por ele estava estampado em seus olhos. E justo quando iam retomar o beijo, o policial bateu à porta novamente. O tempo se esgotara. As lágrimas arderam de novo.

– Eu vou voltar, prometo – disse, dando-lhe um último beijo, e então gritou – Eu te amo, Elijah. Não vou abandoná-lo. Nunca! Ah, mais uma coisa: nós vamos prendê-lo.

– Nós?

Hayley não pode responder. O mais bruscamente que podia, o policial a arrastou dali.

...

Eles caminhavam com pressa, todos determinados. Mal sentiam o frio que se estabelecera ali, nem o vento cortante que aparecera.

– Você tem certeza? – perguntou Marcel.

– Absoluta – respondeu a morena.

Pela segunda vez naquele dia, ela visitou a delegacia. Os policiais que a abordaram anteriormente não estavam lá, deviam ter trocado de turno. Hayley agradeceu por isso; deviam ser subordinados de Klaus.

Ao chegarem, pediram para falar com o delegado. Era uma mulher séria, com uma expressão dura, e não parecia estar para brincadeiras. Eles só esperavam que isso significasse que ela não era suscetível à corrupção.

– Detetive Mikaelson? – disse a mulher, olhando para Rebekah – Não esperava vê-la aqui.

– Mudou de distrito, Couson? Confesso que isso facilita bastante minha vida.

Para a surpresa de todos, elas se abraçaram. Eram velhas amigas. Por sorte, a delegada recentemente pegara o turno noturno daquela delegacia. Por sorte também, ela estava a par das investigações sobre Klaus Mikaelson.

– Camile, nós temos fortes razões para acreditar que foi Klaus quem incriminou Elijah.

– Não me parece uma coisa tão impossível assim. Vocês têm alguma prova?

– A ex namorada de Elijah, Celeste. A que foi acusada de ser sua cúmplice. Aposto o Marcel nisso que foi Klaus quem a convenceu a ajudá-lo.

– Por que você sempre me aposta? – perguntou o homem, indignado.

– As pessoas geralmente apostam aquilo de mais valioso que têm.

– Jesus, aqui não – disse Hayley, revirando os olhos – Enfim, vamos acusá-lo de tudo, de uma só vez. Assassinato, corrupção e toda a porcaria.

– Vocês tem coragem, hein? Bem, eu topo. Vamos começar a montar o caso.

Preveja isso, cretino, pensou Hayley, com todo ódio do mundo. Por tudo de ruim que ele fizera com Elijah, por todas as maldades que fizera com ela, por tudo. Klaus iria pagar e disso, ah, disso ela tinha certeza.