Foi numa segunda

Pequena revelação


Levei uma mão ao peito, respirando aceleradamente. Recuperei-me e fiz uma careta.

– Que susto caramba! – Suspirei.

– Eu que me assustei com esse seu cabelo todo em pé. – Falou rindo.

Haha. – Ri sem graça. Dei uma tapinha no braço dele e me afastei alguns passos, passando a mão pelos cabelos.

– E então pequena – Ele voltou a falar. – Você não respondeu à minha pergunta.

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– Bom – Comecei, tentando pensar em algo. Girei para fitá-lo. – Não é da sua conta. – Completei.

É. Eu não tinha pensado em nada.

– Mas o que você estava vendo no meu celular, é. – Matt afirmou rapidamente, como se aquilo já estivesse na ponta da sua língua. Em seguida, cruzou os braços esperando uma resposta.

Eu corei.

– Eu... – Recuei mais alguns passou, tamborilando os dedos no balcão ao meu lado. – Só estava vendo as horas. – Revelei.

Não vi a expressão que ele fez, porque àquela altura eu já estava de costas pra que ele não percebesse minhas bochechas queimarem.

Alguns segundos depois ele resolveu falar.

– Tem um relógio no seu quarto, pequena.

– Eu não sabia. – Falei um pouco baixo demais. Então me voltei pra ele. – E não estava mexendo no seu celular, se é isso o que você quer saber. – Coloquei ambas as mãos na cintura. – Não tem nada lá que me interesse. – Desviei o olhar.

Não, eu definitivamente não parecia intimidadora.

Ele arqueou uma sobrancelha, como de costume, e em seguida riu.

– Qual o motivo do estresse? – Perguntou amavelmente.

Ele era estranho.

– Não é nada com você, desculpa. – Falei sinceramente. – É só... Tudo isso. Eu não queria estar aqui, você sabe. – Me aproximei e peguei o copo que a pouco havia deixado em cima do balcão, depois caminhei em direção ao armário.

– Entendo. – Ele ficou sério novamente. – Você e a Lorena nunca se deram muito bem. – Ele me seguia com os olhos.

– Ela nunca quis isso. – Abri a porta do armário alto, levemente na ponta dos pés, e coloquei o copo lá dentro. Ouvi Matt se aproximando atrás de mim.

– Talvez ela tenha seus motivos. – Ele parou perto, apoiando um braço no balcão embaixo do armário. Dava pra senti-lo me olhando profundamente.

Dei a volta para encará-lo.

– Não vejo nenhum. – Comentei secamente.

Acho que ele estava a um metro de distância. Aquele olhar de reprovação era perturbador.

Ele balançou a cabeça negativamente.

– Tudo bem. – Foi o que ele disse. – Isso não é da minha conta, não é mesmo? – Deu duas batidinhas no balcão, recuando alguns passos.

Eu abri a boca, mas a fechei em seguida.

– Bom – Disse já de costas. –Boa noite. – Fez um sinal com a mão e atravessou a porta.

Por que ele gostava sempre de sair dramaticamente? Vai saber.