STSV - Capítulo 27:

– Eu juro que isso nunca aconteceu comigo. - afirmou Bento, sentado na cama, com as costas apoiada na cabeceira, o lençol cobrindo suas pernas, e o peito a mostra.

Camilla deu uma risadinha, enquanto ajeitava as alças do sutiã. Ela e Bento resolveram unir o útil ao agradável, contudo naquela noite, Bento apresentou um "pequeno" problema.

– Tudo bem, Bento, deixa isso pra lá. Teremos outras oportunidades. Foi até bom que isso tenha acontecido pra que não percamos o foco.

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Bento franziu a testa, e como que não tivesse ouvido uma só palavra do que Camilla dissera, lamentou: - Eu realmente juro que isso nunca aconteceu comigo. Talvez tenha sido pelo estresse de hoje, mas e se... A Giane chutou tão forte ao ponto de... Não, não, não! Num quero nem imaginar uma coisa dessas.

Camilla revirou os olhos - Ai, Bento, esquece isso! Você não é nem o primeiro nem o último homem na face da terra que... - Bento arregalou os olhos - Bom, você sabe. - respirou fundo, antes de continuar - Bom, mas vamos ao que interessa... Separar o casal amor. E acho que já tive uma idéia.

– Qual?! Olha só, na boa, quero apanhar mais não.

– Relaxa! Porque se tudo sair do jeito que eu estou imaginando, hoje mesmo, a Giane dormirá aqui com você. Só espero que você... - Bento a fuzilou com o olhar -Tá. Deixa pra lá! Você me disse que a Giane vai hoje na Acácia pra que você assine os papéis do fim da sociedade, né?!

– Foi o que ela disse. Por quê?!

Camilla deu um sorriso misterioso - Você já vai saber... Mas, vê se agora, deixa de ser tapado, e fica de boca fechada. Tá bom?!

– Ok. Pode deixar! Aprendi a lição. O que eu tenho de fazer?!

– Você só precisa pagar de amiguinho pra sua ex-sócia, e tentar dar um beijo no rosto dela. O resto é comigo. - deu uma risada cínica.

Bento franziu a testa, e fez cara de interrogação, mas nem ousou perguntar o que era. Não queria que ela o humilhasse mais do que ele mesmo já se sentia.

***
– Juro que num queria que cê fosse sozinha na Acácia, amor. Vai que o Zé-Florzinha resolve aprontar alguma...! - Fabinho falou, preocupado pra Giane.

Ele estava terminando de se barbear, e tinha acabado de tomar banho, por isso, a toalha enrolada na cintura, e os cabelos ainda molhados. Enquanto, Giane já estava arrumada, só esperando para dar um beijo de despedida no namorado para ir à Acácia terminar sua sociedade com Bento.

– Relaxa! O que você acha que o Bento poderia fazer comigo?! Me esquartejar?

Fabnho deu um sorrisinho terno para o espelho. Seus olhares se encontraram através do reflexo.

– Pior. Te agarrar a força. Não quero ver minha maloqueira nos braços daquele jardineiro de butiquin.

Giane deu uma risada gostosa. Foi até ele, e agarrou seu pescoço por trás, tascando um beijo de arrepiar, no pescoço dele - Sabe que eu tô começando a achar esse seu ciúme, uma gracinha.

– Ah, é, engraçadinha?! - fechou os olhos, se arrepiando quando Giane mordeu o lóbulo de sua orelha - Pivete, você tem noção do quanto é perigoso beijar assim um cara que tá só de toalha?!

Giane riu, e sem pensar nas consequências, desceu as mãos do ombro dele até o peito nu e molhado de seu namorado. Fabinho revirou os olhos, o desejo iminente. - Pivete, tô avisando... Melhor você parar ou eu não respondo por mim.

– Você quer mesmo que eu pare?! - sussurrou no ouvido dele, com uma voz doce e sensual.

Fabinho sorriu malicioso, e antes que Giane pudesse se dar conta do que acontecia, ele virou, segurou sua cintura e, com ímpeto, a trouxe para sua frente. Ele a imprensou contra a pia. E olhou-a no fundo dos olhos, que brilhavam de desejo.

– Eu fico louco com você, sabia?! Nenhuma mulher fez isso comigo. - pegou uma mão e a levou aos lábios, beijando a palma dela. Giane fechou os olhos ao sentir o leve roçar da barba dele em sua mão - Definitivamente, você me tem nas mãos, maloqueira. - concluiu com a voz rouca.

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Ela sorriu - Cê sabe que... - Giane começou a falar, usando a mesma mão que ele beijou para fazer um carinho em seu rosto. - Eu nunca pensei que pudesse amar tanto um homem, mas...

– Maaaaaaaas... - ele repetiu, incentivando-a a continuar.

– Maaaaaas, eu te amo. Te amo muito. Com todos os seus defeitos. Com todas as suas qualidades. E quero te amar pra sempre.

Fabinho sorriu, maravilhado com a declaração - Também te amo, pivete. Eu sei que eu já te disse isso, mas, se for preciso, vou passar o resto da nossa vida repetindo, até que você se convença.

Enquanto Fabinho falava, as pupilas de Giane se tornaram órbitas frenéticas, percorrendo todas as linhas e poros do rosto dele, com fascínio.

Até que ela sentiu, ele colocando as mãos em sua cintura, e elevando seu corpo para que ela pudesse se sentar na pia. Em resposta, Giane enlaçou sua cintura com as pernas.

Depois, seduzindo-o, Giane passou as mãos pelo tórax dele, e começou a tascar beijinhos por todo ele, subindo com os lábios até a altura do pescoço, aonde deu uma leve sugada. Foi aí que, semmais aguentar, e percebendo que seu corpo todo já estava em chamas, e respondia a cada carícia, Fabinho, com uma mão nas costas dela, puxou-a, de maneira que ela se encaixou de maneira perfeita. E com a outra mão, adentrou seus dedos em meio aos cabelos da nuca de Giane, e com ânsia, trouxe seus lábios até os seus, devorando sua boca sem reservas.

Giane cravou os dedos nas costas de Fabinho com tanta força que arrancou um gemido do namorado. Contudo, o beijo não cessou. Pelo contrário, tornou-se mais voraz e sôfrego.

Querendo mais, Giane arqueou a cabeça para trás, e foi deitando as costas na pia, levando Fabinho a descer os beijos pelo pescoço e colo, ao mesmo tempo em que, suas mãos apertavam sua cintura, com vontade, retirando sua blusa.

Giane fechou os olhos, sentindo-se entregue àquelas carícias, mas teve de abrir imediatamente quando ouviu alguém chamá-la.

– Giane, minha filha, você não vai tomar café?! - perguntou Seu Silvério, do outro lado da porta.

Giane arregalou os olhos, mas ao ver a expressão de frustração de seu namorado, riu divertida.

– Não, por favor... - disse com a voz rouca, e cheia de apelo. - Ah, qual é! Me lembre de matar o seu pai qualquer dia desses.

Giane riu mais ainda - Ah, num fala besteira, Fraldinha! E sai logo da minha frente, antes que o meu pai resolva saber o motivo da minha demora e abra a porta!

Fabinho fez careta, altamente frustrado - Só pra saber, a gente num vai levar o seu pai na nossa lua de mel não, né?!

Giane revirou os olhos, sorrindo - Essa eu não vou nem me dar ao trabalho de responder...

Fabinho fez bico, e sem mais delongas, saiu da frente, quase que se arrastando.

Giane deu um pulo, descendo da pia, segurou o queixo de Fabinho, e tascou um beijo estalado - À noite, a gente continua... Deixa de ser manhoso!

Então, ela se virou e já ia saindo, mas, parou, quando percebeu Fabinho segurar sua mão. - Eu vou cobrar... Com juros.

Ela sorriu - Pode cobrar... Eu nunca quis tanto pagar a alguém - piscou o olho, e foi soltando a mão dele, devagar. Suas mãos deslizando, uma na outra, até chegar aos dedos, finalmente, soltando.

***
– Giane, que bom que cê veio! - Bento disse, com um sorriso de orelha a orelha, quando viu sua sócia entrando na Acácia.

– Bento, pode tratar de tirar esse sorrisinho do rosto porque eu só vim aqui pra você assinar isso. - colocou alguns papéis e caneta em cima do balcão.

– O que é isso? - perguntou Bento, mesmo sabendo do que se tratava.

– É o fim da nossa sociedade. Agora não tem mais jeito. - Giane respondeu, séria.

– Vem cá, eu entendi direito?! Você vai largar mão da nossa sociedade, sair da nossa cooperativa por causa daquele desgraçado?!

– Pode parar, Bento! Você sabe muito bem o porquê de eu tá largando a sociedade. Num se faz de desentendido!

Bento arrodeou o balcão, ficando de frente pra ela - Giane, você tá fazendo a maior burrada da sua vida!

– E você já fez a sua quando me dopou pra que eu terminasse com o meu namorado. Você diz que o Fabinho é um bandido, mas você é bem pior. Por isso, o melhor pra gente agora, é cada um ir para o seu lado. Eu não me meto na sua vida e você não se mete na minha. Estamos conversados?!

Bento deu um suspiro profundo - Nunca imaginei que um dia terminaríamos assim... A nossa amizade importa muito pra mim.

– Deveria ter pensado nisso antes... Agora é tarde!

Bento baixou o olhar, depois levantou, encarando-a - Tá. Onde é que eu assino?!

Giane apontou para as linhas pontilhadas dos papéis - Aqui. Assine todos. São 4 cópias.

Bento bufou, e segurando a caneta, assinou, uma a uma.

– Valeu! - agradeceu Giane, organizando os papéis - Eu preciso ir agora... Tchau!

– Espera, Giane! - Bento pediu, e a ex sócia se virou pra ele, que se aproximou e tascou um beijo em seu rosto, quase na ponta dos lábios - Foi muito bom enquanto durou. Espero que um dia consiga me perdoar.

Giane o olhou, com raiva e tristeza ao mesmo tempo - Quem sabe um dia... Tchau! - despediu-se e saiu porta a fora.

– Nossa pensei que ela não fosse embora nunca! Que garotinha pedante! - resmungou Camilla, saindo do meio de alguns jarros. Ela estava com uma máquina fotográfica nas mãos.

– Então, tirou a foto?

– Sim. E ficou perfeita.

– Só não entendo como o Fabinho vai ficar com raiva por um simples beijo no rosto.

Camilla sorriu de forma cínica - Um beijo no rosto em uma foto pode se tornar um beijo em outro lugar, dependendo do ângulo que se fotografe.

Bento franziu a testa - Deixa eu ver!

Camilla mostrou o visor da máquina pra ele, que sorriu ao perceber que ela tinha razão. Na foto parecia mesmo que ele a beijava na boca ao invés de no rosto.

– Prontinho. Agora é só revelar e dar um jeito dessa fotografia chegar nas mãos do Fabinho. E voilá, teremos os dois nas nossas mãos.

Bento sorriu fraco, pois nem mesmo ele acreditava que uma simples foto poderia ser responsável pelo fim do namoro Fabine. No entanto, ficou calado aguardando nova ordem.

***
– Jonas, dá uma olhada nessa imagem que vou te mandar agora. - disse Fabinho, apertando o enter em seu computador.

Do outro lado da sala da Crash Mídia, Jonas recebeu a imagem da nova campanha. Tratava-se de um óleo corporal, e Giane era a garota propaganda, que passava o produto nas pernas de forma sensual.

Ao ver, Jonas "babou" na namorada do amigo - Cara, a Giane tá gata, heim?!

Fabinho sorriu, fascinado, olhando a namorada no visor de seu computador. A imagem dela nesta campanha era o descanso de tela de seu computador.

– É. Ela é linda mesmo. - disse ele, com o queixo apoiado na mão. - Em pensar que essa mulher é só minha... Eu sou ou num sou um cara de sorte?! Diz aí!

Jona riu - Com certeza, é. Mas, vamos trabalhar?! Vou fazer uns ajustes na imagem e já te mando.

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– Beleza. Então, acho que vou começar a trabalhar na outra campanha. Adiantar um pouco. - disse Fabinho, abrindo o site de procura.

– Ei, cara, cê sabe quem é Fabinho?!

Fabinho franziu a testa ao ouvir aquela pergunta, e ao levantar o olhar, se deparou com um garoto na casa dos seus 10 anos.

– O que você quer, moleque?!

– É que uma moça me pagou pra entregar isso a ele. - mostrou um envelope pra Fabinho, que ficou curioso.

– Então, passa pra cá que eu sou o Fabinho. - falou, quase arrancando o envelope das mãos do garoto.

O garoto arregalou os olhos, e sem pestanejar, deu meia volta e saiu correndo da empresa.

– Ow garoto! Calma aí! - gritou Fabinho, correndo atrás dele, contudo, como em um passe de mágica, o garoto sumiu.

Fabinho olhou de um lado pra outro da rua. Nem sinal do garoto. Olhou o envelope em suas mãos, e temeu abrí-lo. Entretanto, sua curiosidade falou mais alto, e ele acabou por abrir o envelope. Retirou as fotografias dele, e ao olhá-las sua expressão mudou. Com raiva, amassou o envelope e jogou bem longe. Depois, apertou o passo em direção a um lugar em específico.

***
Alguns minutinhos depois, Bento estava acabando de arrumar alguns vasos numa prateleira quando sentiu a presença de alguém por trás dele.

Desceu da escada, e linpou as mãos no avental, e ao se virar...

– Giane?! O que você tá fazendo aqui?! Achei que nunca mais a veria por aqui.

Giane suspirou - É. Também achei, mas... Me lembrei que deixei alguns pertences no armário principal. Vou lá pegar! - disse, e se virou em direção ao depósito, mas foi impedida ao sentir uma mão segurando seu braço.

– Tá indo pra onde?! Posso saber?!

Giane se virou, e se deparou com um par de olhos castanhos que conhecia muito bem. Mas, não gostou nada nada de sua expressão gélida - Fabinho?! O que tá fazendo aqui?! Ai! - gritou a garota quando sentiu Fabinho apertando seu braço - Você tá me machucando! Por que tá fazendo isso, cara?!

– Você ainda pergunta?! Qual é a tua, heim, Giane?!

– Larga ela, Fabinho! - rosnou Bento.

– Não te mete, que a conversa aqui é entre a Giane e eu. Sua vez ainda vai chegar, Zé-Florzinha!

Giane franziu a testa - Fabinho, dá pra me explicar o que tá acontecendo aqui?!

– O que tá acontecendo aqui é que eu sou um idiota, um imbecil... Eu achando aqui que você gostava de mim! E você me apunhalando pelas costas, junto com esse teu sócio fofolete.

Bento começava a entender o que estava acontecendo. Ficou radiante. O plano de Camilla parecia que estava dando certo. Ficou calado, só observando a DR.

– Do que você tá falando, Cara?! E dá pra soltar meu braço?! Você tá realmente me machucando!

Fabinho mordeu o lábio inferior, com raiva - Eu devia era machucar mais! Como eu fui burro, burro de acreditar em você!

– Fabinho, já chega! Cansei desse joguinho. Dá pra ser mais claro?!

– Eu vou ser claro... - entregou as fotografia a Giane, que arregalou os olhos - Isso lhe parece familiar?!

– Fabinho, eu juro que num sei de onde tiraram isso! Pelo amor de Deus, acredita em mim!

Fabinho fez careta, indignado - Mas, nem assim, você confessa?! E eu que pensei que você fosse diferente, mas já vi que não. Quer saber?! Acho que perdi meu tempo com você, e num tô nem um pouco a fim de perder mais! Eu vou embora! Acabou! E, por favor, vê se me deixa em paz?! - esbravejou e deu meia volta, indo em direção à porta principal da Acácia.

Giane deu alguns passos em direção do agora ex namorado - Fabinho! Fabinho! Espera!

– Se liga, garota! - desdenhou o apelo de Giane e foi embora, deixando-a arrazada.

– Eu num tô acreditando que ele acreditou nessas fotografias?! Quer saber?! Se ele num me quer, o problema é dele. Cansei! Agora sou eu quem não quer mais nada com ele. Garoto cretino! Nem sei porque me apaixonei por ele!

Bento deu um sorriso de triunfo - Viu só?! Eu te disse que ele era um canalha! Mas, antes tarde do que nunca! - chegou perto de Giane e lhe fez um carinho de leve em seu rosto - Eu sei que dói descobrir isso, mas com um tempo, você vai ver que terminar com ele foi a melhor coisa que você fez em sua vida.

Giane o encarou, com os olhos tristes - Talvez você tenha razão... - suspirou - Vou pra casa. Num tô bem não. A gente se fala... Tchau!

E saiu cabisbaixa, com Bento sorrindo cinicamente a suas costas.

– Camilla?! Nosso plano deu certo. Fabinho e Giane acabaramde terminar o namoro e... - Bento começou a falar no celular com sua comparsa.

***
À noite, Giane vestiu um short amarelo, e uma regata branca. Amarrou o cabelo em um rabo de cavalo e calçou um tênis. Saiu do quarto, e seu pai a interceptou antes que ela saísse de casa.

– Filha, tá indo pra onde?! Melhor não sair... Parece que vai chover.

– Sei lá, pai! Vou esfriar a cabeça. Tô precisando! Num sei que horas eu volto, então vê se num fica me esperando. Tchau, seu Silvério. - despediu-se, então abriu a porta e fechou atrás de si, deixando seu pai a ver navios.

Seu Silvério estava extremamente preocupado com sua filha. Era a primeira vez que Giane terminava o namoro com Fabinho e não havia o procurado para consolá-la. Teve medo que a filha estivesse em um estágio bastante avançado de dor. Aquela em que você tenta ser forte, mas ao cair na realidade, desaba e a queda geralmente é bem maior.

***
Quando Giane chegou no campinho, percebeu o tempo fechando. Olhou pra cima, e viu que não havia estrelas no céu. Seu pai tinha razão, vinha chuva por aí.

Cruzou os braços, tentando se proteger do frio que já a atingia. E fechou os olhos, sentindo o cheiro de terra molhada, tão típico em dias chuvosos. Voltou o olhar para o portão, e lembranças boas lhe vieram a mente. Rumou em direção ao lugar, pé ante pé. Foi quando, sentiu uma mão, segurando seu braço e a puxando com violência. Seu primeiro instinto foi gritar, mas se conteve ao perceber de quem se tratava. E se deixou ser levada, até ser imprensada no portão.

– Você vem sempre aqui?! - Perguntou Fabinho, encarando-a com expressão de desejo. E pressionando-a ainda mais contra as grades do portão.

Giane sorriu, e resolveu entrar no joguinho - Não. Mas, acho que a partir de hoje, começarei a frequentar.

– Ah, é?! Cê tem namorado?!

– Tenho. E ele é bastante ciumento.

– Também, quem não seria?! Com uma gata dessa do lado!

Giane sorriu - É impressão minha ou você tá dando em cima de mim?!

– Isso depende... Tá dando certo?!

Giane olhou pro lado, fazendo charminho - Talvez. Num posso dizer nada ainda... Preciso saber se... Você beija bem. Sabe o que é?! É que meu namorado costuma beijar muito bem...

Fabinho sorriu, com um pouco de timidez - Acho que posso ser melhor do que ele. Quer experimentar?!

– O que cê acha?! - indagou com a voz rouca.

Fabinho sorriu, encantado. Teve a impressão que se apaixonara outra vez por sua namorada. A trocade olhares acontecia de forma intensa. Os dois expressando um desejo incontrolável, um pelo outro. Foi aí que Fabinho levou seus lábios até os dela, brincou um pouco, indo e voltando com seus lábios, suas respirações ofegantes no silêncio da noite. A tortura fez com que Giane sem mais aguentar, enlaçasse o pescoço de Fabinho, beijando-o com voracidade, suas línguas brigando dentro de suas bocas por espaço.

Com vigor, a mão de Fabinho subiu desde a cintura de Giane, passando pelas costas até chegar a sua nuca, onde seus dedos adentraram os seus cabelos.

Em meio ao beijo do casal, os primeiros pingos de chuva começaram a cair. Ao sentir, ambos riram, e cessaram o beijo, abraçando-se com vontade.

– Ai meu Deus! E agora?! A gente tem que encontrar algum lugar pra se proteger!

– Relaxa, pivete! Tá com medo de derreter?!

– Você é um palhaço mesmo, né?!

Fabinho riu - E você, uma atriz, né?! E o oscar de melhor atriz vai para... Giane de Sousa Campana!

– Campana, é?! - perguntou Giane, sorrindo, encantada.

– Claro! Vai logo se acostumando com esse nome porque em breve você será oficialmente uma Campana!

Giane riu, e abraçou seu pescoço, tascando um beijo nos lábios - Cê acha que ele acreditou?!

– Quem?! O Zé Florzinha?! Tenho certeza! Aquele cara é uma anta. Pensar que eu ia cair num truque velho como esse das fotografias.

Giane riu, e depois franziu a testa - Quem você acha que tá junto com ele, e por trás disso?!

– Não sei. Só sei que é uma mulher. Pelo menos, foi isso que o garoto falou.

– A cocotinha?!

Antes de responder, ele deu um cheiro no pescoço dela - Num acho que seja ela... Isso num parece plano da Amora.

– Pior é que num parece mesmo não. Se bem que... Daquela ali a gente pode esperar tudo!

– É verdade. Mas... Será que dá pra gente parar de falar nesses babacas e focar no que a gente tá fazendo aqui que é beeeem mais interessante.

Giane sorriu - Sabe que eu também acho. - disse com voz sensual.

E como se os céus entendessem aquele momento, a chuva começou a cair tal qual uma tempestade.

Mas, em vez de sair correndo, Fabinho enlaçou a cintura de Giane, e içando-a, ela amarrou sua cintura com as pernas. Então, os dois recomeçaram o beijo em meio à chuva. Um beijo repleto de amor e desejo. Giane cessou o beijo, tempo suficiente, para tirar sua própria blusa.

Fabinho arregalou os olhos - Tem certeza?! Aqui?!

– Aqui. - murmurou Giane, que recebeu um sorriso de Fabinho, enlouquecedor.

Diante daquela resposta, Fabinho foi se baixando com Giane ainda no colo. Conseguiu com esforço deitá-la no chão sem machucá-la. Tirou a camisa, e beijando seu ventre, encaixou-se entre suas pernas.

Então os dois fizeram amor em meio à chuva. Os corpos deslizando um sobre o outro, seus pés se roçando. E o gozo de pertencer um ao outro sentido de forma sublime.

Depois de tudo, a chuva parou, e os dois, exaustos, dormiram agarradinhos, como sempre.

E amanhã seria um novo dia...