Sequer sei meu universo

Prazer, meu nome é loucura, mas sou Rosa também


-Eu sei Lissandro, mas desculpa! - Falei pela milésima vez enquanto íamos para a sua casa depois da aula.

Sempre faziamos o nosso ritual nas terças, nunca tinhamos combinado nada, simplesmente fazíamos.

-Agora você pode desculpas! - Suspirou. - Rosa, você não pode sair por ai simplesmente dizendo essas coisas loucas!

Fiz um biquinho para ele, antes de checar se havia ligações no meu celular.

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-Rosa, você sabe que eu te adoro, mas você não pode sair por ai dizendo que ouve vozes! - Ele resmungou. - Vão achar o que? Ah! O Liss sai com uma menina maluca, bonitinha mas maluca. Sabe o que significa? Menos chances com as garotas! Mas... - Ele hesitou. - Você as ouviu hoje? Tomou seu remédio?

Suspirei.

Eu sou uma adolescente normal, tirando uma coisa, eu ouço vozes, isso mesmo, "vozes do além!" desde que eu tinha três anos, eu não sou louca, nem nada, nunca fiz mal a ninguém, mas sabemos não é? Só falar isso e a pessoa te julga ser uma psicopata do machadinho.

Olhei para o Liss, ele é o único que não sai por ai gritando e chamando a policia para mim, quando eu digo, ele parece... Compreender, mas também, ele é o meu melhor amigo idiota.

-Não e sim! - Dei de ombros fechando a cara para ele.

Ele sabia que eu odiava quando ele me tratava como se e fosse louca ou coisa assim!

Ele me abraçou "É, ele te adora, mesmo você sendo louca, tire essa birra" e falou:

- Você sabe que eu te adoro! - sorri, a voz sempre tinha razão. - Agora tira essa cara, eu só tava cuidando de você!

Sorri mais ainda e o abracei, eu também o adorava, ele era meu refugiu quando eu me sentia ficando louca "Você é louca", suspirei, as vozes são irritantes as vezes.

-Eu escolho o filme! - Declarei.

-Não! - Falou em tom firme. - Você vai escolher algo, tipo, câncer ou felizes para sempre!

Mostrei a língua para ele "O ballet classico é assustador, principalmente se você quebrar um osso ou ter hemorragia durante uma apresentação!", estremeci, elas sabem ser sinistras as vezes.

-Tudo bem? - Perguntou Liss.

-Sim! - Falei com a voz fraca. - Mas a partir de agora vamos ficar longe de ballet!

Ele não falou nada, ele estava acostumado com as crises.

Chegando na casa dele, entramos e eu me joguei no spfá da sala:

-Olá Dona Gentil! - Gritei para a mãe do Liss.

-Rosa, querida! - Ela riu da cozinha. - Surpresa seria se você não tivesse vindo.

-Feliz em ouvir isso! - falei de volta.

Liss escolheu um filme de ação e com robôs, revirei os olhos, "será um belo filme" e ele se sentou no mesmo sofá que eu, colocando meus pés em seu colo.

-Mãe, cadê a pipoca! - Gritou ele.

-Se essa foi a educação que dei ao meu filho, por favor, me prendam! - Suspirou ela.

Eu ri.