Hogwarts musical 3 - Implacáveis

Capítulo 8 – Por sua causa


Mandy Olsen

Quando eu abri os olhos, depois de tanto tempo dormindo na sala dos professores, eu suspirei aliviada quando conclui que tudo foi um sonho. A carta, o Sebastian... Tudo um pesadelo

Olhei para o relógio que marcava o início do jantar. Sentei na poltrona, e me espreguicei, quando tomei um susto ao ver o dito cujo sentado na poltrona do outro lado da sala, ele riu ao ver minha reação

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–Achei que fosse um sonho...

–Por que? Anda sonhando muito comigo? – ele sorriu galantemente

–Aff cala boca – eu revirei os olhos, e depois voltei a me espreguiçar – o que você está fazendo aqui, Rock?

–Eu queria ti ver – ele foi direto e sincero – não ti vejo desde o teste, e eu não consegui outra desculpa para vir, então apenas vim

–Ok... – eu dei de ombros

–Eu li a carta... – ele avisou – Você chorou muito, e depois dormiu na minha perna, eu aproveitei para ler

Daí todo o ódio que eu tinha por ele, direcionou-se para outro ponto, eu mesma. Como fui tão fraca? Além de chorar e demonstrar fraqueza na frente deste canalha, fiz a besteira de deixar a carta aberta em cima da mesa

Será que pode piorar, meu Merlin?

–Como O chefia sabe... – ele começou a falar

–Shi! – eu fiz sinal para que ele parasse de falar tão alto – Por que não fala mais baixo? Podem nos ouvir

Sebastian revirou os olhos, e andou em minha direção, sentando em outra poltrona ao meu lado

–Ele ti mandou pintar o cabelo de loiro...

–É, eu sei... – eu arfei sentindo dor de cabeça, e meu estomago revirar de nojo em pensar em mim outra vez usando cabelos loiros – Me sinto enjoada apenas de imaginar

–E o que vai fazer?

–Não acho que eu tenho uma escolha, Rock – eu digo séria

–O que é O chefia? – ele perguntou interessado

–Não acho que seja da sua conta – eu fui grossa

–Você é minha esposa, é lógico que é da minha conta – ele me provocou

–Opa esposa coisa nenhuma! – eu o corrigi – Não é por que você não teve a decência de assinar os papéis de divórcio que continuamos casados, então por favor, nunca mais repita isso

–Quanta atuação! – ele revirou os olhos, encostou a costa na poltrona e olhou para o teto mágico – Vamos por favor pular pra parte em que você admite que ainda me ama

–Vejo que você ainda é muito convencido

–Não é ser convencido quando eu digo a verdade – ele sorriu e piscou para mim – então, você pelo menos vai me dizer como roubou os papéis?

–Um amigo importante, - eu sorri maliciosamente – um amante também

O sorriso dele diminuiu, e ele me olhou sério. Fazendo-me arrepender do que eu disse

–Foi você quem decidiu estragar tudo, Sebastian, quando me traiu – eu disse parecendo calma, tentando corrigir meu erro – não finja ser a vítima da história, eu ti amava, você me machucou muito

Ele sorriu luminosamente olhando para o chão

–O que foi? – eu pergunto curiosa

–Você falou “eu ti amava” e não “eu ti amei”

–E qual é a diferença? – levantei uma sobrancelha em descrença

–Faz toda diferença, querida esposa – ele levantou-se da poltrona feliz e me deu um beijo na testa que me fez estremecer, porém não acho que ele tenha notado – diga a esse amante que eu vou lutar por você, até mais

Draco Malfoy

Sou um Sonserino, e preciso falar com um fantasma urgentemente, a primeira opção deveria ser o Barão sangrento, já que é da minha casa, porém eu duvido que ele seja útil, pois jamais pareceu ser para qualquer aluno Sonserino, então estou disposto a procurar outro

Eliot – que me acompanhou hoje o dia todo em minhas pesquisas – saiu comigo depois do jantar para encontrar um fantasma, o Nick quase sem cabeça

Nós o encontramos no segundo andar, voando pelo corredor e atravessando paredes, com sua amiga a Dama Cinzenta

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Quando me viu, a Dama me olhou nada feliz com minha presença, provavelmente por que sou um ex-comensal, porém sorriu ao ver Eliot, o que talvez possa ser algo bom

Nick quase sem cabeça olhou para mim curioso para saber o que eu queria

–No que posso ajudar? – ele perguntou

–Eu quero saber tudo o que senhor sabe

–Como assim?

–Informações. Hogwarts não está segura, você já deve saber que Hermione Granger desapareceu

–Sim, claro! – ele diz como se lembrasse do fato naquele minuto – É uma pena! É uma boa moça, eu lembro de uma vez tê-la convidado para o aniversário de 500 anos da minha morte, é uma moça adorável

–Ela é mesmo, e deve estar sofrendo muito nas mãos do... Raptor

–E no que eu posso ajudar?

–O senhor é um fantasma, e fantasmas sabem de tudo que acontece pelo castelo - eu disse esperançoso, mas ele não pareceu saber de algo importante, ao contrário da Dama cinzenta, que mordeu os lábios pálidos, como quem pensa alguma coisa

–Não, eu não sei...

–Sabe alguma coisa, Dama? – Eliot perguntou para a Dama – Eu tenho certeza que a senhora diria se soubesse, por que deve amar pessoas inteligentes como ela

–Sim... – ela diz insegura, e todos olhamos atentamente para ela – Na verdade, eu estava rondando pelo castelo a noite um dia desses, quando me deparei com um aluno andando pelos corredores, ele estava invisível, mas eu vi suas pegadas, ele foi a caminho do seu dormitório, devia estar voltando de algum lugar

–Um aluno? – eu perguntei – Então me diz quem é

A Dama hesitou antes de responder:

–Harry Potter

<>

–O que você estava fazendo andando de madrugada pelo castelo? – eu fui direto

Eu parei Harry sozinho, enquanto ele voltava para a sua Sala comunal depois do jantar. O garoto arregalou os olhos assustados para mim com a pergunta direta

–O que...?

–Você ouviu bem, anda Potter, me diz o que você sabe. O que anda fazendo?

–Não é da sua conta – ele respondeu firme

–Harry, foi a Dama que nos contou – Eliot se intrometeu entre nós – então não pode negar

–O que você fazia conversando com a Dama cinzenta? - Harry me perguntou acusadoramente – O que você está fazendo, Malfoy?

–O que todo mundo deveria estar fazendo, - eu digo sério, sem ligar para o tom acusador – procurando pistas, os fantasmas sempre sabem de tudo do castelo, e a única fofoca que eu consegui foi você andando por aí uma noite pelos corredores

–Então se você quer saber o óbvio, eu não sou O chefia

–Jura? – eu ironizei – Então diga o seu álibi

–Eu sou Harry Potter. Isso não basta?

–Até onde eu sei, até a McGonagall poderia ser O chefia, então não é o bastante. O que você estava fazendo? – eu cruzei os braços

Harry olhou para Eliot, como se dissesse que não podia dizer nada na presença do garoto, e Eliot percebeu isso, então tratou de no mesmo minuto ir embora

–Ok... – ele suspirou – Eu estava saindo do quarto da Willow

–Willow Jones?

–E por acaso tem outra Willow?

–Opa, então finalmente esqueceu a Weasley – eu sorri maliciosamente, e ele ficou corado. Que idiota.... – Você tem como provar?

–Você podia perguntar da Willow, mas como ela me odeia...

–E dormiu com você mesmo assim? – eu não entendi

–Ela me odiou depois de dormimos juntos

–E você foi tão mal assim? – eu comecei a rir

–Cala a boca, idiota, não é nada disso! Na verdade nem é da sua conta, o assunto para por aí

–Ok, então acho que estou na estaca zero outra vez – eu bufei

–Eles não sabiam de nada mesmo? – Harry cruzou os braços interessado na conversa

–Nada mesmo

–Não é possível que esse O chefia entre e sai de Hogwarts sem ser visto, ele precisa deixar alguma pista para trás...

O que o Potter disse, pareceu acender uma lâmpada na minha mente. É tão óbvio, que eu não sei como não pensei nisso

–É por que ele não passa pelo corredor – eu pensei alto

–O que?

–Não é óbvio, Harry? O chefia não é visto pelos corredores, por que quando ele está aqui, não passa por eles. Quando ele raptou a Mione, ele usou uma passagem secreta para tirá-la do castelo, ele deve ter usado a mesma passagem para entrar no subterrâneo do campo de Quadribol e enfeitiçar as faixas

–É brilhante!

–Hermione disse que há muitos passagens em Hogwarts, e O chefia conhece todas elas, talvez seja assim que ele as vezes costuma ouvir nossas conversas e mandar as cartas, ele podia estar atrás da parede agora mesmo

–Se ela pode ou não estar ouvindo qualquer conversa, quer dizer que nada nós dizemos é realmente segredo

–Sim, é como se as paredes realmente tivessem ouvidos. Harry... Você vai para Hogsmead amanhã? – eu perguntei interessado em uma ideia que eu tive

–Acho que vou... Por que? – ele perguntou desconfiado

–Você deve conhecer algumas passagens secretas do castelo, e eu preciso de um guia

–Quer que eu seja seu guia? – ele perguntou diretamente

–Sim, - falei um pouco baixo demais, nada feliz com ter que pedir ajuda ao Potter – eu aposto que nós encontraremos algo importante. Você topa? Eu, você e o Eliot?

–A o seu seguidor também? – Harry tentou fazer graça, rindo da minha expressão irritada

–Com inveja? – eu levanto uma sobrancelha

–Claro que não, - ele riu parecendo se divertir com minha pergunta – tudo bem Draco, eu acho que posso levar vocês por alguns tuneis. Mas e o Zabini?

–Não sei, talvez vá

–Ok

<>

Astoria Greengrass

É domingo, e são quase sete da manhã. Neste horário, eu provavelmente estaria dormindo em um dia comum, mas hoje não é só mais um dia, é maior

Por causa da suspensão, Rony está sendo obrigado a cumprir suspensão fora de Hogwarts, e eu acordei mais cedo para me despedir

Eu estou tentando ser forte, mas não estou nada bem. A suspensão foi uma tremenda injustiça, além de ele não poder participar de ensaios do coral, não poderá fazer o primeiro teste para ser um auror, e ele está arrasado, apesar de não demonstrar muito

Hagrid vai acompanha-lo de volta para casa, em uma viagem de vassouras, e espera do lado de fora dos portões, enquanto Rony e eu nos despedimos na escada em frente ao castelo

–Ainda não acredito que isso está acontecendo... – eu suspirei apertando meus braços, que mesmo aquecidos com o casaco sofriam de frio. A manhã esta nublada, com nuvens escuras que prometem chuva a qualquer momento

–Eu sei... – foi a única coisa que ele disse

–Por que não me contou que sua família estava sem dinheiro?

–Bom, nós nunca fomos ricos – ele riu

–É, mas seu pai estava empregado antes, - eu disse com o coração apertado – eu quero ajudar, a minha família tem dinheiro

–Não, tudo bem – ele diz rapidamente – não vou deixar você pagar nada

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–E por que?

–Não é certo, Astoria! – ele revirou os olhos – Não sou um vagabundo, nós vamos nos virar

–Tudo bem... – eu forcei um sorriso

–Hagrid está ficando impaciente, - ele olhou para o gigante fazendo sinal com o dedo no pulso, como quem indica as horas – já está na hora de viajar para toca

–Ok. Quer algo para levar?

–Nada, vou levar só o necessário – ele fez quem dá de ombros

Não levei a sério o que ele disse, até sentir braços ao redor de mim, e de repente eu não estava mais no chão, mas suspensa nos ombros do ruivo que só riu do meu desespero

–EI, me põe no chão agora! – eu pedi socando a costa dele, que apenas riu, parecendo nem sentir meus socos

–Eu disse que levaria só o necessário, ou seja, você – ele sorriu pra mim e eu olhei pro chão sentindo minhas bochechas corarem – Eu te amo

–Eu sei...

Ele me colocou no chão, parecendo um pouco perturbado com minha resposta vaga

–Não vai dizer nada? – ele perguntou e eu hesitei, o olhando nos olhos

–Eu te amo de verdade – eu corei quando as palavras saírem da minha boca

–É sério?

–Eu não mentiria, Rony

Rony se inclinou, e eu fiquei na ponta dos pés para alcançar seus lábios, que se encaixaram em um beijo calmo de “até logo”. Terminei o abraçando com força, e ele me apertou tanto que eu senti minhas costelas doerem, mas não liguei

Depois de se afastar de mim, ele andou lentamente até o portão, e eu fiquei parada por um tempo o olhando partir montado em uma vassoura, seguido por Hagrid em um veículo estranho

–Então você ama ele? – ouvi uma voz familiar, e eu tomei um susto sentindo ela perto demais

Olhei para trás e vi Jacob, usando uma camiseta suada, bermuda e tênis trouxa, ele devia estar correndo pelos arredores, por que além de suado sua voz saiu abafada, ofegante

–Sim... – eu sorri

–E nossos pais?

–O que tem?

–Eles não vão permitir esse casamento

–Não preciso da permissão deles, em breve farei 17 anos – eu digo mais séria, cruzando os braços

–Mas eu não permito! – ele ficou irritado, olhando-me com autoridade com aqueles belos olhos azuis

–O que? – eu fiquei surpresa, e logo com raiva, senti algo parecido com um golpe no estômago, como se eu tivesse sido traída pelo meu irmão – Você não manda em mim, a vida é minha, e quem escolhe com quem eu caso sou eu!

–Você não pode fazer isso, Astoria.... – ele pensou nas palavras – Ele é um Weasley, não está a nossa altura

Não fiquei para ouvir mais de suas palavras, e desculpas esfarrapadas, coloquei a mão no bolso do casaco e caminhei sem rumo para dentro do castelo

Por que eu esperava isso de Dafne, ou qualquer outro, mas não de Jacob, o ato de preconceito dele me enojou. Que decepção.

Pansy Parkinson

Saí antes do amanhecer de Hogwarts, encarando a chuva das cinco da madrugada, porém valeu a pena quando eu cheguei a vila antes das oito da manhã, que é o horário marcado para o velório

Elizabeth Parkinson nasceu aqui a 34 anos atrás, a filha mais velha de um casal rico, que herdou uma fábrica de doces. Foi aqui em Patricks Hollow que eu nasci, a única filha bastarda de Elizabeth e Daniel Gomez

Patricks Hollow não está tão diferentes desde a última vez que estive aqui. Mesmo durante as férias não costumo passar muito tempo, fico quase o tempo todo na mansão de Blásio, e principalmente a de Draco, já que eu sempre tive medo de dormir a alguns quartos de distância do Blásio e um dia fazer besteira

Este lugar é uma vila tão mediana quanto Hogsmead, o tipo de lugar onde todos os vizinhos se conhecem, e com parquinhos onde crianças podem brincar livremente sem a presença dos pais

O dia está frio, e a poucas pessoas nas ruas, e a maioria dos vizinhos da minha antiga casa está caminhando na mesma direção que eu, usando suas roupas pretas para o velório

Depois de alguns minutos caminhando – o que pareceu uma eternidade, - finalmente estou no único cemitério da vila, que está cheio da vila inteira praticamente, pois boa parte das pessoas daqui trabalham na nossa fábrica, mas meus parentes que vieram

Quando meus tios, primos, todos me notaram, olharam-me com surpresa, raiva, e outros sentimentos que eu ignorei. Não é por eles que eu estou aqui

Olhei para o túmulo, com uma fotografia de alguns anos atrás, ela está sorrindo, usando um batom vermelho sangue, e usava os cabelos castanhos cacheados que caiam como molas até sua cintura, a foto é mágica e ela parecia se mexer rindo. Reparei no túmulo enfeitado de rosas vermelhas e sorri, eu sei que ela adorava rosas vermelhas, por isso sempre tínhamos várias no quintal - em uma época mais calma, quando eu tinha cerca de oito anos.

Coloquei meu próprio buquê de rosas em cima do túmulo em sinal de respeito, e quando me afastei, senti alguém me empurrar com força para o lado

–O que faz aqui, fedelha? – o homem barbudo perguntou com sua voz grave. Precisei olhá-lo melhor para perceber que ele é o irmão mais novo do meu avô

–Velando minha mãe, não é óbvio, tio Victor? – eu pergunto irônica. Odeio esse velho barbudo, sempre mal humorado e odiável

–Eu acredito que perdeu o direito de chama-la de mãe quando a abandonou

–Abandonei? – eu o olhei com raiva – Como pode dizer uma coisa dessas? Velho trambiqueiro!

Todos olhavam nossa discussão com atenção. As palavras “velho trambiqueiro” que eu disse provavelmente daria assunto para as fofocas dos moradores da vila por semanas

–Bastarda traidora. Volte para Hogwarts, com seus colegas rebeldes e procure por sua amiguinha sangue-ruim

–Não fala assim da Hermione! – não pensei direito, apenas senti meus dedos pressionarem o rosto dele, deixando a marca vermelha em sua pele pálida. Eu havia dado um tapa no tio Victor na frente de todos

Nós dois nunca nos demos bem, pois ele sempre paparicou minha mãe desde criança, e a via como quase uma filha, já que ele é incapaz de produzir herdeiros, e quando percebeu que o meu nascimento atrapalhou os sonhos dela, passou a me odiar

–Sua bastarda... – ele levantou a mão para mim

–Não toca nela! – ouvi uma voz raivosa, e em seguida alguém segurou a mão do tio Victor, que olhou o homem de costas para mim com raiva

–Você não tem nada a ver com isso – Victor olhou para o homem

–É claro que eu tenho, - o homem responde firme - eu assumo por aqui

Victor olhou uma última vez para mim, e depois para os moradores que nos olhavam atentos

–Não tem nada para ver aqui. Vão para casa!

Devagar, todos foram andando para suas direções

O homem virou-se pra mim, e olhei surpresa. Ele é alto, do tamanho do Weasley, corpulento, musculoso. Pele morena clara, olhos castanhos escuro quase negros, cabelos castanho claro ondulados, curtos, e barba rala

–Oi... Pai – eu sorri

Daniel Gomez. Ele não foi bem um pai presente, por que no geral, quase não o via, pois minha mãe o odiava, porém mesmo assim o amava, ele parecia muito melhor do que meus padrastos

Pulei em seus braços para um abraço, e ele me segurou firme com suas mãos fortes e ásperas, devido aos anos de trabalho pesado para o Ministério

–Cuidado com ele, Pansy – Daniel diz e dá um beijo casto na minha testa – ele pode ser um velho babão, mas é um homem importante

–Eu sei... – bufei olhando se distanciar com outros da família, então me separei do meu pai Daniel

–Vamos? Tomar um café talvez... – ele parecia inseguro com o pedido

–Preciso fazer uma coisa antes – eu tirei minha varinha do bolso – uma música

Recitei alguns feitiços, até trazer instrumentos mágicos, que eu peguei emprestado na sala de música

–É pra sua mãe? – ele perguntou curioso olhando a fotografia

–É mais uma acusação do que uma canção de amor... – eu suspirei tristemente olhando o túmulo – Mas vou me sentir melhor, eu acho

[Kelly Clarkson – Because of you http://www.youtube.com/watch?v=Ra-Om7UMSJc]

Os instrumentos começaram a tocar a música. E ela soou delicadamente nos meus ouvidos, da exata maneira que eu queria que soasse, e dentro do meu peito, senti meu coração acelerar, me obrigando a fechar os olhos para impedir que as lágrimas saíssem

–Eu não cometerei os mesmos erros que você, eu não me permitirei causar tanto sofrimento ao meu coração – eu cantei, sentindo meu corpo travar, embora eu quisesse fazer alguma coisa, eu não conseguia me mexer - Eu não vou desabar do jeito que você fez, você se machucou profundamente, eu aprendi da maneira difícil a nunca me deixar chegar até esse ponto

Eu abri os olhos para ver o túmulo, e a fotografia continuando rindo, e mesmo sabendo que isso não é nenhum tipo de resposta dela eu fiquei com raiva

–Por sua causa, eu nunca ando muito longe da calçada, por causa de você, eu aprendi a jogar do lado seguro assim eu não me machuco – as palavras saíram em acusação na minha voz - Por sua causa eu acho difícil confiar, não só em mim, mas em todos à minha volta, por causa de você eu tenho medo...

Pensei nela, e em todas as vezes que me acusou de coisas que eu não tive culpa. Como se eu fosse o castigo pelo seus erros, quando a gravidez dela na adolescência é um erro somente dela e do meu pai, eu jamais pedi para nascer!

–Eu perco meu caminho e não demora muito até você mencionar isso, eu não posso chorar, porque eu sei que isso é fraqueza aos seus olhos – eu disse me aproximando do túmulo, e pensando em como foi fácil virar as costas pra mim quando entrei no coral – Eu sou forçada a fingir um sorriso, uma risada todos os dias da minha vida, meu coração não pode se partir quando não estava inteiro para começar

Sentei em cima do túmulo de costas para a fotografia, e vi meu pai parado olhando-me cantar com lágrimas no olhos, muito distante dele vi muitos moradores que voltaram para ver o que eu estava fazendo, porém eu não me importava que vissem, eu não me importo com nada

–Por sua causa, eu nunca ando muito longe da calçada, por causa de você, eu aprendi a jogar do lado seguro assim eu não me machuco – eu cantei e deitei em cima do túmulo olhando o céu nublado, tão escuro como eu me sentia por dentro – Por sua causa eu acho difícil confiar, não só em mim, mas em todos à minha volta, por causa de você eu tenho medo...

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Eu assisti você morrer, eu ouvi você chorar toda noite em seu sono, eu era tão jovem. Você deveria saber melhor do que apenas se apoiar em mim

E minha voz que antes parecia sussurrante comparada ao próximo verso transformou-se em força e raiva

Você nunca pensou nos outros, você só viu sua dor e agora eu choro no meio da noite pelo mesmo maldito motivo!

Eu bati com os punhos fechados no túmulo, m levantei e de pé fiquei olhando para a fotografia outra vez

–Por sua causa, eu nunca ando muito longe da calçada, por causa de você, eu aprendi a jogar do lado seguro assim eu não me machuco. Por sua causa, eu dei o meu melhor só para esquecer tudo, por sua causa eu não sei como deixar alguém se aproximar

Por sua causa, eu estou envergonhada da minha vida. Porque ela está vazia por sua causa, eu tenho medo. Por sua causa... Por sua causa

No fim da música, eu não consegui segurar as lágrimas, e eu apenas chorava. Abaixei todas as minhas defesas, e senti meu corpo amolecer, papai me apertou em outro abraço e eu enterrei meu rosto em seu peito

Tirei minha varinha do bolso outra vez, apontei para a fotografia e sussurrei

–Fogo maldito – no mesmo segundo, a fotografia começou a pegar fogo

De algum lugar um dos meus tios surgiu e apagou o fogo, mas era tarde e ela já estava queimada

Meu pai riu e me tirou de lá quase me arrastando, já que eu queria estar lá para vê-los se desesperarem

–Vamos tomar um café – papai diz satisfeito