Capitulo 6: Carta de Uma Alma Excêntrica.

Em algum lugar, mais próximos do que estamos.

Olá!

Conheço-te pouco – somente pelo nome, para ser sincero. Mas, ainda assim, gosto de ti. É estranho, compreender este sentimento completamente estranho, mas esquecido. Ele pertence somente a este tempo, a esta era. Gostar sem conhecer direito. Gostar sem sequer ter visto.

Embora, em muitas ocasiões, muitos amaram ser ver nem crer, e, não sei dizer, mas acredito que estavam certos ao fazê-lo. Muitos ainda o fazem – e eu sou um deles, que amam e gostam sem conhecer. O que eu amo e gosto sem conhecer? Bom, lista-las seria algo de grande trabalho, mas eu creio que você é uma destas coisas.

Como eu sou e por que estou dizendo estas coisas? É a casualidade. A situação. Gravito meus pensamentos entre os extremos que existem na minha vida, e por isso, é difícil eu compreender algumas coisas. Às vezes, parece que eu não sou eu mesmo, e se sou, sou alheio a mim. Costumo referir-me como uma pessoa excêntrica, diferente e divergente de todos ao meu redor. Um estranho no ninho. Um oposto. Uma peça de outro quebra-cabeça.

Mas, por que exatamente estou dizendo estas coisas, importunando-te com mesmices e extravagâncias, petulâncias psicológicas de alguém que está à deriva de tudo e de todos? Que não se relaciona muito bem com seres de vida orgânica – lê-se: humanos – mas que consegue sentir a natureza ao seu redor, como um só?

Quero que a chuva caia o mais rápido possível. Este é um dos meus desejos.

Eu espero não tê-la importunado muito com minhas complicações psicológicas e/ou filosóficas. Meus pensamentos são produto de uma série de fatores aleatórios e nem sempre, definidos.

Mas e você? Como você é? Quero conhece-la. Quero ver sua essência vibrar em sua alegria, e – talvez – em sua tristeza. Por que nem tudo é rosas e nuvens.

Às vezes, tempestades fazem bem para almas. Quanto mais avassaladoras e mais violentas, maior é a calma após a ida dos raios e trovões para outra existência

Sem mais,

Uma Alma Excêntrica.