Trainee's life
Capítulo 9
– Lugar calmo?! C-como assim? Você ficou louco? Isso se chama sequestro, se você não sabe.
– Bom... – ele sorriu – Você entrou no carro porque quis.
Larissa bufou e Dake não pôde conter uma gargalhada. Ele estacionou em frente a um barzinho, que ao contrário do que ela estava, não tinha muita gente e visivelmente as coisas era bem mais caras, já dava para perceber pelos carros que estavam ali perto. Os dois desceram e Dake a levou para dentro. Sentaram-se a uma mesa no canto e depois de pedir suco para eles, Dake começou a falar:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!–Lari, eu quero conversar com você, aliás, tem tempo que quero falar com você, mas você esteve me evitando.
Ela desviou o olhar e ele continuou:
– Eu quero saber quando vamos ter aquele jantar?
Ela continuou olhando para o nada e deu de ombros.
– Não sei... Talvez depois do chá de bebê do seu filho. – disse, ácida.
– Você está com ciúmes. – sorriu.
– Eu não! – olhou para ele – Só acho que você deveria ter jantares com a mãe do seu filho.
Ele estava se divertindo com aquela situação e deixou que ela permanecesse falando.
– Sabe, numa gravidez a mulher fica mais sensível e precisa do apoio do pai da criança, mas pelo visto ela não escolheu muito bem, porque pelo o que pude ver, você fica dando confiança pra qualquer uma, como naquela vez no seu aniversário...
– Você está morrendo de ciúmes, aceite isso. – disse com um sorriso vitorioso nos lábios.
Ela balbuciou algo, mas por mais que tentasse negar, ela estava com ciúmes sim. E foi esse sentimento que a fez evitá-lo por toda a semana. Eles não tinham nada um com outro, porém por um momento ela deixou-se pensar no que poderiam ter e isso foi o suficiente para que o ciúme surgisse.
– Por que você simplesmente não admite a si mesma? – perguntou.
Esse era o problema, se ela admitisse, veria que estava começando a vê-lo com outros olhos e que além do conquistador, ele havia mostrado um outro Dake, doce, companheiro e gentil, o qual lhe agradara muito. E se ela se apaixonasse por ele? O que faria com o amor por Castiel que insistia em permanecer em seu peito? Ela sabia que não poderia simplesmente deixá-lo de lado ou por uma pedra em cima. E o que faria com as outras mulheres de Dake?
– É complicado... – respondeu – Eu não quero me machucar.
– É só um jantar.
– Não vai ser apenas um jantar... Você sabe. E muito bem... Se não soubesse, aquela mulher não estaria grávida.
– Lari. – ele levantou a mão – Eu já disse, não há possibilidade alguma daquele filho ser meu. Nenhuma.
– Como você pode ter tanta certeza? Nenhum método é eficaz 100%.
– Mas a gente nunca...
– E eu sei que você saía com ela e com tantas outras. – ela o interrompeu – E é por isso que eu falo que não quero me machucar, eu não sei se daria certo.
– Mas como você pode dizer isso se sequer quer me dar uma chance, nos dar uma chance.
– Você desistiria de todas pra ficar apenas com uma? – perguntou ao levantar uma sobrancelha.
Neste momento, os sucos chegaram, o que deu a ele algum tempo para formular uma resposta adequada. Ela tomou um gole do suco de amora e depois, olhou para Dake, que estava visivelmente desconfortável. Talvez ele não tinha pensado que a situação fosse ficar assim, ou talvez não pensou na possibilidade de Larissa querer algo sério com ele. Na verdade ele ansiava pela segunda opção, porém não estava preparado para o momento.
– Bom... – começou – Se essa “uma” valer a pena...
– Hum, entendo...
Ela terminou de tomar o suco e levantou-se.
– Obrigada pelo suco, até segunda.
Larissa saiu e depois de olhar em algumas direções, localizou-se e começou a andar. Deu poucos passos até ouvir alguém correndo. Conteve o impulso de olhar para trás e continuou a andar até que Dake tocou em seu ombro.
– Larissa, eu... Eu...
– Eu sei. – sorriu – Eu sei o que você quer, mas também sei que não está pronto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– E por que não tentamos?
Ela suspirou.
– Dake... – colocou o peso do corpo sobre a perna direita – Não é simples assim. “Se não deu certo, beleza”, eu me conheço muito bem pra saber que eu vou sofrer e agora não é o momento pra eu começar um relacionamento, principalmente com alguém... – pesou as palavras.
– Como eu?
– É... Não que você seja má pessoa, eu sei que não é. Mas precisa, hum... Amadurecer em alguns quesitos.
– Em outras palavras... – encarou-a.
– Dake, eu não gostei de ser traída. – falou sem rodeios – E espero que isso nunca mais aconteça. Olhando pra você, conhecendo como eu conheço, não tenho nenhuma garatia.
Ele colocou as mãos nos bolsos e sorriu ao menear a cabeça.
– Essa é a imagem que você tem de mim...
Ela deu de ombros.
– Vem, vou te deixar em casa. De verdade. – completou ao ver que ela continuava parada.
Depois daquela noite, eles não tocaram mais sobre o assunto. Os meses foram passando e o trabalho só aumentando. Nem ela nem Nathaniel tinham muito tempo para muita coisa, e as vezes que saíam haviam diminuído, o que não significou que ficaram mais afastados. Dakota também estava mais dedicado ao trabalho e suas saídas no meio do dia diminuíram substancialmente. Castiel havia retornado de sua turnê há alguns dias e não trocou mais que algumas palavras com Larissa, que ainda o evitava. Mesmo com o passar do tempo, ela não sabia o que fazer, na verdade, só deixara de lado a situação até um momento que ela teria que decidir. Sentia que o momento estava próximo.
– Você tá bem? – Nathaniel perguntou.
– Sim...
– É que a reunião já acabou.
Ela piscou os olhos algumas vezes e reuniu as folhas que estavam perto de si. Levantou-se e foi para sua sala, acompanhada pelo amigo, que disse no caminho:
– Você ficou o tempo todo com cara de paisagem, o que está acontecendo?
– Ai Nath... – disse, desanimada – É complicado. Acho que empurrei com a barriga essa situação tempo de mais.
– Ainda bem que você chegou a essa conclusão. Creio que agora esteja pronta para decidir.
Ele abriu a porta para que ela entrasse.
– Não tenho tanta certeza, Nath. No fundo eu tenho medo... – sentou-se a mesa – Medo de confiar no Castiel novamente... Medo de tentar confiar em outra pessoa...
– Isso é natural Lari. – ele também sentou-se – Mas infelizmente posso te garantir que você vai se machucar de novo.
– Isso não é animador.
– Mas é verdade. Como seu amigo eu não poderia dizer nada diferente. Nós ferimos a quem mais amamos e somos feridos da mesma forma. E quando isso acontece, é preciso perdoar. É simples, só que às vezes é bem difícil.
– E-eu sei, Nath... Lembra daquela vez que a gente brigou?
– Claro, mas qual delas? – ele riu e ela também.
– Obrigada, Nath... Você sempre... – secou uma lágrima no canto do olho.
Ele atravessou a sala e foi até ela. Afagou sua cabeça e ela o abraçou.
– Eu sei... – ele respondeu – Mas agora, vamos logo embora, porque não quero passar o fim de semana na empresa, por mais que eu ame trabalhar aqui.
Ela riu e o soltou. Eles pegaram suas coisas e quando estavam saindo, Dake juntou-se a eles.
– Vão fazer alguma coisa hoje? – perguntou já no elevador.
– Hojé é a estreia daquele filme, lembra? – Nathaniel disse.
– Ah... É verdade, vocês falaram... E eu queria ir ver também, será que acho ingresso pra comprar agora?
Larissa olhou para Nathaniel, que sorriu.
– Bem, eu tenho um sobrando... – ela falou – Uma amiga que ia comigo desistiu de última hora, eu ia vender lá perto do cinema, mas já que você quer... – ela o pegou na bolsa e entregou a Dake – Aqui está.
– Obrigado... – ele analisou o ingresso – M-mas a sessão é... – olhou no relógio de pulso – Daqui a pouco.
– Sim, por isso estamos correndo. – Nath falou – Melody já está na fila por nós. E se pegarmos o metrô...
– Não precisa, cara. Eu levo vocês. Vamos pro mesmo lugar.
– Obrigada, Dake. – Larissa disse.
Foram até o estacionamento, entraram no carro de Dake e depois de alguns minuntos, apesar do trânsito, estavam na fila. Enquanto Melody e Larissa aguardavam na fila, eles foram comprar pipoca, refrigerantes e alguns doces.
– E então, quantas vezes? – Larissa perguntou.
– Ai Lari... Tipo, eu não sou de me gabar...
– Sem rodeios... Fala logo mulher!
– Todo dia, alguns dias, mais de uma vez.– disse enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.
– Sério? Ah garota! – deu um tapinha nas costas da amiga – Eu queria ter essa disposição, mas tem semana que nem vou à academia.
– É que me deixa mais relaxada pra estudar.
– E me deixa mais cansada pra trabalhar... – Larissa fez uma careta – Eu sei que faz bem à saúde e que deixa o corpo bem...
– Firme. Olha, posso dar tchau sem me preocupar com o balançar do braço. – fez o gesto.
– Inveja de você... Um dia, quando eu tiver mais tempo, eu faço os exercícios direitinho, vou todo dia na academia...
– Não sei porquê... – ironizou – Mas acho que você já me falou isso há algum tempo...
Antes que Larissa pudesse defender-se, houve um tumulto no final da fila. Curiosas, elas olharam para trás e depois de algumas especulações, elas viram a causa. Castiel e Lysandre tinham acabado de chegar e alguns fãs foram até eles. Larissa engoliu em seco e desviou o olhar quando Castiel a viu. Xingou baixinho quando viu que ele deixou os fãs com o amigo e vinha em sua direção.
– Lari e agora? Nath e Dake vão voltar a qualquer minuto. E até explicar que focinho de porco não é tomada o Castiel...
– Eu sei, Melody. – disse, tensa – Eu sei...
– Oi garotas. Tudo bem? – ele as cumprimentou e beijou o rosto das duas – Ansiosas para a estréia do filme?
– E-é... Sim. – Melody foi mais rápida em responder.
Larissa não disse nada, apenas fitou Castiel. Ele parecia mais magro e mais velho. Não que ele parecesse um senhor de idade, mas nos poucos meses em que estiveram longe um do outro ele mudara.
– Aqui estão, pipocas e... – Nathaniel calou-se quando viu Castiel.
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