9 meses

A felicidade dos Uchiha's


“ —Muito obrigada papai e mamãe! Eu amarei ter um irmãozinho!”
Assim, os dias se passaram rapidamente, e logo, em um piscar de olhos, eles se tornaram semanas e conseqüentemente em meses. A vida dentro do ventre de Sakura crescia e se tornava cada vez mais forte, mostrando a todos como a Mãe Natureza se fazia presente em seu mais profundo e precioso mistério, a maternidade.
Sasuke não deixava de acompanhar cada instante daquele momento único com a mulher, se tornando uma segunda sombra da mesma, ás vezes se saia protetor demais, não deixando que a rosada fizesse nada em casa, deixando refeições e a limpeza por conta dele, e o Uchiha até se saiu razoável.
—Razoável?—Perguntou o moreno com notável indignação após ouvir tal fala da sua esposa.—Eu sou um Uchiha, está excelente!—Exclamou enquanto ela ria ao vê-lo tão zangado e orgulhoso vestindo um avental de cozinha.
A Uchiha até permitiu que ele tomasse conta das coisas para deixá-lo feliz e com mais tempo livre, mas não abriu mão do emprego no hospital, e isso rendeu uma bela birra do homem e berros zangados da mulher, mas no final, eles fizeram um trato: Ela não se esforçaria demais e trabalharia até onde fosse permitido com a gravidez.
Fora algumas discussões do Sasuke superprotetor e da Sakura orgulhosa, tudo corria na maior calma e paz dentro daquela casa, e a rosada recebia todos os mimos que merecia e além, chegando a flagrar alguns olhares bobos do moreno para si, como se ele estivesse vendo alguma divindade ou algo assim, e mal sabia ela, que ele pensava exatamente assim dela.
O Uchiha ficara encantado com aquilo, com aquela semente que germinava, naquele ventre que como um casulo, crescia como o desabrochar de uma flor. Uma noite, enquanto fazia a sua leitura antes de ir dormir, seu esposo veio quase que sorrateiramente para acama, como um gato, não querendo ser notado, sem muito sucesso, mas a rosada continuou a ler.
Ele deitou em suas pernas, encarando a barriga e foi então que ele estendeu a mão e a acariciou, como sempre fazia antes de ir dormir. E como sempre, Sakura parou de ler, gostando de sentir a caricia do marido, um toque tão singelo e amoroso que a deixava emocionada.
A rosada não ousava falar, não quebraria aquele momento mágico em que o silencio apenas ajudava a deixá-lo único. Ela fitava Sasuke, e lia em seus olhos como ele já amava aquele ser pequenino em si...
De súbito, ele levantou a cabeça, a encarando, animado, deixando para trás aquele momento silencioso e disse com os olhos brilhando e um sorriso de orelha a orelha:
—Sakura, eu senti chutar!
Sakura ficou estática durante algum tempo, mas a sua única reação foi gargalhar, quase perdendo o fôlego, tendo até de tirar os seus óculos de leitura para secar as lágrimas que já borravam a sua visão.
Depois, sob o olhar confuso e até ultrajado de Sasuke, Sakura explicou que estava muito cedo para sentir chutes, o bebe sequer tinha pernas ainda! Alguns meses depois, a família fora acompanhar Sakura para que pudessem finalmente saber o sexo do bebê.
Shizune os atendeu com o mesmo sorrisinho amável de sempre, também estava ansiosa, afinal, fizera questão de acompanhar todo o pré Natal e vivia espalhando para todos sobre a gravidez da rosada.
—Está pronta?—Perguntou a médica, seu sorriso quase rasgando a sua face, estando mais nervosa que a própria grávida.
O complexo aparelho foi ligado, em detalhes que eu realmente gostaria de fornecer a você, meu leitor, mas como realmente tenho noções superficiais, quase nulas na verdade, sobre o ramo da medicina, pularemos os detalhes técnicos para os sentimentais, dos quais eu domino com minhas humildes palavras...
Bem, vejamos, onde foi que eu parei a minha narração... Bem, o aparelho fez cócegas na barriguinha saliente da Uchiha, mostrando em um monitor mediano, o que esses meses de desenvolvimento havia rendido ao feto.
Todos olhavam fixamente para a tela como se a mesma estivesse revelando os números de um sorteio milionário, tentando ou pelo menos fingindo muito bem, entender o que se passava naquelas imagens distorcidas, cinzentas e de resolução meio duvidosa para uma interpretação clara.
Shizune estava concentrada como se estivesse pilotando um avião, tentando pousá-lo em meio uma tempestade de outro mundo, enquanto a grávida parecia estar em êxtase, com um sorriso bobo em seus lábios, seu amor por aquele ser tão frágil a deixava sem palavras para descrever o quanto estava feliz em ver aqueles borrões.
Até Miku apesar da curiosidade, achando que naquele telão o seu irmãozinho era uma quimera disforme, ficou quieta, engolindo suas perguntas infantis, sabendo que aquele não era um momento de perguntas e sim de respostas.
—Está conseguindo ver alguma coisa, Shizune?—Indagou Sasuke, segurando a mão da esposa e da filha, seu tom de voz não escondia a ansiedade que sentia naquela hora.
—Vejamos...—Disse a médica, soltando a palavra a esmo, não se preocupando muito com o que estava fora daquelas imagens cinzentas.—O bebê é bem tímido, está de perninhas cruzadas...—Disse quase num tom frustrado.—Mas deixe-me mudar o ângulo aqui, talvez... É um menino!—Gritou a mulher, assustando a todos os presentes que logo depois entraram no mesmo surto de alegria que a mesma, como se fosse uma espécie de histeria coletiva.
Depois dos gritos, depois dos abraços, depois da grávida secar as suas lagrimas emotivas, Shizune voltou sua atenção ao monitor e foi então que o seu sorriso murchou e o seu cenho se franziu o cenho de modo que quase lhe daria rugas que ficasse muito tempo assim.
Logo o clima do ambiente mudou, a alegria de outrora fora substituída por um temor invisível, porém fatal.
—Meu Deus...—Sussurrou a médica, abismada, o que serviu para piorar a situação, já que Sakura perguntou logo em seguida, já com a voz embargada:
—Algum problema Shizune? Fale logo...
A mulher tirou o aparelho da barriga de Sakura, embasbacada e foi então que desengasgou aquilo que a deixara daquele jeito:
—São... Gêmeos... Dois meninos!
E felizmente, ninguém desmaiou dessa vez também... Sem saber, que tal felicidade era tão passageira.

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