Owl Uncle

Capítulo Único


– São apenas algumas horas, Nico - Hazel disse enquanto colocava os brincos. Ela estava linda, com um vestido vermelho simples, sapatos de salto e uma maquiagem fraca que destacava seus olhos cor âmbar. - Além do mais, Lily está aqui para ajudá-lo. Angie não costuma reclamar, a menos que esteja com fome ou com a fralda suja. Sua mamadeira está na geladeira, é só esquentar. Você vai se sair bem.

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– Fique tranquila, Hazel - eu disse, confiante. - Cuidarei bem de Angie e de Nico.

– Engraçadinha - Nico sorriu. - Se divirtam bastante, você e Frank.

– Obrigada, maninho - Hazel deu um beijo na bochecha de Nico e sorriu para mim. - Melhor eu ir. Frank está esperando lá fora. Ele fez reserva em um dos melhores restaurantes daqui de nova roma. Vai ser bom sair um pouco, depois que Angie nasceu não tivemos mais tempo. Voltamos antes da meia noite. Ah, meu número está na porta da geladeira, caso precisem de alguma coisa. Angie está dormindo, mas logo deve acordar.

– Tudo bem, Hazel. Uma boa noite para os pombinhos - Nico piscou. Hazel riu, pegou as chaves e saiu, trancando a porta. - Estamos sozinhos agora - ele me olhou sorrindo malicioso.

– Se comporte, di Angelo - eu ri. - Além do mais, não estamos sozinhos. Angie está aqui e pode acordar a qualquer momento.

– Poxa, Lily - Nico fez um biquinho. - Vamos fazer alguma coisa enquanto ela não acorda - ele se aproximou, me abraçando pela cintura.

– Você só pensa nisso? - eu ri, me afastando e o puxando para se sentar comigo no sofá da sala.

Hazel e Frank haviam conseguido uma casa linda e confortável em Nova Roma depois que se casaram. Um ano depois do casamento, Hazel, aos seus 25 anos, dera a luz a uma linda garotinha.

– Já somos bem grandinhos, Lily - Nico ligou a televisão e se sentou ao meu lado. - E, você sabe, semana que vem fazem dois anos que estamos juntos. Achei que poderíamos fazer uma pequena comemoração adiantada - ele passou um braço pelos meus ombros, se aproximando mais. Por mais que Nico já tivesse 27 anos, as vezes agia como um adolescente de 18.

– Quem sabe mais tarde - eu ri da expressão azeda que Nico fez.

– Achei que as filhas de Apolo fossem mais quentes. Na verdade, elas são. Já namorei uma de suas irmãs, você sabe, a Kaya. Ela era muito quente, e adorava fazer comigo o que você se recusa a fazer nesse momento - ele me olhou sorrindo. Ele fazia aquilo exatamente para me provocar. Sabia que eu odiava quando falava de suas várias ex-namoradas, assim como ele odiava quando eu falava dos meus.

– Talvez você devesse ter pedido a Kaya que viajasse nas sombras com você, do Acampamento Meio-Sangue até aqui, mesmo sabendo que filhas de Apolo odeiam viagens assim, só para te ajudar a cuidar de sua sobrinha - revirei os olhos e me levantei. Nico me chamou, mas eu ignorei e fui até a cozinha.

Abri a geladeira e tirei a mamadeira de lá. Sabia que Angie acordaria a qualquer momento e estaria com fome. Destampei a mamadeira e a coloquei dentro do microondas, programando o aparelho. Enquanto esperava senti Nico me abraçar por trás.

– Não ficou brava por causa do que eu falei, ficou? - murmurou no meu ouvido. Sua voz grossa e rouca sempre causava arrepios em mim.

– Pergunte para Kaya - eu respondi, indiferente. Tirei a mamadeira do microondas e voltei a tampá-la.

– Lily, você sabe que nenhuma das minhas ex-namoradas superam você - ele me virou, me obrigando a encará-lo. Ele estava sério.

– Então por que fala como se tivesse se divertido mais com elas do que se diverte comigo? - ergui uma sobrancelha.

– Esse é o problema. Eu apenas me divertia com elas. Eu nunca namorei uma garota por tanto tempo. Meu relacionamento que mais durou teve cinco meses. Relacionamentos instáveis, nos quais eu apenas me metia procurando por um pouco de diversão. Eu nunca senti algo tão forte por elas como eu sinto por você, e é por isso que vamos fazer dois anos de namoro semana que vem - ele sorriu. Suas mãos acariciavam minha cintura, e seus olhos encaravam os meus.

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Nico nunca falava sobre dar mais um passo em nosso relacionamento. Toda noite eu pensava em como queria ter uma vida ao lado dele, como queria construir uma família com ele. Mas ele nunca tocara no assunto, e todas as vezes que eu tocava na palavra casamento ele dava um jeito de mudar de assunto. Eu temia que os anos se passassem e que nada mudasse.

– Nico, eu estava pensando… - coloquei a mamadeira no balcão em que estava encostada, e olhei cautelosamente para ele. - Estamos juntos a praticamente dois anos e… como você disse, já somos bem grandinhos… - eu falava pausadamente, escolhendo as palavras certas. - Eu sempre sonhei em construir uma família… - mordi o lábio, deixando o resto do pensamento pairar no ar. Nico já havia entendido, pois fechara o sorriso.

– Lily, eu… - Nico engoliu em seco. - Não sei se estou preparado para isso. É muita responsabilidade, e… - antes que ele pudesse terminar de falar, um choro vindo de um quarto do andar de cima o interrompeu. Angie havia acordado.

– Deixa para lá, Nico - eu disse, respirando fundo e forçando um sorriso. - Eu vou buscar Angie.

– Certo - ele murmurou, se afastando para que eu pudesse passar.

Subi as escadas sem enxergar nada. Por ser filha de Apolo, por mais que tivesse uma pequena iluminação ali, eu não enxergava muito bem. Esse era o território de Nico. Entrei no quarto de Angie, me aproximei do berço e sorri ao ver a pequena garotinha que chorava. Seus cabelos encaracolados e a pele morena lembravam a mãe. Era linda. A peguei no colo com cuidado, a balançando devagar enquanto cantava baixinho para que ela parasse de chorar, e funcionou.

Desci cuidadosamente as escadas e encontrei Nico na sala, sentado, assistindo a um programa entediante na tevê. Quando me viu, se levantou sorrindo.

– Aí está minha princesinha - ele se aproximou, olhando radiante para Angie.

– Você é um tio coruja, afinal - eu ri. - Quer segurá-la? Tenho que pegar a mamadeira dela que deixei na cozinha.

– Ahn, claro, mas… - ele me olhou sem graça. - Eu não sei ao certo como fazer isso. Não sou bom com crianças - ele fez uma careta e eu ri.

– Vamos di Angelo, não é tão difícil assim - me aproximei dele e arrumei Angie em seus braços, dizendo como ele deveria segurá-la. Ele parecia um pouco inseguro. Sorri para ele. - Você vai se sair bem. Espere um pouco.

Fui até a cozinha e peguei a mamadeira que estava intacta do jeito que eu havia deixado. Chequei a temperatura e ainda estava morna. Voltei para a sala e me deparei com a cena mais fofa que eu poderia ver. Antes que Nico percebesse que eu havia voltado me escondi atrás da porta, só para observar um pouco.

Nico estava sentado no tapete do chão da sala, segurando Angie no alto e falando coisas como “quem é a minha garotinha?” em uma voz fina e engraçada. Não pude deixar de imaginar como Nico seria como pai, e como ele trataria a nossa garotinha. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto. Esperava que isso se tornasse realidade.

Algo estranho aconteceu, me fazendo voltar para a realidade e deixar os pensamentos. Por baixo do vestidinho de Angie, saindo de sua fralda, algo comprido e peludo se alongava. Era de um tom marrom claro, com algumas listras marrom escuras.

– Ahn, Nico? - chamei, saindo de trás da porta e me aproximando. Ele ficou sem graça talvez por perceber que eu havia visto ele fazendo aquela voz fina. - Não quero te assustar, mas… - apontei para a cauda que saia da fralda de Angie. Ele olhou para onde eu apontava e arregalou os olhos.

– Deuses! - ele me olhou, enquanto eu segurava o riso. Não parecia assustado, mas sim surpreso. Angie soltava sons com a boca, típicos de bebês, e balançava os bracinhos animada no colo do tio. - Acho melhor ligar para Hazel.

– Claro - eu ri e me sentei ao seu lado no chão. - Me entregue ela e ligue para sua irmã.

Nico me entregou Angie com cuidado, embora a garota parecesse preferir ficar no colo do tio. Ele tirou o telefone do bolso e discou o número do celular de Hazel enquanto eu dava mamadeira para a bebê.

– Hazel, eu não queria atrapalhar o jantar de vocês, mas… - ele pronunciava as palavras sem jeito. - Minha sobrinha acaba de criar uma cauda - ele se calou, esperando a resposta de Hazel, então voltou a falar. - O que nós deveríamos… espera, como assim de novo? - silêncio, de novo. A pequena Angie me encarava com os olhos semicerrados. Estava mais calma agora que estava mamando. - Certo, entendi - Nico murmurou. - Farei isso. Até mais, Hazel.

Ele desligou o telefone e me encarou.

– Então, o que devemos fazer com essa pequena gatinha? - perguntei, rindo.

– Hazel disse que ela herdou os poderes do pai, e que acaba criando cauda ou orelhas de gato quando fica agitada. Disse que só vai voltar ao normal quando dormir - ele olhou para a garotinha em meus braços, que insistia em enrolar sua pequena mãozinha em uma mecha de meu cabelo. - Você tem jeito com ela - sorriu.

– Ela está quase dormindo de novo. Acho melhor trocarmos a fralda antes que adormeça - me levantei cuidosamente, tirando a mamadeira de sua boca. Ela resmungou, mas não chorou.

– Hã, você quis dizer que acha melhor você trocar a fralda, certo? - ele se levantou e me olhou fazendo careta.

Ergui uma sobrancelha para ele.

– Vá pegar as coisas no quarto dela, di Angelo - ele suspirou e assentiu, subindo as escadas.

Deitei Angie no sofá e me sentei ao seu lado. Nico logo desceu carregando as coisas necessárias para trocar a fralda da pequena garotinha. Ele se sentou no chão ao lado do sofá e começou a brincar com Angie.

– Preste atenção Nico. Um dia você vai ter um filho e vai ter que fazer isso.

Quando eu disse isso, Nico parou no mesmo instante de brincar com Angie e me olhou sério.

– O que disse?

– Hã, eu... - olhei para Angie, sem coragem de olhá-lo nos olhos. - Quer dizer, um dia você terá que cuidar de Angie sozinho e vai ter que fazer isso.

Nico se remexeu desconfortável e engoliu em seco. Olhou para Angie sério por alguns minutos, como se tentasse absorver o que eu tinha dito, e então voltou a brincar com a pequena.

Troquei Angie delicadamente, com cuidado devido a sua cauda. Expliquei para Nico o que ele deveria fazer, e ele apenas observava e assentia em silêncio, mas algo me dizia que ele não estava prestando toda aquela atenção. Quando terminei, Angie estava limpa e sorridente.

Sentei no chão, ao lado de Nico, com Angie no colo. Depois disso, ficamos brincando por um bom tempo. Angie realmente gostava de Nico, e parecia gostar de mim.

Quando a pequena garota deu o primeiro bocejo, Nico fechou o sorriso.

– Já está com sono? Por que crianças dormem tanto?

Eu ri. Nico não queria que Angie dormisse porque queria continuar brincando? É isso mesmo?

– Vamos di Angelo, Angie está com sono. Deixe sua sobrinha descansar. Vou colocá-la para dormir - sorri e me levantei com cuidado. Peguei Angie dos braços de Nico e a pequena garota se acomodou em meus braços coçando os olhos e bocejando mais uma vez.

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– Tudo bem - Nico não parecia muito feliz, mas se sentiu no sofá e ligou a televisão.

Subi com Angie tomando o dobro de cuidado e, quando cheguei ao seu quarto a coloquei em seu berço. Depois de três canções de ninar, a garotinha finalmente dormiu.

Sai do quarto e fechei a porta. Esperava que ela não acordasse mais, pelo menos até Hazel chegar. Encontrei Nico quase adormecido no sofá, assistindo um programa qualquer na TV.

– Que horas são? - perguntei, me jogando ao seu lado e o assustando. Nico olhou em seu celular e deu de ombros.

– Ainda temos algum tempo. E eu duvido que Hazel chegue na hora.

Nico finalmente parecia ter parado de tentar — o que, naquele momento, era uma pena.

– Bem... - me aproximei dele, o abraçando. Mordi seu maxilar de leve e falei em seu ouvido. - Se ainda temos algum tempo livre...

Nico me olhou, parecendo incrédulo. Talvez depois de tantas vezes que eu neguei, ele perdera as esperanças. Mas, agora, aquele brilho voltara aos seus olhos, e o sorriso malicioso retornara aos seus lábios.

Ele me beijou. Um beijo que começou lento, e foi acelerando. Nico beijava muito bem. Ele me puxou para sentar em seu colo, e eu não protestei. Suas mãos passeavam pela minha cintura e minhas costas por dentro de minha camiseta, enquanto as minhas acariciavam sua nuca e puxavam seus cabelos de leve. Quando o ar se fazia necessário, Nico passava a distribuir beijinhos e chupões pelo meu pescoço, me deixando completamente arrepiada.

Nico me deitou no sofá delicadamente, se ajustando em cima de mim. Enquanto me beijava começou a erguer minha camiseta. Quando finalmente conseguiu tirar a mesma, a jogou de qualquer jeito no chão. Nos beijávamos desesperadamente, como se dependêssemos disso.

Arranquei a camiseta de Nico, e parei para admirá-lo, mordendo o lábio. Eu amava o corpo dele. Ele não era mais magrelo como era quando nos conhecemos, quando eramos adolescentes. Nico agora malhava, tinha braços fortes e um corpo definido. O beijei novamente, desesperada por tê-lo.

Nico pareceu nervoso depois de tantas tentativas falhas de abrir meu sutiã. Mas, no mesmo instante em que ele finalmente conseguiu abrir o fecho, eu escutei um barulho vindo do lado de fora da casa.

– Nico - sussurrei um pouco ofegante, enquanto o garoto beijava meu pescoço. - Nico! - falei baixo novamente, tentando chamar a atenção dele. Eu tentava segurar meu sutiã para que Nico não o arrancasse.

– O que foi? - ele me olhou, aborrecido por eu ter parado aquele momento. Então ouvi o barulho da porta sendo destrancada. Nico também pareceu ouvir, porque arregalou os olhos e saiu de cima de mim no mesmo instante.

Com um pouco de dificuldade fechei novamente meu sutiã. Nico pegou minha camiseta que estava no chão e a jogou para mim, vestindo a sua com pressa. Vesti minha camiseta o mais rápido que pude, ligando a televisão no mesmo instante que Nico se jogava ao meu lado e Hazel e Frank apareciam na sala.

– Boa noite, pombinhos - Nico tentou esconder que estava um pouco ofegante devido aos beijos de tirar o fôlego. Eu apenas sorri.

– Angie está no quarto, dormindo, alimentada e limpa - eu falei, tentando parecer despreocupada.

– Vou vê-la - disse Hazel, se encaminhando para as escadas. - Eu já volto.

Frank olhou para a televisão, o que fez eu e Nico também olharmos. Só agora eu havia percebido que estava em um programa infantil.

– Bom, acho melhor irmos - desliguei a televisão no mesmo instante e me levantei, tentando disfarçar. Nico se levantou parecendo sem graça.

Frank nos analisou e pareceu segurar a risada.

– Lily, sua camiseta está do avesso - olhei para minha camiseta e me xinguei mentalmente, sentindo minhas bochechas queimarem.

– Eu vou... - sorri sem graça e corri para o banheiro.

Arrumei a camiseta e respirei fundo. Quando voltei, Hazel já havia descido.

– Vocês foram muito bem - Hazel sorriu ao me ver chegar. - Espero poder chamá-los de novo numa próxima vez.

– Claro! - sorri, empolgada. - Angie é um amor. Vai ser um prazer cuidar dela de novo. É só chamar.

Hazel sorriu. Nos despedimos e caminhamos até a porta. Antes que eu e Nico saíssemos, Hazel tornou a nos chamar.

– Lily, será que eu poderia conversar com Nico, apenas alguns minutinhos?

– Claro, Hazel - sorri, tentando não parecer muito desconfiada.

Frank esperou comigo em frente a sua casa, enquanto Hazel e Nico conversavam. A noite em Nova Roma estava agradável, mas eu me sentia desconfortável na presença de Frank depois de ele ter percebido que talvez eu e Nico quase tivéssemos transado em seu sofá.

Poucos minutos depois Nico saiu, sério. Hazel sorriu para mim e acenou, enquanto ela e Frank entravam em casa.

– Quer dar uma volta por aqui antes de voltar para o acampamento?

– Claro - sorri, embora Nico estivesse estranho. Parecia distante, e não olhava em meus olhos. Começamos a caminhar em silêncio de mãos dadas pelo lugar.

Nova Roma era linda. Um lugar iluminado e romântico, com um clima agradável. Caminhamos até chegar á uma praça incrível, e sentamos em um dos bancos.

Nico não disse sequer uma palavra. Desde que saímos da casa de sua irmã ele estava assim. Olhava fixamente para o chão enquanto rodava seu anel de caveira no dedo, o que estava me deixando desconfortável.

– Tá legal, o que foi? - perguntei, o olhando. - O que Hazel disse para te deixar tão calado?

Nico me encarou por alguns segundos. Seus olhos analisavam meu rosto cuidadosamente. Então ele respirou fundo e se sentou mais próximo de mim.

– Quer mesmo saber o que Hazel me disse? - ele olhou em meus olhos, parecendo inseguro.

– Claro - afirmei com a cabeça, um pouco assustada. Aquilo não me parecia muito bom.

– Bem - Nico segurou minhas mãos, as acariciando. Ele olhou em meus olhos e, mais uma vez, respirou fundo parecendo procurar coragem. - Ela me disse que você, Lily, é, de todas as riquezas de nosso pai, a coisa mais preciosa que eu poderia ter. Ela disse que eu não posso deixar você escapar de mim jamais, e que eu devo cuidar muito bem de você. E ela também disse que eu deveria tomar logo a iniciativa...

Pisquei algumas vezes, incrédula, tentando absorver toda aquela informação.

– Que iniciativa? - minhas mãos tremiam sobre as suas. Nico sorriu e tirou de seu bolso seu chaveiro. Com alguma dificuldade ele desrosqueou uma pequena argola de prender pingentes no chaveiro, como um anel, e voltou a guardar as chaves em seu bolso.

– Olivia Smith - Nico se ajoelhou, estendendo o pequeno aro em minha direção, fazendo meu coração parar. - Você é tudo para mim. Hazel me deu o empurrão que faltava, e agora eu percebi que é com você que eu quero ficar. É com você que eu quero viver o resto da minha vida. E a próxima garotinha que você segurará não será Angie; será a nossa garotinha. Lily, eu amo você. E agora eu vejo claramente... que tudo o que eu mais quero é te ter definitivamente. Olivia, me deixa te fazer feliz? Casa comigo?

A essa altura, meus olhos estavam cheios de lágrimas. As poucas pessoas que ainda estavam na praça nos observavam, talvez ansiosos pela minha resposta. Depois de um momento sem conseguir emitir um som sequer, eu me levantei.

– Nico... - senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Nico fechara o sorriso, como se temesse que a resposta fosse negativa. - É claro que eu me caso com você. Você sabe que isso é tudo o que eu mais quero.

Nico sorriu e se levantou. Colocou o anel improvisado em meu dedo, e eu simplesmente não conseguia parar de sorrir.

– Prometo que compro um anel de verdade para você - ele sorriu, segurando meu rosto. - Me desculpe por te fazer esperar tanto.

– Nico di Angelo, eu te amo, e por você eu esperaria isso e muito mais.

E então Nico me beijou. Ouvi alguns aplausos e assovios das pessoas que estavam na praça, mas nada mais importava. Naquele momento, éramos eu e Nico, e eu tive certeza de que aquele seria marcado como um dos dias mais felizes da minha vida.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.