You Belong With Me

Capítulo 23


Eu estava sentada no sofá, pronta para ir para o colégio, apenas esperando a mãe do Art chegar para me dar carona. A única coisa que se passava pela minha cabeça era o que sonhei esta noite. Nunca acreditei muito nessa coisa de sinais, mas aquele sonho foi muito sinistro. Tem que ter algum significado. Será que tem a ver com o Edu? Será que ele vai fazer algo ruim? É melhor eu ficar alerta.
Após 5 minutos de espera, ouvi uma buzina. Thor começou a latir anunciando que minha carona havia chegado.
"Silêncio, Thor. Mamãe está descansando da sua noite de plantão" sussurrei acariciando sua nuca para acalmá-lo. Levantei do sofá, peguei minha mochila e fui até a porta.
"Eu volto na hora do almoço" acenei para ele e sai de casa. Andei até o carro que estava à minha espera.
"Oi!" cumprimentei Art e sua mãe enquanto entrava no banco de trás.
"Oi, Beca!" tia Carla disse sorridente.
"Espera" Art falou saindo do banco da frente e vindo para o de trás, sem ao menos sair do carro.
"Pra que isso?" perguntei rindo.
"Eu gosto de vir atrás com você" ele deu um sorriso bobo.
"Tá, mas você poderia ter saído do carro e entrado de novo, ao invés de se acabar todo" continuei rindo do seu ato infantil, porém fofo.
"Mas aí não teria graça" ele me deu um beijo na bochecha e sorriu para mim. Ótima forma de começar o dia.
"Estão prontos para ir, crianças?" tia Carla perguntou casualmente, enquanto nos olhava sorrindo pelo retrovisor.
"Estamos, capitão!" Art falou animado. Nós três caímos na risada.
"Foi mal, não aguentei" ele disse rindo.
"Você é muito bobo!" falei empurrando seu braço e rindo ainda mais.
"Bem, então vamos" tia Carla disse rindo e começou a dirigir em direção ao colégio.
Após algumas risadas e comentários bobos, tudo ficou calmo e silencioso. Olhei para a janela e fiquei pensando na vida. O clima aqui fica bem mais alegre sem a Laura. Bem, claro que estou me referindo à época de 'praga' da Laura. Ela tem me parecido bem gente boa ultimamente. Ainda não tenho completa certeza de que ela realmente mudou, afinal não vou ser besta e confiar totalmente nela, mas me parece que sim. Ela tem sido uma ótima amiga. Espero que continue assim.
Olha só, acabamos de passar pela sorveteria que eu e Art gostamos de ir... Sorveteria. Aquele dia. Edu. Briga. 'Isso ainda não acabou'. Sonho... De novo esse sonho sinistro invadindo meus pensamentos. Vou falar dele para o Art mais tarde. Dizem que é bom contar um pesadelo para outra pessoa, assim você esquece. Tomara que funcione.
Olhei para o lado e encontrei Art olhando para mim. Ele sorriu e eu retribuí. Aí, aí. Esse sorriso. Se ele ao menos soubesse que quando ele sorri meu mundo para... Sorriso do Art. Art. Melhor amigo. Sentimento. Amor. Meu segredo. Discussão. Mensagem de texto. O segredo do Art... O segredo do Art.
Engraçado como um pensamento leva a outro.
Após uns 7 minutos, chegamos no colégio.
"Tchau, tia Carla" me despedi pegando minha mochila e saindo do carro.
"Tchau, mãe" Art fez os mesmo.
"Tchau, crianças! Boa aula!" ela se despediu enquanto nós fechávamos a porta.
"E aí?" Art me abraçou de lado e começamos a andar em direção ao portão do colégio "Como foi sua noite?".
"Mais ou menos" respondi olhando para baixo.
"Ué, por que mais ou menos?" ele perguntou confuso.
"Eu tive um pesadelo. Sonhei que estava em uma floresta escura. E aí apareceram várias placas escritas 'CUIDADO'. Eu segui as placas e encontrei um buraco sem fim enorme. Então me senti empurrada e caí. Eu gritava, mas não conseguia me ouvir. Ouvia apenas a voz de Edu falando a última coisa que ele nos disse: 'Isso ainda não acabou'" contei tudo meio assustada. Olhei para cima para ver o rosto do Art e percebi sua expressão confusa.
"Esse sonho não sai da minha cabeça. Está me deixando até assustada. Será que é algum sinal ou sei lá?" perguntei olhando para ele assustada.
"Estranho mesmo. Mas olha," ele parou de andar e segurou meus ombros, fazendo-me virar para ele "sendo um sinal ou não, não vou deixar que nada te aconteça, tá bom? Não se preocupe" ele disse olhando em meus olhos. Que fofo. Ele soa como um herói. Sorri e balancei a cabeça positivamente em resposta. Ele sorriu, me abraçou de lado novamente e voltamos a andar.
Pois é, Edu. Se isso realmente não tiver acabado, se prepare. Você não vencerá.

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Nós estávamos na aula de redação. A turma estava dizendo para o professor algumas ideias para o PIEAL. Até agora eu não disse absolutamente nada, apenas escutei. Não tenho muitas ideias mesmo. Não parei para pensar no PIEAL ainda. Mas parece que a turma já tem várias ideias legais. Já falaram sobre coreografias, tipos de música, máscaras, fantasias, comidas, etc.
"Diga, Milena" o professor deu a palavra a uma das alunas que estava com a mão levanta há algum tempo.
"Eu estava pensando: e se a gente fizer um baile bem fofo, tipo aqueles de filme, em que o garoto convida a garota para ir com ele. Ou ao contrário, é claro. Sei lá, ia ser tão bonitinho" Milena disse num ar sonhador. Eu ri mentalmente do seu jeito romântico. Ela é aquele tipo de garota sonhadora e brega de tão fofa.
"O que acham, turma?" o professor perguntou. Os alunos se entreolharam e concordaram com a ideia. Eu senti Laura me cutucar, então olhei para trás. Ela me entregou um papelzinho dobrado. Me virei para a frente novamente, desdobrei o papel e li o que ela havia escrito:
'É melhor você acelerar as coisas com o Art, porque esse baile é a sua chance!'.
Olhei para ela e ri um pouco. Ela sorriu e levantou as sobrancelhas. Olhei para o bilhete de novo e depois para o Art, que estava na carteira ao meu lado. Ele rabiscava algo em seu caderno, distraído. Sorri para mim mesma. Talvez Laura esteja certa. Esta pode ser a minha grande chance.

Continua

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