Mais do que Irmãos

XVIII - Your Guardian Angel


Capítulo XVIII – Your Guardian Angel (Seu Anjo Guardião)


As coroas de flores estavam presentes em toda a sala e todos estavam ali para apoiar o Uchiha... Hinata, Naruto, Ino, Itachi, Fugaku e até mesmo os empregados haviam ido despedir-se dela.

Sasuke não desviava os olhos do corpo inerte da garota à sua frente. Perguntava-se por que a vida havia sido tão cruel com ele...

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Já não bastava ter perdido sua mãe de forma trágica, sentindo a culpa lhe pesar-lhe nos ombros? Não bastava ter se apaixonado por sua irmã de criação e descobrir o quanto aquele sentimento era grande ao ponto de matá-lo pouco a pouco com aquela visão?!

- Morta... – sussurrava para si mesmo.

Recostado em uma das pareder de madeira da sala, Sasuke observava as pessoas aproximarem-se e acariciar a face pálida dela. Seu corpo tremia e seus olhos ardiam devido as intermináveis horas que passara lamentando-se da morte de Sakura.

- Você precisa descansar, Sasuke... – comentou Itachi aproximando-se do irmão mais novo.

Assim como a grande maioria das pessoas ali, Itachi trajava um terno preto e usava óculos escuros para esconder as olheiras arrocheadas que se formaram debaixo de seus olhos.

- Me deixa... – grunhiu Sasuke, sem desviar os olhos dela.

- Ficar assim não mudará nada. – ponderou o mais velho.

Sem dar ouvidos a Itachi, Sasuke aproximou-se do caixão onde o corpo frio de Sakura estava.

When I see your smile
Tears run down my face I can\'t replace
And now that I\'m stronger I\'ve figured out
How this world turns cold and breaks through my soul
And I know I\'ll find deep inside me I can be the one
Quando vejo seu sorriso
Lágrimas correm pelo meu rosto e não posso fazê-las voltar
E agora que eu sou mais forte

Descobri como esse mundo se torna frio e rompe completamente minha alma
E eu sei que descobrirei no meu íntimo que posso ser o primeiro

Os cabelos estavam trançados em uma trança única, colocada de lado. As flores de cerejeira cobriam quase toda a extensão de seu corpo, exceto pelo rosto. Não havia mais cor nas suas maçãs do rosto. Sakura parecia uma boneca de porcelana, pálida, delicada e pronta para partir em mil pedaços se algo encostasse nela.

- Sakura... – choramingou Ino, posicionando-se ao lado do Uchiha. Os olhos azuis desviaram-se para ele marejados de tristeza. – Não consigo acreditar, Sasuke. Por que as coisas tinham que ser assim?!

Ele sequer respondeu e apenas se deu ao trabalho de voltar sua cabeça para a posição inicial e fitar Sakura mais uma vez. Aos poucos, Ino afastou-se do caixão deixando o Uchiha mais uma vez sozinho.

Sasuke podia sentir os olhares de pena sobre ele, mas preferiu não se concentrar nisso. O cheiro de flores já lhe impregnava as narinas, fazendo seu estômago embrulhar mas assim como todo o resto, tentou ignorar. Só queriar focar-se nela... somente nela.

- Sasuke-san... – o moreno sentiu uma mão em seu ombro e, desviando o olhar, viu Ayaka. Essa por sua vez apenas o abraçou. – Sinto muito. – murmurou a moça abraçada a ele.

O Uchiha não se mexeu. Não tinha forças para dizer ou fazer qualquer coisa.

Itachi apareceu ao lado dele e confortou a namorada, para em seguida voltar-se para o irmão mais novo.

- Chegou a hora... – Itachi apontou para uma espécie de carro que estacionou nas portas da sala onde estavam velando o corpo dela. – Afaste-se, Sasuke... – pediu.

Dois homens desceram do carro com a tampa do caixão e aproximaram-se lentamente de onde estava sendo velado o corpo dela. Muitas pessoas soltaram soluços em meio a murmúrios baixos enquanto viam o caixão sendo fechado.

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Nem por um segundo, ele desviou os olhos dela. Sasuke ainda tinha esperança de vê-la abrir os olhos, de ver seu sorriso, mas nada aconteceu... Sakura continuava de olhos fechados e sua face demonstrava paz. Uma paz fúnebre.

***


Todos acompanhavam silenciosamente o cortejo. Fugaku e Itachi iam lado a lado e o patriarca dos Uchihas a todo o momento tinha que ser amparado pelo filho mais velho.

Sasuke ia um pouco mais atrás, andando em passos lentos. Suas mãos, geladas pelo nervosismo, estavam acomodadas nos bolsos do terno escuro. Ele manteve a cabeça baixa todo o tempo, sem olhar para as pessoas que tentavam aproximar-se dele.

De longe, era possível ver o local onde o corpo dela seria sepultado. Estava coberto com um toldo de cor branca e mais um homem aguardava a chegada do carro e das pessoas para enterrá-la.

***

As pequenas gotas de chuva começavam a respingar as pessoas aglomeradas. Algumas choravam, outras apenas guardavam a dor que sentiam para si mesmas.

Sasuke não escutara nada que o padre dissera. Era um dos únicos que não estava de óculos escuros, mesmo sabendo que seus olhos demonstravam sofrimento e cansaço.

Por poucos instantes, desviou seu olhar para as pessoas ali presentes. Hinata chorava abraçada a Naruto que tentava manter-se forte. Ino também permanecia inconsolável ao lado de um ruivo que o moreno não conhecia. Fugaku, assim como ele, era o único que não demonstrava qualquer reação, mas escondia as lágrimas com os óculos escuros. Seu irmão a todo o momento o encarava com uma expressão preocupada, afinal sabia o estado em que ele se encontrava. Os empregados da mansão estavam aglomerados ao lado de Itachi e não estavam menos tristes do que os outros.

A chuva começava a engrossar quando começaram a descer o caixão para ser enterrado. Assim que a grande caixa de cor bege repousou no fundo da sepultura, Fugaku e Itachi aproximaram-se com uma flor de cerejeira nas mãos e jogaram as delicadas flores.

A duras penas, Sasuke aproximou-se portando uma flor de cerejeira. Suas mãos tremiam e seus dedos apertavam a flor, como se ele não quisesse dar o último adeus à ela. Novamente, percebeu os olhares de pena sobre si e deixou que uma lágrima escapasse pelo canto dos olhos.

Era um terrível pesadelo imaginar que dentre poucos minutos, nunca mais a veria ou a beijaria.

Como em um filme de câmera lenta, Sasuke deixou a flor escapar de suas mãos e cair lentamente sobre a tampa do caixão. Curiosamente, ela caiu exatamente sobre o lado esquerdo, próximo ao coração não funcionante da garota.

Diferente de seu pai e irmão, ele não afastou-se. continuou prostrado onde parara e viu a terra sendo jogada sobre a sepultura.

- Não... – sussurrou incrédulo.

Os montes de terra eram jogados, cobrindo pouco a pouco o caixão até que nada mais fosse visto. As pessoas começavam a se dissipar, rumando cada um para suas casas, enquanto apenas os mais próximos continuavam a compartilhar a dor de Sasuke.

Naruto e Hinata aproximaram-se e disseram algo relacionado a descansar, mas o Uchiha não se importou.

- Vamos! Acabou! – alertou Itachi.

Sasuke olhou ao seu redor. Não havia mais ninguém ali... somente Itachi e ele em meio as sepulturas. Aquele não era o Itachi que conhecia.

- Não! – exclamou decidido.

- Chega, Sasuke! Não se afunde tanto! Precisamos seguir nossas vidas!

Ele não respondeu, continuou ali como se nada mais existisse no mundo.

- Sasuke!

- Vá embora se quiser... – respondeu o menor, ignorando os chamados de Itachi.

Ele não desviou os nem por um segundo do túmulo mas conseguiu perceber que o irmão mais velho não estava mais ali. Apenas o barulho do vento e o respingar de algumas gotas de chuva preenchiam os ouvidos dele...

***

Quando deu por si, ele estava sentado no banco do motorista do carro enquanto observava a chuva embaçar as árvores pelo vidro. Quase todas as pessoas já tinham ido embora há pelo menos três horas, exceto ele.

Não tinha vontade de ir embora. Sakura estava ali e em nenhum outro lugar. Se housse um lugar para ele, seria ali.

O celular começou a tocar insessantemente no porta moedas do carro, porém ele não atendeu. Sabia que era Itachi ou Fugaku preocupados com o seu suposto desaparecimento.

- Hunf...

Sasuke fechou os olhos por meros segundos e quando os abriu, deu ignição no carro e dirigiu até a saída do estacionamento do cemitério.

As ruas estavam escorregadias graças ao asfalto molhado, mas mesmo assim ele não diminuiu a velocidade. O velocímetro marcava quase 110 km/h e ele perdera a quantidade de quantos carro cortou, de quantas costuradas fez na pista e de quantas buzinadas escutou em menos de dez minutos dirigindo.

Virou em ruas que mal conhecia e em muitas estava na contra-mão, mas nada mais importava.

Quando percebeu, estava em uma espécie de auto-estrada, onde a velocidade permitida era 80 km/h e ele estava 50 km acima do permitido. Mesmo olhando para a rua à sua frente, Sasuke não enxergava nada.

Uma buzina ainda mais forte encheu os ouvidos dele, mas igonorou como fez com tantas outras.

Ao fechar os olhos, o rosto da Haruno veio-lhe na mente. Os olhos verdes banhados em lágrimas e a cabeça fazendo um sinal negativo.

-Sasuke-kun... – a voz dela preencheu todo o seu interior.

Tomado pelo susto, o Uchiha abriu os olhos rapidamente e encontrou o que menos queria: um caminhão desgovernado e costurando a pouco mais de 500 metros à sua frente.

- Sasuke-kun...

Estava muito rápido para parar e salvar a própria vida. Depois daquele dia, a morte lhe parecia bem tentadora.

- Sasuke-kun, pare... – novamente a voz dela.

Sem pensar duas vezes, Sasuke permitiu fechar os olhos e tudo o que ouviu foi um barulho de lataria sendo amassada. Uma luz branca preencheu os olhos cor de ônix.

-Sasuke-kun... – Mais um chamado dela.

A voz de Sakura parecia cada vez mais longe...

-Sasuke-kun...

Será que ele havia realmente morrido?!

-Sasuke!

“Pelo menos poderei me juntar a ela...” pensou.

-Sasuke! – a voz de Sakura começara a ficar cada vez mais grave.


-Sasuke!

-Sasuke!

Outra luz ofuscou a visão de Sasuke enquanto sentia ser chacoalhado por duas mãos firmes em seus ombros. Conforme os olhos de cor escura acostumaram-se com a claridade, ele pôde ver Itachi a sua frente.

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- Sasuke!

Olhando ao seu redor percebeu que encontrava-se no corredor do hospital.

- O quê... aconteceu?! – perguntou confuso.

- Você dormiu aí! Estou a mais de cinco minutos tentando te acordar. De repente você começou a dizer algumas coisas sem sentido... Por quê não vai descansar em casa?!

Mais uma vez olhou ao seu redor. Estava realmente no hospital e aquelas cenas não passavam de um terrível pesadelo.

- E a Sakura?!

- O médico a levou novamente para fazer uma nova bateria de exames. – respondeu o mais velho, acomodando as mãos nos bolsos da calça.

Sasuke suspirou baixo e recostou a cabeça na parede atrás de si. Aquele sonho fora intenso a ponto de lhe dar uma tremenda dor de cabeça.

- Por que não vai até o banheiro e joga uma água no rosto. Você está péssimo! – comentou com um sorriso discreto.

Ele resmungou alguma coisa, mas por fim resolveu acatar a sugestão de Itachi.

***

Sasuke abriu a torneira e colocou as mãos debaixo dela, pegando um pouco d’água nas palmas das mãos e em seguida molhou o rosto. A água fria em contato com a pele suada do Uchiha fez com que ele se refrescasse.

Ele repetiu isso por duas vezes e, assim que fechou a torneira olhou-se no espelho apoiando as mãos na pia de mármore. As olheiras debaixo dos olhos demonstravam o sono atrasado de vários dias. O cansaço, por muitas vezes, abalou Sasuke mas sua preocupação com Sakura era maior que qualquer coisa.

Novamente abaixou os olhos, olhando para a pia.

- Sasuke?!

Uma voz o chamou pelas costas. Desviando os olhos para o espelho, reconheceu seu pai pelo reflexo. Olhou vagamente para ele antes de virar-se e seguir em direção a porta de saída. Mais uma vez estava disposto a ignorar qualquer diálogo com Fugaku, mas antes que pudesse fazer isso, sentiu uma mão segurar-lhe pelo cotovelo.

O Uchiha mais novo pousou seus olhos sobre a mão segurando-o e, vagarosamente, acompanhou o trajeto do braço até chegar ao rosto de seu pai.

- Até quando vai me evitar, Sasuke?! – Fugaku não obteve nenhuma resposta do filho. Aquilo começava a lhe irritar.

- Eu não tenho nada para falar com você... – limitou-se a responder.

Fugaku observou o filho atravessar a porta e sumir pelos corredores claros do hospital. Se não bastasse o terrível peso na consciência que estava sentindo e a sensação de incapacidade, o patriarca dos Uchihas era obrigado a tolerar a repudia do filho.

***

Caminhando pelos corredores vazios, Sasuke viu ao longe Itachi conversando com Sarutobi. Suas pernas tomaram vida própria e ele apressou os passos, chegando em poucos segundos ao lado do irmão.

- Sasuke-san... – cumprimentou o médico com um discreto aceno de cabeça.

O doutor viu Sasuke retribuir o cumprimento e depois, voltou para Itachi.

- Vamos esperar Fugaku-san para que possamos conversar... – Sarutobi olhou por cima dos ombros dos irmãos e ao longe, viu o Uchiha mais velho. – Ele já está vindo!

Apenas Itachi virou-se, encontrando a expressão preocupada de Fugaku logo atrás de si. O mais velho apenas acenou para Sarutobi, que fez um sinal para que os Uchihas o acompanhassem.

Novamente, Sasuke via a mesma cena do dia anterior. Indo para a sala do médico responsável por Sakura para ele dar seu parecer. O que o moreno esperava era ter boas notícias...

***

Já dentro do consultório, o médico esperou que todos os presentes de acomodassem. Fugaku e Sasuke estavam sentados em duas cadeiras em frente à Sarutobi, enquanto Itachi permanecia em pé no meio deles.

Do outro lado da mesa, o velho médico tinha a sua frente um envelope contendo os exames de sua paciente.

Acompanhado por três pares de olhos negros, Sarutobi abriu o envelope e tirou de dentro dele, alguns papéis. Posicionando seus óculos em frente aos olhos, ele olhou mais uma vez para os três Uchihas e, desviou-os para os papéis.

- Vejamos... – murmurou o médico, analisando cada linha dos exames. – Como eu havia lhes dito antes, Sakura está realmente com leucemia. O tipo que ela apresenta é a Leucemia mielóide aguda (*).

Sarutobi viu os três arregalarem os olhos. Ele entendia perfeitamente a reação deles, afinal era difícil saber que alguém tão próximo estava com leucemia.

- Essa leucemia é um tipo raro, mas o fato é que descobrimos no início de sua progressão. – sorriu, colocando as mãos em frente ao rosto. – Dificilmente uma leucemia tem um diagnóstico tão precoce. Isso aumenta e muito as chances de cura de Sakura.

Sasuke sentiu seu coração parar por breves momentos e sua respiração cessar. Pelo menos em algum momento daquele pesadelo horrível, haveria uma luz para iluminar o caminho sombrio que a vida de Sakura estava tomando.

- E-então, ela pode se curar?! – a voz de Fugaku saiu rouca e baixa.

- Pode Fugaku-sama. É claro que ela terá que passar por quimioterapia e, mais posteriormente, um transplante de medula óssea (*) para curá-la totalmente.

- Transplante?! – Itachi ndagou.

O médico desviou os olhos de Fugaku e os elevou a Itachi.

- Sim, transplante. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, por células normais de medula óssea. – explicou-os. – É claro que há alguns riscos, se é que posso chamá-los assim... No caso da quimioterapia, a imunidade dela diminuirá consideravelmente o que aumenta o risco de infecções, fora o fato de alguns efeitos colaterais como vômitos e queda de cabelo.

- Entendo... – ponderou o irmão mais velho.

- Já no caso do transplante, o único fator que dificulta é a compatibilidade. Porém, acho que isso foi resolvido... Segundo as leis da genética, encontrar um doador entre irmãos é de 25%!

Nesse momento, os três sentiram os músculos de enrigesserem. Fugaku afundou-se na cadeira e, apoiando os cotovelos nos apoios para braços, cobriu o rosto com as mãos.

Sasuke teve como única reação, desviar seus olhos para um ponto cego da janela atrás do médico.

- Algum problema?! – perguntou.

- Na verdade sim... Sakura é nossa irmã adotiva, Sarutobi-san. – respondeu Itachi. – Não há outra alternativa?!

- Bom... existe o banco de medula óssea, mas... as chances diminuem drasticamente. – respondeu não tão animado. – Podemos começar com a quimioterapia para ganharmos tempo...

- Podemos fazer o exame para saber se somos compativeis?! – a voz de Sasuke saiu firme, fazendo o resto das pessoas se sobresaltarem.

- É claro, mas...

- Então Itachi e eu faremos o exame! – Sasuke cortou Sarutobi.

Fugaku, tirando as mãos do rosto encarou o filho mais novo.

- Não haja por impulso, Sasuke!

- Sasuke-san... se trata de um procedimento cirúrgico. Dificilmente, um de vocês poderá ser compatível...

Sasuke ao ouvir aquilo levantou-se da cadeira e, apoiando as mãos na mesa encarou Sarutobi.

- Existe uma possibilidade de algum de nós dois sermos o doador?!

- É uma possibilidade muito remota...

- Existe ou não existe?! – perguntou, aumentando o tom de voz.

- Sim, existe! Remota, mas existe...

Sasuke endireitou-se e encarou Fugaku, dirigindo-se a ele.

- Eu vou fazer o teste, não importa o que você diga! – Depois, olhou para Sarutobi. – Se você não quiser fazer esse teste de compatibilidade, farei em qualquer outro lugar. Irei até o inferno se for preciso...

I will never let you fall
I\'ll stand up with you forever
I\'ll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven
Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu

Sarutobi não teve outra reação senão concordar.

O Uchiha mais velho ainda mantinha a mesma expressão rígida e preocupada, mas não disse nada. Seu filho mais novo poderia estar sendo imaturo, mas ninguém mudaria sua opinião e por mais que não quisesse admitir, viu nos olhos de Sasuke um brilho decidido como jamis antes presenciara.

Sem dizer mais nada, o Uchiha mais novo saiu da sala, deixando para trás Itachi e Fugaku.

- Eu também farei, Sarutobi-san... – comentou Itachi, recebendo um olhar reprovador por parte de Fugaku. – Se temos alguma chance pai, temos que aproveitá-la. Sasuke e eu somos saudáveis, nada vai nos acontecer!

***

And seasons are changing
And waves are crashing
And stars are falling all for us
Days grow longer and nights grow shorter
I can show you I\'ll be the one
Tudo bem, tudo bem, tudo bem
As estações estão mudando
As ondas se quebrando
Todas as estrelas caem por nós
Os dias aumentam e as noites diminuem
Eu posso te mostrar que serei o primeiro

Os dias passaram tão rápido que nenhum deles percebeu. A notícia sobre a leucemia já havia sido dada para Sakura, que estava desolada. Evitava falar com Fugaku e apenas Itachi e, principalmente, Sasuke conversavam abertamente com ela.

Os irmãos Uchihas já haviam passado pelos exames de rotina pré-operatórios e como Itachi havia garantido, ambos estavam aptos a passar pelo exame.

Sasuke nunca foi o tipo que acreditava em milagres, mas quando se viu sentado no banco de madeira rústico de madeira da pequena capela do hospital, notara o quanto tinha mudado. A partir daquele momento, ele precisava acreditar em milagres, para que assim ele pudesse presenciar um... e queria muito que esse milagre tivesse relação com uma certa garota de cabelos rosa.

***

- Vocês vão passar por uma cirurgia por minha causa?! – indagou a rosada incrédula, enquanto limpava as lágrimas teimosas que escapavam pelo canto dos olhos.

Itachi parado em frente a ele e recostado sobre a parede, respondeu com um sorriso.

- Se não parar de chorar não vou responder... – avisou.

Depois de mais alguns soluços, Sakura sorriu triste.

- Esse sorriso não me engana, Sakura-chan... – Itachi revirou os olhos e suspirou. – Mas vou contar... não será nada demais! Segundo o Sarutobi-san, não demorará muito e Sasuke e eu ficaremos menos que três dias no hospital. Não se preocupe!

- Eu me sinto culpada! – retrucou. –Eu sempre dou trabalho...

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- Fique quieta, pirralha! - sorriu o mais velho aproximando-se da cama. – Vai dar tudo certo! Você vai ver... – após dizer isso, piscou para a rosada, arrancando um sorriso.

Ambos ficaram em silêncio por alguns minutos, perdidos em seus próprios pensamentos.

- Como está se sentindo?! – Itachi cortou o silêncio incômodo. – Sarutobi-san disse que a quimioterapia poderia ter alguns efeitos colaterais...

- Por enquanto nada, só um pouco enjoada... – respondeu triste. – E acho que meu cabelo está começando a cair... – sussurrou.

Levando a mão até os cabelos da “irmã”, Itachi fez um discreto carinho. Sabia o quanto ela estava sofrendo e tudo o que podia fazer era ficar ao lado dela, apoiando-a.

- Eu vou ficar horrível... – murmurou, em soluços abafados.

- Não diga bobagens! – retrucou o moreno. – Sasuke tem sorte em ter alguém tão bonita gostando dele... Bonita por fora, mas principalmente por dentro! – respondeu apertando de leve a bochecha da rosada.

- Obrigada, Itachi-kun...

- Eu sei que não é o momento, mas queria te dizer que papai está preocupado com você! – Itachi viu-a abaixar os olhos. – Deveria dar uma chance a ele, Sakura-chan... assim como todos, ele também está sofrendo. Ele está aí fora e antes de entrar, pediu para que eu conversasse com você.

Sakura respirou fundo. As palavras de Fugaku ainda lhe doíam, mas não podia negar o fato de estar sentindo falta dele. Querendo ou não, ele era a única presença que um dia considerou como pai...

- Ele está aí?! – perguntou, encarando-o.

- Posso deixá-lo entrar?! – Itachi respondeu com outra pergunta. Demorou alguns segundos para Sakura responder, mas finalmente fez que sim com a cabeça. – Vou chamá-lo!

A rosada viu o irmão mais velho andar até a porta e atravessá-la. Poucos segundos foram suficientes para a figura de Itachi ser substituída por Fugaku.

Silencioso e com os olhos fixos na filha adotiva, ele andou até próximo da cama onde Sakura repousava.

- Como se sente?! – perguntou-a.

- Um pouco enjoada, mas estou bem... – sussurrou secamente, sem encará-lo.

Fugaku suspirou alto. Se não bastasse ser praticamente ignorado por Sasuke, agora também sofria o mesmo tipo de tratamento vindo de Sakura. havia agido errado e ele sabia disso, mas jamais pensou que as conseqüências seriam tão sérias.

- Sakura, desculpe pelo o que falei. – murmurou, sem graça. – Você sabe que não sou muito bom com palavras, mas estou tentando fazer o melhor que consigo.

A rosada apenas o olhou pelo canto dos olhos e apertou o lençol que a cobria com as mãos.

- Entenda que eu não esperava por uma notícia assim. Nenhum pai espera... e por mais que eu não seja seu pai biológico, me sinto na obrigação de te proteger.

- Naquela noite o senhor soube usar as palavras para me ofender. – disparou para finalmente olhá-lo nos olhos. – Pensei que ouviria aquelas palavras de qualquer pessoa, menos do senhor...

Fugaku não teve coragem de responder. Ficou calado pois sabia que ela tinha razão.

- Você me magoou, Fugaku-san...

Ao ouvir Sakura chamando-o de Fugaku-san, ele abaixou os olhos. Naquele momento ele soube o quanto a havia machucado. Perdera sua filha naquela noite... talvez para sempre.

A porta sendo aberta chamou a atenção dos dois. Ao desviarem os olhos para ela, encontraram Sasuke parado e encarando Fugaku com uma sobrancelha erguida.

O moreno desviou seu olhar para Sakura, que apenas limpou o canto dos olhos. Parecia estar ou querer chorar e ele deduziu que o pai havia ido conversar com ela como Itachi mesmo havia lhe dito assim que chegara.

- Vou deixar vocês dois sozinhos. – pronunciou-se o Uchiha mais velho.

A passos rápidos passou por Sasuke que ainda permanecia com a mesma feição irritada.

- Sasuke-kun... – sorriu triste.

Ele continuou ali parado, encarando um ponto qualquer do quarto. Ficou assim até alguns segundos, até que ouviu Sakura o chamar, tirando-o de seu transe.

Fechou a porta e encaminhou-se até a cama, onde sentou-se.

- O que ele queria?! – perguntou diretamente, seco como sempre.

- Pedir desculpas.

- Tsc... – grunhiu irônico.

Sakura suspirou. Sasuke andava mais irritado que o normal e sabia que estava a ponto de explodir.

- Itachi-kun me contou que vocês vão fazer o exame de compatibilidade... – comentou, tentando mudar de assunto. Como num passe de mágica, a expressão dura dele, transformou-se em um rosto sereno. – Deveria ter me contado...

- Itachi não deveria ter te contado. Você se preocupa demais com as coisas. – sorriu de canto.

- Mas...

- Shiu! – ordenou, aproximando-se dela e lhe beijando carinhosamente. – Vai dar tudo certo!

I will never let you fall
I\'ll stand up with you forever
I\'ll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven
Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu

Sasuke encarou-a nos olhos e viu-os enxerem de água. Não demorou muito para senti-la abraçada ao seu corpo, soluçando.

- Eu estou com medo. Eu não quero... não quero morrer, Sasuke-kun. – sussurrou, apertando-se mais contra ele.

Em resposta ele apenas retribuiu o abraço, enlaçando os braços em volta de sua cintura e pousando seu queixo sobre o topo da cabeça dela. Ao fechar os olhos por breves segundos, as cenas daquele pesadelo dominaram sua mente.

Cause you\'re my, you\'re my, my true love, my whole heart
Please don\'t throw that away
Cause I\'m here for you
Please don\'t walk away and,
Please tell me you\'ll stay, stay
Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração
Por favor, não o jogue fora
Por que eu estou aqui por você
Por favor não se vá
Por favor diga que você vai ficar, ficar

Por mais que não demonstrasse, estava com tanto medo quanto ela, mas precisava ser forte... não só por ele, mas por Sakura também.

- Não é justo... Logo agora que e-estava tudo se r-resolvendo, eu descubro que...

- Está tudo se resolvendo! – cortou-a, separando-a de si e a encarando. – Eu já disse que vai dar tudo certo! Você não acredita em mim?! – perguntou-a, vendo-a concordar com um aceno. – Então não pense bobagens.

***

Os exames já estavam na mão de Sarutobi e ele apenas aguardava a presença dos Uchiha. Sasuke e Itachi passaram pela pequena cirurgia e por ordens do mesmo médico foram obrigados a repousarem em casa até saírem os tão esperados resultados.

As horas passavam e o Uchiha mais novo permanecia apreensivo. Não conseguiu dormir enquanto estava em casa e quando o dia amanhecia, praguejava-se por ter que ficar ali, parado e sem poder fazer absolutamente nada.

Deu graças a Kami quando se viu parado em frente ao hospital. Ao mesmo tempo estava feliz por estar ali e acabar com sua agonia, mas por outro estava nervoso. E se não desse certo?! Sarutobi deixou-os cientes das possibilidades mais que remotas de algum deles ser compatível e era exatamente aquele fato que o preocupava.

- Sasuke-san?!

Sasuke piscou algumas vezes ao ouvir a voz de Sarutobi e os olhares preocupados de Itachi e Fugaku sobre si. Sabe-se lá a quanto tempo ele estava o chamando e o moreno estava no mundo da lua.

- Está tudo bem, Sasuke?! – perguntou o irmão mais velho.

- Está! O senhor já tem o resultado?!

- Sim, ele está em minhas mãos. – respondeu, com o envelope em uma das mãos.

A tensão era quase palpável no ambiente do consultório do médico. Sasuke mantinha-se em pé, enquanto seus punhos estavam cerrados de tal forma que faziam seus dedos doerem.

Como numa cena em câmera lenta, Sarutobi abriu o documento e o leu atentamente.

- Não posso acreditar... – sussurrou o médico para si mesmo, incrédulo.

Naquele momento, Sasuke perdeu o chão debaixo dos pés. Não havia dado certo. Nenhum deles era compatível e sabe-se lá se Sakura um dia pudesse se curar ou quanto tempo demoraria para achar um doador.

Use me as you will
Pull my strings just for a thrill
And I know I\'ll be ok
Though my skies are turning gray
Me use como você quiser
Me persua sutilmente só por emoção
E eu sei que ficarei bem
Embora meus céus se tornem cinza

Virando-se de costas para eles, Sasuke deu meia volta e ao alcançar a maçaneta da porta parou.

“Milagres não existem...” concluiu discrente. Como fora tolo em pensar em tal coisa. Kami-sama já fora cruel quando tirou-lhe sua mãe e justo agora, também queria lhe tirar Sakura.

Maldita hora em que se apegou a ela a tal ponto de perceber que não havia vida sem ela ao seu lado.

- Sasuke-san, espere... – pediu o médico.

- Não há mais nada para ouvir, Sarutobi. – respondeu por cima dos ombros. – O que você tem para dizer, eu não quero ouvir...

Itachi aproximou-se e pousou uma de suas mãos no ombro do irmão mais novo.

- Acalme-se, Sasuke.

Sarutobi levantou-se e retirou o óculos de leitura.

- Você não quer ouvir que você é compatível, Sasuke-san?!

Todos os Uchihas voltaram-se para o velho doutor.

A mão de Sasuke soltou a maçaneta involuntariamente e o moreno voltou-se para o médico com o olhar incrédulo.

- O quê? – indagou o mais novo.

- Eu já sabia desse resultado, pois já havia aberto antes. Sakura também já sabe e você não imagina o quanto está feliz... – sorriu o senhor. – Ela conseguiu um doador... você, Sasuke-san!

Um discreto sorriso surgiu nos lábios do moreno e naquele momento ele entendeu uma coisa: milagres podem sim acontecer, basta crer...

I will never let you fall
I\'ll stand up with you forever
I\'ll be there for you through it all
Even if saving you sends me to heaven

Nunca deixarei você cair
Eu enfrentarei tudo com você pra sempre
Eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso
Mesmo que salvar você me mande pro céu

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...Continua...

The red Jumpsuit Apparatus – Your Guardian Angel