Hunters and Wolves - Interativa

Apresentação: Carlo Montane - O caos na cidade.


NARRADO POR CARLO MONTANE - LOBO

Já se passavam das oito horas e as ruas de Cambridge estavam realmente vazias, como toda a noite. O tempo estava começando a se fechar, logo iria chover.

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Ao chegar á casa fui abordado por perguntas e xingamentos nada educados da minha mãe e de meu pai. Eles diziam coisas como “por que demorou tanto?”, “seu irresponsável!”, “você sabe do estado que está e fica de noite andando pela cidade!”, “e se eles sentem seu cheiro?”.

Quando eu era um pouco menor costumava sair para caçar com meu pai e em uma das vezes fui mordido. Meu pai se afastou do sobrenatural para me proteger, o que não acabou resultando em boa coisa, afinal sou caçador desde pequeno, está no sangue.

E depois de eu ter descoberto que existe um grupo de caçadores e lobos tentando impedir Alisson de liquidar com todas as pessoas da cidade, eu realmente me interessei; o ruim é que meu pai não permite de jeito nenhum que me junte a eles. Já sou um adulto e não sigo suas ordens, mas não apenas temo pelas outras pessoas da cidade e sim pelos meus pais também. Se Alisson soubesse que estou junto dos caçadores ela poderia usa-los como refém; ou mata-los, o que cai melhor na personalidade dela. Nunca se sabe o que aquela mulher pode fazer.

As janelas estavam todas fechadas, meus pais haviam ido dormir e eu estava lendo um livro. Teria continuado sossegado se não houvesse escutado um barulho. Na verdade toda a noite eu ouvia barulhos suspeitos, mas este era perto de mais da minha casa.

Levantei sem fazer barulho e fui até a janela. Nada de suspeito. Ouvi novamente o mesmo barulho.

Fui até a porta da frente e abri. Estava preparado para tudo, menos para um cara gigantesco pular em cima de mim, rosnando sucessivamente mostrando as presas a os olhos amarelados.

Dei-lhe um chute no estômago e quando desnorteado, no focinho.

O robustão me mordeu forte me fazendo perder o foco por poucos segundos, tempo suficiente para ele me arranhar com a pata.

Quando ouvi o grito assustado da minha mãe não perdi tempo e lhe dei uma nova mordida no braço ao mesmo tempo em que arranhava seu rosto. O lobo abaixo de mim baixou guarda; minha mão sangrava e seu rosto também. Havia furado seu olho.

Arranjei-me em posição de ataque e rosnei enquanto o homem saia correndo.

– Meu filho! – Disse minha mãe correndo até mim. – Você está bem?

– Você não devia ter se transformado! – Gritou meu pai ao mesmo tempo em que um trovão dividia o céu.

– Queria que eu esperasse você chegar? Eu sei me defender pai!

– Não devia ter feito isso, você sabe das regras!

– Não vou me esconder para sempre!

Helena censurou meu pai por estar pegando pesado, mas continuei na defensiva.

– Pois devia, você sabe o que pode acarretar essa sua transformação Carlo!

– Eu sei o que é melhor para mim, faço o que bem entender!

Sai correndo pela rua ignorando os gritos de minha mãe.

Meu pai havia passado dos limites. Ele não manda mais em mim! Queria que eu tivesse feito o que? Esperado pela morte enquanto podia lutar contra o lobo? Que droga!

Dane-se o que meu pai pensa, irei me juntar aos caçadores.